Bastidores

Um deputado conta que o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Maguito Vilela “desencucou” mesmo da política e que ouviu dele que é “definitivo”: não será candidato a governador e o postulante do PMDB será seu filho Daniel Vilela.
O peemedebista teria dito também que, com o Goiás na Frente — que deve ser ampliado —, “será muito difícil, senão impossível” (as aspas são citações expressas das palavras do parlamentar) derrotar o candidato do governo, o tucano José Eliton.

Políticos e jornalistas que atuam em Brasília cada vez mais mencionam o nome do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), como possível candidato a presidente da República, dada a qualidade de seu governo, sobretudo num momento em que o país chafurda numa das maiores crises da história.
Aos aliados, Marconi Perillo tem dito que não vai descuidar dos projetos políticos em Goiás, pois percebe como crucial a manutenção do poder, portanto a eleição de José Eliton para governador é crucial. Mas acrescenta que não desistiu do projeto político nacional.
O tucano-chefe está articulando, sobretudo nos bastidores, uma possível candidatura a presidente da República, com uma plataforma municipalista. Ele está costurando alianças e apoios. Mas ressalva que não há ansiedade nem força a barra. A partir de novembro, ele vai retomar a agenda nacional de maneira mais intensa (porque, a rigor, ela tem sido mantida).
Marconi Perillo planeja disputar as prévias presidenciais do PSDB.

Parte dos líderes do DEM nacional avalia que, quando senador, Demóstenes Torres era mais útil para o partido do que o senador Ronaldo Caiado, que, na opinião deles, joga mais para si.
Enquanto permaneceu em Brasília, Demóstenes Torres pôs o DEM na mídia nacional positivamente. O partido chegou a articular uma maratona do então senador pelo Brasil, com o objetivo de cacifá-lo para uma disputa presidencial. Já Ronaldo Caiado, na visão de alguns democratas, não tem um perfil coletivo, para todos os integrantes do partido. Seu projeto tem nome: Ronaldo Caiado. Ele é e sempre será um outsider, nunca insider partidário.
Democratas dizem que Demóstenes Torres era firme nas posições, mas era um homem civilizado, que discutia ideias. Ronaldo Caiado também é firme, mas passa a imagem de que é truculento.
Não fosse Ronaldo Caiado senador, integrantes do DEM não teriam o mínimo pudor de repassar o comando do partido em Goiás para Demóstenes Torres.

Com a ausência de Demóstenes Torres, da direita ideológica, predominou o discurso de uma direita que, aceitando provocações da esquerda, fica com a imagem de truculenta

Não há um oposicionista que reflita a sério sobre a política de Goiás que não esteja francamente preocupado com a desenvoltura do governador Marconi Perillo, do PSDB. Um deputado do PMDB e um deputado do PT são unânimes: o tucano é uma verdadeira força da natureza e, por isso, está sempre “renascendo” ou se “reinventando”
O gabinete de Marconi Perillo, nos últimos meses, são as cidades e as ruas do interior. O tucano aposentou o terno e a gravata, arregaçou as mangas da camisa — como fazia na campanha eleitoral de 1998, quando derrotou o até então “inderrotável” Iris Rezende — e decidiu mergulhar num ritmo frenético de visitas e viagens pelo Goiás profundo. O programa Goiás na Frente é o seu motor.
O secretário Thales Barreto (PSDB), deputado licenciado, costuma dizer que “o programa pôs o governo de Marconi na frente e deixou a oposição, mais uma vez, para trás”. E acrescenta: “O governador Marconi Perillo que a oposição critica não é o mesmo pouco depois. Por isso digo que a oposição sempre chega atrasada quando critica tanto ele quanto seu governo”.
Nos encontros do Goiás na Frente, Marconi Perillo não tem falado de política partidária. Mas o programa está levando todo o Estado a observar com mais atenção o vice-governador José Eliton, do PSDB, que será candidato a governador. Detalhe: os prefeitos e líderes políticos e empresariais têm apreciado tanto a serenidade franca quanto o arrojo de José Eliton. Pode-se dizer que, com o Goiás na Frente, houve uma redescoberta do vice-governador. Ele em sido mais visto e, também, está agradando. É o que se diz de Norte a Sul de Goiás.
Benitez Calil, Thales Barreto, Sandes Júnior, políticos, e Nilson Gomes, jornalista, são unânimes: José Eliton está crescendo e ocupando o seu espaço e parte do espaço da oposição. “Quando as oposições acordarem, será tarde, muito tarde”, aposta Benitez Calil. Os quatro concordam: “José Eliton é um craque, sempre perceptivo e direto”.

