Bastidores

Se depender do petista-chefe Lula da Silva, o ex-presidente do Banco Central e presidente da holding J&F Henrique Meirelles será o ministro da Fazenda do segundo governo de Dilma Rousseff. Inicialmente, depois de alguma resistência da presidente, Meirelles estaria sendo aceito. Se indicado, Meirelles vai adotar políticas tidas como mais conservadoras, como cortes no orçamento federal, “em um esforço para afastar uma estagnação prolongada ou rebaixamentos de ratings de crédito do Brasil no próximo ano”, segundo a Reuters. “Até recentemente, ninguém acreditava que Meirelles estaria no páreo, mas seu nome está ganhando terreno rapidamente — afirmou um deputado do PT que se encontrou semana passada com Lula e Dilma. — Ela sabe que precisa de mais mudanças drásticas para mudar o cenário econômico — acrescentou.” O preferido de Dilma Rousseff é Nelson Barbosa, que, de esquerda, seria mais estatista. Lula não o veta, mas não avalia que é o técnico apropriado para o momento. Seria como continuar com Guido Mantega, o que o mercado não tolera. “Meirelles teve uma muito boa reputação como presidente do BC. Ele vai representar um retorno às políticas econômicas ortodoxas, o que será bem-vindo pelo mercado — disse Neil Shearing, economista-chefe mercados emergentes da Capital Economics, em Londres”, publica a Reuters. Porém, “sem independência, ele não vai assumir o cargo”, disse uma fonte da agência. A Reuters ouviu um integrante do governo Dilma Rousseff: “Você não pode trabalhar com alguém que pensa de forma completamente diferente de você”.
A agência Reuters divulgou que a empresa JBS – dirigida pela família Batista (Wesley, Joesley, José Batista e Júnior Friboi) –, “maior produtora global de carnes, teve lucro líquido recorde de R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre, valor cinco vezes maior que o registrado no terceiro trimestre de 2013, impulsionado pelo resultado operacional. De julho a setembro, a geração de caixa da JBS medida pelo lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações (Ebitda) mais que dobrou, para R$ 3,6 bilhões”. “O desempenho é atribuído aos resultados positivos registrados nas operações de aves, suínos e bovinos nos Estados Unidos e também aos bons números apresentados pela JBS Foods (divisão de aves, suínos e processados no Brasil)", disse a JBS em uma nota. “O resultado operacional das unidades nos Estados Unidos mostrou força, com o JBS USA (bovinos) tendo aumento de mais de 300% no Ebitda, a US$ 504,6 milhões, enquanto a operação de suínos nos EUA teve Ebitda mais de 150% maior, a US$ 113,3 milhões. O mesmo indicador da divisão de frango norte-americana atingiu US$ 435,4 milhões. A operação de carne bovina nos Estados Unidos, que inclui os resultados da Austrália e do Canadá – a maior divisão da JBS em receita –, apresentou um crescimento das vendas tanto no mercado norte-americano quanto nas exportações, além de um aumento nos preços médios dos produtos comercializados, disse a empresa. Já a JBS Foods, unidade formada após a aquisição da Seara, da concorrente Marfrig, registrou Ebitda de R$ 576 milhões, aumento de 31% ante o segundo trimestre -- não há comparação com o terceiro trimestre de 2013, porque a JBS só assumiu a Seara em outubro de 2013. A JBS Mercosul, que inclui a unidade de carne bovina no Brasil, teve Ebitda de R$ 554,6 milhões, queda de 15,2% na comparação anual, em um ambiente adverso de preços em patamares recordes da arroba do boi, em meio à oferta restrita de animais prontos para o abate, em parte devido à seca. A receita líquida global da companhia somou R$ 30,78 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 27,1% ante o mesmo período de 2013. Os destaques foram o Mercosul, que registrou aumento na receita de 14,8%, e a operação da JBS USA de carne bovina, com aumento de 24,7%”.
O dirigente da Fieg Pedro Alves de Oliveira fica na presidência do Conselho Deliberativo

[caption id="attachment_20257" align="alignleft" width="280"] Marconi: mais recursos para melhorar qualidade vida do povo[/caption]
O deputado federal Vilmar Rocha (PSD) não para. Reúne-se com políticos, discute eleições e formatação de um projeto para a disputa de 2016 e, nas folgas das articulações, estuda a história do Brasil e teoria política. “Terminei de ler as memórias do senador eleito José Serra, de São Paulo. ‘Cinquenta Anos Esta Noite’ (Record, 266 páginas) é uma história fascinante sobre um indivíduo, Serra, e a história de seu tempo.
