Bastidores
O presidente do PSC, Joaquim Liminha, aposta que Vanderlan Cardoso deve ser candidato a prefeito de Goiânia. “E vai ganhar”, aposta. “Vanderlan não tem de dar satisfações a Iris Rezende sobre sua possível candidatura a prefeito de Goiânia.” Joaquim Liminha frisa que Goiânia “não é feudo de Iris Rezende. A capital não tem dono e Vanderlan Cardoso tem alto índice de aprovação entre seus eleitores”.
“O Popular” plantou uma nota, a pedido de iristas, garantindo que Iris Rezende estava “tranquilo” e, até, “feliz”. A informação é falsa. (A nota não deve ter sido feita por Jarbas Rodrigues Júnior, que sabe das coisas.) Parentes dizem que Iris Rezende, embora resignado, está “tristíssimo”. Frequentemente, pergunta-se porque foi “castigado quatro vezes seguidas por Deus”. Depois, menos exaltado, deixa de “culpar” Deus e passa a dizer que sua campanha não tinha recursos financeiros suficientes. Em nenhum momento Iris Rezende faz a autocrítica correta, assumindo que nada tem a ver com o eleitorado moderno de Goiás.
Iris Rezende não ganha eleições em disputas estaduais desde 1998. O peemedebista-chefe perdeu três eleições para governador — para Marconi Perillo — e uma eleição para senador. Conseguiu ser eleito prefeito de Goiânia duas vezes — e só.
O fogo amigo está cada vez mais cerrado na Secretaria da Saúde da Prefeitura de Rio Verde. O alvo é o secretário Francisco Barreto Filho. O atirador de elite seria, por vias indiretas, o secretário de Habitação, Leonardo Fonseca (PSD), vereador licenciado. Curiosamente, o pai de Leonardo Fonseca, Osvaldo Fonseca, é chefe de gabinete do deputado federal Heuler Cruvinel (PSD), mui amigo do prefeito Juraci Martins (PSD).
Aliados de Ismar Pires dizem que ele é o favorito absoluto. Desembargadores podem não apreciar a tese do "já ganhou"
O número um de Lula é o banqueiro Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco. O goiano Meirelles é o número dois
A assessoria de comunicação do prefeito de Rio Verde, Juraci Martins, do PSD, enviou uma nota como resposta à nota “Prefeito Juraci Martins e deputado Heuler Cruvinel estão de relações cortadas”. A fonte do jornal, um radialista de Rio Verde, mantém as informações.
[Juraci Martins, do PSD: prefeito de Rio Verde]
A seguir, o conteúdo integral da nota.
“O prefeito de Rio Verde, Juraci Martins e o deputado federal Heuler Cruvinel dispõem de uma relação estreita e amistosa. O grupo político liderado por Juraci Martins saiu-se vencedor em todas as disputas na cidade de Rio Verde, alcançando a presidência da Câmara com Iran Cabral, elegendo Lissauer Vieira a deputado estadual, reelegendo Heuler Cruvinel à Câmara dos Deputados e dando votação expressiva ao governador Marconi Perillo no município. Devemos considerar ainda a votação da candidata Maria José (PSDB), que alcançou mais de 12 mil votos, mas por motivos da coligação não conseguiu ser eleita.
“Os rumores de discórdia entre o prefeito e o deputado federal mostram o medo da oposição que, desestruturada, tenta alimentar a imprensa com factoides para iludir o cidadão. O intento não será alcançado, a população está atenta e politizada e reconhece os benefícios da administração de Juraci Martins, isso foi provado através de pesquisas e comprovado nas urnas com vitória maciça dos candidatos do prefeito no pleito de 2014. O grupo está cada vez mais forte e unido e para 2016 as opções de nomes para a sucessão de Juraci Martins são amplas e chegarão com força total paras eleições.”
[Rodrigo Rollemberg, governador eleito do Distrito Federal, e seu aliado no Entorno do Distrito Federal, ex-deputado federal Marcelo Melo]
O ex-deputado Marcelo Melo (PMDB) não tem bola de cristal, mas fez três previsões que se revelaram acertadas.
Primeiro, frisou que a presidente Dilma Rousseff, do PT, seria reeleita. Foi.
Marcelo Melo destacou que o senador Rodrigo Rollemberg, do PSB, seria eleito governador do Distrito Federal (e quando ele estava em terceiro lugar nas pesquisas). Foi.
