Bastidores
A cúpula do PT goiano tende a lançar candidato a prefeito em Porangatu, possivelmente o atual vice, Galeno Guimarães. “Eronildo Valadares não apoiou Galeno para deputado estadual”, afirma um deputado do PT. “Por que Galeno terá de apoiar sua reeleição, que, devido ao desgaste, que não é pequeno, tende a ser inviabilizada?”
Em Brasília, um aliado forte do PSB do governador Rodrigo Rollemberg é o PSD do deputado federal eleito Rogério Rosso. O PDT e o PSD representam as principais bases político-eleitorais e parlamentares de Rodrigo Rollemberg. O govenador tem o apoio de três senadores: Cristovam Buarque (PDT), Hélio José (PSD, que assumiu a vaga de Rollemberg, e José Antônio Reguffe (PDT), que toma posse em fevereiro.
Do jornalista e consultor político Nilson Gomes: “Paulo Garcia pode ser o Celso Pitta do ex-governador Iris Rezende. Se for apresentado pelos rivais como o ‘pai político’ de Paulo Garcia, Iris não terá condições de ser eleito prefeito de Goiânia”.
Anote: o principal interlocutor da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em Goiás é o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner.
O ex-senador Marco Maciel, um dos mais importantes políticos brasileiros, homem dotado de cultura invulgar e um liberal altamente qualificado, está com Alzheimer. Marco Maciel foi vice-presidente da República na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na ditadura, era uma voz liberal.
Muitos superintendentes do governo de Goiás estão dizendo, por enquanto nos bastidores, que se tornaram verdadeiras rainhas da Inglaterra. Teoricamente, têm poder; na prática, não mandam em nada. Eles argumentam que estão sem “funções reais”.
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Thiago Peixoto seria o preferido de Marconi Perillo em 2018 | Foto: Assembleia Legislativa/Arquivo[/caption]
De um político experimentado: “O nome que o governador Marconi Perillo quer para disputar o governo de Goiás em 2018 é o do deputado federal Thiago Peixoto (PSD)”. Por quê? “Porque simboliza o novo, a renovação sem arestas e é visto como competente, moderno e agregador.”
Quando perguntado sobre o assunto, Thiago Peixoto diz, com discrição, que política tem fila e que José Eliton (PP), o vice-governador, está melhor situado do que ele.
De fato, se assumir o governo em abril de 2018, José Eliton se tornará uma espécie de candidato natural.
Não deixa de ser sintomático que, embora se mantenha próximo do governador Marconi Perillo, José Eliton está articulando seu próprio grupo político. Os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Kennedy Trindade e Helder Valin tricotam, em tempo integral, com o presidente do PP. Kennedy Trindade é um hábil articulador político e, como dizem vários políticos, não investe, jamais, em “carne podre”. “Kennedy é o Fouché da política de Goiás”, define um ex-peemedebista.
O tenente-coronel Ricardo Mendes assumiu a assessoria de Comunicação da Polícia Militar. Moderno e diplomático, é o homem certo para o lugar certo.
Hugo Goldfeld, presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), produtor rural e sócio da concessionária Govesa, foi operado na terça-feira, 20, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para a retirada de um tumor no intestino. A cirurgia foi bem-sucedida.
Os médicos constataram que não há metástase e Hugo Goldfeld se recupera bem. Ele tem 71 anos.
(Fotografia de Fernando Leite, do Jornal Opção)
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Vanderlan Cardoso e Jayme Rincón: os dois políticos, gestores na faixa dos 50 anos de idade, podem ser players tanto em 2016 quanto em 2018 | Fotos: Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O presidente do PSB de Goiás, o empresário Vanderlan Cardoso, disse recentemente para dois políticos, em ocasiões diferentes: “Não vou fazer política com ódio. Quero fazer política”. No momento, embora interessado em disputar a Prefeitura de Goiânia, em 2016, prefere organizar suas empresas, depois de 10 anos afastado do comando direto. Ele está prospectando negócios fora do País (China, Panamá, Angola), para escapar dos impostos escorchantes — no Brasil criou-se um capitalismo retardatário no qual empresários são os “escravos” do Estado —, e requalificando a produtividades de sua empresa. Ao mesmo tempo, articula politicamente, e em vários fronts.
Na semana passada, um repórter do Jornal Opção conversou longamente com aliados de Vanderlan Cardoso e do governador Marconi Perillo (PSDB). Os diálogos, admitiram os grupos, devem ser debitados na conta da especulação, ou melhor, na formatação de possíveis cenários. Uma das histórias, embora tenha causado estranheza, é registrada nas linhas a seguir como foi relatada.
Inicialmente, os marconistas e vanderlanistas, falando em locais separados e sem contato um grupo com o outro, disseram que o governador Marconi Perillo já definiu seu candidato a prefeito de Goiânia. Será o presidente da Agetop, Jayme Rincón. Por alguns motivos. Primeiro, devido à sua imagem de gestor qualificado. Em 2016, dada a debilidade do prefeito Paulo Garcia como administrador, o eleitor goianiense tende a escolher um postulante que seja sua contradição, quer dizer, um gestor eficiente e capaz de decisões rápidas e não protelatórias. É o perfil de Jayme Rincón. Segundo, o jovem tucano quer disputar. Terceiro, embora nunca tenha sido candidato, ele tem capacidade de articulação e é apaixonado por política. Quarto, e importante, tem a simpatia do tucano-chefe e de sua base política.