"É bem escrito. Li uma resenha do Jornal Opção e decidi comprá-lo.”
Vilmar afirma que o governador Marconi Perillo vai enxugar e agregar secretarias e agências. “A dúvida é se faz o ‘enxugamento’ de uma vez ou aos poucos. As demissões de comissionados podem ser feitas de maneira ‘programada’ ou não.”
O líder do PSD afirma que “o ponto de união da base governista é Marconi. Mas ele não vai disputar o governo em 2018, por isso, neste ano, haverá uma reorganização da base política”. O que o tucano-chefe vai fazer? “Marconi deverá concluir todas as obras até 2018. Seria um grande avanço.”

[caption id="attachment_20271" align="alignright" width="310"] Sandro Mabel: jogo do político “aposentável” é apontado como manjadíssimo por “mabeólogo”[/caption]
Um peemedebista, ex-deputado federal, afirma que é uma espécie de “mabeólogo”, quer dizer, intérprete do deputado federal Sandro Mabel, do PMDB. O repórter do Jornal Opção pergunta-lhe: “Procede que o empresário vai se aposentar da política?” Sua resposta: “Se até Iris Rezende não quer se aposentar, por que Sandro vai resignar-se?”
O ex-deputado afirma que Mabel está espalhando uma ampla cortina de fumaça sobre seu verdadeiro projeto político. “Ele teria sugerido que ‘pagou’ o marketing da campanha de Iris Rezende, no segundo e no primeiro turnos, para que o peemedebista-chefe o apoiasse na disputa para prefeito de Goiânia, em 2016. Verdade? Meia verdade. Sandro sabe que a disputa de Goiânia vai ser uma pedreira, possivelmente entre Iris Rezende, do PMDB, Vanderlan Cardoso, do PSB, e Jayme Rincón, do PSDB. Será uma batalha para profissionais, não para amadores. Sandro, nada bobo, não entra em bola dividida.”
Se é assim, o que quer, de fato, o aposentável Mabel? “Simples: Sandro quer disputar a Prefeitura de Aparecida Goiânia. Só precisa convencer o prefeito Maguito Vilela a rifar Euler Morais e a apoiá-lo.” É possível? “É.” Por quê? “Porque Maguito não quer ‘torrar’ dinheiro para eleger o amigo histórico e Sandro tem condições de bancar sua campanha.” Só isso? “Só.”

Na semana passada, auxiliares do governador Marconi Perillo e deputados eleitos e reeleitos elaboraram, a pedido do Jornal Opção, a lista do possível secretariado do quarto governo do tucano Marconi Perillo. Pelo menos cinco entrevistados chamaram a lista de “bolsa de apostas”. Outros optaram por nominá-la de “especulação”. O leitor encontrará o nome de uma pessoa sugerido para mais um de cargo.
O listão dos favoritos:
Agecom — Orion Andrade, Carlos Maranhão, Danin Júnior.
Agel — Júnior Vieira (Célio Silveira e Jovair Arantes disputam a agência para algum aliado) e Francisco Bento.
Agetop — Jayme Rincón (o único hors concours).
Agricultura — Heuler Cruvinel (favorito), José Mário Schreiner, Roberto Balestra e Robledo Rezende.
Chefe de gabinete — Eduardo Zaratz, Joaquim Mesquita, Joaquim de Castro (citado para o TCM na vaga de Virmondes Cruvinel) e João Bosco Bittencourt.
Cidadania e Trabalho — Flávia Morais (favorita), Virmondes Cruvinel Filho e Tales Barreto.
Cidades — Roberto Balestra e João Balestra.
Cultura — Aguinaldo Coelho, Nasr Chaul, Décio Coutinho, Fernando Cupertino e Edival Lourenço.
Detran — João Furtado e Horácio Santos.
Educação — Raquel Teixeira, Fernando Pereira dos Santos, Vanda das Dores Siqueira Batista, Edward Madureira (cotado, mas não quer) e Vilmar Rocha.
Emater — Antenor Nogueira (com certa rejeição).
Escritório de Representação em Brasília — Gilvane Felipe, Luiz Alberto Bambu e Simão Cirineu.
Fazenda (Sefaz) — Giuseppe Vecci (afirma que prefere ficar na Câmara dos Deputados), Jalles Fontoura (agrada o Fisco, mas reluta em deixar a Prefeitura de Goianésia), José Paulo Loureiro (há quem diga que prefere ficar na iniciativa privada), José Taveira (é um curinga) e Simão Cirineu (pela coragem de dizer “não” e de não fazer “média”).
