Bastidores

Candidato do PMDB esquece de propósito o que disse antes e volta a insistir que vai resolver o que nunca resolveu: o problema do transporte coletivo

Os que conhecem a história de Senador Canedo sabem que vitória de Divino Lemes seria retrocesso em termos de gestão moderna

Regras eleitores retiraram o grande fluxo de caixa das campanhas anteriores

Eficiência no combate à dengue rende um Doblò para a Prefeitura de Morrinhos

Prefeito de Morrinhos enfrenta a crise com disciplina orçamentária, criatividade e muito trabalho

Líderes comunitários perdem espaço na mediação de moradores de bairros e políticos

Parlamentar diz que falta a Waldir Soares experiência democrática
O deputado Santana Gomes, do PSL, é peremptório: “O delegado Waldir Soares está tentando usar a Justiça para cercear o trabalho da imprensa e, portanto, a liberdade de expressão. Imagine se algum dia conquistar um cargo executivo: vira logo ditador”.
Num encontro com um editor, no Palácio das Esmeraldas, Santana Gomes disse que “falta a Waldir experiência democrática. Ele quer moldar o mundo à sua maneira”. E acrescentou: "Ele precisa aprender a conviver com a crítica".

Do deputado José Nelto: “Fiquei sabendo que o delegado Waldir Soares sondou um advogado para saber se tem como processar até pernilongos. O candidato a prefeito parece que acredita que até sua sombra conspira contra ele”.

O principal adversário de Machadinho é o tucano Valmir Pedro

[caption id="attachment_73106" align="aligncenter" width="620"] Vanderlan Cardoso, do PSB, e Iris Rezende, do PMDB: o segundo teme que a expectativa de poder, se o primeiro superar Waldir Soares, produza a mesma ideia de mudança que ocorreu em 1998[/caption]
O candidato do PMDB a prefeito de Goiânia, Iris Rezende, é um político que mistura intuição, messianismo e pragmatismo. Porém, ao menos nesta eleição, cercou-se de aliados capazes de avaliar o quadro eleitoral a partir de pesquisas qualitativas e quantitativas, com monitoramento dos movimentos do eleitorado. Com o detalhamento do comportamento dos eleitores, em seus respectivos bairros, tornou-se possível entender onde, por exemplo, o deputado Waldir Delegado Soares estava mais forte. Deste modo, o irismo pôde definir táticas para o peemedebista, como comparecer nestes setores e estabelecer um diálogo direto com seus eleitores. O avanço sobre o eleitorado “do” Delegado Waldir deu resultados imediatos: o postulante do PMDB cresceu e o candidato do PR caiu nas pesquisas de intenção de voto. O objetivo da articulação, ao “tomar” parte do eleitorado do republicano, era descolar Iris Rezende do segundo colocado e criar expectativa de vitória já no primeiro turno.
A ação do irismo gerou, porém, uma contradição: a queda do Delegado Waldir “puxou” o candidato do PSB, Vanderlan Cardoso, para cima — gerando um empate técnico entre os dois. No momento, examinando as pesquisas, o irismo avalia que talvez seja necessário reduzir a pressão sobre o eleitorado “do” republicano. O motivo é: o grupo que apoia Iris Rezende não quer que seja superado pelo líder socialista. Tese do irismo: o Delegado Waldir, na hipótese de segundo turno, não é visto como “grande ameaça” às pretensões do candidato peemedebista.
Entretanto, se superar Waldir Soares e descolar ao menos 5%, acima da margem de erro, Vanderlan Cardoso passa a ser uma ameaça para Iris Rezende. Por duas razões. Primeiro, por ser visto como um político mais consistente e agregador de correntes díspares, tende a levar o embate eleitoral para o segundo turno — quando, como se sabe, zera-se o jogo.
Segundo, se superar o postulante do PR, denotando ascensão e força eleitoral, Vanderlan Cardoso cria uma nova expectativa de poder. E, ao contrário de Waldir Soares, o candidato do PSB tem a imagem de gestor eficiente e, ao mesmo tempo, de ser mais técnico. Por não ter experiência administrativa, o delegado não joga no mesmo campo de Iris Rezende. Vanderlan Cardoso, por ser empresário e por ter sido prefeito de Senador Canedo, joga no campo do próprio Iris Rezende — o dos gestores.
Na disputa de 1998, quando Marconi Perillo, do PSDB, derrotou Iris Rezende e se elegeu governador pela primeira vez, o novo surgiu e se fortaleceu aos poucos. Quando consolidou-se, não houve mais como segurá-lo. Na eleição para prefeito de Goiânia, em 2016, o novo — aquele que o eleitor avalia como consistente — ainda não se firmou. Cabe a Vanderlan Cardoso — ou a outro candidato, como Delegado Waldir, Francisco Júnior (PSD) ou Adriana Accorsi (PT) — se apresentar, expor seu ideário e ser aceito como o “novo”.

