Cartas

Encontramos 159 resultados
“Não há compra de ‘likes’ na campanha de Vanderlan”

Gercyley Batista cartas.qxdÉ com muito respeito que venho fazer uma observação muito importante a cerca da reportagem “Equipes de Iris e Vanderlan podem ter comprado seguidores e curtidas em páginas do Facebook” (Jornal Opção 2041), que contém dois grandes equívocos e que não representam, pelo menos de forma técnica, a informação correta, que, no entendimento do jornalismo, é prioridade para que o público não faça um julgamento errado do que foi apresentado. Eu li a reportagem que, ao seu final, não levou em consideração as explicações oferecidas pela campanha, que foram muito claras e francas. Conforme explicado em carta, respondendo ao e-mail que ofereceu a pergunta, ficou bastante claro que os widgets (aquelas fotos pequenas na barra de tarefas do site do candidato) são pessoas ligadas ou fãs de quem, logado no Facebook, acessou o endereço eletrônico (site). Portanto, esses russos, indianos e quantas mais nacionalidades são da pessoa, ou máquina, que acessou, e não da fan page de Vanderlan Cardoso (PSB). Ou seja, estranho são esses nomes em um “print” de quem supostamente denunciou. Relevo esse erro, em se tratando, hipoteticamente, do jornalista ser leigo no assunto e sugiro um maior aprofundamento na leitura das métricas das redes sociais e da programação de sites, o que o ajudaria muito. Ou se o jornalista foi assessorado, sugiro que informe à fonte que houve um erro crasso nesse caso. Sobre o Facebook e o número de fãs engajados, posso dizer que os especialistas ouvidos erraram profundamente também, talvez por falta de acompanhamento da evolução da ferramenta Facebook, já que, ao mencionar o fato dos poucos mais de 2 mil seguidores ativos há dois graves erros de análise, os quais explicarei abaixo. Páginas “abandonadas” não têm 2 mil seguidores engajados — gostaria até de ler sobre isso e ver onde há algum artigo acadêmico sobre o assunto, pois as referências bibliográficas de que dispomos são contraditórias. Sobre verificar esses engajamentos, creio que não há como o jornalista e o suposto denunciante ver isso de forma completa, pois somente os administradores da página podem ter acesso aos números completos oferecidos pelo Facebook, por senha e login de administrador. É política da empresa que, inclusive, costuma condenar práticas de “farmlikes” [fabricação artificial de curtição de páginas]. Não creio que o jornalista tenha tido uma assessoria que realmente conheça as ferramentas, e me coloco à sua disposição, se julgar necessário, para conhecer como funciona o trabalho das redes digitais do candidato Vanderlan, e que também saiba como nós descobrimos, por exemplo: inflação de “likes” [curtidas] em outras campanhas, que, como já dito em comunicado, “não questionamos por achar o assunto irrelevante, pois a discussão deve ser de alto nível, pautada na intenção com internautas e a apresentação de bom conteúdo”. Encerrando, não há compra de “likes” e esses perfis altamente “fora da realidade Brasil” são, na verdade, resultado do perfil que acessou a página. Sugiro até que avise o denunciante do alto grau de “perfis farmlikes” constante em seu Facebook. Espero ter esclarecido de forma definitiva qualquer equívoco. Gercyley Batista é vice-presidente do PRP em Goiás. Nota da Redação: O sr. Gercyley Batista está enganado duplamente. Primeiro equívoco: o widget do Facebook mostra os amigos em comum que curtiram uma determinada página. Sugerimos que o sr. Batista faça o teste em qualquer site ou jornal que contenha um widget do Facebook — por exemplo, a “Folha de S. Paulo”, “O Estado de S. Paulo” ou o Jornal Opção e, assim, poderá observar que ali aparecerão seus amigos (de Facebook) que curtiram aquela página. Segundo equívoco: no caso específico da fan page de Vanderlan Cardoso, o “print” foi feito deslogado do Facebook, justamente para descobrir quem eram os reais seguidores e não apenas os amigos em comum que curtiram a página. Quanto ao envolvimento com a página, os números estão disponíveis na própria página e podem ser checados por qualquer pessoa.  

“A teoria da mentira explica o caso Bernardo”

Maria Virgílio Carvalho Sobre a reportagem “Morte do garoto Bernardo: quais os limites da crueldade humana?” (Jornal Opção 2038), de Fre­de­rico Vitor, querem saber sua ca­pa­cidade de cometer um crime destes? Pois bem, eu tenho a teoria da mentira. Aquele que gosta de mentir, tapear, quem engana pa­ra tirar proveito facilmente, diante de uma situação em que supõe ser possível faz coisas parecidas, é capaz de fazer isso. As pessoas que têm vergonha de fazer coisas escondidas nunca as farão. Con­clui-se que tem muita gente capaz de fazer estas coisas. E fazem! E-mail: [email protected] • 187.2.199.206  

cartas.qxd“Todo homem tem mais de uma face”

Cristiano Vieira Muito bom o texto “Médici, de ditador mais temido a cidadão impotente” (Jornal Opção 2040), de Elder Dias. Toda história, todo homem, todo fato tem mais de uma face. E nem sempre todas são feias ou bonitas. E-mail: [email protected]  

“Irapuan disse tudo que eu queria ouvir”

José Agostinho Parabéns a Irapuan Costa Junior pelo artigo “7 passos para o “buraco” ideológico”, na coluna “Contraponto” (Jornal Opção 2038). Disse tudo em poucas palavras. Você é o melhor articulista deste jornal, pois disse tudo que eu, como cidadão, quero ouvir, mas poucos têm a coragem de falar. E-mail: [email protected]  

cartas.qxd“Nicolau Sevcenko, um grande brasileiro”

Lorayne Garcia Ueocka Vejo a nota “Brasil perde Nicolau Sevcenko, um discípulo de Sérgio Buarque de Holanda”, na coluna “Imprensa” (Jornal Opção 2041). Senti muito pela morte desse grande professor. Tive aula com ele na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) na década de 80. Realmente era uma figura brilhante na historiografia brasileira. Uma pena ele ter ido tão cedo. Podemos considerá-lo como um dos grandes vultos da história social no Brasil. E-mail: [email protected]  

“Pessoas usam a internet para despejar suas angústias”

[caption id="attachment_13528" align="alignright" width="300"]Eduardo Campos: morte do candidato à Presidência leva leitores à reflexão Eduardo Campos: morte do candidato à Presidência leva leitores à reflexão[/caption] Dulcinea V. Gama Estou encantada com o texto “A morte de Eduardo Campos e o ‘atentado’ das teorias conspiratórias que predominam na internet” (Jornal Opção Online), de Ketllyn Fernandes. Muito bem escrito e totalmente imparcial sobre questões tão delicadas. A preocupação da jornalista é bem procedente quanto ao presente e futuro do que rola pela internet. A questão não é o que aconteceu e com quem aconteceu, mas, sim, esse lixo que aparece na mídia refletindo a alma dos internautas: pessoas infelizes, amarguradas e despreparadas para se manifestar sobre qualquer tema. Ficam despejando suas angústias nas redes, numa terapia coletiva, que é um verdadeiro vale-tudo. Parabéns, porque, hoje em dia raramente eu vejo alguém escrever tão bem. E-mail: [email protected]  

“Um texto muito lúcido”

Edergenio Vieira O texto de Ketllyn Fernandes é primoroso. Poucas vezes li aqui nesse espaço um texto tão lúcido. Sim, é possível ter lucidez em meio ao lado sentimental, pois corpo e mente são um só. Pelo menos, para mim. E-mail: [email protected]  

“Dúvidas sobre improvável atentado serão desfeitas”

Bosco Carvalho Ontem, durante, uma comemoração de aniversário de uma querida amiga, me perguntaram se não havia a possibilidade de que oposicionistas do falecido candidato estivessem por trás da queda do avião que resultou em sua morte. Respondi com as informações de que já dispunha, e mencionei o fato de que a aeronave já havia passado por uma pane dias atrás em Curitiba. Pelos relatos atuais, com a divulgação da gravação de um dos pilotos do jatinho ao afirmar que a visibilidade estava baixa e que iria tentar uma manobra para tentar uma nova aterrissagem em Santos, todas as dúvidas com relação a improvável atentado devem ficar definitivamente desfeitas. Entre as inúmeras manifestações abomináveis que circulam na internet para desejar a morte de quem quer que seja, a mais falsa delas refere-se à data da promulgação do Decreto-Lei 12.970 [sobre restrição de acesso aos destroços em acidentes aéreos], promulgado em 9 de maio de 2014, e não no presente mês de agosto, como pode ser lido no site da Presidência da República. E-mail: [email protected]  

“São ‘estórias’, não histórias”

Moacir Romeiro Quem cria essas estórias não possui nem um pouco de criatividade. São estórias, e não histórias, muito ridículas. E-mail: [email protected]  

“Nosso lado escuro está além da conta”

Marcelo Luiz Correa Essas afirmações irrefletidas, maldosas e irresponsáveis quando acontecem tragédias são típicas da alma de pessoas superficiais, mas a reação às mesmas, caso sejam ampliadas e de divulgação excessiva, mostram duas coisas: o lado escuro do ser humano está aumentado além da conta e a credibilidade de quem nos representa está na faixa vermelha. Ou seja, tanto escolhemos mal nas urnas quanto a fórmula de escolha dos representantes é capenga e carrega distorções graves. E-mail: [email protected]  

“Não se respeita nem a morte de um ser humano”

Maria Carolina Amaral Apoio total à jornalista Ketllyn Fernandes e ao jornal sobre a questão da repercussão da morte de Eduardo Campos. Não se respeita mais nem a morte de um ser humano; nem a dor dos parentes e amigos e de outros seres humanos; os quais nada se sentem bem ao ter notícia de uma tragédia como esta que vitimou o candidato Eduardo Campos e mais outras pessoas que têm família, amigos etc. Lamentavelmente temos de ouvir e ler especulações e ofensas desumanas. Esquecem-se de que, antes de serem políticos, são pessoas, humanos e sentem dor, saudades, tristezas e mais; há seis pessoas envolvidas que também deixaram entes queridos sofrendo pelo filho, marido, mãe, pai, irmão... êta, povo que fala! E-mail: [email protected]  

“Morte de Eduardo em nada beneficia Dilma ou Aécio”

Antonio Alves Tipos individuais que se prestam a publicar comentários dessa natureza só mostram a falta de capacidade racional. A morte de Eduardo Campos em nada beneficia Dilma Rousseff ou Aécio Neves. Ou melhor, ambos perderam um possível aliado no segundo turno e ganharam um provável adversário capaz de tirar um deles da disputa e ganhar a eleição do outro. Campos era um político com ideias comuns a tantos outros por aí: prometia multiplicar por dez o investimento em segurança e implantar a educação de tempo integral, ideias para quem quer ganhar eleições e distantes da nossa realidade. E-mail: [email protected]  

“Clima de emoção amealhará votos para Marina”

Gilberto Santel Quem votou em Marina Silva em 2010, evidentemente votará nela novamente. Com o natural desgaste do PT, pelo longo tempo no poder, e Aécio Neves (PSDB) tisnado pelas denúncias recentes da construção de um aeroporto em propriedade de parentes, os votos do eleitorado nordestino, que eram de Eduardo Campos, claro que vão se transferir para Marina — além de ela ser uma candidata considerada íntegra, corajosa e, sobretudo, ética. Penso que os descontentes com o PT e que não votariam nem no Aécio nem no Eduardo Campos vão votar nela. Sem contar o clima de comoção, que é inegável e deve contribuir para amealhar votos em favor dela. O brasileiro é um ser muito emotivo. A morte trágica de Eduardo Campos, sem hipocrisia, será “explorada” nesta eleição. De que maneira, só o tempo dirá. E-mail: [email protected]

“Eduardo Campos teria muito a contribuir à democracia em nossa pátria-irmã”

Péricles Tavares [caption id="attachment_12556" align="alignleft" width="266"]Eduardo Campos (PSB) em Brasília em abril deste ano | Foto: Fernando Leite Eduardo Campos (PSB) | Foto: Fernando Leite[/caption] A União Caboverdiana Inde­pen­dente e Democrática (Ucid) torna público seu pesar diante da trágica e precoce morte do candidato à Presidência da República brasileira, Eduardo Campos, líder do Partido Socialista Brasileiro que tentava o pleito ao executivo pela coligação partidária “Unidos pelo Brasil” (PSB, Rede, PPS, PPL, PRP e PHS). A tragédia que ceifou a vida do candidato certamente causará impacto tanto na corrida eleitoral para as votações de outubro quanto na sucessão presidencial no Brasil. A Ucid mostra-se solidária aos familiares e amigos de todos os envolvidos no acidente, bem como triste pela perda de um líder político jovem, que ainda teria muito a contribuir para a solidificação e a manutenção da democracia da nossa pátria-irmã brasileira. Péricles Tavares é coordenador da Região Ibérica da Ucid.

“Perda de um político visionário”

Theomar Alves Lamentável a perda de um homem visionário. Isso deixa nosso País chocado e o ocorrido ainda merece ser analisado. Portanto, quando falamos em morte, fica em último lugar a condição de presidenciável. Um pai de família se foi e sua família precisa do consolo de todos que estão por perto. E-mail: [email protected]

“O Brasil perdeu um grande homem”

Zumira Alves Que Deus dê forças para a família de Eduardo Campos vencer essa grande perda. O Brasil perdeu um grande homem. E-mail: [email protected]

“Ele era o mais capacitado dos candidatos”

Karlos Julianno Braga De longe, Eduardo Campos era o mais capacitado dos três candidatos. Com maior desenvoltura e propostas concretas para conciliação de crescimento econômico e controle inflacionário. Uma pena, uma grande perda. E-mail: [email protected]

“O partido dará continuidade ao projeto”

Rosmary Machado Eduardo Campos, seu legado será levado à frente. Deus dará sabedoria ao partido para dar continuidade a seu projeto. E-mail: [email protected]

“Que ‘brinco’ Paulo Garcia deixará?”

Arthur de Lucca Gostaria de fazer um comentário da entrevista com o perfeito, ops, prefeito Paulo Garcia (PT), na edição 2040 deste jornal. Ele não explicou que “brinco” deixará para o sucessor. Se de ouro, prata ou bronze. Tudo indica que será de lata. Enferrujada. Todo carcomido. Na questão dos gastos com mídia, o perfeito, ops, prefeito cuspiu no prato, pois o Jornal Opção, em anos anteriores, chegou a colocá-lo como futuro governador de Goiás. Pena que a péssima administração foi mais rápida. E nessa sofrível administração não é só o PT que merece o “bônus”: o PMDB, que está na vice, tem seu quinhão no “emporcalhamento” da linda capital. E, ademais, o “cumpanhêro” comparou os gastos dele só com os de Marconi Perillo (PSDB), não entrando no mérito dos da dra. Dilma “Unicamp”. Não precisava ir muito longe. Poderia ficar aqui próximo, em Anápolis, que tem uma arrecadação menor que a da capital e os munícipes não estão reclamando tanto do “cumpanhêro” [Antônio Gomide] que agora deixou a prefeitura. Quando o perfeito, ops, prefeito falou do ITU e IPTU, lembrei-me do Fernan­do “Enem” Haddad que veio com essa mesma lábia. Au­men­taria o número das pessoas que pagariam menos. E ainda tem pessoas que acreditam. Aliás, a presidenta não propagandeou que estava “dando” de presente o “abaixamento” na conta de energia? Arthur de Lucca é representante comercial. E-mail: [email protected]

“Seria o cúmulo penalizarem o tigre”

Paulo Rosa Na história do menino que per­deu o braço no zoológico de Cas­cavel (PR) e que agora diz que seu pai não é culpado pelo fato de o tigre o ter atacado, só espero que no fim da história o culpado não seja o animal. Seria o cúmulo da ignorância o tigre ser penalizado. E-mail: [email protected]

“Estamos caminhando para uma guerra civil”

Luciano Bellina Acabo de ler o Editorial da edição 2040 deste jornal. Tenho a dizer que nenhum governo teve a real preocupação com os incidentes de violência que se fizeram surgir ou se intensificaram. O descaso é total, apartidário, sem responsabilidade por gênero ou grau de escolaridade. Falta de planejamento, antevisão do futuro, falta de políticas públicas, distribuição de renda, reforma agrária e tantos outros motivos. Estamos caminhando para uma guerra civil. Matamo-nos todos os dias, uns para retirar de outrem sues pertences e outros, seus donos, para mantê-las. O mal maior deste País é a corrupção, originada por um instinto inconsciente de sobrevivência, de amealhar para se sobressair, e a massa, desassistida, segue entre tiros, facadas e a morte iminente. Luciano Bellina é professor. E-mail: [email protected]

“Humberto Machado perderá apoio se renegar Iris”

Daniel Barbosa Se o prefeito de Jataí, Hum­berto Machado (PMDB), renegar Iris Rezende estará sujando a bandeira ideológica que defende. E perde o apoio de muitos, pois Iris continua sendo o maior ícone da história do PMDB de Goiás. E-mail: [email protected]

“Serial killers não precisam seguir padrão”

Lucas Marsiglia Um serial killer se caracteriza por cometer homicídios com certo intervalo de tempo, podendo ou não deixar uma “assinatura”. Existem inúmeras motivações e causas que podem levar uma pessoa a cometer tais atos. Serial killers podem, sim, usar armas de fogo, ao contrário do que alguns estão dizendo por aí. Não precisam necessariamente seguir um padrão. Posso citar inúmeros casos de assassinos em série que não seguiam padrão nem de vítima nem de determinado tipo de arma. E-mail: [email protected]

“Subamos em nossas carteiras”

cartas.qxd Celso Neto Que todos nós subamos em nossas carteiras em homenagem ao “capitão” Robin Williams. E-mail: [email protected]  

Leitores falam sobre os assassinatos de mulheres em Goiânia e o suposto serial killer

[caption id="attachment_12154" align="alignleft" width="270"]Assassinato de jovens assusta a população de Goiânia e leitores comentam Assassinato de jovens assusta a população de Goiânia e leitores comentam[/caption]

Pontos em aberto sobre a violência contra as mulheres

Allan Barreto Motocicletas pretas e homens com a compleição física do suposto matador existem aos milhares na Grande Goiânia. Então, dificulta, e muito, a identificação. Fica, novamente, a pergunta: todos os assassinatos foram praticados com a mesma arma? A imprensa caminha sem rumo, ignora as lacunas nas informações da polícia e, também, que existe o Instituto de Cri­mi­na­lís­tica, vizinho da Delegacia de Ho­mi­cí­dios, onde são feitos os laudos ca­da­véricos das vítimas e os exames de balística, imprescindíveis na definição da autoria dos crimes. Por que ninguém ainda não foi lá perguntar sobre as conclusões dos peritos? Há outro ponto em aberto. Se dividirmos a cidade ao meio, tendo como linha referencial a Goiás e a Rua 84/90, os assassinatos ocorreram só na porção oeste, assim como há a ausência de loiras entre as supostas vítimas. Qual seria a lógica? É preciso e é salutar diferenciar a violência comum das dos crimes contra a vida. É quase impossível, numa sociedade como a nossa, impedir que uma pessoa se arme e atente contra a vida de outra. Nos crimes contra o patrimônio, a polícia só enxuga gelo, pois as penas mínimas são mínimas mesmo e a legislação penal oferece uma infinidade de recursos para possibilitar, ao bando, responder a pena em liberdade. É o já conhecido “prende e solta”. Também, há mais de 20 mil mandados de prisão a serem cumpridos em Goiás. Contudo, não há vagas disponíveis nos presídios e cadeias públicas. Os juízes das Varas dos Crimes Contra a Vida, da comarca de Goiânia, já expediram oito mandados de prisão preventiva de supostos matadores de mulheres na cidade, o que afastaria, em tese, a existência de um único serial killer. Allan Barreto é jornalista.  