Goiás Turismo — Eduardo Machado. Francisco Bento ou uma indicação da deputada federal eleita Magda Mofatto (se parar de plantar notas em jornais, numa pressão nada sutil).
Governo (união de Casa Civil, Justiça e Articulação) — Frederico Jayme, Vilmar Rocha, Joaquim Mesquita, Henrique Tibúrcio e Eduardo Machado.
Habitação (se criada, incorpora a Agehab) — Marcos Abrão (prefere ficar na Câmara dos Deputados) e Carlos Maranhão.
Indústria e Comércio — Bill O’Dwyer, Jean Carlo, Frederico Jayme e Alexandre Baldy.
Infraestrutura — Danilo de Freitas.
Juventude (pode ser uma diretoria ou superintendência da Secretaria de Governo) — Rodrigo Zani.
Meio Ambiente — Jacqueline Vieira.
Metrobus — Padre Ferreira.
Particular — Glória Miranda, Gilvane Felipe e João Bosco Bittencourt.
Saneago — Julinho Vaz.
Saúde — Halim Girade, José Taveira, Antônio Faleiros, Cristina Lopes e
Francisco Azeredo (o grupo de Lincoln e Sebastião Tejota tem interesse na pasta).
Sectec — Francisco Júnior, Vilmar Rocha e Mauro Faiad (bancado por Giuseppe Vecci).
Segplan — Leonardo Vilela (nome apoiado por Giuseppe Vecci) e Marcos Abrão.
Segurança Pública — Joaquim Mesquita, Frederico Jayme (em alta), José
Paulo Loureiro, Henrique Tibúrcio e João Campos.
VLT — Carlos Maranhão e João Balestra.

[caption id="attachment_20263" align="alignright" width="620"] José Vitti e Lincoln Tejota: dois nomes consistentes para a a disputa da presidência da Assembleia Legislativa, logo no início de 2015[/caption]
Um deputado procurou o Jornal Opção e disse: “Um ‘candidato’ a presidente da Assembleia Legislativa de Goiás estaria oferecendo dinheiro para pagar dívidas de campanhas de deputados eleitos de vários partidos”. Como o parlamentar não apresentou provas, o Jornal Opção optou por fazer o registro, mas sem mencionar o nome do suposto comprador de “votos”. “A história está grassando”, frisa o político, que não se elegeu.
O fato é que sete deputados estaduais — José Vitti (PSDB), Helio de Sousa (DEM), Henrique Arantes (PTB), Chiquinho Oliveira (PHS, recém-eleito), Francisco Júnior (PSD), Lincoln Tejota (PSD) e Álvaro Guimarães (PR) — estão trabalhando, às claras e, às vezes, silenciosamente, com o objetivo de articular uma frente de apoio ampla para assumir o controle da poderosa Assembleia. O presidente eleito vai dialogar diretamente com o governador Marconi Perillo e com a sociedade goiana e vai gerir um orçamento maior do que o de algumas prefeituras pequenas e médias. Quem assume o Legislativo se torna poderoso da noite para o dia (observe-se que Helder Vallin é conselheiro do TCE porque, antes, foi presidente da AL).
Pode-se falar num favorito? Ainda não. A tendência é que o presidente seja do PSDB, o maior partido da casa. Se prevalecer esta tese, o nome mais cotado é o de José Vitti. Sua ascensão resolveria também alguns problemas políticos em Palmeiras de Goiás. Helio de Sousa é considerado, por todos, como carta fora do baralho. “Ele é um presidente tranquilo, não cria problemas, mas não tem a simpatia dos deputados e, sobretudo, pertence ao DEM, partido que é comandado por um adversário figadal do governador Marconi Perillo, o senador eleito Ronaldo Caiado”, diz um secretário do tucano-chefe.
Lincoln Tejota, com o apoio de seu pai, o conselheiro do TCE Sebastião Tejota, e do ex-prefeito de Goiânia Nion Albernaz, do PSDB, é um nome consistente. Ele articula com habilidade. Henrique Arantes também quer comandar a casa, mas tende a apoiar Tejota. Francisco Júnior saiu atrás de Tejota, na articulação, e por isso tende a apoiar o correligionário.
Chiquinho Oliveira tem a simpatia de Marconi, mas, por ser cristão novo, enfrenta certa resistência.