Nem todos são favoritos, mas, ainda assim, são as principais apostas da base marconista para a disputa das prefeituras no Estado de Goiás na eleição de 2 de outubro deste ano.
Abelardo Vaz/PP — Inhumas. João Antônio, do PSD, é o vice. Alcides Ribeiro/PSDB — Aparecida de Goiânia. Vice é Silvio Rodrigues, do PP. Cabo Borges/PSD — Alto Horizonte. PSDB banca Silvestre Rodrigues na vice. Carlão da Fox/PSDB — Goianira. Maurício do Triunfo, do PTB, é o vice. Carlos Antônio/PSDB — Anápolis. Dobra com o PHS. Cida Tomazini/PSDB — Pires do Rio. Vice, Ordeval Júnior, é do PHS. Colemar Cardoso/PSDB — Guapó. PROS indica o vice, Raphael Carvalho. Daniel do Sindicato/PSB — Cristalina. O vice, do PDT, é Luiz Henrique. Daniela Vaz Carneiro/PSDB — Ipameri. Vice, Zé Roberto Marot, é do PV. Dr. José Luiz/PSDB — Rubiataba. PR banca Denis Borba na vice. Ernesto Vilela/PDT — Mineiros. Aderaldo Barcelos, do PP, é o vice. Evandro Magal/PP — Caldas Novas. PPS banca Dr. Fernando como vice. Heuler Cruvinel/PSD — Rio Verde. Maria José, a vice, é do PSDB. Hildo do Candango/PSDB — Águas Lindas. Jiribita, do PTB, é o vice. Jalles Fontoura/PSDB — Goianésia. Robson Tavares, do PSDB, é o vice. Jânio Darrot/PSDB — Trindade. Vice, Gleysson Cabriny é do PSDB. José Gomes da Rocha/PTB — Itumbiara. Vice é Gugu Nader, do PSB. Jurandir Augusto/PSB — Pontalina. PSB banca Firmar Lourenço na vice. Luiz Armando/PSD — Pirenópolis. Edmundo Siqueira, do PSDB, é o vice. Luiz Vieira/PSDB — Cidade Ocidental. Rogério Felix, do PSDC, é o vice. Marcelo Melo/PSDB — Luziânia. Do PSDB, Marcos Cunha é o vice. Márcia Cândido/PSDB — Goiatuba. PSDB banca Leandro Marques na vice. Naçoitan Leite/PSDB — Iporá. Vice é do PSDB, Duílio Siqueira. Nárcia Kelly/PTB — Bela Vista de Goiás. Juliano Moreira, do PR, é o vice. Odair Resende/PSDB — Quirinópolis. Valdery Goulart, do PR, é o vice. Pedro Fernandes/PSDB — Porangatu. PTB banca Junin do Bomsucesso pra vice. Rafaell Melo/PSDB — Ceres. O vice, do PSB, é Marcão da Silva. Roberto Silva/PP — Itaberaí. Adilson Cardoso, do PSDB, é o vice. Rogério Troncoso/PTB — Morrinhos. Tércio Menezes, do PTC, é o vice. Sônia Chaves/PSDB — Novo Gama. Belmiro Teixeira, do PTN, é o vice. Valmir Pedro/PSDB — Uruaçu. O vice é Dr. Juarez, do PSB. Vanderlan Cardoso/PSB — Goiânia. Vice é Thiago Albernaz, do PSDB. Vando Vitor/PSDB — Palmeiras de Goiás. Vice é Ailton Terra Nova, do PSDB. Wilton Barbosa/PSDB — Posse. Minguito, do PP, é o vice. Zé Aurélio/PTB — Niquelândia. Estrogildo Gildim, do DEM, é o vice.