É falsa a “informação” de que a primeira grana para Wilder Morais constituir sua empresa, a Orca, foi emprestado pelo empresário Carlos Cachoeira. Os dois eram amigos, tinham excelente relacionamento, mas não faziam negócios juntos.
A ex-mulher de Wilder Morais é hoje casada com Carlos Cachoeira. Por puro acaso.

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O senador Wilder Morais agora deu para se apresentar como escritor, pois está lançando vários livros. Porém, se candidatar a imortal da Academia Goiana de Letras — dizem que é seu próximo sonho —, quem assumirá o competente e talentoso jornalista Nilson Gomes, que, como ghost-writer, escreve os livros que o presidente do PP assina como autor.
Numa reunião do PMDB, em Goiânia, políticos ligados ao deputado federal Daniel Vilela — frise-se que o pré-candidato do partido a governador não participou das conversas — começaram a chamar o prefeito de Catalão, Adib Elias, de “Seu Flor e Suas Duas Mulheres”, numa referência à história do escritor baiano Jorge Amado. As gargalhadas eram gerais e estrepitosas.
Porém, era história para iniciados, porque todos os demais, inclusive os jornalistas, ficaram (e estão) “boiando”.

Parlamentares da base do governo de Marconi Perillo (PSDB) têm criticado a atuação do deputado Henrique Arantes (PTB).
“O petebista está atrapalhando a tramitação de alguns projetos de interesse do governo”, afirma um deputado do PSDB. “Nem Luis Cesar Bueno (PT) trava tanto o governo”, acrescenta.
Um aliado de Henrique Arantes pensa diferente: “O deputado integra a base do governo, mas foi eleito para ser um fiscal das ações do Executivo. Afinal, o Legislativo é ou não é um poder independente?”

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A base do governador Marconi Perillo na Assembleia Legislativa tem dito que o G-6, grupo integrado pelos parlamentares Simeyzon Silveira, Virmondes Cruvinel, Francisco Júnior, Carlos Antônio, Lissauer Vieira e Henrique Arantes, tem pressionado o gestor estadual de forma intensa, como se não fossem aliados.
“Deputados da base aliada — vistos como mais oposicionistas do que petistas e peemedebistas — faltam às sessões exclusivamente para travar a tramitação de matérias de interesse do governo”, afirma um deputado tucano. “Mesmo líderes de bancadas têm deixado de comparecer nas votações importantes. O presidente da Assembleia Legislativa deveria observar, pois há informações de que faltam durante dias, e nada ocorre.”
O governador Marconi Perillo tem recebido relatórios frequentes sobre os “aliados-oposicionistas”.

[caption id="attachment_98918" align="alignright" width="620"] Arquivo[/caption]
Em Amaralina, na presença do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), a deputada Flávia Morais (PDT) disse: “O que quero para o Brasil é o que Goiás é hoje, com obras e as contas em dia”. Tal informação é que tem chamado a atenção do país para o Estado.
O deputado estadual Nédio Leite (PSDB) sublinhouu que “Marconi Perillo é o pai dos prefeitos”.
Os dois parlamentares foram intensamente aplaudidos pelo público. Marconi Perillo, como de hábito, ficou emocionado, tanto pelo apoio quanto pelo reconhecimento.

Thales Barreto diz que “o programa é Goiás na Frente, a oposição para trás e os prefeitos sorrindo”
É consenso que a obra de construção da pista dos romeiros, entre Niquelândia e Muquém, por parar por culpa do prefeito de Niquelândia, Valdeto Ferreira Rodrigues.
Filiado ao PSB, o prefeito não estaria demonstrando muito interesse na obra.
O tucano deixa uma cidade às 2 horas da madrugada, no extremo sul, e, no dia seguinte, às 8 horas, já está numa cidade do extremo norte de Goiás
A deputada licenciada Lêda Borges, titular da Secretaria Cidadã, é um fenômeno: trabalha muito, é organizada e tem a aprovação da sociedade.
Mesmo assim, a secretária desagrada parte da base aliada do governo de Marconi Perillo. Dezesseis deputados estaduais assinaram um documento e o entregaram ao tucano-chefe com reclamações ao tratamento dispensado a todos eles pela secretária. Há também reclamações internas.
Apesar das críticas, que devem ser examinadas de maneira criteriosa, vale sublinhar que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), tem elogiado Lêda Borges exatamente pelo caráter republicano e pela integridade como conduz a secretaria.