O deputado eleito Adib Elias, ao lado de Iris Rezende e Iris Araújo, é o mais radical quando se fala em expulsar do PMDB “aquilo” que o irismo e o irisaraujismo chamam de “triunvirato marconista” — Júnior Friboi, Frederico Jayme e Robledo Rezende. Friboi, Frederico e Robledo não temem o chamado “triunvirato da vanguarda do atraso” — Adib Elias, Iris Rezende e Iris Araújo — e não vão sair do PMDB. Nem aceitam a expulsão. Os expulsos pelos eleitores é que deveriam ficar preocupados, afirmam.
O deputado Helio de Sousa contesta e diz que não enviou emissário para conversar com o governador Marconi Perillo
Numa fase de reflexão profunda — às vezes pergunta: “Por que Deus fez isto comigo?”, depois muda o discurso: “Deus estaria me testando?” —, Iris Rezende disse a dois peemedebistas que não pretende disputar a Prefeitura de Goiânia. Porém, confrontado com a possibilidade de as pesquisas revelarem que tem chance de ser eleito, até no primeiro turno, teria acrescentado que é cedo e que no devido tempo ele vai tomar uma decisão. Acredita-se que os iristas, notadamente suas viúvas, vão usar as pesquisas para emplacar Iris Rezende como candidato a prefeito. De fato, uma pesquisa feita recentemente aponta o peemedebista-chefe como líder, com Sandes Júnior em segundo.
A cúpula do PSD reuniu-se para discutir se algum dos deputados federais e estaduais eleitos planeja participar do quarto governo de Marconi Perillo (PSDB). O deputado Heuler Cruvinel admitiu ao presidente do partido, o deputado federal Vilmar Rocha, a hipótese de pleitear a Secretaria da Agricultura. “Mas acrescentou que iria conversar com seus aliados em Rio Verde e em outras cidades e que iria ‘amadurecer’ a ideia.” Thiago Peixoto frisou na conversa: “Quero ficar em Brasília e exercer o meu mandato”. Os cinco deputados estaduais — Lincoln Tejota, Francisco Júnior, Virmondes Cruvinel, Lissauer Vieira e Diego Sorgatto — também discutiram a questão. “Só Francisco Júnior admitiu que pode ser secretário.” O que Heuler Cruvinel e Francisco Júnior não querem é assumir secretarias sem estruturas, sem recursos financeiros. A Agricultura, para o deputado federal, o fortaleceria em Rio Verde. Ele planeja disputar a prefeitura do município.
O advogado Robledo Rezende, aliado do empresário Júnior Friboi, pretende ser candidato a prefeito de Porangatu, em 2016. Como Robledo Rezende é filiado ao PMDB, e o partido deverá bancar a reeleição do prefeito Eronildo Valadares, no momento mal avaliado pela população, é possível que migre para o Pros de Eurípedes Júnior. Se candidato, o advogado vai se apresentar como terceira via pacífica, sem atritar com os grupos de Eronildo e de Júlio da Retífica (PSDB).
Uma possível vitória de Iris Rezende para a Prefeitura de Goiânia será uma derrota para a renovação do PMDB e, portanto, mais uma pedra no caminho dos jovens do partido para 2018. Os peemedebistas avaliam que o peemedebista-chefe jamais pensa no partido e nos projetos de seus integrantes, por isso quer participar de todas as eleições, sem abrir espaço para os correligionários.
O governador deve conquistar o apoio de pelo menos 35 deputados estaduais na nova legislatura. Acredita-se que apenas quatro deputados vão fazer oposição mais ferrenha: Major Araújo, Ernesto Roller, Adib Elias e Luis Cesar Bueno. A tendência é que, por serem minorias entre as minorias, vão falar para as cadeiras. Porque a maioria vai ser governista.
O presidente do PPS em Goiás, deputado federal eleito Marcos Abrão, garante que não conversou com o governador Marconi Perillo sobre cargos, mas sabe que o partido terá cargos importantes no governo. O sr. poderia assumir a Secretaria da Habitação? “Meu projeto é ir para Brasília, tanto que estou estudando detidamente o regimento interno da Câmara dos Deputados. O governo do Mato Grosso do Sul tem uma Secretaria de Habitação eficiente, mas ainda não sei se Marconi vai criá-la. Seria um avanço para Goiás.” Marcos Abrão diz que, em 2016, o PPS pretende lançar candidato a prefeito e vereador em várias cidades, como Goiânia. “Não se ganha eleição dentro de gabinete”, frisa.