O jovem peemedebista sublinhou que, se o candidato a governador de Goiás pelo PMDB fosse Iris Rezende, o governador Marconi Perillo, do PSDB, seria reeleito. Foi.
Só faltou prever a derrota acachapante da deputada federal Iris Araújo, do PMDB. Ele não participou do churrasco peemedebista que comemorou a derrota haitiana de Iris Araújo, mas não tem simpatia alguma pela especialista em culinária.
Craquíssimo, ligado a Michel Temer, Marcelo Melo deve ser candidato a prefeito de Luziânia. É tido, por aliados e adversários, como imbatível. Uma espécie de Rodrigo Rollemberg de Luziânia.
[relacionadas artigos=" 1,2,3... "] O irismo avalia que a gestão de Paulo Garcia na Prefeitura de Goiânia, mal avaliada pela população, prejudicou Iris Rezende. Por mais que tenha mantido distância do petista, os eleitores sabem que Iris Rezende foi o principal responsável pela eleição dele para prefeito de Goiânia e, certamente, não o perdoa por isso.
[relacionadas artigos="18827"] O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT, mantém encontros escondidos com o candidato do PMDB a governador de Goiás, Iris Rezende. Os encontros ocorrem no escritório político ou no apartamento do peemedebista. O motivo é simples: como é desaprovado pela população de Goiás, Paulo Garcia não é um bom cabo eleitoral. Por isso Iris Rezende decidiu afastá-lo de sua campanha. Na periferia, Iris Rezende afirma, com todas as letras, que nada tem a ver com a gestão de Paulo Garcia.

[caption id="attachment_18869" align="alignleft" width="150"] Vanderlan Cardoso não teme e desafia pressão de Iris Rezende[/caption]
O ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB) teria enviado três recados curtos e secos para o ex-prefeito de Senador Canedo Vanderlan Cardoso (PSB). Primeiro, não gostou de não ter recebido seu apoio para o governo no segundo turno.
Segundo, Iris quer ver Vanderlan fora da política de Goiânia. O peemedebista avalia que a capital não é o segundo feudo do líder do PSB.
O terceiro recado deriva do segundo. Se mesmo com a advertência, Vanderlan continuar dizendo que vai disputar a Prefeitura de Goiânia, em 2016, Iris pretende responder na mesma moeda. O peemedebista, no caso de Vanderlan transferir seu domicílio eleitoral para a capital, pretende lançar sua filha, Ana Paula Rezende, para prefeita de Senador Canedo. Há também a possibilidade de bancar seu genro, Frederico Peixoto, para prefeito. Peixoto está construindo um condomínio horizontal Jardins no município.
O Jornal Opção ouviu dois aliados do empresário. Um deles disse: “Vanderlan é um dos sujeitos mais tranquilos do mundo e não teme qualquer tipo de ameaça. Vai ser candidato a prefeito de Goiânia — quer queira ou não Iris. Vanderlan não vai desperdiçar seu imenso capital eleitoral na cidade. É candidatíssimo. Por isso não quis apoiar o peemedebista no segundo turno”.

[caption id="attachment_18871" align="alignleft" width="420"] Jovair Arantes e Heuler Cruvinel, deputados federais por Goiás: terçando forças pelo comando da Secretaria da Agricultura[/caption]
A Secretaria da Agricultura é mais poderosa pela influência do que pelos recursos financeiros — quase sempre contingenciados. Porém dá prestígio e, daí, força política. Como a base aliada dá como certa a vitória do governador Marconi Perillo, a temporada de caça à vaga de secretário está aberta. Consta que o secretário Antônio Flávio Lima irá para o comando da Agrodefesa, porque o atual titular, Antenor Nogueira, embora sério e competente, criou arestas demais para o governo.
O deputado federal Jovair Arantes, na iminência de perder a Secretaria de Cidadania e Trabalho para a deputada federal Flávia Morais, exige a Secretaria da Agricultura para o PTB. Pode levá-la. Mas o deputado federal Heuler Cruvinel (PSD) planeja ser secretário.
Como o governador Marconi Perillo pretende mandar dois suplentes para Brasília, possivelmente Sandes Júnior, do PP, e José Mário Schreiner, do PSD, as chances de Heuler Cruvinel são altas. Sua ida para a Seagro abriria uma vaga para Sandes Júnior, o primeiro suplente.
O governador teme a politização da Seagro, mas, como Heuler Cruvinel é ligado ao agronegócio e representa uma das regiões, o Sudoeste, onde a agricultura é muito forte, pode acabar se tornando um secretário qualitativo e técnico. E tem o perfil pretendido pelo tucano-chefe: é jovem e tem prestígio político.