“Goiânia é muito violenta desde os anos 80”

Marcus Maggioli Agora está caindo a ficha do pessoal de que Goiânia é perigosa. Não é exatamente de hoje isso. Essa cidade já era o caos na década de 90. Ti­nha favela “megatensa” (Vietnã), gru­po de extermínio (“moto do a­lém”, Setor Jaó), houve confrontos (Par­que Oeste, a questão das vans), bri­gas de gangue realmente tenebrosas (basta dizer que a Inferno Verde ti­nha sede ao lado da Praça Cí­vi­ca), arrastões. Não estou falando que ho­je é pior ou melhor: estou dizendo que violência não surge do dia pra noi­te e que ao menos desde a década de 80 Goiânia é uma cidade muito violenta. Marcus Maggioli é publicitário.  

“Um sujeito assim pode ser ressocializado?”

Miguel Silva Em relação à matéria “Polícia Civil e SSP querem encerrar polêmica do suposto serial killer que atua em Goiânia” (Jornal Opção Online), para criminosos como esse degenerado, só há duas formas de punição aceitáveis: prisão perpétua ou pena de morte. Ficar encarcerado até o último suspiro (como está o psicopata Charles Manson na Califórnia, há mais de 40 anos) ou injeção de dose letal de cloreto de potássio na veia. Não há meio termo. Ou alguém acredita que um tipo como esse pode ser “ressocializado”? Acreditar nisso é o mesmo que acreditar em Papai Noel. E-mail: [email protected]  

“O criminoso gosta da notoriedade do caso”

Marco Almeida Não há nada que afirme não ser um psicopata. As características das vítimas demonstram isso. Se formos traçar um perfil desse indivíduo, provavelmente alguém com a idade entre 20 e 40 anos, ele tem um trabalho que lhe permite circular pela cidade, gosta da notoriedade que o caso está tendo e, garanto, não vai parar. Ele está se deliciando com essas mortes. Creio que, na mente dele, já está “matando” outra pessoa com as mesmas características. Ele tem acesso a todas as notícias relacionadas aos crimes e conhece como a polícia age. E-mail: [email protected]  

“Autoridades alienadas à realidade do povo”

Talmon Pinheiro Lima Sobre o tema da violência causou-me espanto as declarações do Secretário de Segurança [Joaquim Mesquita] asseverando se sentir seguro em Goiânia, onde circula sem seguranças, a pé e de madrugada, retornando de danceterias do Setor Bueno. Essas declarações (infelizes, a meu ver) adicionaram o tragicômico a esse drama, embora comprovem que nossas autoridades vivem alienadas à realidade do povo.  

“Estamos todos com medo. Não aguentamos mais”

Fernando Freitas Acabo de ler a reportagem “Em discurso duro, Marconi diz que oposição torce por ‘mais homicídios’ em Goiás” (Jornal Opção Online). Essa conversa é para transferir a responsabilidade dos altos índices de violência para a oposição? Ninguém torce contra, muito pelo contrário: se nos últimos três anos tivessem trabalhado e investido em segurança não estaríamos nesta situação. Queremos segurança! Queremos que nossas famílias transitem pela cidade sem a “escolta” do marido e pai, pois acreditam que assim estarão mais seguros, mas não estão. Estamos todos com medo. Não aguentamos mais, pois, acreditem, deixamos de fazer muitas coisas em função da insegurança que vivemos e não falo apenas por minha família. E-mail: [email protected]  

“Não se tapa o sol com uma peneira”

Carlos Spindula Sem palavras que expressem meu horror e minha indignação com o que está acontecendo, com a impunidade total e a absoluta insegurança que estamos vivendo. Que­ro fugir desta cidade com minha fa­mí­lia, ou melhor, deste País. Se isso que a polícia quer mostrar que são casos distintos, se isso for verdade geraria ainda mais pânico, pois se­riam não uma, mas sim várias dessas bestas-feras soltas na cidade. Não se tapa o sol com uma peneira! E-mail: [email protected]  

“Repórter expõe a situação de forma lúcida”

Adriano Ramos Enquanto na reportagem “Atuação de serial killer em Goiânia não é descartada e delegados do interior vão ajudar em investigações” (Jornal Opção Online) Marcello Dantas expõe de forma lúcida e clara a situação dentro de um panorama de aumento da violência geral em Goiânia, em outro jornal a manchete expõe a 12ª vítima do suposto serial killer da moto preta. Esses dias, no almoço, eu que ainda não tinha visto a cobertura do outro jornal fiquei sabendo da “37ª vítima”. Vim procurar aqui outras notícias a respeito. E-mail: [email protected]  

“Goiás terá de optar entre irrigar ou produzir energia”

[caption id="attachment_12157" align="alignleft" width="263"]Usina hidrelétricas: conflito irrigação versus hidroeletricidade Usina hidrelétricas: conflito irrigação versus hidroeletricidade[/caption] Ivan Bispo Li a reportagem “Celg é essencial, mas há outros meios para solucionar o problema da energia” (Jornal Opção 2039), de Marcos Nunes Carreiro e tenho algumas observações sobre o tema. O potencial de geração de energia a partir de hidrelétrica no Estado de Goiás, hoje, é pequeno. A vocação de Goiás é agropecuária. A geração de energia hidrelétrica já começa a mostrar os conflitos que vivenciaremos, como o da irrigação versus hidroeletricidade em Cristalina. Gerar 52,5 megawatts impede a irrigação de milhares de hectares, algo acima de 80 mil. Na “Revista Geociências”, número 33-2, foi publicado um trabalho de conclusão de um curso de especialização que fala do conflito irrigação versus hidroeletricidade: Goiás terá de fazer a opção, se quer gerar energia por via de hidrelétrica ou produzir alimentos via irrigação. O problema de falta de energia em Goiás é que não existem li­nhas de transmissão. O Estado ex­porta mais de dois terços da energia produzida e não conta com linhas para distribuição interna. Falar em PCHs [pequenas centrais hidrelétricas] como solução para a falta de energia elétrica é sofismar. Será que nos nossos rios poluídos, como o Meia Ponte e o São Bar­tolomeu, seja possível construir PCHs para gerar energia limpa? Não. O conflito en­tre o saneamento e a geração energia vai potencializar a poluição dos rios. Em Goiás temos um potencial e­norme para geração de energia de biomassa. Muito se fala no bagaço da cana. Mas, e o eucalipto? Temos con­dições de gerar quantidade grande? Sim! Falar em construir PCHs em Goiás é só para provocar impactos ambientais, porque a quantidade energia gerada será ínfima diante do potencial da biomassa. Ivan Bispo é ambientalista. E-mail: [email protected]  

“Vontade imediata de assistir ao filme”

Edmar Carneiro Adorei o texto “A prisão perpétua de quem vive com medo de amar” (Jornal Opção 2039, caderno Opção Cultural), de Rafael Teodoro. Fiquei com vontade imediata de assistir ao filme [“O Segredo dos Seus Olhos”]. Parabéns. E-mail: [email protected]  

“Gravíssimo a PM não saber que maconha não causa overdose”

Marcus Fidelis Parabéns pela matéria “O dia em que a PM goiana deu diploma de médico ao pirata Jack Sparrow” (Jornal Opção 2039, coluna “Imprensa”), mas ela contém um erro: a reportagem falsa não foi reproduzida [pelo Proerd] em 29 de julho. Ela estava lá desde janeiro. Já tinha tido 4,8 mil compartilhamentosno Facebook e 515 no Twitter até então. Ainda dá para ver no “cache” do Google. Quem dá aulas sobre drogas não saber que maconha não causa overdose, é gravíssimo. Existe uma única possibilidade de acontecer morte por trauma com maconha, como contou o dr. Antônio Nery Filho em palestra no Ministério Público (MP-GO) em 2011: desabar a carga de um caminhão carregado de maconha sobre o coitado. E-mail: [email protected]   [caption id="attachment_12160" align="alignleft" width="140"]Renato Meirelles Renato Meirelles[/caption]

“Entrevista para entender o porquê de tantas mudanças”

Fabiana Pereira Adorei a entrevista com Renato Meirelles (Jornal Opção 2025), intitulada “A nova geração é muito crítica e não vai mais suportar as mentiras dos políticos”. Muito bem escrita e que me faz entende o porquê de tantas mudanças acontecendo neste novo Brasil e de todas as mudanças que ainda estão por vir. E-mail: [email protected]  

“Ótica caolha de peemedebistas”

Arthur de Lucca Parabéns a Patrícia Moraes Machado pelas perguntas firmes na entrevista de Barbosa Neto (Jornal Opção 2039). Aliás, esse político, que não difere nada dos outros, mandou na entrevista uma teoria que é “só dele” quando afirmou: “Os 16 anos do governo atual ge­raram cansaço na população.” O outro “oportunista”, Sandro Sco­dro [deputado Sandro Mabel, do PMDB], insistiu também em uma semelhante “fadiga de material”. O interessante é que a população, segundo a ótica caolha de ambos, não se cansou ainda dos mais de 50 anos “politicando” do vetusto dr. Iris Rezende. Esque­ceram-se de que o maior hospital de Goiânia ficou fechado por sete anos na administração peemedebista. Esqueceram-se dos escândalos BEG/Astrográfica, Caixego e todos aqueles milhares surgidos e não apurados, ou melhor, não dados em nada — se dessem, a Papuda estaria mais populosa. O risível é que Mabel, na entrevista dele, falou em “oitava maravilha” o plano elaborado por Barbosinha — não o radialista, mas esse que está aí querendo ressurgir das cinzas — e, quando perguntado de apenas um item, não soube explicar, não soube exemplificar. Acho que faltou “adestramento”. Arthur de Lucca é representante comercial. E-mail: [email protected]  

“Há pessoas que já nasceram ruins”

Moacir Romeiro Em referência ao artigo “Aécio desperdiça apelo popular da redução da maioridade penal” (Jornal Opção 2039), de José Maria e Silva, quero dizer que sou a favor da redução da maioridade penal. As pessoas que defendem o tal ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] não entendem, para não falar outra coisa, é que ele fomenta, faz com que os ditos menores sintam-se protegidos em suas práticas criminosas. As pessoas que cometem crimes como o ocorrido em Goiânia, num ponto de ônibus e contra uma moça linda, já nasceram ruins e como tais não devem ser premiadas com políticas de reintegração social, mas, sim, pagar, se não com a morte, pelo menos com prisão perpétua. Aproveito-me do ensejo para dizer, embora a questão não se relacione propriamente à matéria acima, que agora entendo porque o congresso nunca votou um projeto que questione o infeliz horário de verão. E-mail: [email protected]  

“Eduardo Siqueira está com vergonha de aparecer”

José Roberto Esse medo de perder o governo do Tocantins, como se conclui do texto “Eduardo quer virar governador sem ter o voto do povo” (Jornal Opção 2039), como já perderam para Marcelo Miranda (PMDB), deixa Eduar­do Siqueira (PSDB) encurralado e com vergonha de aparecer para o povo como deputado estadual. Isso se for eleito, pois nem mesmo na festa “encalorada” de inauguração do comitê ele apareceu, é mistério ou medo. Registro também meus parabéns à senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que, na entrevista da mesma edição, intitulada “Estamos vivendo um governo de mentira, uma farsa administrativa”, mostra o caminho para o progresso e o recomeço de nosso caçula Tocantins. E-mail: [email protected]

O perigo do golpe e as armações do capeta

Pedro Sérgio Dos Santos Muitos da chamada esquerda festiva criticam duramente o regime militar e seu “modus operandi”, sem, contudo, olhar para o que ocorre por baixo dos panos das instituições nacionais, aquelas que deveriam se dar ao respeito, em plena época de supostas liberdades democráticas. Li, com espanto, matéria publicada na segunda-feira, 28, no Jornal Opção Online, que o chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot, procurador-geral da República, “enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer a favor da criminalização da homofobia. Janot sugere ao Supremo que a punição por atos contra homossexuais seja aplicada pela Justiça nos termos da Lei 7.716/1989 (Lei de Racismo), que estabelece o tempo de prisão para crimes resultantes de preconceito de raça, etnia e religião. Segun­do Janot, a homofobia deve ser tratada como crime de racismo até que o Congresso Nacional aprove uma lei específica para disciplinar as punições.” [caption id="attachment_11696" align="alignleft" width="1370"]cartas.qxd Procurador-geral da República, Rodrigo Janot: sugestão desastrada de quem deveria cuidar da constitucionalidade | Fellipe Sampaio/SCO/ST[/caption] Tamanho foi o meu espanto que recorri a outras fontes de in­formação e o mesmo fato foi informado em veículos de comunicação também de grande seriedade de credibilidade. Não tive dúvidas: estou em pleno ano de 2014 revivendo os horrores jurídicos do fascismo, do nazismo e das ditaduras. Ao leigo é preciso esclarecer que no terreno do Direito Penal não se pode lançar mão de uma lei para a punição de alguém em substituição de outra ainda não existente. Ou seja, vale o Princípio da Reserva Legal (da anterioridade da lei), já preconizado na Declaração de Direitos da França de 1789 e assegurado no artigo 5º da Constituição Brasileira de 1988: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.” Assim, para que uma pessoa seja punida é necessário que antes de seu ato o Congresso já tenha aprovado uma lei que descreva a conduta como crime e que para esta conduta seja indicada, no mesmo texto, uma pena. Outro fator importante a ser considerado é que somente o Congresso pode editar leis penais, exatamente para garantir a segurança jurídica do País. Delegar a outra instituição o poder de estabelecer um instrumento punitivo a alguém que não passe necessariamente por uma lei federal — aprovada pelas duas Casas do Congresso, sancionada pela Presidência e publicada no Diário Oficial da União — é um atentado contra o Estado, um grave atentado contra o cidadão e suas garantias fundamentais. Qualquer aluno de Direito, ao engatinhar pelas lições preliminares do estudo sobre o crime, sabe que a lei penal deve ser escrita, estrita e certa. Dessa maneira, não se pode também, por analogia ou comparação, buscar outra norma penal para a punição de alguém que o Estado até então não quis punir, porque se assim o quisesse já teria confeccionado a norma na Casa legislativa competente. Não se pode violar o princípio da reserva legal, não se pode punir por analogia ou comparação e não se pode querer agradar grupos sociais com a violação da segurança institucional e jurídica do País. Mais estranho a mim é que tal iniciativa tenha partido daquele que deveria ser o guardião da Constituição, o Fiscal da lei por excelência. Se o Congresso é lento, não o é apenas em relação aos homossexuais, mas também para quem precisa de saúde, escola, moradia e outras necessidades básicas. Nem por isso, as regras do Estado democrático devem ser rasgadas. Não se justifica com a morosidade do Congresso a transferência do poder de legislar. A Lei Federal 7.716/89 trata exclusivamente de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Nada trata sobre questões de gênero ou orientação sexual. Assim, querer aplicar uma lei prevista para um delito a outra situação, totalmente diversa, é se utilizar de práticas piores que as do Decreto-Lei nº 898, de 29 de setembro de 1969, que punia os crimes contra a Segurança Nacional e a ordem política e social. Nelson Hungria ousou, sabiamente, afirmar que um dos indicadores da democracia está na observância rigorosa do princípio da reserva legal. Com igual sabedoria, afirmou o jurista Paulo Sá Elias, em seu texto “A questão da reserva legal no Direito Penal”, citando Monteiro de Barros: “Alguns países, amparados por regimes autoritários, despreocupados com a garantia da liberdade individual, reagiram ao princípio da reserva legal. Isso ocorreu na doutrina dos comunistas russos e no nacional-socialismo alemão. Efetiva­mente, o Código so­viético de 1926 admitia a aplicação da lei penal por analogia. Es­sa situação perdurou até a reforma legislativa de 25 de dezembro de 1958, que trouxe de volta o princípio da legalidade. Já a doutrina do nacional-socialismo alemão, sob a liderança de Hitler, também admitia o emprego analógico da lei penal. E ainda consi­de­rava delito a conduta que contrariava a sã consciência do povo. Por­tan­to, além da analogia, permitia-se o arbítrio judicial como fon­te criadora de infrações pe­nais. O Código Penal alemão atual adota o princípio da legalidade.” Recentemente a nação viu o STF mudar drasticamente os rumos do caso do mensalão, em oposição ferrenha as decisões do ministro Joaquim Barbosa. Portanto, do STF se pode esperar qualquer coisa. Assim, é ainda importante alertar ao leitor que caso essa desastrada sugestão do sr. Rodrigo Janot seja acatada pela Corte, isso gerará precedência para coisas semelhantes. Ou piores. Por exemplo: já que é possível, pela proposta de Rodrigo Janot, utilizar-se de uma lei sobre um tema diverso para punir uma pessoa por conduta não prevista em uma lei, amanhã, a pretexto qualquer daquele que estiver no poder, poderá um cidadão ser acusado, processado e condenado por criticar o governo mesmo que não exista uma lei específica para tal conduta — a jurisprudência já estará criada pelo STF. Isso é criação da verdadeira máquina de triturar direitos e garantias individuais, ou no mínimo a incorporação do processo de Kafka ao nosso Direito processual penal. Temos no golpe de Estado aquela ação configurada pela tomada do poder, por um grupo ou facção ideológica, sem passar pela via das instituições legais e pela consulta popular. De outro lado, pequenos golpes vão sendo tramados e aplicados dia a dia nas instituições públicas, por diversos agentes, motivados também por diversos interesses. Esses golpes, contudo, como são aplicados “no varejo”, como o co­nhecido e velho golpe de Es­ta­do acima mencionado, não são perceptíveis nem de imediato compreendidos. Não se veem em curto prazo seus danos ao organismo social e ao próprio Estado, mas se repetem dia a dia, como pequenos golpes “no” Estado, o que certamente fragiliza sua estrutura normativa e a segurança jurídica. Com o princípio da reserva legal jogado no lixo tendo como agente principal o chefe maior do Ministério Publico, há de se indagar, na ocorrência de possíveis casos ainda piores: a quem a sociedade poderá recorrer? A reclamação agora chegará ao Bispo, como no dizer popular? Ou retomaremos a barbárie com paus e pedras, numa guerra de interesses grupais? Pode parecer que esteja sendo extremista, porém posso assegurar que mesmo não sendo um constitucionalista, vejo com severa preocupação uma atitude como esta do chefe do Minis­té­rio Publico Federal, que desconhece a luta de um povo, o sangue já derramado, para fazer valer letra por letra do grande contrato social que é a Cons­tituição. Achava eu, na minha ingenuidade, que populismo e golpes contra as instituições — como o que ocorreu recentemente pelo Decreto 8.243 da Presidência da República, em 23/5/14 —, eram atitudes esperadas e previsíveis somente em relação àqueles políticos já moldurados pela demagogia e pelas velhas práticas de seus partidos. Ledo engano de minha parte. Fico aqui com a sabedoria repetida pelo velho amigo e grande constitucionalista Joveni Cândido de Oliveira, a quem rendo homenagens: “O diabo é sabido não porque ele é o diabo, mas sim porque ele é velho.” Pedro Sergio dos Santos é advogado criminalista, professor da UFG, mestre em Criminologia e doutor em Direito Processual Penal pela UFPE  