A partir de 2018, com as articulações assentadas, se redesenhará uma nova engenharia política em Goiás. O grupo do governador Marconi Perillo terá incorporado um novo aliado, Vanderlan Cardoso, do PSB. Os luas azuis do tucanato tentam, também, uma aproximação com o PMDB do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e do presidente do PMDB, deputado federal Daniel Vilela. Pode dar certo ou não. O fato é que o grupo Maguito Vilela-Daniel Vilela, que inclui os deputados Pedro Chaves e José Nelto — e pretende atrair o empresário Júnior Friboi —, pretende lançar um candidato a governador e, por isso, pode se manter como uma força autônoma, não subordinada a uma força maior, como a tucana. O vilelismo está de olho no passe político do presidente do PSD, Vilmar Rocha, e do deputado Thiago Peixoto e da deputada Magda Mofatto, do PR. Se Daniel Vilela, ou Maguito Vilela (o espectro político aposta mais na postulação do veterano), for candidato a governador, Vilmar Rocha e Magda Mofatto poderiam acompanhá-los como candidatos a senador. O senador Ronaldo Caiado, do DEM, também pretende disputar o governo e, por isso, tentará formatar um grupo a partir de uma aliança com Iris Rezende, sobretudo se este for eleito prefeito de Goiânia. Se Iris Rezende for derrotado, perdendo força no PMDB e ficando sem estrutura de poder e financeira, dificilmente Caiado terá condições de disputar o governo do Estado. A senadora Lúcia Vânia, do PSB e influente no PPS, é outra força política que desponta. Tanto pode disputar o governo quanto a reeleição (sua preferência). Sobretudo, é uma player que não pode ser deixada de lado. O PSDB vai tentar cooptá-la, mas o vilelismo também de olho vivo no passe da senadora, que está sempre insatisfeita com a hegemonia do tucanato.

Se Iris Rezende, do PMDB, for para o segundo turno contra Vanderlan Cardoso, do PSB, vai enfrentar dois tipos de pedreira. Primeiro, terá pela frente uma aliança ampla — quase uma armada —, com políticos de vários partidos, como Francisco Júnior, do PSD, e Adriana Accorsi, do PT. Todos no ataque. A incógnita é o Delegado Waldir Soares, do PR, que, na opinião de alguns iristas, não apoiará Vanderlan Cardoso, do PSB, e sim Iris Rezende. Mas o deputado, a rigor, nunca falou sobre o assunto. Segundo, Iris Rezende vai enfrentar um candidato motivado. No segundo turno, quando se zera o processo, os candidatos ganham nova expectativa de poder. A tendência, na opinião de analistas, é que o candidato do PSB cresça. Por isso, o irismo trabalha para que Iris Rezende liquide a fatura já no primeiro turno, o que não será fácil — dados os números razoáveis tanto de Waldir Soares quanto de Vanderlan Cardoso.

Nas conversas com políticos de vários partidos, como o PT e o PSDB, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT, não fica mais em silêncio quando perguntado sobre Iris Rezende.
O petista frisa que, apesar de leal a Iris Rezende, a contrapartida foram ataques “brutais” do vice-prefeito, Agenor Mariano, do PMDB. O prefeito ficou sabendo que Iris Rezende ligava para Agenor Mariano e o insuflava contra sua gestão e contra ele próprio. A ordem era para bater sem só nem piedade. Irritado, o peemedebista dizia ao vice-prefeito: “Vamos acabar com este marconista!”
Paulo Garcia relata que, apesar de um rombo gigante deixado pela gestão de Iris Rezende, nunca se pronunciou a respeito. Em 2014, quando o PT tinha Antônio Gomide como candidato a governador, o prefeito optou por apoiar Iris Rezende, por ser leal ao peemedebista, que o havia ajudado a ser eleito a prefeito da capital.
Porém, no momento em que precisava de Iris Rezende, dado o desgaste de sua administração — e o problema do lixo havia sido gerado pelo peemedebista (o fim da terceirização, um ato do peemedebista, sucateou o maquinário da prefeitura) —, a velha raposa deu-lhe as costas e começou uma operação quinta-coluna para atacá-lo, armando o “artilheiro” Agenor Mariano com mísseis de longo alcance.
Hoje, mais light em relação a Iris Rezende, liberto da velha tutela, Paulo Garcia admite que o velho cacique o traiu e o chama, até, de “oportunista”.
Nas conversas reservadas, o petista assegura que vai fazer o que for possível para derrotar Iris Rezende na disputa pela Prefeitura de Goiânia.

Miguel Marrula, vice de Pedro Canedo, é citado como aliado ou ex-aliado de Carlos Cachoeira