Sabe-se que Heuler Cruvinel pretende ficar em Goiânia, na Seagro, para ficar mais próximo de Rio Verde, pois pretende disputar a prefeitura em 2016. E, como secretário, se fortaleceria junto aos produtores rurais e empresários do Sudoeste.
O deputado federal Roberto Balestra está de olho gordo na Secretaria da Agricultura. Para indicar alguém, não é muito forte. Porém, se quiser ocupar, ele próprio, a secretaria, aí se torna um postulante sólido. José Mário Schreiner é o preferido da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg) para o cargo.

[caption id="attachment_12083" align="alignleft" width="620"] Paulo Garcia: ex-secretário diz que é "arrogante, irônico e debochado" | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
A Prefeitura de Goiânia, na gestão do petista Paulo Garcia, tem uma dívida de 400 milhões de reais e um déficit de 30 milhões mensais. Quem é o pai e o padrasto da dívida? O Jornal Opção ouviu dois ex-secretários de Finanças do município e eles divergem a respeito da paternidade. Um frisa que a dívida foi gerada pela administração paulo-garcista. O outro sustenta que o ex-prefeito Iris Rezende é o pai de pelo menos 200 milhões da dívida e que Paulo Garcia é o padrasto de 200 milhões. “A responsabilidade deve ser dividida meio a meio.” O peemedebista-chefe contesta e garante que deixou a Prefeitura com um caixa positivo de 200 milhões de reais.
A gestão de Paulo Garcia está engessada sobretudo por seu populismo no tratamento dos aumentos salariais do funcionalismo público, do qual se tornou refém. “Dos 240 milhões de reais da receita corrente [incluindo repasses federais], a Prefeitura de Goiânia gasta no mínimo 170 milhões com a folha dos servidores”, afirma um ex-secretário.
Qual é a origem da dívida de quase meio bilhão de reais? “A prefeitura deve para fornecedores (por exemplo, de materiais de informática), prestadores de serviços (Ita Transportes, Tecpav e a empresa que coleta lixo hospitalar), locatários de imóveis. Também está devendo para a Celg e só de parcelamentos salariais atrasados, e exclusivamente para o pessoal da Educação, a dívida chega a 12 milhões de reais”, afirma um dos entrevistados.
No lugar de concluir o Paço Municipal, Paulo Garcia prefere gastar 1 milhão de reais com aluguel. “É dinheiro jogado fora, mas é possível que se queira beneficiar algum aliado político”, sugere um ex-secretário, que avalia que o petista “não tem espírito de gestor. Ele gosta mesmo é de muita conversa e reuniões”. O ex-secretário afirma que, quando apresentava os problemas e as soluções, o prefeito sugeria conversar “outra hora”. “Ele me dizia que era preciso enrolar a população e a imprensa. Quando falassem que a cidade estava mal, era preciso contrapor e dizer que estava bem e que o governador Marconi Perillo estava ‘boicotando’ sua gestão. Quando eu disse que o problema da dívida era ‘nosso’, não havia sido criado pelo tucano, Paulo ficou irritado e afirmou. com ar de deboche: ‘Virou marconista?’. O prefeito é soberbo, irônico e não aceita críticas, nem mesmo as construtivas.”
Há um receituário para recuperar a gestão da prefeitura? “Não há nenhum segredo: é preciso diminuir despesas, com urgência. Quando eu disse isto, Paulo sugeriu que aumentar o IPTU era a solução. Noutras palavras, ele quer que o goianiense pague a dívida que sua administrou criou. Sugeri também que era preciso reduzir as secretarias, não acrescentar aumentos para os servidores e cortar horas extras, incorporações, gratificações, pagamentos de quinquênios.
Mas o prefeito sempre dizia: ‘Vamos esperar passar o período eleitoral’. Iris Rezende governava com 25 secretarias e Paulo aumentou para 40. É preciso gastar menos dinheiro com energia, água, telefone, combustível e aluguel. Urgente”, sugere um dos ex-secretários.
Para pagar a dívida, qual é a solução imediata. “Como a prefeitura é um sorvedouro de recursos financeiros, só há uma saída: aumentar a receita com a captação de recursos, como empréstimos a longo prazo junto ao BNDES ou ao Bird”, propõe uma das fontes.