“É preciso urgência para mudar a Justiça brasileira”

Armando Feitosa Parabéns pela entrevista “De­le­gado sugere que serial killer pode ter matado quatro mulheres em Goiânia” (Jornal Opção Online), de Thiago Burigato. O tema é complexo, mas o delegado Waldir Soares tem razão em muitos pontos. A impunidade é gritante no Brasil. Progressão de regime com um sexto da pena é realmente um absurdo, beira à debilidade. A falta de estrutura do sistema de segurança quanto ao processo de prevenção, elucidação dos crimes (inteligência) e repressão (sistema prisional) é um problema que revela não a falta de dinheiro, mas, sim, a falta de vontade política do Poder Executivo. Vimos na Copa que, quando se tem vontade política e se prioriza determinando ponto, os resultados acontecem. A deficiência de vagas no sistema carcerário é muito grande no Brasil. Tenho a mesma opinião que o delegado em relação ao “garantismo” da nossa Constituição. Entendo também que é hipocrisia essa história de que o instituto da pena não pode ser com o intuito de castigo — punir e segregar aqueles indivíduos que não possuem condições de viver em sociedade. Ora, o sujeito é autor de crime hediondo e reincidente (pena dura, bem pesada para passar a vida inteira na cadeia), preso tem que trabalhar e estudar. Parte do tempo de seu trabalho deveria ser dedicada a ressarcir os danos à vítima e outra parte, a ressarcir o Estado. Segregar os irrecuperáveis daqueles que são recuperáveis. [caption id="attachment_11698" align="alignleft" width="700"]Crimes dolosos contra a vida continuam sendo cometidos sem maior punição, desabafa leitor em carta Crimes dolosos contra a vida continuam sendo cometidos sem maior punição, desabafa leitor em carta[/caption] Temos de parar de hipocrisia e mudar a Constituição. Muitos avanços em relação à diminuição da impunidade, especialmente as ligadas à morosidade processual e à morosidade judiciária, param no “garantismo” da nossa Carta Maior: “in dubio, pro reu”, presunção de inocência etc. Estes princípios têm de ser mitigados quando o réu é reincidente. São aceitáveis em caso de réu primário, desde que não represente perigo à sociedade. Caso contrário, que fique preso até o processo ser julgado. É preciso criar uma Justiça especializada criminal semelhante ao que ocorre com a Justiça do Trabalho, um processo mais simples e célere, com menos recursos entre a denúncia, a ação e a sentença, em prazo máximo de 180 dias. Em qualquer situação, se o réu foi condenado à pena de reclusão, sai preso do julgamento e aguarda os recursos preso. Os crimes dolosos contra a vida devem ser julgados por um juiz singular — tribunal do júri é um sistema ultrapassado, tem muito teatro e pouca efetividade. Noventa por cento dos crimes não são esclarecidos. Dos 10% que chegam a ter denúncia, 80% esbarram em nossa falta de estrutura para montar um inquérito com provas robustas. Além disso, o tribunal do júri é uma terra sem lei e sem critério. Muitos crimes ficam impunes neste caminho. Por fim, quero dizer que temos um sistema falho em todos os sentidos, um quadro estatístico totalmente desfavorável, mas, em contrapartida, um número muito grande de políticos, estudiosos e intelectuais de olhos vendados e totalmente apegados a valores constitucionais ultrapassados, que não servem à realidade atual do Brasil. São valores carregados pelas mazelas da ditadura, em que vários cidadãos de bem foram mortos nos porões; entretanto, nossa realidade não mudou, porque também vários cidadãos de bem continuam sendo mortos, os infratores continuam impunes. A diferença é que em número assustadoramente maior e à luz do dia, nas ruas, nos comércios, nas casas. E-mail: [email protected]  

“Somos reféns da criminalidade”

Nayara Queiroz Sou amiga de Juliana Neubia Dias [morta em semáforo na Avenida D], vítima de crueldade. Afirmo que ela nunca teve envolvimento com drogas. Ela apenas saiu pra jantar com o namorado e uma amiga. A polícia tem a conclusão medíocre de dizer que a morte dela foi por acerto de contas. A verdade é que inocentes estão pagando pela falta de segurança e, principalmente, pela impunidade. Pessoas inocentes estão morrendo por causa do alto índice de criminalidade. O que aconteceu com Juliana — e muitas outras — foi mais um crime a sangue frio. A Delegacia de Investigações e Homicídio (DIH) quer generalizar todos os casos, alegando envolvimento com drogas, para poupar trabalho. É muito bandido e poucos policiais desempenhando seu trabalho. A culpa então é do cidadão, que sai de sua casa buscando entretenimento, com a família ou amigos? Homicídios vêm acontecendo cada vez mais, pela falta de lei, pela impunidade e pelo descaso com a população. Esse caso está sendo investigado errado, e cabe à polícia arregaçar as mangas, sair da zona de conforto e investigar certo, e à Justiça fazer valer a lei para esses criminosos. Mas nunca tentar calar o povo, com conclusões medíocres. O cidadão de bem está morrendo e a polícia alegando envolvimento com drogas em todos os casos. Claro é mais fácil assim. Enquanto isso, somos reféns da criminalidade. E-mail: [email protected]  

“O que não se gasta com educação terá de ser gasto com segurança”

Antonio Alves O crescente aumento da criminalidade, nos últimos cinco anos, é uma ironia que cobra dos governos o investimento dos 18% de arrecadação de impostos da união e os 25% dos Estados e municípios. O Brasil condicionou a sociedade de maneira a necessitar desses investimentos. Há passos dados que não permitem voltar atrás e muito provavelmente o que não se gasta com educação terá de se gastar com segurança e combate às drogas. Isso já é uma realidade incontestável. Uma coisa é certa: um país sem educação é um país sem futuro. E as mudanças não passam apenas por investimento: hoje é necessário fazer o caminho de volta. Para fazer o caminho de volta é preciso repensar temas polêmicos como direitos humanos e maioridade penal, bem como a questão do trabalho do jovem adolescente. E-mail: [email protected]

“Irapuan apresenta contos dignos do grupo literário dos clássicos”

Edgar Welzel [caption id="attachment_11100" align="alignright" width="250"]cartas.qxd Livro de Irapuan tem crítica favorável de colaborador do Opção na Alemanha[/caption] Eis uma coletânea de contos com um título que, à primeira vista, se nos parece desusado e enigmático, imediatamente nos leva a refletir, a perscrutar: “Teimosas Lem­bran­ças” (Editora Kelps – Goiânia). Acostumamo-nos a usar o adjetivo teimoso em relação a uma característica, um pouco anômala, do comportamento humano. Criança teimosa, indivíduo teimoso ou mesmo algo que nos incomoda como, por exemplo, um ruído teimoso. É por isso que, em relação à lembrança ou à memória, o termo teimoso nos leva à indagação: como pode uma lembrança ser teimosa? O autor, Irapuan Costa Júnior, não se dá ao trabalho de explicar a razão do título inquisitivo. Fino observador e mestre da palavra, ele sabe que qualquer tentativa de explicação seria deturpar o leve suspense da narração. O que Irapuan modestamente chama de “historietas aqui contadas” em verdade são contos que, por seu conteúdo claro e conciso, seu estilo direto e harmonioso imbuído de originalidade e vigor, isento de qualquer prolixidade, encontram-se em pé de igualdade com os de contistas laureados nacionais e estrangeiros. São contos que bem poderiam estar ao lado daqueles do maravilhoso e seleto grupo literário que chamamos de clássicos. Quem conhece Irapuan Costa Júnior pessoalmente sente-se impressionado pela cativante naturalidade com a qual trata seus interlocutores. Este seu dote peculiarmente pessoal parece refletir-se em seus textos. Consciente ou inconscientemente Irapuan atende às seis regras essenciais de estilo de José Oiticica em seu “Manual de Estilo”: correção, concisão, clareza, harmonia, originalidade e vigor. Está tudo aí. Irapuan domina com maestria a arte de cativar o leitor com uma refinada dose de leve suspense, se bem que o “opúsculo”, como o autor pessoalmente o denomina, está longe de ser enquadrado no gênero da literatura policial. Ao terminarmos a leitura do primeiro conto, sentimo-nos atraídos de forma que acabamos lendo os demais de um sorvo só. As histórias contadas, embora passadas em lugares e épocas diferentes e com protagonistas também diferentes, têm um elo comum que as une e que se estende da primeira à última. Em todas as histórias o leitor atento encontra algo que Irapuan Costa Júnior, talvez de forma premeditada, resolve esconder. Ele esconde aquilo que levaria à explicação do título e este esconder em nada diminui a qualidade literária dos relatos. No decorrer da leitura descobrimos, em sentido figurativo, ideias, pensamentos e ações que lembram obstinação, pertinácia, insistência e procrastinação. Eis aí a razão de serem as suas lembranças “teimosas” lembranças, reminiscências, recordações que, com o passar do tempo, na maoria das pessoas, começam a diluir-se, apagar-se em consequência de um fenômeno natural com o qual nos castiga a Natureza. No caso de Irapuan, este fenômeno natural parece ter passado de lado, pois suas histórias, algumas delas vividas há quase setenta anos, são contadas de forma tão precisa e convincente que nos deixa a impressão de terem se passado ontem. Irapuan Costa Júnior, além de fino observador tem requintado talento em descrever suas observações em mínimos detalhes sem entediar o leitor. Encontramos exemplos típicos no conto “O vulto da outra”, à página 47: “... as suas doses de uísque (de Alexandre) eram maiores e consumidas mais rapidamente... Irene parecia irmã gêmea de Marta... O vestido também era como o de Marta... buscou uma garrafa de uísque da qual se serviu generosamente, por várias vezes, enquanto eu mal provava do meu copo”. Em se tratando de pessoas Irapuan parece dissecá-las metodicamente. O diálogo com Manoel Joaquim no conto “A festa dos garimpeiros”, à página 63, é apenas um dos exemplos para tal afirmação. O autor desconfia que Manoel Joaquim lhe esconda algo. Disseca-o, “espreme-o” e ao mesmo tempo cria uma situação de confiança. Só então Manoel Joaquim se abre, mas tem receio e Irapuan não quer destruir a fraca plantinha de confiança: “Fique tranquilo. Não vou falar nem fazer nada. A coisa morre aqui”. Aidenor Aires, em seu belíssmo texto “Salvados da memória”, resume já na contracapa do livro: “Afinal, como disse anteriormente, não é uma obra asséptica e neutra. Mergulha no humano e não poderia sair dessa imersão, sem a linfa das águas cristalinas ou o lodo das torrentes turvas”. Alguns dos contos têm um toque de tristeza que se esvai à medida que avançamos na leitura. Em vez de embrenharmo-nos na tristeza, alegramo-nos com a qualidade da narração, com a perfeição da linguagem, com a clareza de estilo e com o conteúdo cativante das histórias contadas. Terminada a leitura concluímos: “Belo texto, bem redigido”. Uma expressão de admiração e de louvor, um elogio que o autor não ouve. Merece ser escrito. É o que fiz. Edgar Welzel é colaborador do Jornal Opção na Alemanha. E-mail: [email protected]  

“Iris Rezende não admite ninguém com mais luz do que ele no PMDB”

Rildo Alves dos Reis A respeito da entrevista do ex-deputado Frederico Jayme (Jornal Opção 2036), quem acompanha e conhece um pouquinho da história política de Goiás com certeza vai concordar: Iris Rezende é um ma­nipulador, que excluiu vários no­mes no passado, que estavam ligados ao PMDB, porque temia que estes nomes se sobressaíssem. Ele não admite ninguém com mais luz do que ele, ou pelo menos a luz que ele julga ter. Um ótimo fim pa­ra seu reinado na política goiana se­rá mais uma surra nas urnas, que e­le vai levar não de Marconi Perillo (PSDB), mas do povo de Goiás, que não é e nunca foi gado de seu pastoreio. E-mail: [email protected]  

“MP não constatou nada contra Iris”

Fábio Carneiro Iris foi o único político que teve a vida dele e de seu pai devassada pelo MP de Goiás durante mais de 6 anos. E o MP-GO constatou que nada havia de errado na vida de ambos. E-mail: [email protected]  

“Uma vida inteira não basta para ler Machado de Assis”

Jô Mitre Sr. José Maria, seu trabalho visto na matéria “Discípula de Paulo Freire assassina Machado de Assis” (Jornal Opção 2028) remete ao Capítulo VIII de Memórias Póstumas, “Razão contra Sandice”. A nós, leitores, conforta muito: não estamos sozinhos diante do bárbaro espetáculo. Uma vida inteira não basta para ler Machado. Quem sabe o que é ler, o que é literatura e qual é a vocação do ser humano compreende isso e sabe que Machado transforma. Os que não sabem? Serão apenas “pontuais na sepultura”, como “os Hebreus do cativeiro” e “os devassos de Cômodo”. E-mail: [email protected]  

“Uso de reposição hormonal por lutadores é injusto”

Fábio Rafael Nunes cartas.qxdLi uma nota do jornalista Euler de França Belém (Jornal Opção 2032), sobre o uso de hormônios por lutadores de MMA. Acho o seguinte, jogador de futebol e basquete, por exemplo, quando perdem o vigor da juventude ou mudam de posição ou aposentam. Com lutadores, deveria ser igual. Imagine um jogador de 35 anos fazendo algum tipo de reposição. Seria injusto com os demais. Os lutadores poderiam resolver isso criando categoria de idade, mas nada de artifício não natural. E-mail: [email protected]  

“Futebol é apenas um lazer. Precisamos de vitórias no aspecto social"

