Bastidores

[caption id="attachment_5115" align="alignright" width="620"] Iris Araújo, Rubens Otoni, Daniel Vilela, Thiago Peixoto e Giuseppe Vecci: os favoritíssimos para a disputa eleitoral de 5 de outubro | Fotos: Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção - AGECOM/Mantovani Fernandes[/caption]
O Jornal Opção ouviu líderes de vários partidos e pediu que elaborassem uma lista com os nomes de seus favoritos na disputa para deputado federal. Claro que podem ocorrer surpresas, sempre ocorrem duas ou três, mas a lista contempla, de fato, os nomes mais cotados e consolidados. Observa-se que, com a desistência dos deputados federais Sandro Mabel, Leandro Vilela, Leonardo Vilela, Armando Vergílio, Vilmar Rocha e Ronaldo Caiado (os dois últimos devem disputar o Senado), um volume de 800 mil votos está se movimentando nas bases eleitorais. A tendência é que com 100 mil votos um candidato seja eleito deputado federal (ficando no último lugar, possivelmente), isto, claro, se a coligação obtiver uma votação expressiva. Dado o cociente eleitoral, o político é eleito deputado com cerca de 162 mil votos. Os consultados sugerem como possíveis campeões de voto: Iris Araújo, Daniel Vilela, Giuseppe Vecci, Thiago Peixoto e Rubens Otoni.
PSDB/PP/PSD/PPS/PR/DEM/PTB/PRB — 10 cadeiras
1 — Alexandre Baldy; 2 — Antônio Faleiros; 3 — Célio Silveira; 4 — Delegado Waldir; 5 — Gilvan Máximo; 6 — Giuseppe Vecci; 7 — Heuler Cruvinel; 8 — João Campos; 9 — José Mário Schreiner; 10 — Jovair Arantes; 11 — Magda Mofatto; 12 — Marcos Abrão; 13 — Roberto Balestra; 14 — Sandes Júnior; 15 — Thiago Peixoto; 16 — Valdivino Oliveira. Tendência: a base pode eleger de 10 a 12. Portanto, quatro ou seis da lista podem ser derrotados.
PMDB — 4 cadeiras
1 — Daniel Vilela; 2 — Iris Araújo; 3 — Marcelo Melo; 4 — Paulo do Valle; 5 — Pedro Chaves. Melo e Valle disputam a quarta vaga.
PDT — 1 cadeira
1 — Flávia Morais
PT — 2 cadeiras
1 — Edward Madureira; 2 — Mauro Rubem; 3 — Olavo Noleto; 4 — Rubens Otoni; 5 — Tayrone di Martino. Noleto e Rubens são os franco-favoritos.

[caption id="attachment_5169" align="alignleft" width="620"] Frederico Jayme: “Que tal discutir o Caso Caixego, com todas as suas implicações, e as ações da Delta na Prefeitura de Goiânia?” | Foto: Arquivo/Correio Goiano[/caption]
O ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ex-deputado Frederico Jayme é, a um só tempo, peemedebista e anti-irista. Ele sublinha que, quando o empresário Júnior Friboi filiou-se ao PMDB com o objetivo de ser candidato a governador, alertou-o: “Você vai se decepcionar. Não deu outra”.
Frederico, que o irismo chama de “marconista”, afirma que, “quando Iris Rezende desistiu da pré-candidatura e jogou ‘pedras’, falando do dinheiro do empresário, Júnior deveria ter reagido.”
Recentemente, sustenta Frederico, “aconselharam Júnior a visitar Iris. Sugeri que não fosse. Ele foi. Disse ao cacique que o PMDB precisava marchar unido e frisou que, se quisesse, Iris poderia ser o candidato a governador. Júnior falou que sairia do páreo. No entanto, Iris disse: ‘O candidato é você. Mas vamos esperar até quarta-feira. Vamos ficar quietinhos. Aí vamos surpreender Goiás’. Porém, enquanto o empresário paralisava suas atividades, Iris trabalhava, em tempo integral, e organizava um movimento com o objetivo de bancá-lo para o governo. Por isso, decepcionado, Friboi escreveu e divulgou uma carta renunciando à pré-candidatura”.
Entretanto, na opinião de Frederico, a “vitória” de Iris pode ter sido de Pirro. “O PMDB implodiu e não comporta remendos. Mas digo e assino: não acredito na candidatura de Iris, porque não tem a mínima receptividade. Hoje, digo, sem receio de errar, que Iris e o PMDB não falam a mesma linguagem. O PMDB avançou, mas Iris é um político que diz respeito ao passado, rancoroso.”
