Bastidores

[caption id="attachment_48136" align="alignleft" width="620"] Evandro Magal, gestor eficiente, é favoritíssimo em Caldas Novas | Denise Xavier[/caption]
O prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal, faz uma gestão avaliada como eficiente pelos eleitores e seus índices de aprovação, acima de 90%, surpreendem até os aliados. Além de popular, mantém uma aliança política sólida com a deputada federal Magda Mofatto, do PR, e com o deputado estadual Marquinho do Privê, do PSDB. Os dois representam também dois grupos econômicos fortes no município — diRoma e Privê. Mas o líder do PP pode contar com outro trunfo: a inflação de candidatos.
O empresário Evandro da Cruz, que filiou-se ao PPS, é tido como o oposicionista mais consistente — até por ter enfrentado Evandro Magal na eleição de 2012. Mas uma das pedras no seu caminho — a principal, na verdade, é a popularidade do prefeito — é o excesso de postulantes. Especialistas na política do município afirmam que, na reta final, se dará um afunilamento em torno de duas ou no máximo três candidaturas. Mas há a possibilidade de cinco políticos disputaram a eleição: Evandro Magal, Evandro da Cruz, Alison Maia (militar), Ari Schmitz (presidente do grupo Lagoa Grande, filiado ao PPS) e Gesimar de Sousa (PSB). Schmitz e Cruz pertencem ao mesmo partido e, se quiserem disputar, um deles terá de sair do PPS.

[caption id="attachment_39785" align="alignleft" width="620"] Foto: Reprodução/Facebook[/caption]
A Globo News mostrou o caos na saúde em vários Estados brasileiros no período natalino. Faltaram médicos e medicamentos. Em consequência, o atendimento se tornou precário, a população se revoltou e o assunto ganhou destaque na mídia nacional. Em Goiás, antes da ascensão das organizações sociais, também não era diferente. Durante um dos governos do PMDB, um neurologista do Hospital de Urgências de Goiânia fez denúncia pública dos problemas no fim de ano e, em seguida, escreveu um artigo na revista “Veja” denunciando os problemas, que eram graves. Mas agora o setor de saúde do Estado saiu das mídias, ao menos como notícia negativa. O Hugo, o Hugol, o Hospital Materno-Infantil, o HDT, o HGG e o Crer, seis unidades de Goiânia administradas por organizações sociais, não tiveram problemas de relevância no período natalino. Não faltaram médicos nem medicamentos e os atendimentos foram considerados satisfatórios.
Alerta aos nefelibatas e argonautas: o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, vai evitar entrar de cabeça na eleição municipal de 2016. A razão é simples: evitar desgastes e confrontos com possíveis aliados em 2018. Em algumas cidades, há candidatos do PSD e do PSDB. O tucano-chefe tende à neutralidade.

[caption id="attachment_47965" align="alignleft" width="620"] Foto: Fernando Leite[/caption]
O empresário Vanderlan Cardoso até que tenta abafar a realidade, mas a verdade é que não consegue conter o derretimento de sua candidatura à Prefeitura de Goiânia. Ele não consegue nem mesmo empolgar seu partido. O líder do PSB não renova o fôlego porque está cada vez mais estreita a margem de alianças para apoiar seu nome, o que aumenta o seu isolamento. Já esteve melhor na fotografia, mas agora caminha para ser carta fora do baralho.

[caption id="attachment_55664" align="alignleft" width="620"] Montagem | Fotos: Arquivo pessoal[/caption]
Há quem aposte que o candidato a prefeito de Goiânia pelo PT será Nelcivone Melo ou Edward Madureira. Petistas menos ortodoxos dizem que os dois não têm desgaste político e são apontados pela sociedade como “modernos”.
O engenheiro agrônomo Edward Madureira foi reitor da Universidade Federal de Goiás por dois mandatos e praticamente dobrou a infraestrutura da mais importante unidade de ensino do Estado. Ressalta: o projeto que mais lhe interessa pode ficar para 2018. Porém, se bancá-lo de verdade, o PT poderá tê-lo como candidato a prefeito.
O médico Nelcivone Melo dirigiu o Laboratório Atalaia, durante anos, é secretário da Prefeitura de Goiânia e é um dos pais da ideia de “Goiânia — Cidade Sustentável”. Na prefeitura, é uma espécie de coringa e sabe tudo sobre o que se fez nos últimos anos, notadamente na área de meio ambiente.
Porém, em termos de popularidade, Adriana Accorsi, dos petistas, é quem tem a maior intenção de voto. Luis Cesar Bueno é, no momento, o petista que mais articula para disputar mandato de prefeito.