Maria Ferreira [caption id="attachment_11099" align="alignright" width="620"]Marcus Brandt/EFE Marcus Brandt/EFE[/caption] A copa do mundo de futebol do Brasil chegou ao seu término com a triste surpresa da derrota que ninguém esperava para a Alemanha (foto), principalmente por ter sido uma goleada massacrante e humilhante para uma seleção que se denomina o país do futebol. E na condição de assistente social, temos que admitir que o placar elástico de 7 a 1 mostrou aos brasileiros que nem sempre a tradição predomina. Perder na própria casa e de forma humilhante, reflete na realidade do quadro social, político e econômico do país penta campeão do mundo de futebol. O consolo é que perdeu para a campeã e, por uma questão de desaforo, restou à Argentina o segundo lugar na competição. Apesar da decepção, em termos de esportes, a organização em si foi e­logiada, com arenas lotadas, turistas contentes com o clima, a festividade, os locais turísticos, o povo a­co­lhedor, poucas manifestações, as quais geram desordem (vandalismo), dentre outros aspectos positivos. A derrota humilhante da seleção brasileira para a Alemanha (7 a 1) foi inédita e levou o torcedor tupiniquim à tristeza geral. O dia seguinte foi cheio de críticas, reclamações com todos tentando achar o culpado e onde erramos. E da mesma forma, a também derrota para a Holanda por 3 X 0 confirmou que algo não está bem no futebol brasileiro. As derrotas serviram para refletir, para mostrar que não só nos esportes, como também na vida se perde e se ganha. Ninguém é imbatível. Isso ficou provado. Uma seleção brasileira, em Copa do Mundo, levar cinco gols em somente um dos tempos de uma partida de futebol, foi um desastre, uma frustração. No total, em dois jogos, levou 10 gols. Algo preocupante. Contudo, mesmo diante das derrotas para os alemães e holandeses na disputa do terceiro lugar, ficou a lição de que, do ponto de vista social e político haverá crescimento na conscientização do eleitorado brasileiro para a eleição em outubro para presidente da República. A realização da Copa foi benéfica, apresentou para o mundo um país que deseja corrigir seus absurdos, como a corrupção e a falta de seriedade em setores prioritários da sociedade, como a saúde, educação, moradia, emprego e segurança. O Brasil foi beneficiado com a entrada de divisas trazidas pelos “gringos”, chegada em massa de turistas, pessoas estas que trouxeram capital para gastar no país sede. Com isso, a economia ficou aquecida, agregando maior valor às empresas, às prefeituras e ao Estado, pois melhora a arrecadação, além de ter divulgado o Brasil aos quatro cantos do planeta, mostrando que o brasileiro é receptivo. Recebemos os estrangeiros com os “braços abertos” numa alusão ao Cristo Redentor, símbolo da cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro, onde se localiza o símbolo sagrado do futebol, a arena Maracanã. A realização da copa em si foi um acontecimento que acrescentou muito ao Brasil. Por mais que se critique em função do não investimento nas áreas prioritárias já citadas. Mesmo assim, tem sido um momento propício para reivindicar, cobrando maior seriedade no atendimento às necessidades mais urgentes da população. Contudo, mesmo com todo este clima negativo de protestos, este evento de grandeza provou ser algo favorável para o país, pela capacidade que os governantes conseguiram apresentar em termos de organização, mostrando ao mundo que se chegou à modernidade, sem se esquecer de que um país que deseja ser “primeiro mundo” deverá em pri­meiro lugar priorizar a educação (mais investimentos, valorização dos professores, melhores salários, estrutura, etc.), combater a desigualdade social com programas de redistribuição da renda, melhorar e ampliar o setor de saúde, combate ao tráfico, realizar um policiamento ostensivo, dar mais segurança e expectativa de dias melhores para a população, principalmente para aqueles excluídos dos benefícios que o capital oferece. No geral, a realização da Copa do Mundo no Brasil, independente das derrotas e pelo fato de a seleção canarinha ter saído nas quartas de final. A derrota do Brasil em campo foi desastrosa, mas que serviu para que o conjunto da sociedade civil cada vez mais organizada possa tirar lições, principalmente, do “massacre alemão”. E uma das lições é o fato de o po­vo se conscientizar na hora do voto, pois a eleição para presidente é em novembro. Afinal de contas, não se vive somente de futebol. Há outras necessidades mais prioritárias, como as já mencionadas. Através de uma mobilização social ordeira é possível obter conquistas sociais. Fu­tebol é apenas um lazer. Precisamos sim, de vitórias no aspecto social. Mas se estas conquistas viessem junto com a conquista do torneio mundial pelo Brasil, seria melhor ainda. Porém, é preciso saber perder e aprender em cima dos erros. Portanto, futebol e política podem a até se misturarem, mas a realidade cobra atitudes de nossos governantes, pois os jogadores estão bem: bons salários, mídia em cima e fama. Logo, chorar por eles é injusto. É preciso corrigir as injustiças sociais. Isto sim seria a melhor conquista. Ganhar uma Copa do Mundo de futebol seria apenas uma consequência do avanço social. Maria Ferreira é assistente social e pós-graduanda em Psiquiatria.

“Brasil condicionou a sociedade a precisar de investimentos em segurança”

Antonio Alves cartas.qxdA matéria “Índice de analfabetismo escancara descaso da população e dos governantes com a educação” (Jornal Opção Online) chama a atenção para um fato. O crescente aumento da criminalidade, nos últimos cinco anos, é uma ironia que cobra dos governos o investimento dos 18% de arrecadação de impostos da união e os 25% dos estados e municípios. O Brasil condicionou a sociedade de maneira a necessitar desses investimentos. Há passos dados que não permitem voltar atrás. E, muito provavelmente, o que não se gasta com educação terá que se gastar com segurança e combate às drogas, pois essa já é uma realidade incontestável. Uma coisa é certa: um país sem Educação é um país sem futuro. E as mudanças não passam apenas por investimento. Hoje se faz necessário fazer o caminho de volta. E para isso é preciso repensar temas polêmicos como direitos humanos e maioridade penal, bem como a questão do trabalho do jovem adolescente. E-mail: [email protected]  

“Maria do Rosário e toda essa gente querem acabar com nossa família”

Adalberto de Queiroz cartas.qxdPrezado José Maria, ex­celente o artigo “Lei da Pal­mada institui a paternidade análoga à escravidão” (Jor­nal Opção 2031). Isso confirma o que o professor-filósofo (hoje morando nos EUA, por conta das ameaças petistas) sr. Olavo de Car­va­lho traduz por interferências contínuas na vida da família. Interpreto como: “não se iludam que as leis em nosso / vosso país é feita pela ONU e desce ‘goela abaixo’ do nosso parlamento”. Essa gente, feito a sra. Maria do Rosário, quer acabar com a família. Cito de novo, Olavo de Carvalho: “(...) eles querem acabar com a família dos outros” e proteger a “família” deles. O “nós” usado nos discursos de Lula é linguagem de uma máfia que não quer criança (adolescente, jovem, adulto) trabalhando, nem quer o “duplo grau de jurisdição” da instituição familiar, quer a família desfeita, para que o estado “ensine” sexo na escola primária, perversão no intermediário e guerrilha urbana no superior. Seria o “governo mundial” gramscista? E-mail: [email protected]  

“Pessoas demonstram ser a favor da justiça pelas próprias mãos”

José Carlos cartas.qxdPego ônibus todos os dias e ouço passageiros comentando sobre diversos assuntos e temas. Assuntos ligados à segurança pública e justiça ganham cartaz. Há alguns anos, percebi a indignação das pessoas com as punições brandas a criminosos, dando a entender que o crime compensa. Percebi também que os passageiros demostraram ser a favor de se fazer justiça com as próprias mãos, pois não acreditam nas leis, como demonstrado pela matéria “Populares matam homem suspeito de assassinato em Luziânia” (Jornal Opção Online). Esse quadro não é bom para a política semidemocrática instalada no nosso país. Porém, se não houver mudanças nas leis penais, mais criminosos serão mortos ou feridos pela população honesta e trabalhadora. Acredito que muitos dos criminosos que sofreram ações de justiceiros no Brasil, cometeram diversos crimes e foram beneficiados por leis penais fracas. A OAB poderia lutar junto ao Congresso para que fosse aprovada uma lei que previsse a redução de pena somente para os réus primários, onde em caso de reincidência o criminoso iria cumprir a pena integral. Assim, com certeza, o cenário atual referente à criminalidade iria mudar e os justiceiros deixariam de existir. Sabemos que isso nunca vai acontecer, por que a OAB não comunga com esse pensamento, por motivos óbvios. E-mail: [email protected]  

cartas.qxd“Todo político deveria ter a coragem que Romário tem”

Rinaldo Lopes Sobre a matéria “Jovair Arantes chama Romário de ‘ridículo’ após receber críticas pelo Facebook” (Jornal Opção Online): O Romário fala o que pensa. Se está certo ou errado é outra história. Todo político deveria ter a coragem que ele tem. Nesse caso em particular ele está certíssimo! E-mail: [email protected]

“Sonho de todo brasileiro é ver Galvão Bueno fora do ar”

[caption id="attachment_9826" align="alignleft" width="150"]cartas.qxd Foto: Divulgação[/caption] Genilton Vaillant de Sá O maior sonho de todo brasileiro que se preza, que prima pela lisura e bem-estar do país, é ver o Brasil fora da Copa e o Galvão “nada Bueno” fora do ar definitivamente. Vai ser tudo muito benéfico para a educação e cultura que tanto almejamos para o futuro da nação. E que seja breve, muito breve! Genilton Vaillant de Sá é de Vitória (ES). E-mail: [email protected]

“Hoje eu fiquei triste, e o céu ficou alegre”

Pedro Sérgio Dos Santos [caption id="attachment_9827" align="alignleft" width="620"]cartas.qxd Plínio de Arruda Sampaio / Foto: Marcello Casal Jr/ABr[/caption] O Brasil inteiro amargou o im­pensável! Viu a seleção perder de forma vexatória para a Alemanha, a gentil Alemanha, que teve pena da e­quipe brasileira e se absteve de marcar mais que sete gols. Embora gostando de futebol e já acostumado à triste vida de torcedor frustrado — fiz um longo estágio torcendo pelo Vila Nova —, tal derrota não me abala tanto os ânimos. Hoje, contudo, no dia do jogo fiquei muito triste, triste mesmo, ao ler nos jornais sobre a morte de Plínio de Arruda Sampaio. O Brasil certamente deve mais ao velho Plínio que aos futebolistas de contas bancárias recheadas com dólares e euros incontáveis, inconfessáveis e “indeclaráveis”. Plínio sempre saiu em defesa dos que lutam na terra e pela terra para produzir o pão de cada dia com sua família. Plínio fez forte oposição ao governo do Lula no momento em que os trabalhadores eram traídos com a reforma, ou o arrombamento, da Previdência engendrada pelo PT e este tomava rumos da política convencional, no mundo dos conchavos e da corrupção. Foi dessa forma que o Plínio deixou o PT, como o profeta que anuncia e denuncia. Não tomo as dores da esquerda, mas o Plínio soube ser coerente tanto no campo ideológico como em sua vida como cidadão. Não foi presidente da República, mas certamente foi o melhor candidato que já tivemos até hoje no Brasil. Plínio soube ser político sem abrir mão de seus valores cristãos; mas certamente, em seu velório, estarão os abutres eleitoreiros que o combateram e combateram contra a sua fé católica. Deus te abençoe, Plínio. Nossa Senhora te abra os braços no tribunal dos pobres, tão bem descrito por Ariano [Suassuna], em seu “Auto da Compadecida”. Pedro Sergio dos Santos é diretor da Faculdade de Direito da UFG, advogado e professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).

“Valdir Peres só teve uma falha”

João Custódio Como falam sem pesquisar a história dos goleiros para a Copa 1982! Valdir Peres, que era destaque do time de 82, só teve uma falha. E Leão era desagregador de elencos, saiu brigado de todos os clubes. Telê Santana queria paz na Seleção. E se Leão fosse tão melhor, por que não ganhamos em 74 e 78, quando ele foi titular? Em 78, não fosse Amaral, iríamos para casa ainda na primeira fase, pois Leão falhou grotescamente numa saída de gol contra a Espanha. Quanto a Raul Plassman, ele foi o primeiro goleiro convocado por Telê em 1980 (era o preferido do treinador), mas falhou tanto na Seleção que não foi mais chamado. É só pesquisar a história. Valdir estava muito bem no gol da seleção e hoje o sacrificam por uma única falha. E-mail: [email protected]

 “Machado de Assis não é uma divindade da qual não se podem mudar os verbos”

Epaminondas Silva A escritora-empresária Patrícia Secco confunde ciência com religião e o José Maria Silva, na matéria Ministério da Cultura confunde ciência com religião ao falsificar Machado de Assis (Jornal Opção 2029), confunde Machado de Assis com alguma divindade, da qual não se pode nem mudar os verbos. Machado de Assis é intocável. Mas um “A Filosofia de Sir Isaac Newton Explicada para o Uso das Damas”, pode. Pergunto-me se tal obra manteve original o conhecimento do cara da maçã ou quem sabe, “simplificou”. E continua o julgamento do mérito em se escrever apenas livros que aumentem a altura do pedestal em que colocaram o pobre Machado. Se vamos entrar no mérito, o que seria preferível: gastar R$ 1 milhão por renúncia fiscal num livro ruim ou deixar a gaita ir para o saco comunal do governo, que bem sabemos, só tem a missão de sustentar a si próprio? O que é curioso na insistência do assunto é que no fundo, se tem a expectativa que salvaremos nossos filhos da ignobilidade de lerem Machado no original. A Patrícia Secco leu o original. E ainda cometeu a heresia de reescrevê-lo. E quando a Globo adaptou o conto nos anos 1990, num especial de uma hora? Será que a transcrição de uma mídia para outra poupou todas elucubrações do Bacamarte, transmitindo exatamente a complexidade machadiana? Claro que não. Adaptações não são feitas para preservar original, são feitas para proliferar uma estória. Eventualmente, como tributo à obra original e seu criador. Mas adaptação perfeita? Só se ambas as peças são muito ruins. Senão, vai ser impossível. Mas não me lembro de ninguém indo ao Facebook nos anos 90 para reclamar da adaptação da Rede Globo. E-mail: [email protected]

“É isso, o velho Crísias tinha razão”

Adalberto de Queiroz Muito boa a crônica “O universo que me perdoe, mas o tempo podia pas­sar mais lento” (Jornal Opção 2032) escrita pelo André Gomes. Lem­brei-me de Antonio Tabucchi, em “O Tempo Envelhece Depressa”: “(...) e quem sabe por que viu a imagem de um menino que, pela mão da mãe, volta de uma feira do interior, a feira acabou, é domingo à noite e o menino carrega um balão amarrado no pulso, segurando-o orgulhoso feito um troféu e de repente, pff, o balão murcha, alguma coisa furou o balão, talvez o espinho de uma sebe? Sentiu-se como aquele menino que de repente se via com um balão vazio nas mãos, como se alguém o tivesse roubado, mas não, o balão ainda estava lá, tinham somente retirado o ar de dentro. Então era assim, o tempo era ar e ela o tinha deixado escapar por um buraquinho minúsculo que não tinha percebido? Mas onde estava o furo? Não era capaz de vê-lo.” É isso, o velho Crísias tinha razão: “Seguindo a sombra, o tempo envelhece depressa” (legenda do livro de AT, fragmento pré-socrático, atribuído a Crísias). E-mail: [email protected]

“Alemanha provavelmente teria ganhado a guerra”

Luiz Caldas Sobre o artigo “Melhores generais da Alemanha não obedeciam Hitler” (Jornal Opção 1878) A Alemanha perdeu devido à obediência cega a um lunático. Se não houvesse aberto duas frentes (ao atacar a União soviética em 1941) provavelmente teria ganhado a guerra. Hitler era um lunático declarado, mas hoje não estamos convivendo com outros, porém de forma velada? Qual a diferença do ataque à Polônia em setembro de 1939 com o do Iraque recentemente? Os motivos são os mesmos: econômico. O atual xerife do mundo defende direitos humanos (motivo oficial do ataque ao Iraque), mas lançou duas bombas atômicas em alvo civil. O Japão atacou sem declarar guerra, mas o alvo foi militar. E-mail: [email protected]

“FHC e PSDB são neoliberais, não liberais”

Wesley Gomes Sobre o artigo “A imbecilidade neoliberal” (Jornal Opção 1979): O neoliberalismo de fato existe, mas ele é confundido pela intelectualidade esquerdista com o liberalismo clássico. O neoliberalismo não é nada mais que uma nova forma de intervencionismo, o que pode ser visto no Con­senso de Washington. O neoliberalismo defende um estado “menos intervencionista” e “mais eficiente”, onde há uma boa margem para a economia de mercado, mas onde essa economia ainda fica submetida aos caprichos do Estado. O liberalismo clássico, por outro lado, defende totalmente a economia de mercado e há economistas que são minarquistas, achando que deve existir o Estado mínimo, que não deve influenciar em quase nada na economia. Há também entre os economistas austríacos os anarco-capitalistas — que defendem a abolição completa do Estado. Segundo eles, o Estado distorce o valor conferido à propriedade privada. Então o neoliberalismo não é nada mais do que o liberalismo clássico adaptado ao paladar socialista. Os marxistas dogmáticos insistem em dizer que o neoliberalismo é sinônimo de liberdade de mercado, quando, na verdade, não é. Mesmo assim essa política ainda defende uma economia planificada. Um exemplo de países com economias liberais está na lista da Heritage Foundation, que mostra os países que têm o maior índice de liberdade econômica. É preciso ver os que estão no topo e os que estão na lanterna. Dessa forma, podemos afirmar que o FHC e o PSDB são neoliberais, mas eles não são liberais, pois defendem um “estado musculoso” (expressão do próprio FHC). Mesmo assim eles são considerados capitalistas e pró-mercado, pois devido à intoxicação ideológica marxista nas universidades e escolas, mesmo no neoliberalismo há mercado de mais. O certo, segundo os marxistas, seria uma economia totalmente planificada (como em Cuba) ou semiplanificada (deixa uma parte minúscula parcialmente livre e o resto amarrado, como ocorre na China e no Brasil). E-mail: [email protected]