Mas Iris será candidato a governador? A análise de Frederico: “Iris não tem saída e não tem outro nome no seu grupo. Ao defenestrar Júnior, é obrigado a ser candidato. Mas claro que vai ser uma campanha e uma candidatura esvaziada. O PMDB não vai para à luta por Iris. Sou da executiva do PMDB e sei disso. Os peemedebistas estão cansados de trabalhar para o projeto pessoal de Iris”.
Muitos peemedebistas, revela Frederico, “querem apoiar a reeleição do governador Marconi Perillo, não para trair o PMDB, e sim como uma resposta a Iris. Quem verdadeiramente está fortalecendo Marconi é Iris, que arrebentou o PMDB”.
Nas suas falas, Iris destaca que quer ser governador, mais uma vez, para “cuidar dos humildes”. Frederico contesta: “Iris nunca cuidou dos mais humildes. O setor de saúde de seus dois governos era precário. Ele nunca valorizou a educação. É um especialista em construir asfalto sonrisal e rodovias sem acostamento. O funcionalismo público sempre trabalha, de modo voluntário, contra sua candidatura”.
Na opinião de Frederico, “a maioria dos peemedebistas vai cruzar os braços. Eu mesmo não apoio Iris para governador em nenhuma hipótese. Só a panelinha de sempre vai ficar com o cacique de quase 81 anos”.
Frederico está entre os peemedebistas que vão apoiar Marconi? “Conversei com Júnior e vou pensar um pouco a respeito. Assim como eu, Júnior não deve apoiar Iris. Jamais vou apoiar Iris. A rigor, não tenho nenhum motivo para não apoiar Marconi. Ele é meu amigo, fui padrinho de seu casamento e sua mulher, Valéria Perillo, é minha prima.”
Friboi e Frederico querem trabalhar para eleger deputados estaduais e federais. “Os peemedebistas se sentem frustrados, pois, com Iris, sabem que o PMDB não tem a mínima chance de derrotar Marconi. Iris é tão previsível que Marconi sabe como derrotá-lo com facilidade. Iris é certeza de derrota. Júnior poderia até perder, mas era esperança de renovação.”
“Várias vezes”, afirma Frederico, “alertei Júnior de que seria ‘traído’ por Iris. Porém, aparentemente mesmerizado pelo cacique, ele me contestava com frequência”.
“Iris tem denunciado corrupção na política de Goiás, mas não olha para sua própria história. Vale a pena examinar o que foi exatamente o Caso Caixego. Iris não tem condições de discutir o problema da Caixego e não tem como explicar o que a Delta fazia no seu governo na Prefeitura de Goiânia. A Delta em Goiás tinha uma ligação forte com o PMDB de Iris e com as prefeituras do PT”, ataca Frederico.
O ex-presidente do TCE declara que Iris critica a longevidade de Marconi no poder, sugerindo que é preciso que se tenha alternância, “mas não olha para sua própria história. De 1982 a 2010, Iris disputou quatro eleições para governador e pretende disputar, este ano, a quinta eleição. Quer dizer, no universo de nove eleições [contando com a de 2014], ele disputou mais de 50%. Como pode falar em renovação, em alternância de poder, especialmente se não abre espaço para ninguém no PMDB?”

[caption id="attachment_2174" align="alignright" width="620"] Aécio Neves: pressão em defesa do DEM | Foto: Reprodução George Gianni /Veja[/caption]
O DEM se tornou, no país, quase um partido nanico, mas com políticos ideologicamente consistentes. Não indicará o vice-presidente na chapa do tucano Aécio Neves — que prefere compor com um tucano de São Paulo, como José Serra. Comentou-se que o executivo Henrique Meirelles, do PSD, poderia ser o vice do tucano, mas o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente do partido, decidiu apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Portanto, Meirelles está descartado. Porém, como terá o apoio do DEM, o senador mineiro quer atender a prioridade política número um do partido para 2014: ampliar sua bancada de senadores. Por isso, acatando pedido do senador Agripino Maia e do prefeito de Salvador, ACM Neto, Aécio sugeriu ao governador Marconi Perillo que apoie o deputado federal Ronaldo Caiado para senador. O democrata goiano quer aliar-se ao tucano-chefe porque seu partido já o apoia.
Ocorre que, para indicar Caiado, Marconi teria de fazer uma reengenharia na chapa majoritária, hoje fechada com Vilmar Rocha para senador e José Eliton mantido na vice-governadoria. Esta é a chapa que o tucano-chefe quer. Pode até mudá-la, mas é a chapa que avalia como “da base”.