De um petista goiano, indignado com as coisas da política, conversando com um integrante do PSD:
— Você sabia por que 2015 foi tão ruim?
O pessedista respondeu rápido:
— Pela redução das vendas de commodities? Pela corrupção sistêmica do governo do PT?
O petista respondeu, seco:
— Não, nada disso. A culpa é do 15, não do 20.
O líder do PSD, boquiaberto, disse:
— Não estou entendendo nada.
O petista, como se fosse um Millôr Fernandes do Cerrado, finalmente explicou o enigma:
— Você sabe que 15 é o número do PMDB, não é?
O deputado estadual Luis Cesar Bueno faz um apelo aos proprietários de institutos de pesquisa, como Antonio Lorenzo, do Serpes, Gean Carvalho, do Fortiori, e Mário Rodrigues, do Grupom: “Sou pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PT. Peço-lhes que coloquem meu nome nas pesquisas de intenção de voto”. De todos os pré-candidatos a prefeito pelo PT, não há a menor dúvida: Luis Cesar Bueno é aquele que mostra mais vontade de disputar o pleito deste ano. Gean Carvalho, Antonio Lorenzo e Mário Rodrigues, três pesquisadores categorizados, devem mesmo arrolá-lo como pré-candidato a prefeito da capital.

[caption id="attachment_45671" align="alignleft" width="620"] Deputado estadual Virmondes Cruvinel | Foto: Marcos Kennedy/Assembleia[/caption]
Não há vice mais cobiçado em Goiânia do que Virmondes Cruvinel, do PSD. Giuseppe Vecci, do PSDB, Vanderlan Cardoso, do PSB, e Luiz Bittencourt, do PTB, todos querem o jovem deputado estadual como vice. Motivos: é bom de voto e tem forte penetração política entre os jovens e os segmentos organizados da capital.
Mas os que acompanham Virmondes Cruvinel dizem, com todas as letras, que o parlamentar está trabalhando, em tempo integral, para ser candidato a prefeito, e não a vice. Em todas as conversas, com vários setores de Goiânia, o político sempre diz a mesma coisa: pretende ser candidato a prefeito. É sua primeira opção, talvez única.
O governador Marconi Perillo avalia que o ajuste fiscal promovido a duras penas em 2015 vai começar a apresentar resultados no final de 2016. O tucano-chefe aposta que vai aliviar o caixa e, assim, retomar os investimentos. A situação de Goiás, se comparada à de outros Estados, é muito boa. O problema do Estado não são os problemas do governo, e sim a crise nacional, que afeta todas as atividades produtivas, contribuindo para reduzir a arrecadação.
O PSDB caminha dividido: não sabe se vai com Giuseppe Vecci, Fábio Sousa ou Waldir Delegado Soares. O PT, dado o desgaste nacional, está caindo pelas tabelas, apesar de ter bons nomes, como Luis Cesar Bueno e Adriana Accorsi. Aproveitando-se da indecisão dos dois partidos, Luiz Bittencourt, do PTB, colocou seu bloco na rua e já conversou com meio mundo. É, dos pré-candidatos a prefeito de Goiânia, o que mais se movimenta.

[caption id="attachment_50576" align="alignleft" width="620"] Governador Marconi e a presidente Dilma | Foto: Roberto Stuckert Filho[/caption]
Setores do PT de Goiás são “acusados” pelo tucanato de tentar travar as relações do governador de Goiás, Marconi Perillo, com a presidente Dilma Rousseff. Mesmo assim, a petista-chefe não dá ouvidos aos ataques e, provando-se republicana, tem dito que vai ajudar todos os Estados e que vai continuar a manter um relacionamento “construtivo” com o tucano-chefe.
No momento, Luiz Bittencourt está se reunindo com técnicos gabaritados para formatar seus planos de campanha e de governo. Ao mesmo tempo, busca apoio para formar uma base político-eleitoral consistente. Luiz Bittencourt costuma lembrar que, em 1996, disputando contra o bicho-papão Nion Albernaz — espécie de Iris Rezende da época —, começou com 3% das intenções de voto e terminou o segundo turno com 46% dos votos.
A bancada federal de Goiás, com ligeiras exceções — como Giuseppe Vecci, Jovair Arantes, Sandes Júnior (apresenta projetos consistentes) e Marcos Abrão (se destaca na discussão de assuntos urbanos, como habitação) — permanece tímida e pouco capaz de cavar espaços no cenário nacional. Na Câmara dos Deputados, Goiás é o rei do baixo clero. No Senado, pelo menos, Lúcia Vânia, do PSB, e Ronaldo Caiado, do DEM, trabalham e aparecem mais. Wilder Morais, do PP, joga apenas em defesa de seus negócios.
Alexandre Baldy está ficando conhecido como o deputado da CPI do BNDES. Mas quando alguém pergunta: “O que o tucano fez além disso?” Seus colegas respondem: “Nada, exceto beber vinho de 10 mil reais com a turma de Paulo Maluf”. O tucano é visto como extremamente elitista. Até seus aliados reclamam da falta de assistência, apoio e atenção.

[caption id="attachment_55653" align="alignleft" width="620"] Montagem[/caption]
O petebista goiano Jovair Arantes é cotado para ser presidente da Câmara dos Deputados, inclusive com apoio de várias correntes do PMDB. Tese esboçada em Brasília: “Jovair tem palavra e não tem arestas”. Se eleito, a candidatura do engenheiro Luiz Bittencourt a prefeito de Goiânia ganha fôlego extra. Visivelmente impressionado com a desenvoltura de Bittencourt, Jovair avalia que o PTB tem condições de elegê-lo prefeito da capital.