“Brasil condicionou a sociedade a precisar de investimentos em segurança”

Antônio Alves A matéria “Índice de analfabetismo escancara descaso da população e dos governantes com a educação” (Jornal Opção Online) chama a atenção para um fato. O crescente aumento da criminalidade, nos últimos cinco anos, é uma ironia que cobra dos governos o investimento dos 18% de arrecadação de impostos da União e os 25% dos Estados e municípios. O Brasil condicionou a sociedade de maneira a necessitar desses investimentos. Há passos dados que não permitem voltar atrás. E, muito provavelmente, o que não se gasta com educação terá que se gastar com segurança e combate às drogas, pois essa já é uma realidade incontestável. Uma coisa é certa: um país sem Educação é um país sem futuro. E as mudanças não passam apenas por investimento. Hoje se faz necessário fazer o caminho de volta. E para isso é preciso repensar temas polêmicos como direitos humanos e maioridade penal, bem como a questão do trabalho do jovem adolescente. E-mail: [email protected]

“Pessoas demonstram ser a favor da justiça pelas próprias mãos”

José Carlos Pego ônibus todos os dias e ouço passageiros comentando sobre diversos assuntos e temas. Assuntos ligados à segurança pública e justiça ganham cartaz. Há alguns anos, percebi a indignação das pessoas com as punições brandas a criminosos, dando a entender que o crime compensa. Percebi também que os passageiros demostraram ser a favor de se fazer justiça com as próprias mãos, pois não acreditam nas leis, como demonstrado pela matéria “Populares matam homem suspeito de assassinato em Luziânia” (Jornal Opção Online). Esse quadro não é bom para a política semidemocrática instalada no nosso país. Porém, se não houver mudanças nas leis penais, mais criminosos serão mortos ou feridos pela população honesta e trabalhadora. Acredito que muitos dos criminosos que sofreram ações de justiceiros no Brasil, cometeram diversos crimes e foram beneficiados por leis penais fracas. A OAB poderia lutar junto ao Congresso para que fosse aprovada uma lei que previsse a redução de pena somente para os réus primários, e em caso de reincidência o criminoso iria cumprir a pena integral. Assim, com certeza, o cenário atual referente à criminalidade iria mudar e os justiceiros deixariam de existir. Sabemos que isso nunca vai acontecer, por que a OAB não comunga com esse pensamento, por motivos óbvios. E-mail: [email protected]

“É da competência da União legislar sobre transporte interestadual”

Allan Barreto O Projeto de Lei citado a matéria “Projeto de Lei cria mecanismos para identificar torcidas organizadas” (Jornal Opção Online), é uma bobagem e uma inconstitucionalidade. Apenas no transporte interestadual a lei obriga o passageiro a identificar-se, mas apenas no momento do embarque. Tam­bém, é da competência da União legislar sobre o assunto e, ao Estado, cabe licitar e fiscalizar o serviço intermunicipal. E-mail: [email protected]

“São necessários mais investimentos nas licenciaturas”

Edergênio Vieira O projeto destacado na matéria “Escolas brasileiras poderão ser obrigadas a garantir fluência oral ao ensinar língua estrangeira” (Jornal Opção Online) é louvável. Todavia, não será garantido por força de lei. São necessários mais investimentos nas licenciaturas, que em geral são ofertadas por instituições públicas. Por exemplo, os cursos de letras em língua estrangeira deveriam garantir pelo menos um ano de imersão na língua com aulas práticas fora do país. Só aprendemos a falar uma língua falando. Só seremos fluentes tendo contado com o falante estrangeiro nativo. A gramática normativa deve ser entendida como mais um elemento da língua. Na aquisição da língua, não deve ser o único, uma vez que existem outros métodos. Acredito que estamos começando a entender isso. Porém, ainda muitos alunos viciados em saber estruturas que por si só ficam anacrônicas e obsoletas... Já dizia Ferdinand de Saussure: a língua foi imposta ao indivíduo, enquanto a fala é um ato particular. A soma língua + fala resulta na linguagem. Logo, devemos auxiliar nossos alunos no desenvolvimento da linguagem dotando nossos alunos das condições necessárias de leitura e interpretação do mundo, construindo assim seu próprio discurso. Dessa forma, resumir o ensino à mera gramática é engessar todos naquela que Carlos Drum­mond de Andrade chamou de “Amazonas da minha ignorância”. E-mail: [email protected]

Copa do Mundo e a seleção brasileira de pessimistas

Edêrgenio Vieira [caption id="attachment_9073" align="alignleft" width="1002"]Foto: Ryan Pierse/FIFA Foto: Ryan Pierse/FIFA[/caption] Desde que o craque Andres Iniesta, da seleção espanhola, fez o gol na prorrogação na final da Copa da África do Sul, contra a Holanda, o mundo do futebol voltou os olhos para o Brasil. A Holanda é aquela que produziu a famosa “Laranja Mecânica”, time que jogava como uma orquestra, regida, é claro, por um maestro elegante de nome Johann Cruijff. Era uma equipe extremamente tática, fazia a bola rolar de pé em pé, em jogadas ensaiadas com admirável talento coletivo. Qualquer semelhança com o “tik tak” espanhol — apesar de o relógio dar sinais de que quebrou — não é mera coincidência. O nome Laranja Mecânica foi inspirado no filme homônimo do excelente Stanley Kubrick. É bem provável que o intelectual José Maria e Silva tenha assistido não uma, mais inúmeras vezes o filme, como também lido o livro de Anthony Burgess, de 1962, que inspira a adaptação para o cinema. Infiro que o sr. Silva tenha contemplado e analisado este que é um dos clássicos da sétima arte, por isso não falarei do enredo: torna-se dispensável. Gostaria de destacar uma das características do protagonista: Alex DeLarge (Mal­colm McDowell) é um sociopata carismático, cujos interesses incluem música clássica (principalmente Beethoven), estupro e ultraviolência. Ele lidera uma pequena gangue de arruaceiros (Pete, Georgie e Dim), a quem ele chama de drugues (da palavra russa друг para “amigo”, “camarada”). Alex narra a maioria do filme em Nadsat, gírias adolescentes compostas por corruptelas de idiomas eslavos (principalmente russo), inglês e cockney. Aqui eu recomendo àqueles que não conhecem o livro nem o filme assistam ou leiam. As duas obras são “fantabulosas”. O leitor deve se perguntar: mas o que o filme “Laranja Mecânica” tem a ver com o habilidoso articulista do Jornal Opção, José Maria e Silva? Penso eu que Alex, o protagonista do filme, lembra um pouco, um pouquinho, o sr. Silva. José Maria e Silva está sempre disposto a vociferar contra tudo e contra todos. Seus ataques dirigem-se quase sempre a três temas: as cotas, a educação brasileira e, como não poderia deixar de ser, ao PT e “tudo que ele representa”. No artigo intitulado “Copa do Mundo prova que a doença do Brasil é o futebol” (Jornal Opção 2032), Silva elege mais um item ao qual decide vociferar. Aquele que é o esporte preferido de oito em cada dez brasileiros: o futebol. José Maria e Silva faz parte de uma seleção brasileira de pessimistas, que inclui: Olavo de Carvalho, Demétrio Magnoli, Diogo Mainardi, entre outros. Mainardi, Magnoli e Carvalho adoram ser tratados como pessimistas. José Maria e Silva, para usar uma metáfora futebolística, também joga nesse time. Contudo, o pessimismo de Silva, não é nada sedutor e lírico como um pessimismo schopenhaueriano. Está, aliás, longe disso. Zé Maria — permita-me chamá-lo assim camarada? — me traz à memória o nome do lateral direito da seleção brasileira de 70 e 74, considerado o melhor lateral direito da história do Corinthians. Pronto, Zé Maria. Está aqui a deixa para sua tréplica. Fale do Corinthians, que graças ao Lula construiu o Itaquerão com dinheiro público, do BNDES, o mesmo BNDES que turbinou as finanças e transformou o Grupo JBS do antes postulante ao governo de Goiás, Júnior Friboi, em um dos maiores conglomerados financeiros do mundo. Esse é o capitalismo à brasileira, financiado com dinheiro público… Zé Maria, na ânsia de criticar e soltar sua inconfundível verborragia, recheada de referências a Marcel Proust ou mesmo Agatha Christie acaba transformando seu texto num “samba do crioulo doido”. Com toda reverência e respeito ao samba e ao crioulo que, se sabe sambar, nunca poderia ser doido, pois já diz a letra, “quem não gosta de samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé”. A Copa é o menor dos nossos problemas, caríssimo Zé Maria. Aliás, quem dera nosso problema fosse a Copa. Os mesmos que criticam a Copa no Brasil, e José Maria é um deles, seriam os primeiros a vociferar contra o PT e dizer de sua incompetência em não conseguirem trazer a Copa para o Brasil, caso esta estivesse acontecendo em outro país. Diversos autores românticos do Século XVIII no velho continente — aqui cito Herder, mas existem outros — acostumaram-se a criar identidades nacionais como fantasias sociais e psicológicas de massas com a capacidade de identificar um povo consigo mesmo. Logo, percebemos que ao alemão cabe a disciplina e o amor à ordem; aos britânicos, o espírito mercantil e a práxis do autogoverno; aos franceses, a “joie de vivre” e amor à liberdade, igualdade e fraternidade. Inúmeros autores, de Hegel a Ranke, afirmam que os povos que são incapazes de forjar tais assinaturas estavam fadados a não desempenhar qualquer papel na história. Logo, sob o viés culturalista e romântico, que permanece vivo na expansão das ideologias radicais do século XX e XXI, acredita-se que um povo para se afirmar, enquanto nação, enquanto tal deveria ser, impreterivelmente, um portador de cultura própria e capaz de identificá-lo no conjunto do concerto das nações. Muitos intelectuais brasileiros — cito Sérgio Buarque de Hollanda, Caio Prado Junior ou mesmo Gilberto Freyre — procuraram, no primeiro quarto do século passado, estabelecer a especificidade da cultura brasileira, de ser brasileiro, sua natureza e seu sentido. Ora, o que há de mais brasileiro do que o futebol, senhor Zé Maria? Não misture alhos com bugalhos ao dizer que “Torcer pela Seleção Brasileira nesse momento é como comprar droga na boca de fumo e fazer de conta que esse ato não financia o tráfico”. O futebol nos explica a capacidade do povo, em especial dos negros brasileiros, em apropriar-se de complexos culturais europeus e reproduzi-los enquanto marcador original da cultura brasileira. Nós nos apropriamos do futebol europeu, britânico em suas origens, tanto que nos primórdios do esporte bretão um bom capitão de time que se prestasse deveria ter em seu repertório um vasto conhecimento na língua da Rainha. Esse mesmo esporte elitizado e britânico em sua gênese foi reinventado por nós brasileiros, pelos negros como parte da resistência cultural, rompendo com as regras das elites nacionais, abrindo as portas das equipes de futebol para o povo e conquistando para sempre o coração de todos os brasileiros. O futebol explica nossa irreverência, nossa ginga, nosso jogo de cintura para driblar a falta de hospitais, educação precária, o trânsito caótico e o transporte coletivo. O futebol pa­ra alguns, especialmente aos negros é a maneira mais rápida para ascender socialmente. Porque o futebol é ainda o que nos resta, mesmo que seja vendo de longe e pela TV. E, como todo brasileiro, também vou dar uma de gato-mestre: comecei falando da Holanda e do Carrossel Holandês e termino com eles, acho que essa vai ser campeã. Edergênio Vieira é professor de Políticas Públicas em Educação no Instituto Federal de Ciências e Tecnológica de Goiás IFG/Campus Anápolis.

“Estava em Goiânia quando cassaram Iris Rezende”

Athos Cardoso cartas.qxd A versão apresentada na matéria “A verdade sobre o golpe militar em Goiás” (Jornal Opção 2021) merece uma profunda investigação. Logo depois da cassação do então governador Mauro Borges, já capitão, fui transferido do BGP para o 10º BC em Goiânia. Havia lido “Torturados e Torturadores” que tratava muito do caso dos poloneses e da cassação, totalmente absurda, do Mauro. Estava em Goiânia quando cassaram o então prefeito mais jovem do Brasil, Iris Rezende. Foi uma comoção no quartel. Todos gostavam dele, do coronel comandante ao cabo corneteiro. Não houve jeito, o moço foi cassado. Eu estou colhendo dados para escrever “O Ovo da Serpente”. Em Goiânia, graças a uma politiquinha de “caipiras”, foi criando forma a serpente dos atos que resultou no AI-5. É preciso investigar mais. Pena que esta “Comissão da Meia Verdade” é parcial e não aceita colaboração. Email: [email protected]

“Os brasileiros não assumem seus papéis”

Barbara Esteves Acho engraçado como sempre os brasileiros querem buscar apenas um “bode expiatório”. Para mim, o grande problema do Brasil é que as pessoas não assumem seus papéis. Os legisladores não legislam; os assessores não assessoram; os engenheiros não fazem projetos decentes; os gestores não fazem gestão. E por aí vai. Certamente a figura da presidente Dilma Rousseff é a mais alvejada e cobrada por todos. Todavia, é incongruente pensar que os “problemas do Brasil se iniciaram ou estão sendo piorados pelo governo do PT”. Os brasileiros, a meu ver, devem assumir a responsabilidade de suas escolhas e apoiar medidas que nos aproximem da justiça social, aproveitando que hoje não se pode esconder esqueletos no armário como 15, 20 ou 30 anos atrás. E-mail: [email protected]

“Ainda me lembro como a economia interferiu em nossas vidas”

Luciane Lima cartas.qxd Praticamente um ano após a publicação deixo meu comentário. Sou filha do agricultor Valdecir mencionado na matéria “A saga de um povo em busca de uma moeda” (Jornal Opção 1957). A matéria diz: “Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o agricultor Valdecir Ferreira Lima, ao tomar conhecimento de que todo seu dinheiro aplicado no overnight para a educação dos filhos estava bloqueado, fez algo completamente irracional: arremessou seu Chevette contra as vidraças de uma agência do Banco Safra”. Até hoje me lembro com muito horror sobre como a economia interferiu ferrenhamente em nossas vidas, de todos os brasileiros, e como sempre atingindo os mais fracos. Email: [email protected]

“As pessoas são muito hipócritas sobre animais em laboratório”

Mariana Maciel Concordo plenamente com o que disse o professor Elder Sales no artigo “E se não usássemos os animais... ou vegetais?” (coluna “Bio Lógica”, Jornal Opção On-Line). As possibilidades de estudo para formas de cura, de medicamentos, vacinas etc. ficariam muito limitadas, se é que haveria possibilidades. As pessoas são muito hipócritas em dizer que não se deve fazer isso com os animais, pois na hora em que é lançado na mídia que a cura foi encontrada para determinada doença são os primeiros a comemorar. Sequer se lembram de que, para se chegar àquele resultado, foram feitos diversos estudos e testes em animais. Os cientistas não estão ali para maltratar ou torturar os bichos, mas, sim, para buscar formas de melhorar, qualificar os meios de reabilitação em saúde. Olhando para a situação dos animais, é claro que a gente se sente mal, mas até então é a forma mais viável para fazer estudos das reações de medicamentos, aparelhos e demais técnicas simulando o corpo humano, possibilitando então a evolução do conhecimento científico sobre as formas de cura em saúde. E-mail: [email protected]

“Ética virou palavrão na política brasileira”

Josuelina Carneiro A palavra ética pode ser considerada palavrão entre os políticos que vêm de todas as regiões do Brasil para a capital. A maioria da população brasiliense, como a do País inteiro, reclama da desonestidade e da falta de ética reinantes na vida pública. Os deputados federais Luiz Pitiman (PSDB-DF) e Antônio Reguffe (PDT-DF) parecem sérios e éticos, mas, em meio aos velhos, viciados e trambiqueiros políticos, pouco poderão fazer. O velho modo de fazer política ainda continua. Ou seja: aumento para o servidor público, shows artísticos (que adoçam a boca dos mais humildes e menos esclarecidos, ou a turma do que “eu quero é aproveitar”), distribuição de lotes, cestas básicas, bolsas variadas, construção de casas sem infraestrutura e por aí vai. Após fazer seu pé de meia e usufruir dos privilégios, o político em geral deixa o rombo para o sucessor pagar. É assim que funciona. O Brasil caminha para a fa­lên­cia total. Eles abarrotam as instituições com comissionados e assessores em retribuição pelo bem que lhes fizeram, elegendo-os. Na hora de tomar decisão drástica para conter a sangria desatada com a verba pública, eles não se arriscam. Empurram o problema. Coragem e determinação são coisas que lhes faltam. Se a folha de pagamento dos servidores ultrapassa a arrecadação, o que eles fazem? Protelam. Não querem ser vistos como antipáticos e insensíveis perto de ano eleitoral. O ideal seria mão de ferro para conter o descontrole reinante, seja em Goiás ou em outro Estado. Político sério é aquele que tem o desprendimento de perder algo que muito lhe interessa se for em benefício do País e da população. Conhece algum? E-mail: [email protected]

“Goiânia não tem identidade”

Carlos Augusto Silva cartas.qxdNos links da Rede Globo antes do jogo Brasil 4 x 1 Camarões, mostrando as capitais, vi como eu tenho razão a respeito de Goiânia: uma cidade cuja identidade é não ter identidade alguma. Essa, inclusive, foi minha resposta ao filósofo Roberto Machado quando passeávamos pelo Rio em 2012 e ele me falava, nordestino que é, de seu amor pelo Rio, cidade que escolheu para viver, ao me perguntar a respeito de Goiânia. Em Salvador, em Recife, em Sampa, no Rio, a tradição aparecia no canal global — as pessoas na rua, os traços característicos. Em Goiânia, um bando de gente insossa em um bar da moda, uma dupla “sertaneja” que de sertaneja nada tem: cabelos com chapinha e camisetas baby look cantando letras que em nada refletem uma realidade rural. A TV Anhanguera, previsível e deslumbrada, com seu time de repórteres despolitizados que sonham em ser atores da novela das oito, optaram pelo óbvio burguês idiota de Goiânia. Diferen­temente do Recife, de Salvador com o Olodum, de Sampa com o Vale do Anhangabaú, do Rio com a alegria imersa em samba no meio da rua. Goiânia não tem identidade, e por isso sempre achei essa cidade tão triste, tão pálida, tão sem — sem isso, sem aquilo, sem nada. Quisera eu ter visto cantos de vitória ao som de passos de catira, traços verdadeiramente caipiras, berrantes tocando, e não uma dupla “sertaneja” acéfala com canções de que ninguém se lembrará daqui a dois meses. Essas coisas rurais que preferiria ter visto nada têm a ver comigo, com meus gostos, mas reconheço-as como coisas legítimas de Goiás. Não estou virando as costas para os traços do meu Estado, apenas desejando uma forma mais legítima de se colocar no mundo dos habitantes dessa terra em que nasci. Triste constatação. Nesse caso, como é horrível ter razão. Carlos Augusto Silva é professor de Literatura, escritor e crítico literário.

