Bastidores
A Odebrecht teria torrado pelo menos 40 milhões de reais em campanhas políticas em Goiás, raramente pelo caixa um, mas quase sempre pelo caixa dois. Conta-se, de Brasília a Curitiba, que políticos do PSDB, do PMDB e do PT esbaldaram-se com a grana farta dos odebrechteiros.
Agora, só falta definir os nomes, que devem ser divulgados entre dezembro de 2016 e março de 2017.

Se Daniel Vilela for eleito governador em 2018, o decano peemedebista terá de gerir a prefeitura durante dois anos tendo de beijar as mãos dos Vilelas
O vereador Anselmo Pereira anda dizendo a aliados que “não” vai tolerar “pitis” de Jorge Kajuru na Câmara Municipal de Goiânia. “Pitis”, revela um vereador, “Anselmo só tolera os seus”.

Clécio Alves e Wellington Peixoto, considerando que Andrey Azeredo é inexperiente, avaliam que o prefeito eleito terá de engolir um deles

O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, é cotado para assumir um cargo no governo do Estado. Tanto pode ser na área do Gabinete Civil quanto na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, onde está alojada a Superintendência de Agricultura.

[caption id="attachment_53654" align="alignright" width="620"] Foto: Alexandre Cerqueira[/caption]
O prefeito eleito de Goiânia, Iris Rezende, está tentando convencer o senador Ronaldo Caiado (DEM) a se filiar ao PMDB, com o objetivo de ser o candidato do partido a governador em 2018. O peemedebista sinaliza que, se não for possível, não terá como apoiá-lo. Porque não irá atropelar um postulante do partido.
Se se filiar ao PMDB, Ronaldo Caiado terá de abrir mão do controle do DEM, que possivelmente será dirigido por José Mário Schreiner (PSD), terceiro suplente de deputado federal por Goiás, atrás de Sandes Júnior (PP) e de Eurípedes Júnior (PROS).

[caption id="attachment_80415" align="alignright" width="620"] Deputados Chiquinho Oliveira e Talles Barreto | Arquivo[/caption]
O deputado Talles Barreto é apontado como favorito para assumir a liderança do governo na Assembleia Legislativa. Mas Chiquinho Oliveira aposta que pode virar o jogo. Os dois são filiados ao PSDB.
Ex-prefeitos, deputados e ex-deputados goianos, sobretudo os envolvidos no caso das pastinhas, estão com a pulga e, até, o carrapato atrás das orelhas. É que a Polícia Federal prendeu o maior doleiro do país, Fayed Antoine Traboulsi, que promete falar tudo o que sabe. Ele sabe muito.

[caption id="attachment_27337" align="alignright" width="620"] Arquivo[/caption]
Não há com negar que a maioria dos deputados federais avalia que o deputado federal e economista Giuseppe Vecci, do PSDB, recebeu apoio maciço do governador de Goiás, Marconi Perillo, na disputa eleitoral de 2014.
Pois agora os deputados federais prenunciam o nascimento daquele que chamam de “Veccinho da Igreja Católica”. Eles dizem que a presença de Tayrone di Martino na Secretaria do Governo, sabendo-se que será candidato a deputado federal em 2018, produz uma situação de desigualdade entre os candidatos ao mesmo cargo.
Acrescente-se que Tayrone di Martino, político competente, tem o apoio de duas pessoas poderosas: o prefeito de Trindade, Jânio Darrot (PMDB), recém-eleito, e o padre Robson.
A irritação mais acentuada é pelo fato de Tayrone di Martino ser o responsável pelos convênios com os prefeitos.

O senador Ronaldo Caiado e o deputado federal Daniel Vilela estão numa guerra de secessão aberta.
Os dois andam, metaforicamente, com granadas nas mãos. Ao lado do peemedebista sempre aparece o deputado José Nelto, com artilharia pesada contra o senador do DEM. Caiado manda “bala” como se fosse uma artilharia inteira.
A batalha quase campal entre o senador Ronaldo Caiado (DEM) e o deputado federal Daniel Vilela (PMDB) abre espaço para Maguito Vilela, um político moderado, ampliar o diálogo com o governador de Goiás, Marconi Perillo. Que ninguém duvide: uma acordo entre o tucano e o peemedebista é possível, desde que o objetivo seja isolar o senador do Democratas.
Um repórter perguntou a vários deputados federais: “Quais são os políticos goianos mais influentes junto ao presidente Michel Temer?” Todos disseram a mesma coisa: os mais fortes, em termos de relações com o Palácio do Planalto, são, pela ordem, Marconi Perillo, do PSDB, Jovair Arantes, do PTB, Alexandre Baldy, do PTN, Sandro Mabel (sem mandato), do PMDB, Daniel Vilela, do PMDB, e Wilder Morais, do PP.
Jovair Arantes é apontado hoje como um líder nacional e presença fortíssima na Câmara dos Deputados. Extrapola, até, sua força no PTB.
O deputado federal Alexandre Baldy está se revelando um dos políticos mais articulados. Ao contrário de outros políticos, mudou-se de verdade para a capital federal, articula encontros com vários líderes em sua casa e tem portas abertas no Palácio do Planalto.
Sandro Mabel, de todos, é o mais íntimo de Temer. Não tem mandato, mas é auxiliar do presidente. Um aliado eminentemente político, praticamente um ministro sem pasta.
Daniel Vilela, presidente do PMDB de Goiás, é um interlocutor frequente de Temer. O fato de serem do mesmo partido os aproxima.
O governador Marconi Perillo é consideradíssimo no Planalto. Temer dialoga com ele sobre assuntos administrativos e, também, políticos. Porque o tucano-chefe é um player político nacional.
A surpresa tem a ver com o senador Wilder Morais, que fala com frequência com o presidente Michel Temer. Os dois já mantiveram oito audiências e Temer sempre liga para o presidente do PP em Goiás.
O prefeito eleito de São Paulo, João Dória, tem confidenciado que um de seus mais produtivos interlocutores é o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O tucano paulista afirma que o tucano goiano é o que mais lhe apresenta ideias para enxugar a máquina e torná-la mais eficiente.

O principal prefeito eleito da base governista é Roberto Orión, de Anápolis. Políticos da cidade querem mais espaço no governo de Marconi Perillo

O especialista em crimes intrincados pergunta: “O que está atrasando a conclusão do inquérito: tudo leva a crer que a polícia está com dificuldade de estabelecer o nome do mandante ou dos mandantes, se existem mandantes?”