Ao contrário do que se comentou, Marconi não disse a Aécio Neves que, sim, vai abrir espaço para Caiado. O tucano-chefe tem avaliado com seus companheiros se vale a pena ter um apoio circunstancial e conflituoso como o de Caiado. Uma vez eleito senador, mas a eleição para governador ficando para o segundo turno, o democrata faria campanha para o tucano? Não se sabe. O que se comenta, na base marconista, é que, para quem quer manter aliança, Caiado mostra-se tímido e, sobretudo, distante da base.

[caption id="attachment_2868" align="alignright" width="300"] | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O deputado federal Rubens Otoni (PT) afirma que, em crise e sem candidato a governador definido até agora, a quatro meses das eleições, “o PMDB pode apoiar Antônio Roberto [Gomide], do PT, para governador. O partido poderia indicar o vice e o candidato a senador.
Uma coisa é praticamente certa: parte do PMDB deve apoiar nosso postulante”.
Na opinião de Rubens, “a crise do PMDB abre mais possibilidades para alianças com Gomide. Nós estamos conversando com líderes de nove partidos — PC do B, PDT, PROS, Solidariedade, PPL, PHS, PRTB, PSDC e PTC. Por enquanto, são conversas, mas os líderes são simpáticos a Antônio Roberto, pois o veem como um candidato consistente em termos de conteúdo e ‘leve’ para carregar. Ele não tem arestas e restrições”.
Uma coisa é certa, frisa Rubens: “Antônio Roberto será candidato. Ele está consolidado e, portanto, não há mais como apoiar outro candidato. O que estamos discutindo agora é quem vai nos apoiar. No segundo turno, se o PMDB não nos apoiar no primeiro turno, estaremos juntos, possivelmente contra o governador Marconi Perillo”.
O deputado frisa que o PT goiano não mudou sua estratégia. “O que é mais interessante é que as portas estão se abrindo para nós. A sociedade aprecia ouvir o discurso sério e com conteúdo de Antônio Roberto. Anote: como agentes da mudança e símbolos do novo de verdade, nós vamos eleger o próximo governador de Goiás. Vamos subindo aos poucos, mas de modo sustentado, e, quando aquele que já se julga eleito, a despeito de não se ter campanha, acordar, nós estaremos no topo.”
Rubens talvez seja o responsável pela avaliação mais precisa sobre Júnior Friboi, que desistiu, na semana passada, de ser candidato a governador. “Acredito piamente que Friboi saiu do páreo em definitivo. Porque ele não é político — é empresário. Iris Rezende voltou porque é político. Mas acredito também que, dada a crise com Friboi, Iris pode não disputar a eleição para governador. O principal beneficiário será, é claro, Antônio Roberto.”
O pré-candidato do PSB a governador de Goiás, Vanderlan Vieira Cardoso, se apresentava como o político forte no Entorno de Goiânia. Isto quando Iris Rezende estava fora do páreo. Agora, com a possível candidatura do peemedebista a governador, Vanderlan tende a perder força na região metropolitana. Como Iris tende a desidratar Vanderlan, acredita-se que, brevemente, Antônio Gomide, do PT, tende a superá-lo nas pesquisas de intenção de voto.
Por falta de estrutura financeira, Iris Rezende, virtual candidato a governador pelo PMDB, não vai conseguir segurar a maioria dos partidos que Júnior Friboi estava “amarrando politicamente”. Na semana passada, em pânico, líderes de pelo menos três partidos começaram a procurar o governador Marconi Perillo. O PEN, que passou meses articulando com Friboi, já está apoiando o tucano-chefe. O PTN de Francisco Gedda tende a apoiar Vanderlan Cardoso, do PSB, ou Antônio Gomide, do PT. Flávia Morais, do PDT, teria se aproximado do governador Marconi Perillo. O PC do B, que havia fechado um pré-acordo com Friboi, reabriu conversações com Gomide.

Júnior Friboi deve disputar o governo de Goiás apenas em 2018 (RETIRAR: Eronildo está disposto a conversar com Marconi
Leonardo Veloso, pré-candidato a deputado estadual pelo PRTB de Rio Verde, afirma que, mesmo com a retirada de Júnior Friboi, mantém sua candidatura. “O PMDB e o PRTB mantêm uma ligação muito forte com Friboi e ele certamente nos apoiará. Paulo do Valle, pré-candidato a deputado federal pelo PMDB, me disse que não abre mão da disputa. Ele vai concorrer para ganhar, tanto que vai montar uma estrutura profissional, mas também quer desmarcar espaço, pois deve ser candidato a prefeito de Rio Verde em 2016.” Em Rio Verde, o vereador peemedebista Paulo Henrique, agora com Iris Rezende fortalecido, deve ser candidato a deputado estadual.