“Xingamento à presidente mostra nossa incapacidade de debater”

José Hélio cartas.qxdEm relação ao comentário que o ministro-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, fez sobre o xingamento à presidente Dilma Rousseff (PT) na abertura da Copa, tenho a dizer que infelizmente ações como essa não justificam nem alteram o quadro lamentável da nossa atual conjuntura. Mostram apenas nossa real falta de educação, forma comum de expor nossa incapacidade para debater, para criar novas discussões. É mais fácil falar palavrão ou brigar que tomar outras altitudes. Não da para entender certas altitudes, contraditórias diante dos fatos. Quanto à aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa, creio que existe algo muito sério por trás disso. Não há razão para alguém como ele se aposentar tão cedo. Vai sair em seu momento de destaque. E-mail: [email protected]

“Excelente texto de Cezar Santos”

Valério Seccadio Excelente o artigo “Se torcedor vaia até minuto de silêncio, por que não vaiaria Dilma?” (Jornal Opção 2033), de Cezar Santos na coluna “Ponto de Partida”. Fazia tempo que eu não via, na internet, texto tão bem elaborado e preciso. E-mail: [email protected]

“Condenam as pesquisas, mas usam o que vem delas”

cartas.qxd Rogiane Oliveira De fato, existem linhas de radicalidade e de radicalismos para qualquer questão, seja política, religiosa, social... e a ciência, certamente, não seria exceção. Radicalidade aconteceu e acontece todas as vezes que pessoas inquietas, indignadas e inconformadas com certa realidade resolvem ser e fazer diferente. Foi talvez o que pensaram os primeiros cientistas, cansados do empirismo mal fundamentado, ao decidir dar luz às propostas de cura por medicamentos, por exemplo, usando animais. Isso foi radical, em uma era cheias de tabus, conceitos indissolúveis e preconceitos. Agora, radicalismo foi quan­do Hitler, por exemplo, quis provar a “pureza” da raça ariana eliminando todos os que pudessem ofender sua genética perfeita. Talvez se ele tivesse usado ervilhas ou ratos, funcionasse também. Mas, ele aderiu ao “ismo” para sua cau­sa. Assim, são aqueles que con­denam as pesquisas com animais. Usam e abusam de tudo o que advém delas, mas adoram a pose de um suposto respeito à natureza. Ainda não considero que os animais vêm sendo abusados pelos seres humanos nesse sentido. Diferentemente, por exemplo, daqueles que têm um cãozinho em casa, dizendo ser este seu melhor amigo, e o deixam morrer de fome. Ou de alguns mauricinhos que botam fogo em índios ou num cavalo i­nocente no meio da rua. As­sim, quando um ratinho é mor­to num laboratório, por mais que o cientista não sinta um mí­nimo de remorso, o ecossistema não acabou ali. Muito pelo contrário. Foi mais uma tentativa para combater o câncer, a aids ou a ignorância de alguns. E-mail: [email protected]

“Escolher entre a brasa e o espeto”

Edergenio Vieira A democracia representativa nasce dos ideias da Revolução Francesa. Lógico que o modelo de democracia que temos, inclusive esse que existe em quase todo o Ocidente, origina-se da Grécia, mas essa democracia, que alguns dizem ser democracia burguesa, não à toa vem da França pós-revolução burguesa, em 1789. Essa democracia, foi responsável por grandes avanços no mundo ocidental contemporâneo, mas faliu. Isso mesmo, leitor, a democracia representativa faliu. A prova disso é que um dos motes para instituição de regimes democráticos é a alternância de poder. Contudo, ao ver uma cha­pa com Iris Rezende (PMDB), Ronaldo Caiado (DEM) e Armando Vergílio (SDD), isso é prova estrondosa de que é o velho “muda para não mudar nada”. Qual a diferença de um projeto Marconi para um projeto Iris-Caiado-Armando? Nenhum. São todos representantes do projeto das elites goianas e lutam pelo poder não pelo “povo” (termo amplamente genérico), mas por seus próprios umbigos. Pobres de nós, ter de escolher entre a brasa e o espeto. E-mail: [email protected]

O silêncio dos inocentes: a polêmica sobre o caso do padre César Garcia

Rafael Carneiro Rocha Qualquer pessoa adulta que viva em sociedade deve ter a imaginação devidamente abastecida de episódios que envolvem relacionamentos entre homens e mulheres. Temos um repertório considerável de exemplos reais (vindos da família, dos amigos e dos vizinhos) e imaginários (vindos dos filmes, dos livros, das músicas e das novelas) de juras de amor eterno, paixões arrebatadoras, namoros secretos, crimes passionais e adultérios. Somos muito hábeis para reter informações sobre relacionamentos dos outros, mas temos também, graças à nossa inteligência, a capacidade de emitir juízos sobre esses assuntos. Quando lemos uma notícia sobre um crime passional, opinamos facilmente que, se um determinado namorado amasse, verdadeiramente, a jovem amada, ele não a teria assassinado brutalmente por uma crise de ciúmes. Quando sabemos que uma mulher é avisada, de antemão, pelo marido que ele dá escapulidas periódicas, mas que ainda assim, pretende manter o casamento, nos compadecemos facilmente com a indignação dela. Os nossos juízos, nestes casos, são fundamentados a partir de convicções bastante razoáveis. A razão, simplesmente, nos orienta a repudiar o que é contraditório ao conceito do qual pensamos. Imaginemos o seguinte jogo, cujo conteúdo é tão somente um acordo de razão. Duas pessoas aceitam, livremente e de comum acordo, um dado princípio. Uma delas desobedece, em seguida, àquele princípio. Se formos solicitados, a partir desse caso, a utilizar a razão para apontar quem está certo e quem está errado, não teremos dificuldade alguma em estabelecer essa relação. Quem guardou o princípio está certo e quem o desobedeceu está errado. Infelizmente, certos debatedores públicos, por falharem no exame meticuloso dos conteúdos dos quais opinam, ao considerarem um impasse entre dois elementos de um problema como uma rivalidade entre quem tem razão e quem não tem, não hesitam em considerar como certo o traidor do princípio e, como errado, o guardião. Isso ocorre, na maioria das vezes, não porque quem faz o discurso é, necessariamente, um estúpido, mas porque adotou como ponto de partida um conceito precário. Se retornarmos ao exemplo do namorado assassino, caso nos fosse acrescentado que esse indivíduo defendia, conceitualmente, que tinha amor pela vítima, a nossa razão nos inclinaria a afirmar que ele a amava segundo critérios precários. A possibilidade de assassinar uma pessoa por causa de ciúme não é algo que uma pessoa sensata atribuiria à definição de amor. De qualquer forma, esse é um exemplo de reconhecimento imediato da vítima. Somente um advogado cínico, de boa retórica, poderia defender aquele namorado. Por outro lado, em alguns casos, precisamos examinar com mais agudeza as regras do jogo para que não tachemos como vítima o elemento que fugiu do compromisso assumido. Imaginemos, portanto, um contexto em que dois elementos, livremente e de comum acordo, estabelecem que o amor seja explicado a partir de atributos estabelecidos por uma tradição religiosa, tais como obediência e fidelidade ao Magistério. O elemento daquele contexto que atribuir conceitos que contradizem a tradição religiosa estará, no âmbito da análise racional, errado. Isso se explica porque a afirmação de tal erro parte de uma imposição da nossa própria razão, e não dos conteúdos daquele credo. O observador externo àquele contexto, que tem dúvidas acerca dos conceitos da religião, pode participar legitimamente de um debate racional, mas será fatalmente irracional o elemento que aceitou o acordo religioso e que quer mantê-lo paralelamente à sua desobediência aos princípios dos quais jurou livremente ser um fiel guardião. É nesse sentido que se deve aplicar coerência de princípios à Arquidiocese de Goiânia, que recentemente emitiu uma polêmica nota, com o seguinte trecho: “O Pe. César recebeu a ordenação sacerdotal aos 12 de dezembro de 1984, pela imposição das mãos de Dom Fer­nando Gomes dos Santos, primeiro arcebispo de Goiânia. Na ocasião, o novo padre assumiu o grave compromisso de anunciar a Boa Nova, ensinar a doutrina católica, administrar sacramentos e oferecer bênçãos segundo a Tradição da Igreja e em comunhão com o Magistério Eclesiástico. O neossacerdote assim se comprometeu livremente, sendo acolhido como padre diocesano, um colaborador do ministério dos arcebispos de Goiânia”. Talvez estejamos entorpecidos por relatos de amor que nos vêm das fofocas dos vizinhos, dos slogans politicamente corretos e da cultura popular, de modo que não nos preocupemos mais em refletir sobre os princípios que regulam histórias de amor cada vez mais raras. Talvez o compromisso de um sacerdote em amar a Igreja seja algo estranho aos nossos entendimentos exigentes por exemplos “práticos”, imediatos e tanto mais sensacionalistas para que possamos compreendê-los devidamente. O problema é que um conceito de caráter misterioso como o amor, não se revela necessariamente a partir de estardalhaços retóricos, de discursos autopiedosos e de preferências apetitivas. A própria Igreja nos propõe a amar muito mais a partir de um convite ao profundo exame de consciência do que no conhecimento dos discursos de seus dois milênios de Magistério vigoroso e rico sobre o assunto (ainda mais a partir de frases selecionadas do papa, interpretadas fora do contexto da tradição de que ele é o depositário principal). No contexto da tradição católica, todos aqueles que são tidos como exemplos de pessoas que muito amaram, muito se re­colhiam em orações, meditações e mortificações silenciosas. Antes de falar de amor, é preciso se calar um pouco. O silêncio é bom para todos. É bom para os parceiros de negócios, para os ateus, para os indecisos, para os estudantes, para os casais, para o jovem que precisa discernir se deve ou não ser sacerdote e para os debatedores públicos, que precisam escolher argumentar a partir de princípios bem fundamentados. Rafael Carneiro Rocha é servidor público, jornalista e especialista em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás (Ifiteg).

“Que exemplo estamos dando a nossos filhos?”

Edna Freitas Sobre a nota “‘Foi um horror’, diz Joaquim Barbosa sobre xingamentos contra a presidente Dilma” (Jornal Opção Online), que exemplo esses pais estão dando para seus filhos? Estamos no fim do mundo mesmo. Se achamos que o governo não esta correto, então vamos mostrar para eles que somos piores? Não concordo com as atitudes dessas criaturas, que ao invés de dar o bom exemplo, vão ao estádio fazer baixarias para que os outros países vejam como o Brasil está ficando. Concordo com o sr. ministro. E-mail: [email protected]  

“Gestão da Cemig é um exemplo a ser seguido”

Helton Junior A Celg sempre foi usada como instrumento de fornecimento de financiamento de campanha de políticos inescrupulosos. Os gestores sempre foram políticos. Estava na cara de que nunca iria para frente. Apontem-me alguma coisa que um político, nos tempos atuais, fez, que não teve o intuito de levar o dele? Parabéns aos gestores da Cemig [Companhia Energética de Minas Gerais], um exemplo a ser seguido. Uma pena Goiás não ter sido gerido por vocês. E-mail: [email protected]

“Verdade contada e sentida nas obras de Gabriel García Márquez”

Serginho Brasil Ao passo que li cada linha do artigo “Nunca consegui sair de Macondo”, de Larissa Parente (Jornal Opção 2031, caderno Opção Cultural), percebi que os admiradores de Gabo (olha a minha intimidade) sentem toda a paixão que esse homem dedicou sobre cada palavra de suas obras. Mais do que isso, somaram às suas vidas a verdade contada e sentida em cada obra. Sinto não escrever sobre a morte, ela que vem para tirar o homem de dentro do mundo que ele construiu. E-mail: [email protected]

“Grande dom para a escrita”

Lenna Borges Encantada com o texto de Larissa, apesar de conhecedora de sua admiração/paixão por Gabriel García Márquez. Não tenho intimidade (ainda) de chamá-lo pelo apelido carinhoso. Estou tentando (ano corrido demais) ler sua maior obra, por sua influência, e assim compartilhar contigo minhas considerações. Abraços, você tem um grande dom para a escrita. Pratique mais vezes. E-mail: [email protected]

“Barbosa se aposenta por ser honesto”

Josuelina Filgueiras Creio que a antecipação da aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa é devido a sua honestidade. Não deve ser fácil para ele abrir mão de seus princípios, relevar aquilo que considera errado, fora da lei. Dizem que ele é orgulhoso, vaidoso, sei mais lá o quê. Se fosse, não abriria mão de 10 ou 11 anos a que tem direito de permanecer no STF. Seu temperamento não é de gratidão. Quem o nomeou como o primeiro ministro negro da Corte pensando que poderia manipulá-lo se ferrou feio, principalmente no julgamento do mensalão. Na vida do ministro não cabe o dito: se não pode com o inimigo, alie-se a ele. Bravo, bravo, ministro Joaquim Barbosa! E-mail: [email protected]  

“Sou uma simples eleitora querendo um novo amor”

Margaret Maranhão Sobre a nota “Iris Rezende assinala que pode recuar em pré-candidatura” (Jornal Opção Online), não precisava de nada disso, apenas que o passado aceitasse o presente. O PMDB e Iris Rezende já tiveram um casamento sólido, como versa a música de Adoniran Barbosa: “De tanto levar/ flechada do teu olhar/ meu peito até parece sabe o quê? ‘Tauba’ de tiro ao ‘álvaro’ / não tem mais onde furar.” Não tem mais! As flechas foram as derrotas que foram tidas como traições. Sou uma simples eleitora, querendo um novo amor. E-mail: [email protected]  

“Saúde à família real!”

[caption id="attachment_7102" align="alignleft" width="300"]cartas Dom João de Orléans[/caption] Nei Oliveira Eu conto com as mentes ilustres da Nação, para semear a boa semente da boa informação. Saúde à família real! O ensino na mão do Estado, como está, é um grande perigo para a Nação e para sua própria subsistência. Com a aplicação da ideologia enganadora, nunca o povo enxergará sua verdadeira identidade. Somos o único país da América que pode se tornar um império com monarquia parlamentarista, mas como disse ilustríssimo dom João de Orléans na entrevista ao Jornal Opção (edição 2029), o povo não está preparado para conviver com uma forma de governo virtuoso e de elevada estima, com a honra e a moral como pilares de virtudes a guiar a Nação para a excelência humana com a participação de um povo brilhante e honrado. Já passou da conta, para que as Forças Armadas devolvam à nação o que ela em 1889 usurpou. Avante, povo da nação brasileira! E-mail: [email protected]  

“Entrevista para compreender as esferas do poder”

Magda Gobira A entrevista com dom João de Orléans é longa. Mas salvem-na e leiam-na devagar. Ajuda a compreender o ponto de vista de alguém que sempre esteve nas esferas do poder no Brasil e discorre sem agressividade sobre Estado e poder, povo e partido. Brasileiros e brasileiras, sim, com muito orgulho, mui­to amor e muita honra! E-mail: [email protected]  

“Discussão fulanizada”

Elias Rocha A discussão política em Goiás (e no Brasil) é fulanizada (o poderoso fulano prefere escolher beltrano, guerra entre os sicranos etc.). Nada de ideias inovadoras, propostas concretas de construção de uma sociedade melhor. Apenas disputas de egos e interesses de grupos. Somos uma terra de Macunaímas, de um tropicalismo ultrapassado fantasiado de democracia. Mesmo na minha pequena cidade de Iporá, já temos por aqui uns oito candidatos a deputado estadual disputando os nossos parcos votos. Reforma política já, com voto distrital, inclusive. E-mail: [email protected]  

“Governo é omisso em questão de terras”

Mônica Alves Corrêa Sou proprietária de área rural no Mato Grosso do Sul, invadida em 2013 por índios da etnia Terena, cuja origem é o Chaco paraguaio. A respeito do texto “Quando flechas e ataques cibernéticos se cruzam e ferem o coração da República” (Jornal Opção 2030), tenho a dizer que nossas terras têm títulos desde 1873, sendo que em sua origem era uma sesmaria. Desde a invasão e com nossa vida do avesso, temos percorrido assembleias e tribunais e a questão não progride. Índios manipulados e incitados pelo próprio governo federal, na figura de Gilberto Carvalho [ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência], querem ampliar suas terras, com violência e abusos. Proprietários defendem seu direito a produzir em paz. O governo e a Justiça Federal são omissos e estão na plateia. Não pode resultar boa coisa. E-mail: [email protected]  