Porém, conversa vai, conversa vem, os dois grupos começaram a apresentar uma tese curiosa, a que provocou estranhamento. Dada a tradição de que candidato do governo do Estado não se elege em Goiânia, cidade apontada como oposicionista nata, o governador Marconi estaria com receio de gastar um “cartucho” tão importante quanto Jayme Rincón e estaria disposto a bancar um candidato com cara de oposição e, politicamente, independente em relação à polarização tradicional, ou seja, entre PSDB e PMDB.
Entretanto, como não há almoço de graça — há sempre alguém pagando —, Vanderlan Cardoso teria de oferecer algo em troca. O quê? Simples: passaria a integrar o quadro de aliados de Marconi Perillo e poderia apoiar Jayme Rincón para o governo de Goiás em 2018. A ideia pode até parecer aloprada, mas está sendo ventilada nos bastidores da política, aqueles que a imprensa às vezes não consegue antecipar por não dar ouvidos ao que, num primeiro momento, parece estranho e impraticável.
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Paulo Garcia, Iris Rezende e Ronaldo Caiado: a cúpula do PT não é a favor de “triângulo amoroso”, ainda que só político | Fotos: Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O PMDB e o PT de Goiás permanecem casados, mas dormindo em quartos separados. Divórcio à vista — possivelmente já em 2016, depois da terapia de casal em 2015 —, resta saber se será amigável ou litigioso.
O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT, e Iris Rezende, decano do PMDB — tutores do casal —, não querem a separação. Mas o casal não quer ficar mais junto — nem por conveniência.
Comenta-se, e não apenas nos bastidores, que um dos parceiros já está de caso com outro — o DEM do deputado federal Ronaldo Caiado. Resta ao PT, que se julga traído, reatar com um antigo parceiro, o PC do B de Isaura Lemos, sempre à espreita. O dote comunista não é lá essas coisas. Porém, na política como na música, antes mal acompanhado do que só.
A verdade é que a sucessão de Paulo Garcia começou mais cedo e isto não é positivo para sua gestão, pois quase todos — dos adversários, como o PSDB, aos quase-aliados, como o PMDB, vão ressaltar seus problemas. Noutras palavras, o petista-chefe estará sob ataque, e cada vez mais frequente, de praticamente todas as correntes políticas.
Os peemedebistas querem ficar com o bônus da aliança, os cargos, portanto o poder, deixando o ônus, a gestão mal avaliada, para o PT, quer dizer, para Paulo Garcia. Este, na mira de todos, terá dificuldade para lançar um candidato competitivo a prefeito de Goiânia. Se o PT quiser ter alguma chance em 2016 precisa desvincular-se do prefeito. Se isto é impossível para o petismo, não o é para o peemedebismo.
Moral da história: o PMDB quer continuar casado com o PT — pelos cargos-filhos —, mas levando vida de solteiro. O PT “olha” para o DEM e para o PMDB e percebe o “chifre” crescendo, o seu, e não está nada satisfeito. Portanto, antes mesmo de 2016, a terapia de casal irá para o espaço e não será surpresa se o divórcio sair mais cedo do que se imagina... apesar de o peemedebismo ter uma paixão visceral por cargos.
A novela, mexicana, terá capítulos mais apimentados...
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Petista disse que será candidato a prefeito de Rio Verde[/caption]
O deputado estadual Karlos Cabral não se reelegeu, mas seu mandato mostrou um político competente, capaz de críticas contundentes e, ao mesmo tempo, consistentes. Na sexta-feira, 16, o petista disse ao Jornal Opção que será candidato a prefeito de Rio Verde. “Em circunstâncias mais difíceis, eu disputei, por que deixaria de ser candidato em 2016, quando será mais fácil, dado o desgaste do prefeito Juraci Martins?” O parlamentar frisa que tem o apoio da vereadora Náudia Faedo e do empresário Flávio Faedo.
“Nós três somos do PT e estamos unidos”, frisa. “E vamos ganhar as eleições.” Ele frisa que não está apoiando e não vai apoiar a candidatura de Paulo do Vale, do PMDB.
Sebastião Macalé assumiu, na semana passada, a presidência interina da OAB-GO. Pelo regimento da classe, na sessão de 4 de fevereiro, o Conselho Seccional vai eleger o novo presidente.
O presidente para o mandato-tampão será um dos integrantes da diretoria, da corregedoria ou da Escola Superior de Advocacia (ESA).
Sebastião Macalé tem boas chances, mas a ausência de exercício profissional prejudica sua candidatura. O tesoureiro da Ordem Enil Henrique de Souza (foto acima), embora não conte com o apoio de Miguel Cançado, é um nome forte e tem boa aceitação do Conselho.
Nomes que podem surpreender: o presidente da ESA, Flávio Buonaduce, e os corregedores Diogo Crossara, que tem o apoio de Felicíssimo Sena, e Márcio M. Cunha, único conselheiro da OAB/GO que preside comissão no Conselho Federal da OAB.
O ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide (PT) disse ao Jornal Opção na sexta-feira, 16, que acredita que o PT e o PMDB vão caminhar juntos na disputa pela Prefeitura de Goiânia, em 2016. “É natural que cada partido queira ter o seu candidato a prefeito. Este é o motivo do conflito político entre o PT e o PMDB na capital. No entanto, há um momento em que a racionalidade deve prevalecer, afinal, no município, a parceria está dando resultados eleitorais positivos. O PT defende alianças, mas o candidato deve ser produto do diálogo e as regras devem ser claras. Não se pode dizer que não se é candidato e, em seguida, aparecer como candidato [alusão a Iris Rezende, em 2014].”
Antônio Gomide sugere que, como não quer entregar os cargos na Prefeitura de Goiânia, o PMDB certamente vai compor com o PT. “Agora, se o conflito continuar, não tem problema; cada partido deve lançar seu candidato e podem se unir no segundo turno.”