Pode-se dizer que Júnior Friboi perdeu uma batalha para Iris Rezende, mas não todas as batalhas. Na semana passada, depois de conversas entre Goiânia e Jataí, um grupo, com o apoio do empresário, pretendia lançar a candidatura de Leandro Vilela (ou de Daniel Vilela) a governador de Goiás. Em Jataí, comentou-se que Leandro Vilela seria lançado na segunda-feira, 26. Ele seria apresentado como o “novo”. O projeto do deputado federal, esboçado em parceria com seu tio Maguito Vilela, prefeito de Aparecida de Goiânia, era outro: disputar a Prefeitura de Jataí, em 2016. O fato é que o candidato dos sonhos do grupo Vilela e de parte do PMDB ainda é Friboi, dada à sua estrutura financeira e disponibilidade política. Leandro Vilela vai ser candidato a governador -- |Humberto Machado – segunda-feira
As empresas familiares sempre têm um integrante que é dominante. No caso da JBS, o principal executivo é Joesley Batista. Ele é o mandachuva. Até seu pai, José Batista, ouve seus conselhos e ponderações. Recentemente, em conversa com um político goiano, ele disse que, mesmo a família tendo um império para gerir — um negócio que fatura mais de 100 bilhões de reais por ano —, o irmão Júnior Friboi optou para se envolver com as intrigas da política. Neste e-mail, por não ter experiência, Friboi se tornou uma sardinha no meio de tubarões e golfinhos. Sabe-se que Joesley e Wesley foram votos contrários à entrada de Friboi na política. Eles alegaram que, no primeiro confronto, os contendores atacariam a empresa, com armas limpas ou não, para atingi-lo. Mas, como está no mercado mundial, portanto super vista, a empresa é ampla e rapidamente atingida. Levada a discussão para o pai, José Batista, espécie de voto de minerva, decidir, ficou acertado que Friboi poderia disputar eleições, mas trabalhando para não “contaminar” as empresas do grupo. No momento, o próprio de Friboi quer vê-lo longe da política, considerando que as empresas, como a Friboi, pode ser prejudicada.
O prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda (PDT), é um dos mais fieis aliados do pré-candidato do PT a governador de Goiás, Antônio Gomide. “Postulo que o líder petista vai ser eleito porque o novo costumar surpreender aqueles, depois de anos no poder, se acomodaram. A polarização entre Iris Rezende, do PMDB, e o governador Marconi Perillo, do PSDB, tem quase 20 anos. Entra eleição e sai eleição, e um deles é sempre candidato. Gomide pode romper com a polarização.” Ikeda afirma que Marconi irá para sua quarta eleição e Iris irá para a quinta eleição para o governo. “É provável que até eles já estejam cansados. Agora, imagine o eleitor.” Júnior Friboi, o pré-candidato a governador do PMDB que desistiu, “se bancar candidatos a deputado estadual e federal, vai acabar fortalecendo Iris Rezende, o virtual candidato a governador do partido”. Por quê? “Porque são os candidatos a deputado que fortalecem as candidaturas majoritárias. Se deixar para Iris a estrutura que criou, o veterano evidentemente para tirar proveito dela.
A base marconista comemorou a renúncia de Júnior Friboi. Por três motivos. Primeiro, apesar do discurso meio arcaico, poderia se apresentar como o “novo”. Segundo, movimentando uma imensa fortuna, poderia influenciar à larga o processo eleitoral. Terceiro, poderia, como chegou a fazer, contratar os melhores profissionais de marketing político, como Duda Mendonça e Augusto Fonseca. Iris Rezende é considerado um candidato mais duro, com imensa capilaridade política no Estado, porém é visto como um candidato mais previsível. Até como ataca e os assuntos que prefere discutir são previsíveis.