“Orgulho de ser Jornal Opção”

Márcio Costa Rodrigues Leio a nota “Jornal Opção obtém mais de 1 milhão de acessos num mês” (coluna “Imprensa”, edição 2030) e digo: Parabéns, Jornal Opção! Or­gulho-me de fazer parte desta estatística. E-mail: [email protected]  

“Leitor do Opção desde a adolescência”

Rildo Alves Uma alegria muito grande ver este sucesso do Jornal Opção. O jornalista Euler de França Belém sabe que sou leitor antigo, diria que desde a adolescência. E tive o enorme prazer de passar um tempinho na redação, quando pude aprender a admirar mais ainda a equipe que até então eu acompanhava apenas por meio do jornal impresso, que lia toda semana. Abraço a todos e sucesso. E-mail: [email protected]  

“Só restou a Joaquim Barbosa sair”

Marcelo Luiz Correa Comentando o texto “Sem Barbosa, o Supremo será uma casa para o governo acabar de mobiliar ao seu gosto” (Jornal Opção 2030), não se deve comparar a aposentadoria de Joaquim Barbo­sa à renúncia de Jânio Qua­dros. Barbosa sai de cabeça erguida, sabe que o Supremo tornou-se uma corte subjugada, onde não se julga com imparcialidade e justiça: lá a maioria é subserviente ao PT. Se o seu esforço de forjar julgamentos imparciais e justos falhou, só lhe resta sair. E-mail: [email protected]  

Descanse em paz, Capitão América

cartas.qxd Fernando Silva Nós, colorados, vivemos tempos difíceis nos anos 90. No início dos anos 2000, vimos ser formado um time que aos poucos foi nos devolvendo a confiança, a vontade de torcer, de gritar com força novamente o nome do Inter. Esse time tinha a liderança de Fernan­dão, e isso fazia muita diferença, era decisiva para continuarmos crendo na vitória, que aqueles tempos difíceis haviam ficado no passado, que não voltaríamos a beliscar o titulo e fracassar novamente. Nos anos de 2004 e 2005, isso até voltou a ocorrer, mas podíamos sentir em Fernandão, Tinga, Índio, Clemer e Iarley que algo estava mudando, que a postura não era mais a mesma. No fatídico 16 de agosto de 2006, pudemos soltar um grito preso na garganta por tantos anos, graças à liderança, à técnica, à vibração e ao entusiasmo de Fernandão e seus capitaneados. Fernandão, não tenho palavras para te agradecer. Descanse em paz, Capitão América, nunca te esqueceremos. A Nação Colorada, jamais o esquecerá. E-mail: [email protected]  

“Sem temer a morte”

Manuel Ferreira Parabéns ao sr. Valdeci Mar­ques pelo texto “Já me preparo para a morte” (Jornal Opção 2029, caderno Opção Cultural). Sempre valorizei as pessoas que miram para além deste mundo tão transitório quanto carregado de ilusões, pelas quais nos esforçamos tanto (não sei para quê!). Desde que procurei estudar com mais persistência as perspectivas futuras, orientado pelas luzes do Evangelho (e, no meu caso, sob a interpretação espírita), mais e mais penso na grande transição, e, ao contrário do que alguns poderiam supor, deixo de temê-la, começo a entender o significado da ressurreição, e assim, mais facilmente, me deixo submeter mais facilmente às experiências que estão preparadas para mim e cada um de nós. Em bate-papos, nos questionamos: até quando você quer viver: 80, 100 anos? Sinceramente e sem esperar credibilidade ou não, eu afirmo: até quando estiver preparado para mim. Hoje, amanhã, mês que vem, 80, 100 anos... sei lá! Tenho certeza de que há uma inteligência maior olhando por todos nós, segundo a máxima “nenhuma folha cai da árvore sem a vontade de Nosso Pai”. E-mail: [email protected]  

“Acontecimento que poderia ter mudado a história”

Carlos Spindula O texto “A história de um complô, entre a ficção e a realidade, pra matar o nazista Hitler”, de Irapuan Costa Junior na coluna Contraponto (Jornal Opção 2029) é uma excelente história, narrada em cima de um acontecimento que, se tivesse dado certo, poderia ter alterado a história, ou pelo menos ter poupado a vida de muitos. E-mail: [email protected]  

 “Deixem as pessoas escreverem ou lerem o que quiserem”

Epaminondas Silva Acho difícil que Machado tenha se prevenido de uma coisa natural: as línguas evoluem. Quando ele escreveu “as escravas riam à socaba” (em “Missa do Galo”), ele não tinha como prever que um dia, o termo “à socaba” pararia de ser empregado (assim como também, “escravas” — mas, felizmente, o patrulhamento não o atingiu como seu comparsa, Mark Twain). Um século depois, visitar Machado de Assis demanda esforço porque a língua não é estática. A literatura não é à prova de erros. Por que deveria ser à prova de uma revisão? E por que a revisão mataria o original? Se é possível um original não sobreviver à evolução da língua, será que o era assim tão clássico? Se há “70% de analfabetos funcionais”, as obras originais de Machado de Assis fizeram pouco para resgatá-los. Ou, melhor dizendo, as pessoas que acham que as obras de Machado de Assis estão num pedestal fizeram menos ainda para mudar este cenário. Então temos três panoramas: o ideal (ler Assis no original); o alternativo (ler “simplificado”); e o pior dos panoramas, não ler nada. Desses três, me expliquem, por que o panorama “alternativo” é pior do que o “pior”? E, sério mesmo, vocês acham que apenas o “ideal” é válido? Só tivemos deste então os panoramas “ideal” e “pior” e, veja, temos “70% de analfabetos funcionais”. Este imbróglio está mobilizando muito mais indignados do que quando a Caixa Econômica Federal retratou Machado de Assis como um caucasiano, num comercial. Então, ficamos assim: não se simplificam obras literárias. Ótimo, passaremos a ler Dostoievski no original, em russo. Afinal, ler uma tradução em português não é “facilitar”? O problema não é reescrever Machado de Assis. O problema é exclusivamente as pessoas acharem que livros realmente interferem na visão das pessoas. A pon­to de as obras serem alçadas à con­dição de instrumentos sagrados, intocáveis. Bobagem, se livros mudassem as pessoas, o “50 Tons de Cinza”, um livro que reuniu mais leitores no último ano do que Ma­chado de Assis na última década, teria criado uma geração de mu­lheres, por assim dizer, “rodrigueanas”. Livros não mudam as pes­soas. Ninguém vai rever sua condição de vida por devorar Ma­chado naquele português re­bus­cado que ninguém mais pratica. De quebra, estão numa enorme inversão, em que o sujeito que lê “simplificado” sai embrutecido da experiência. Por favor, deem mais crédito à inteligência alheia. As pessoas podem muito bem escolher por conta própria o que leem, por prazer. Se querem ler Machado “simplificado”, Paulo Coelho, Lya Luft ou qualquer coisa descartável, ainda tenho a ilusão que vivemos num grau de democracia em que as pessoas têm liberdade de perderem seu tempo lendo o que querem. E isto é mais interessante para a literatura do que uma professora aborrecida obrigando seus alunos a lerem um texto árido, pela única motivação que, se não ler, vai tirar zero na prova. Neste ponto, o original de Assis provocou muito mais deserções do gosto das pessoas pela literatura do que abriram novos horizontes para ela. Nossa educação falha gloriosamente a partir do momento em que mostra que existe apenas uma literatura: a de língua portuguesa. Resultado? Geração após geração com gente avessa à leitura. E gente avessa à leitura, sinto muito dizer, existe independentemente de haver um Machado de Assis “mastigadinho”. E isso tem mais a ver com essa visão que certas literaturas são sagradas e obrigatórias. Deixem as pessoas escreverem ou lerem o que quiserem. E-mail: [email protected]  

“Llosa serve para explicar o caso com Machado de Assis”

Zedu Lima A excelente abordagem de José Maria e Silva [sobre o “assassinato” da escrita de Machado de Assis] me remete a este comentário que Mário Vargas Llosa fez em uma entrevista da edição de 20/10/2010 da revista “Veja”: “A linguagem é preciosa para o escritor. Quando você está submerso nas massas, há muita pressão para rebaixar a fala, de forma a ser entendido pelo maior número de pessoas. É preciso repetir e simplificar, simplificar e repetir. No final, acabava traindo a mim mesmo e ao que há de mais sagrado para o trabalho do escritor.” E-mail: [email protected]  

“Patrícia Secco torna o mundo mais complexo”

Lara Lafur Mas se Patrícia Secco, deturpando Machado de Assis, escreve que “a índole natural da ciência é a aceitação”, toda essa complexidade que acompanha o desenvolvimento científico e que “O Alienista” capta com incrível precisão termina por desaparecer sem deixar rastro. Com isso, ao invés de facilitar Machado de Assis, ela torna o mundo ainda mais complexo — ao calar uma das vozes geniais que mais soube compreendê-lo. E-mail: [email protected]

“Orgulho-me muito de ser negra”

Erika Guimarães Esses dias me perguntaram o que achava sobre a polêmica que aconteceu sobre o racismo no caso do jogador Daniel Alves, do Barcelona. Enfim, esses dias sofri um preconceito bobo. Ouvi a seguinte frase: “Ela é até bonita e inteligente por ser negra”. É ridículo. Ouvi sem querer essa frase, mas me doeu muito como se eu não fosse capaz, ou como se não pudesse ser negra e bonita. Orgulho-me muito de ser negra e fico me perguntando o porquê de haver um preconceito horrível, que, infelizmente, no Brasil as pessoas fingem não existir. Eu tive uma base boa, meus pais, mas fico pensando em milhares de negros que acabam tendo vergonha da cor, do cabelo crespo. Eu acho que as escolas poderiam ajudar nisso a autoestima negra. Está faltando isso. Acho que a polêmica poderia existir para discutirmos e melhorar, mas isso não acontece. Erika Guimarães é assistente administrativa. cartas.qxd

“Feliz pela festa do automobilismo”

Davi Prado Sou piloto de jet ski e campeão mundial em 2012, na categoria ski velocidade. Sinto-me muito feliz de assistir a essa grande festa do automobilismo aqui em minha cidade. Esporte é saúde, princípio para uma boa educação e qualidade de vida. Com orgulho, representarei todos os brasileiros no próximo Mundial, pela quarta vez, e tentarei conquistar o título de bicampeão mundial. E-mail: [email protected]

“Grato pela reportagem sobre o autódromo”

Kurt Feichtenberger Parabéns ao jornalista El­der Dias pela matéria sobre o Autódromo de Goiânia (Jor­nal Opção 2028). Palavras exatas de quem tem o co­nhecimento da arte de escrever. Obrigado pelo espaço concedido ao nosso novo autódromo. Kurt Feichtenberger é vice-presidente da Federação de Motociclismo de Goiás (FGM). E-mail: [email protected]

“Orgulho pela volta da Stock Car”

Gleidmar Vieira Fiquei muito orgulhoso por nosso Estado estar novamente no calendário da Stock Car, esse retão do circuito de Goiânia é sensacional. E-mail: [email protected]

“Decisão de Júnior Friboi é pessoal”

Adalberto de Queiroz Muito bom o editorial “Crise sugere que Iris e Friboi estão desconectados da realidade” (Jornal Opção 2029). O de que gostei mais foi a erudição que passa por um simples bate-papo entre amigos (cultos, naturalmente). Gostei muito da metáfora culinária na comparação “empresário x político”, que me fez rir muito... E se o “fogo brando” de Iris funcionou para essa batalha, não seria um desastre completo para o prato principal — as eleições? No caso do sr. José Batista Júnior, que, “coisificado” — como acertadamente diz o texto —, tornou-se Júnior Friboi, não tomo o todo pela parte. Diferentemente do que todos pensam, Júnior não é “a estrela da JBS”, mas, sim, uma peça no xadrez organizacional — o que, certamente, mais se expôs fora do ambiente corporativo... Ocorreu-me pensar que a decisão dele é pessoal e passa por “sonho antigo” de um jovem empreendedor pobre e “self-made man”... A nenhum repórter ocorreu perguntar-lhe isso? Finalizo com uma observação de Ortega Y Gasset, sobre o ato da decisão e este “grand finale” aventuroso e negativo para o velho PMDB: “Antes de fazer alguma coisa, cada homem tem que decidir, por sua conta e risco, o que ele vai fazer. Porém essa decisão torna-se impossível se o homem não possui algumas convicções sobre o que são as coisas ao seu redor, ou os outros homens, ou ele mesmo. Uni­camente tendo em vista tudo isto, ele pode preferir uma ação à outra; pode, em resumo, viver...” Adalberto de Queiroz é blogueiro.  

“Nada mais justo que Iris ser candidato”

Odlan Cruzeiro O deputado Francisco Gedda (PTN) diz ficou comprovado que Iris Rezende vai ser “o eterno candidato do PMDB”. Se Iris foi um dos fundadores do PMDB, nada mais justo que ser o candidato. Tem mais intimidade dentro do partido, mais eleitores e outros predicados. Agora é difícil querer entrar em um partido como esse e de cara ser candidato a governador. Se os possíveis pré-candidatos fossem Maguito Vilela, Daniel Vilela, Samuel Belchior, Bruno Peixoto ou outro entre tantos, poderia até se contestar. Mas, nestas circunstâncias, tem de ser Iris. E-mail: [email protected]  

“Um projeto de trem-bala para a antiguidade”

Levino Bransão A presidente Dilma Rousseff inaugurou o trecho da Ferrovia Nor­te-Sul entre Anápolis e Palmas. Se a ferrovia está projetada para ter 4.156 quilômetros e levaram 27 anos para concluírem 855 quilômetros, a permanecer nesse ritmo a mesma será terminada em 2120. Imagine então quando ficará pronto o trem-bala. Tal projeto já pertencerá à antiguidade. E-mail: [email protected]  

“Xuxa foi hostilizada por ser um ícone”

Joaquim Neto Sobre a nota “Pastor hostiliza Xuxa em sessão sobre Lei da Palmada e é destituído da CCJ” (Jornal Opção Online), considero sem fundamento o que o Pastor diz, porque, no momento em que a Xuxa participa de um filme ela está como uma atriz; ora, isso não quer dizer que ela seja uma molestadora de crianças. Existem vários filmes, séries etc. em que atores fazem um papel polêmico. No caso, a questão caiu sobre Xuxa por ela ser um ícone. Se fosse assim, então, todos os atores que usam arma de fogo e ma­tam outro ator em uma novela teriam de ser recriminados, ou carimbados na vida “pessoal” como terroristas? E-mail: [email protected]

“O Estado superestatista somente atrapalha”

Everaldo Leite cartas1 As empresas geram riqueza, o Estado oferece assistencialismo. Aliás, o dinheiro destinado a este advém também da produção do setor privado. Dinheiro não nasce em árvore, não é cacau. Um país é rico quando possui fatores de produção em eficiente combinação, conseguindo obter a produtividade necessária para gerar emprego, renda e salários melhores. Se há contínua inflação por aumento irresponsável da base monetária, se há grande endividamento por excesso de crédito subsidiado, se o governo é populista e provoca déficits por razão eleitoreira, se as instituições perdem a credibilidade, se a burocracia e o estatismo aumentam, se a carga tributária não para de crescer, tudo isto significa ingerência do Estado sobre a economia real, que não raramente resulta em baixa competitividade, baixo crescimento e falta de interesse em se investir. Governo e economia deveriam se manter o mais distante que pu­dessem, portanto. A economia, no âmbito da concorrência verdadeira, motiva melhor o desenvolvimento e a justa distribuição, sobretudo porque as decisões tomadas pelos agentes (trabalhadores, empresários, acionistas, rentistas, consumidores etc.) têm como parâmetro o comportamento dos preços e a disposição das oportunidades, um conhecimento que o Estado (técnicos, gestores etc.) não possui em sua totalidade por estar dissolvido na sociedade. Ninguém sabe mais sobre os negócios, sobre os mercados, do que aqueles que estão efetivamente envolvidos no processo, desde o pipoqueiro na Praça da Matriz até os gestores de uma gigantesca companhia internacional de produção de aço, desde um desempregado que encontrou uma atividade informal que tem melhorado a sua vida até um grande executivo que resolve abrir seu próprio empreendimento. O Estado superestatista somente atrapalha esta ação natural e espontânea dos indivíduos, quando resolve impor regras excêntricas e forçar artificialmente a distribuição. Isto hoje está óbvio no Brasil, que continua subdesenvolvido tendo todos os fatores de produção que necessita para ser desenvolvido. Todavia, o Estado é importante, a política e as leis são importantes. Estes servem, sim, para definir os limites dos interesses econômicos e impedir um ultraliberalismo (o lado oposto do superestatismo). A assistência social, devidamente restringida e em conformidade com programas bem formulados de redirecionamento do cidadão à vida ativa econômica, impede que o infortúnio de alguns se torne um tipo de “destino dos fracassados e oprimidos”. Ademais, o Estado precisa continuar a construir ordens jurídicas para que haja transparência nas relações sociais e econômicas, e a desconstruir leis obsoletas que suscitam discriminações, para que haja igualdade na dignidade humana - evitando políticas desnecessárias de cotas. A economia não pode ser escrava da democracia, como questiona o economista Rodrigo Constan­tino, mas deve continuar sob o olhar crítico do conjunto da sociedade no objetivo de impedir que os mercados ou alguns indivíduos (lobos e afins) se tornem um mal para o desenvolvimento ético e político das pessoas, mas de incentivar que se torne um bem para o desenvolvimento material dos cidadãos. Assim, a falha que leva à desigualdade somente pode ser combatida com o estímulo da sociedade — às vezes pela política de Estado — à geração de riqueza e não dos desdobramentos residuais de serviços assistenciais. A desigualdade, como se sabe, não é diminuída pela distribuição via tributação, mas, sim, pelo crescimento sustentável da economia, através da poupança, da baixa taxa de juro e do investimento, por meio também do consumo e do comércio livre entre pessoas, Estados e países. Perceber tudo isto é quase uma autoevidência; entretanto, infelizmente, são muitas as cortinas de fumaça jogadas sobre os olhos dos indivíduos, advindas essencialmente do interesse pessoal de alguns políticos, acadêmicos, profissionais e empreendedores velhacos, que, se não estão se beneficiando do capitalismo de compadrio, estão vivendo politicamente e economicamente à custa da pobreza (que, em público, dizem ser contrários) e da ignorância (que, em segredo, adoram que dure) de parte significativa da sociedade. Como disse antes, governo e economia deveriam se manter o mais distante que pu­dessem, mas... Everaldo Leite é economista, professor e colaborador do Jornal Opção. E-mail: [email protected]  