Um ex-secretário que sabe tudo sobre a prefeitura afirma que queria “zerar o déficit mensal para depois discutir a dívida. Propus que se contraísse um empréstimo a longo prazo para pagar a dívida e se adotasse medidas duras de contenção de gastos, pois, assim, aos poucos a prefeitura iria se recuperando.
Paulo Garcia concordou no início, mas depois achou que o remédio era muito ‘amargo’, sobretudo em ano eleitoral, e mataria o ‘paciente’. Ele dizia que não queria ‘prejudicar’ Iris Rezende. Quer dizer, priorizou Iris, mas não os interesses da cidade”. Com o Programa de Parcelamentos de Impostos (PPI), segundo uma das fontes, “a prefeitura arrecadou cerca de 40 milhões. É uma quantia razoável, mas insuficiente, dado o valor da dívida”.
Paulo Garcia tem dois anos e dois meses pela frente, nesse tempo, terá condições de colocar a casa em ordem? Uma das fontes avalia que não: “Em dois anos, Paulo não vai resolver o problema, exceto, como eu disse, se contrair um empréstimo ou se conseguir algum dinheiro ‘novo’ junto ao governo federal. Só uma ajuda externa, de bancos ou do governo federal, pode contribuir para recuperar as finanças da prefeitura. Agora, se não pagar, a dívida vai crescer e, aos poucos, vai tornar a gestão de Paulo totalmente inviável. O secretário de Finanças, Jeovalter Correia, está espantando com o ‘papagaio’ que recebeu e, segundo um empresário da construção civil, está prestes a pedir o ‘boné’ para assumir um cargo noutra gestão, fora de Goiás. O que posso dizer, por conhecer Paulo, é que vai deixar a dívida ‘incubada’. Tenho dó do próximo prefeito, daquele que assumir o governo em 2017”.
Quando um dos secretários assumiu, disseram-lhe que havia um caixa positivo de 20 milhões de reais. “Era tudo falso e não sei se o prefeito Paulo Garcia, que nada entende de finanças e contabilidade, tem informações precisas sobre a dívida. O que sei é que não aprecia discutir problemas reais mas adora bater-papo com os amigos e aliados. Quando eu disse que a dívida era de 400 milhões e expliquei pacientemente o significado disto, pareceu ficar ‘alarmado’, mas, depois, me disse: ‘Você é catastrofista’”.
Uma das fontes afirma que a situação é tão dramática que a prefeitura não tem sequer certidão negativa junto à Receita Federal. “As certidões têm de ser batalhadas caso a caso. Mesmo que queira ajudar o prefeito Paulo, a presidente Dilma Rousseff vai esbarrar em questões legais. O que posso dizer é que Paulo está completamente ‘perdido’ e governando, se se pode dizer assim, com uma equipe de ‘amadores’ e ‘palpiteiros’. Descobri, a duras penas, que Paulo é prefeito, mas não é gestor, não tem interesse pela gestão. Parece que se diverte é fazendo política e visitando o escritório e o apartamento de Iris Rezende. O que mais me deixou assustado é que parece acreditar mais na palavra de um marqueteiro, que o acompanha como se fosse um ‘rabo’, do que nos verdadeiros gestores.”
Sobre a elevação do IPTU, o ex-secretário mais comedido afirma que é importante, mas pode aumentar o índice de inadimplência. “A prefeitura quer arrecadar 300 milhões de reais por ano. Porém, como a renda do ‘contribuinte’ não aumenta, ele não terá como pagar rapidamente o imposto.”

A ex-deputada Raquel Teixeira, principal executiva do Instituto Jaime Câmara, é cotada para ser a próxima secretária do governo de Marconi Perillo, se este for reeleito. Localizada em São Paulo, disse que, no momento, “o mais importante é ganhar a eleição. Fico satisfeito com as manifestações, mas, até agora, não recebi nenhum convite”. Na verdade, está sendo discreta. O tucano-chefe espera que ela retorne à Secretaria da Educação. Tem o perfil adequado.
O secretário da Indústria e Comércio do governo de Marconi Perillo, se este for reeleito, será indicado pelos empresários e políticos de Anápolis. Pode ser Alexandre Baldy ou um nome novo. O deputado estadual eleito Jean Carlo (PHS), embora de Itaberaí, tem sido citado. Ele é ligado ao empresário José Garrote, amigo do governador. Se indicado, abriria uma vaga na Assembleia Legislativa para Elismar Veiga, de Anápolis e da Assembleia de Deus.