O presidente do Solidariedade, deputado federal Armando Vergílio, afirma que ninguém esperava a desistência de Júnior Friboi. “Nem mesmo seus interlocutores diretos e diários sabiam que ele planejava abandonar sua pré-candidatura a governador de Goiás.” O líder político diz que ouviu uma frase curioso de um político experimentado: “Estou feliz e estou triste, porque não sei o que está acontecendo”. Para Armando, deixar o campo no meio do jogo foi uma maneira de Friboi dizer a Iris Rezende que não estava satisfeito com a condução do processo político. “O timing do empresário em geral é muito diferente do timing do político”, avalia o presidente do SDD. “O fogo amigo é o pior de todos, porque é, quase sempre, imprevisível.” O parlamentar recomenda, porém, que Friboi tenha calma. “É hora de recolher-se, esfriar a cabeça. Em política, ao menos na sua articulação, a razão não pode ser trocada pela emoção.” A saída de Friboi muda xadrez político. “O PROS, por exemplo, estava conversando com o empresário, aí colocou um pé fora e, agora, certamente vai colocar o outro”, afirma o parlamentar. O PROS abriu conversações com o pré-candidato do PT a governador, Antônio Gomide. O deputado federal Rubens Otoni frisa que o acordo não foi inteiramente sacramentado, mas, dada a aliança nacional do PROS com o governo da presidente Dilma Rousseff, está próximo de ser fechado. O líder do Solidariedade não acredita que Gomide recua para apoiar Iris Rezende. “Fica, portanto, a pergunta: o PMDB vai coligar-se com quem?” O Solidariedade, segundo Armando, trabalha com planos A, B e C. “Todos querem conversar com o nosso partido e isto é sinal de que temos vitalidade política.” O governador Marconi Perillo disse a mais de um interlocutor que trabalha pela aproximação do presidente do SDD. “Não decidimos o nosso caminho, porque, embora esteja quase em cima da hora, é possível esperar um pouco mais.” Quais são os caminhos possíveis para Friboi? Armando diz que procura não se envolver com os problemas internos dos partidos. Mas, pressionado, formula duas saídas. “Primeiro, se aceitar ser vice de Iris, a chapa fica muito forte. Porque um é popular, embora não seja um fato novo na política, e o outro é capaz de criar uma estrutura de campanha formidável. Segundo, pode-se afastar de vez, deixando o campo livre para Iris. Mas aí os acordos que haviam sido ‘amarrados’ com os partidos e políticos são perdidos. Porque a garantia não o PMDB, e sim o próprio Friboi.” Quando diz que vai observar a política como cidadão, Friboi, na avaliação de Armando, está dizendo que vai acompanhá-la de longe. Quem ganha com a crise? “Perde o PMDB e ganham Marconi Perillo, Vanderlan Cardoso e Antônio Gomide.” Armando diz que permanece com seu colocado para a disputa — como candidato a governador, a vice-governador ou a senador. “Uma chapa com Iris para o governo, eu como vice e Ronaldo Caiado como senador é muito forte, eu diria que é ‘perigosa’.” Como as forças tradicionais estão tentando se colocar como “únicas alternativas”, Armando sugere que Solidariedade, PDT e PROS, partidos com estruturas razoáveis, se unam para organizar um bloco político e lançar uma chapa para governador. “De repente, como o novo, poderíamos surpreender”, afirma.
Na semana passada, nervoso e chateado, o empresário Júnior Friboi pediu para não ser posto na rua o movimento “Volta, Júnior”. Mas que ninguém fique surpreso se o movimento for levado às ruas à revela de Friboi. Depois, é possível que ele aprove sua organização. Há quem, no irismo, avalie que até Iris Rezende pode pedir o retorno do empresário ao processo. O motivo é até prosaico: sem a estrutura financeira articulada por Friboi, e a apenas quatro meses das eleições, o PMDB terá muita dificuldade para enfrentar um candidato, Marconi Perillo, que, além de liderar as pesquisas, está montando uma estrutura profissional de campanha. Um peemedebista recomenda que tanto Friboi e Iris guardem a bílis em casa e negocie uma saída honrosa, de preferência mantendo o primeiro como candidato a governador. O problema é que Iris não quer ceder.
Pré-candidato a deputado federal, o ex-prefeito de Luziânia Célio Silveira (PSDB) disse ao Jornal Opção que seu projeto número um é a vitória do governador Marconi Perillo. “O projeto número dois é a minha disputa para deputado.” Solicitando a comentar a crise do PMDB, o conflito entre Júnior Friboi e Iris Rezende, o tucano diz que não se sente à vontade. “Trata-se de um problema de outro partido e não fica bem discuti-lo. Mas é provável que Júnior, uma pessoa de e do bem, cruze os braços e não acompanhe Iris.” Falar de sua pré-campanha, Célio anima-se. “Estou trabalhando com firmeza no Entorno do Distrito Federal, minha região básica, mas também faço um trabalho político forte em Goiânia [apoio de Gilvane Felipe], em Morrinhos [tem o apoio do prefeito Rogério Troncoso, do PTB], em Itaberaí [em parceria com o pré-candidato a deputado estadual Jean Carlo] e em Jaraguá (parceiro do deputado estadual Nédio Leite].”