“Nossa cidade não tem nada de sustentável”

Tadeu Alencar Arrais Como professor do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa), eis a minha resposta à reportagem “Gra­ciliano Ramos, não, mas prefeitos atuais sofrem com a falta de planejamento urbano” (Jornal Opção 2028): primeiramente, devemos ter a clareza do significado da palavra patrimonialismo que foi usada, historicamente, para demarcar as relações promíscuas entre o público e o privado. É uma característica, como pode ser observado em Raimun­do Faoro [sociólogo e cientista político, autor de “Os Donos do Poder”], de governos absolutistas e personalistas. Qualquer semelhança com o PT de hoje não é mera coincidência. Esse é o primeiro erro. Ao defender que as áreas públicas não sejam vendidas, o Iesa está, de fato, contra a visão patrimonialista do atual governo municipal, que mistura o público ao primado. Os grandes grupos imobiliários, felizmente, não frequentam os gabinetes de professores do Iesa com a assiduidade que frequentam o Paço Municipal. Em seguida, quero afirmar o compromisso do Iesa com a construção de uma cidade sustentável, que preserve espaços públicos, ao contrário da política urbana patrocinada pelo governo municipal. É no mínimo irônico que os representantes do governo municipal, que se recusaram a debater o assunto, só manifestem sua opinião agora. Segundo dizem no Paço, a ordem agora é tentar minimizar os prejuízos políticos. Apostam na curta memória da população. Essas áreas só serão desafetadas, isso é insofismável, por causa da lamentável situação das finanças públicas. O modelo espacial do Plano Diretor, que já não era bom, foi rasgado. O secretário Nelcivone Melo cita, como exemplo, o shopping na Peri­metral Norte. Parece que não conhece, de fato, a região. Sugiro que, pelo menos uma vez na semana, se atreva, em comunhão com o senhor prefeito Paulo Garcia, a tentar se locomover naquela região. Pre­fe­rencialmente um dia de chuva, com a água brotando das galerias e escorrendo das vertentes do Córrego Cavei­rinha para o Meia Ponte. Ali seria um lugar perfeito para uma espécie de Parque Linear. Nossa cidade, repito, não tem nada de sustentável. Essa é, aliás, uma das poucas unanimidades que presencio nos corredores do Iesa. Tadeu Alencar Arrais é professor do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da UFG. E-mail: [email protected]  

“Patrícia Secco não teve a decência do inglês que respeitou Machado de Assis”

Leonardo Corrêa [caption id="attachment_4997" align="alignleft" width="300"]Machado de Assis: defesa de sua obra contra adaptação de Patrícia Secco (centro) com citação de John Gledson (direita) Machado de Assis: defesa de sua obra contra adaptação de Patrícia Secco (centro) com citação de John Gledson (direita)[/caption] O jornalista José Maria e Silva foi perfeito no artigo “Discípula de Paulo Freire assassina Ma­chado de Assis” (Jornal Opção 2029). Disse tudo o que eu queria dizer e muito mais. Patrícia Secco não teve a decência de John Gledson, o inglês que reuniu em um livro, “Contos/Uma An­­­­­to­­­lo­gia — Machado de Assis”, dentre outros, “O Alienista”. Com a palavra, John Gledson: “Pro­curamos apresentar um texto modernizado ortograficamente e fiel às intenções de Machado de Assis. É uma tarefa menos simples do que pode parecer. Significa reproduzir a última versão publicada em vida pelo autor, a que representa a sua vontade final.” (…) “Essa preocupação de apresentar um texto fidedigno pode parecer pedantismo. Certamente, não é: mas, nesse contexto, quero salientar um aspecto crucial desses textos, que requer um cuidado e um respeito especial pela vontade do autor. (…) Machado não hesitava em quebrar as regras gramaticais estritas, embora sempre de maneira discreta. A área mais difícil e mais fascinante é a pontuação, que afeta tanto o andamento de uma frase como o de um parágrafo, e pode produzir uma pausa irônica, ou até omitir essa pausa a fim de não acentuar demais a ironia, deixando ao leitor o prazer ou o desafio de encontrá-la por si mesmo. Isso quer dizer que temos de nos ater ao sistema de pontuação machadiano, que em alguns aspectos não é o moderno, porque interferir, por pouco que seja, nesse tecido tão cuidadosamente calculado pode afetar o conjunto.” E-mail: [email protected]  

“Prefeito de Palmas fala, fala e não diz nada”

Benedito de Castro [caption id="attachment_5001" align="alignleft" width="300"]Prefeito Carlos Amastha (PP) recebe críticas de leitor pelo  conteúdo da entrevista concedida à edição 2028 do Jornal Opção Prefeito Carlos Amastha (PP) recebe críticas de leitor pelo
conteúdo da entrevista concedida à edição 2028 do Jornal Opção[/caption] Ao ler a entrevista intitulada “Palmas terá o melhor sistema de transporte coletivo do mundo” (Jornal Opção 2028), como tenho dito em diversas oportunidades volto a dizer: o sr. prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PP), fala, fala e não diz nada. O que fala e escreve é muito bonito no papel, mas na prática não é nada disso e ele deixa muito a desejar no que diz respeito à gestão pública, pois até agora, passados que são um ano e quatro meses de sua posse, ele ainda não disse a que veio. Amastha se gaba muito de ter conseguido mundos e fundos em termos de recursos para o município, mas infelizmente não vemos ne­nhum investimento na cidade e nada de diferente, desde que o ex-prefeito Raul Filho (PT) deixou o cargo. O que temos visto, e muito, são as viagens do prefeito ao exterior, na maioria das vezes para tratar de assuntos particulares, gerando uma insatisfação muito grande à população, pois que a cidade fica sem seu administrador, porque não tem a figura do vice-prefeito. É bom que se diga que todas as obras que são inauguradas ou tocadas neste momento, foram iniciadas no governo do ex-prefeito Raul Filho, não tendo nada de novo que tenha sido começado na gestão atual, a não ser um relógio digital, que já foi modificado várias vezes, e que tem sido motivo de críticas e até zombaria por parte da população. As três prioridades básicas de qualquer governo municipal — e que são saúde, educação e infraestrutura (pois que a segurança pública é atribuição do Estado) — não estão sendo atacadas. A saúde vai de mal a pior, com falta de médicos, enfermeiros, equipamentos, insumos e medicamentos e, embora a população reclame constantemente, não se vislumbra uma solução em curto prazo. Quanto à educação, também está mal. Há ameaça de greve dos funcionários da área por causa de salários baixos, a infraestrutura é deficiente e existem outros reclamos. Também não se tem notícia de nenhuma previsão de melhora e nem mesmo a ida do sr. prefeito a Cingapura para copiar o que é feito por lá em termos de educação tem resolvido, pois a meu ver, isso é só desculpa para viajar ao exterior e tratar de assuntos particulares, como tem feito constantemente. Com relação à infraestrutura, está do mesmo jeito que a deixou o ex-prefeito, ou talvez um pouco pior, pois não foi feito praticamente nada, a não ser trabalhos para ornamentação e montagem de arquibancadas para Natal, carnaval e agora os festejos do aniversário da cidade. O que interessa mesmo ainda não foi feito, pois os buracos nas ruas e avenidas estão cada vez maiores, conforme se tem visto “in loco” ou pela imprensa escrita e televisiva. Neste período de chuvas que está prestes a terminar é que saltam aos olhos as deficiências no escoamento e na drenagem de águas pluviais, provocando alagamentos na cidade, o que a torna quase intransitável. Esta é a melhor cidade em saneamento básico do Brasil? É uma utopia. Ao contrário do prefeito em­preendedor, como ele se intitula, temos um prefeito falastrão e que só tem cuidado de política e politicagem, desde que assumiu a Prefeitura de Palmas. É bom que se diga que sua eleição foi uma dessas aberrações políticas tipo “Tiririca”, com todo o respeito, pois o prefeito só foi eleito pelo voto de protesto, e sua má gestão começou já no período de transição — tanto que seu vice-prefeito, o deputado Sargento Aragão (Pros) nem ao menos assumiu seu cargo, por não concordar com a mudança de rumos sobre o que havia sido estabelecido na campanha e que temos a infelicidade de comprovar atualmente. Outras mazelas: o péssimo transporte coletivo; a mudança da sede do governo para um prédio luxuoso de propriedade do dono da concessionária desse mesmo transporte; a deficiência na coleta do lixo; a limpeza malfeita da cidade; o problema dos quiosques; o aumento exorbitante do IPTU; o tratamento prioritário que vem sendo dado à política, em detrimento dos interesses e da melhora da qualidade de vida da população. Tudo isso poderia por mim ser citado, mas certamente, iria tomar tanto espaço neste veículo de comunicação, que, salvo melhor juízo, não seria nem publicado. Finalizando, devo dizer que a campanha eleitoral com vistas às eleições municipais de 2016 e as eleições estaduais de 2018 já está lançada e vou guardar essa extensa e enfadonha entrevista, para cobrar, no momento oportuno, o cumprimento das promessas que estão sendo feitas pelo sr. Prefeito Carlos Amastha. E-mail: [email protected]

“Pra que serve o agente de trânsito?”

Cláudio Curado Sobre a nota “Agentes de trânsito de Goiânia entram em greve” (Jornal Opção On­line) será interessante saber pra que serve o agente de trân­sito em Goiânia. Se um si­naleiro falha, ele não aparece. Se chove, ele não aparece. Se tem fila dupla na porta da es­cola, ele não aparece. Se estacionam em local proibido perto do Tribunal de Justiça, ele não aparece. Mas se é para mul­tar, ficando escondido atrás de árvore no Centro (vá­rias pessoas e eu, inclusive, já vimos isto) lá está ele o agente arrecadador de trânsito! Cláudio Curado é presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Goiás.

“Dilma é melhor que os políticos de nossos pesadelos”

Wagner Silva Chaves Discordo do jornalista Cezar Santos, o autor do texto “Dilma não tem força para impor sua candidatura” (Jornal Opção 2026, coluna “Ponto de Partida”), em gênero, número, grau e pessoa. Ela fez faxina, sim. Pesquise nos seus livros de História do Brasil e verifique: em que gestão política que algum corrupto foi para a prisão? Quando? Em que gestão política a inflação foi a mais baixa? Dilma pode não ser a candidata dos nossos sonhos, mas é melhor do que os políticos de nossos pesadelos. E-mail: [email protected]

“Legião de ‘Marias’ com seus ‘Rosários’ pelos bandidos”

Denis Monteiro Parabenizo-o, ilustre dr. Irapuan, por mais um artigo arrojado, corajoso e verdadeiro, com o texto “Política de segurança só dará certo se criminalizar o bandido e não o policial” (Jornal Opção 2027). Nós, Brasileiros com “B” maiúsculo, cidadãos de bem, estamos cansados dessa avacalhação em que se tornou nosso País. A inversão de valores é notória e vergonhosa. O respeito aos direitos humanos deveria alcançar também os humanos de verdade, as pessoas de bem, enfim, os agentes públicos de segurança, todavia, o que vemos, constantemente é uma legião de “Marias” com seus “Rosários” rezando para que bandidos não sejam sequer ofendidos moralmente. E-mail: [email protected]

“Parabéns ao Opção pela nova cara na internet”

Antônio Macedo O Jornal Opção tem um conteúdo interessante, abrangente, com informações consistentes e muito bem escritas e está aberto a todas as tendências políticas. Isso me fez o seu leitor assíduo há muitos anos. Parabenizo a toda sua equipe pela alta qualidade do jornalismo e pela nova cara do veículo na rede. Antônio Macedo é médico. E-mail: [email protected]  

“Família Batista vai usar experiência na área privada por Goiás”

Eduardo Balduíno Júnior Friboi, ao contrário de Marconi Perillo, tem experiência com excelência em gestão, em uma empresa que ele começou do nada e tem hoje 180 mil colaboradores no mundo. Quantos outros frigoríficos já quebraram no Brasil e a JBS continua crescendo mais que 20% ao ano. E nem adianta falar que é por que tem dinheiro do BNDES, porque o [frigorífico] Bertin tinha e quebrou e o Marfrig [outro frigorífico] está tendo enormes prejuízos e pode falir a qualquer momento. Ainda vale lembrar Eike Batista, que afundou com um monte de dinheiro do BNDES. A família Batista compra empresas quebradas e as levanta (sempre fez isso) e vai utilizar essa experiência na área privada para desenvolver Goiás. E-mail: [email protected]  

“O povo tem de abrir os olhos”

Dedimar Gomes Esses deputados do PMDB não estão pensando no Estado e no povo, mas unicamente no dinheiro de Júnior Friboi. O povo tem de abrir os olhos. É uma vergonha E-mail: [email protected]  

“Se Iris não for candidato, Marconi ganha no 1º turno”

Odlan Cruzeiro Iris Rezende não se acabou po­liticamente. Pode até querer, mas... Fizemos uma pesquisa interna aqui na empresa onde trabalho: Iris ganha de Marconi Perillo; Marconi ganha de Friboi, com 70% de vantagem; Marconi ganha de Gomide, Vanderlan ou Júnior. Ou seja, se Iris não for candidato, Marconi vai ganhar no primeiro turno. E-mail: [email protected]

“Raimundo Queiroz para presidente do Flamengo”

Jarbas Freitas Novais Li a entrevista de Raimundo Queiroz ao Jornal Opção (edição 2028). Ele foi o melhor presidente que o Goiás já teve. O clube só será grande quando Raimundo voltar a comandá-lo. Parabéns a ele, gostaria que fosse presidente do Flamengo, pois ai nos não seriamos o maior do Brasil, mas, sim, do mundo. E-mail: [email protected]  

“Se o presidente do STF pode, por que a sociedade não pode?”

Deolinda Taveira Tudo começa quando o presidente do STF toma para si o papel de herói e mesmo à revelia da objetividade da lei condena e ainda assume publicamente o ímpeto vingativo que o motiva. O que resta à sociedade? Se ele pode, por que a sociedade não pode? Desmoralizar as instituições é dar espaço para todo tipo de desmando. No final, estamos todos na fila para ser a próxima vítima dessa sociedade vingativa tão apreciada e estimulada pelo nobre presidente do STF a agir com as próprias mãos. E-mail: [email protected]

“Análise do racismo sem simplificação do problema”

Ademir Luiz Inteligente, a análise da polêmica do futebol no texto “Ney­mar, brilhante, manda dizer: macaco é quem joga banana nos outros” (Jornal Opção 2026). Em momento algum simplificou o problema nem caiu na tentação de repetir a velha ladainha: se você é rico e famoso, com certeza está mal intencionado. Elder Dias, mais uma vez, dando lição de jornalismo. Ademir Luiz é doutor em História professor da Universidade Estadual de Goiás. E-mail: [email protected]

“Qual o real valor de vidas interrompidas subitamente?”

Silvaine Santos O caso do acidente da morte da filha [Lucimar Veiga] da prefeita de Jussara e de mais três morrem em acidente na GO-070, no domingo, 4, mostra que o que infelizmente acontecem por imprudência de pessoas irresponsáveis que colocam a própria vida e a de outras em risco, destruindo famílias. Às vezes segundos fazem toda diferença; melhor perder algum compromisso ou chegar atrasado do que simplesmente não chegar. Até quando isso vai acontecer? Qual o real valor de vidas que são interrompidas inesperadamente? E-mail: [email protected]

“Comediantes cuidando das ruas da capital”

Cirlei Araújo O trânsito goianiense é caótico e costuma ser fatal, pois aliada à infraestrutura deficiente e à falta de civilidade dos motoristas e motociclistas, ainda temos o cerol. E tome comediantes escolhidos pelo governo e muito bem pagos com nossos impostos nas campanhas de conscientização para obtermos um trânsito mais seguro. Isso não funciona. A nós, espectadores via mídia, essas perdas humanas — como a da jovem atropelada por um caminhão na GO-080 — são uma coisa é triste; aos familiares, extremamente trágica; e aos governos, deveria ser. É vergonhoso que pouco se faça para mudar esse quadro. E ainda há pessoas que reclamam, “pra que estudar Física, se tal matéria não serve para nada?”. Eu diria que é útil, no mínimo, para evitar acidentes no dia a dia, assim como na construção civil, nos meios de transporte etc. Isso explica a nossa imensa dificuldade de estabelecer relações de causa e efeito quer seja no trânsito, na política ou no funcionamento das instituições brasileiras. Parece pouco mas o desprezo pelo conhecimento e o desrespeito são sintomáticos de nosso atraso como sociedade. Cirlei Araújo é sargento do Exército. E-mail: [email protected]