Bastidores
José Mário Schreiner, do PSD, pode dizer adeus à Câmara dos Deputados. Apesar do apoio da futura ministra da Agricultura, Kátia Abreu, o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg) saiu das graças do governador Marconi Perillo. Além de criticar taxas da Agrodefesa, José Mário Schreiner não aprova e critica a extinção da Secretaria da Agricultura.
O PSD trabalha para a indicar Frederico Nascimento para uma diretoria da Assembleia Legislativa. Helio de Sousa já teria concordado.
Pesquisa mostra que o candidato de Maguito Vilela a prefeito de Aparecida de Goiânia, o economista Euler Morais (que tem doutorado pela Universidade de Lancaster, na Inglaterra) é o terceiro colocado — atrás do delegado Waldir Soares (o líder), do PSDB, e do ex-prefeito Ademir Menezes, do PSD. Maguito Vilela acredita que, durante a campanha, seu candidato — seja Euler Morais ou Gustavo Mendanha, ambos do PMDB, ou Ozair José, do PT — vai deslanchar. O diferencial será o apoio do prefeito. É possível. O peemedebista-chefe vive um caso de amor com o eleitorado de Aparecida.
Com a possível entrada de organizações sociais na educação, o governador Marconi Perillo planeja, sobretudo, reduzir o impacto da folha salarial do setor na arrecadação do Estado. Um dos projetos do tucanato é trabalhar, ao menos no médio prazo, para que sobrem recursos da arrecadação estadual para investir em obras benéficas à sociedade. Hoje, a arrecadação do Estado está quase toda comprometida com a folha do funcionalismo público e com o pagamento de dívidas.
O deputado federal Thiago Peixoto vai assumir o comando do PSD em Goiás e Vilmar Rocha será o presidente da Fundação Espaço Democrático, com o apoio de Gilberto Kassab, no plano nacional.
De um vereador do Sudoeste Goiano: “Se mudarem o nome de Rio Verde para Rio Verde dos Buracos Sagrados nenhuma viv’alma vai discordar. O prefeito Juraci Martins não está conseguindo organizar uma operação tapa-buraco eficiente”. Por que “Sagrados”? “Porque o prefeito não quer tapá-los”. Nas proximidades do Atacadão (do grupo Carrefour), a buracolândia impera. Os buracos estão até ganhando nomes. O mais erado e chamativo, parece ter até bigode, é conhecido como Dr. Juraci Buracudo Martins. Ele quebra até caminhões, jipes e caminhonetes. O buraco mais ou menos, que quebra automóveis e motos, é chamado de Heuler Buracolândio Cruvinel. O buraco menor, que só quebra bicicletas, é denominado de Lissauer Buraquito Vieira. Os três, os buracos, não as personas, são feios de doer.
O Jornal Opção ouviu oito vereadores e perguntou: “Nas várias negociações ocorridas na Câmara Municipal de Goiânia, durante as votações de projetos, qual é o vereador que mais faz jogo duplo?” Os oito listaram o vereador Paulo Borges como o vereador que mais jogou duplo. Os colegas não querem dizer, com isto, que é desonesto ou que vende seu voto. Nada disso. Eles querem frisar, apenas, que o vereador muda de lado com frequência. E pelo menos dois afirmam que o peemedebista não tem muito interesse em continuar na Câmara. “Parece que desanimou depois dos problemas que enfrentou com a polícia, o Ministério Público e a Justiça”, afirma um peemedebista.
Samuel Belchior confidenciou a dois peemedebistas que planeja deixar o comando do PMDB de Goiás o mais rápido possível. Para cuidar de seus loteamentos em várias cidades e pelo menos em dois Estados. Trata-se de um negócio de vários milhões de reais. Se pudesse sairia em março, ou melhor, renunciaria hoje. Já. Um dos motivos é que, embora seja o presidente, quem manda mesmo é Iris Rezende. O jovem político se tornou meramente um preposto. Que nem pode renunciar, porque o peemedebista-chefe não deixa.
Três conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios podem se aposentar em 2015: Virmondes Cruvinel, Sebastião “Caroço” Monteiro e Honor Cruvinel. Eles ainda podem ficar mais alguns anos no TCM, mas, dada a possibilidade de negociação política — anteriormente, foram beneficiados pelo mesmo esquema —, podem deixar a instituição brevemente. A disputa pelas três vagas, embora feita mais nos bastidores, está gerando uma guerra. O deputado Cláudio Meirelles buscou o apoio de seus pares, na Assembleia Legislativa, e garante que a próxima vaga é sua e ninguém tasca. Procede que a AL fará a indicação e que Meirelles, brigão e complicado, tem o apoio de deputados até das oposições. Sobretudo, o parlamentar quer evitar a indicação de Joaquim de Castro, com quem tem rivalidade antiga. Pode-se dizer, até, que são inimigos. Meirelles, aliado da prefeita de Jussara, Tatiana de Castro, ataca Joaquim de Castro com frequência. Leonardo Vilela, Júnior Vieira, Sandes Júnior e Sérgio Cardoso são cotados para as outras duas vagas.
[caption id="attachment_24076" align="alignleft" width="300"] Eronildo Valadares, do PMDB, é prefeito de Porangatu[/caption]
O prefeito de Porangatu, Eronildo Valadares (PMDB [foto]), foi salvo pelo gongo na semana passada. O peemedebista só conseguiu emplacar o presidente da Câmara Municipal porque contou com o apoio de Robledo Rezende e Francisco Bento (leia-se Júnior Friboi). Os vereadores do Pros garantiram a maioria para o novo presidente, Edmilson de Andrade (PMDB).

[caption id="attachment_24073" align="alignleft" width="620"] Entrevista do procurador da República Helio Telho repercutiu no País[/caption]
A entrevista do procurador da República Helio Telho foi a mais lida desde que o Jornal Opção criou seu portal na internet. Apontado como um dos mais qualificados procuradores do País, tanto pela competência quanto integridade, ele revelou aos jornalistas Cezar Santos e Elder Dias que, depois do mensalão e do petrolão, o próximo escândalo da República vai envolver o BNDES, o banco que criou uma espécie de Bolsa Família para empresários patropis. A instituição bancária contesta o procurador.
A notícia repercutiu em todo o Brasil e jornalistas de jornais e revistas de São Paulo e Rio de Janeiro passaram a semana à caça de Helio Telho. Em seguida, a revista “Veja” divulgou que está sendo articulada uma CPI para investigar as ações do BNDES. Falta investigar também os fundos de pensão.

[caption id="attachment_24071" align="alignleft" width="620"] Antenor Nogueira, presidente da Agência de Agrodefesa do governo de Goiás[/caption]
Há um consenso sobre Antenor Nogueira: é íntegro e não é incompetente. Mas sua falta de polidez, cantada em verso e prosa, irrita todos aqueles que precisam manter relações com a Agrodefesa, agência do governo de Goiás. Os fiscais do órgão não querem a permanência do executivo nem que a vaca “tussa” em alemão e “produza” euros. Eles são capazes até de fazer novena e ir a pé de Trindade a Aparecida, em São Paulo. “A Agrodefesa ficaria melhor sem Antenor”, diz um fiscal.
O fiscal garante que, se for feita uma pesquisa, Antenor Nogueira será campeão em rejeição. “Parece que seu maior e, talvez, único prazer é ser intolerante”, afirma.

[caption id="attachment_24066" align="alignleft" width="250"] Alexandre Baldy: ampliando alianças políticas na capital econômica de Goiás | Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O deputado federal eleito Alexandre Baldy tem dois mestres políticos, o ex-vice-presidente da República e ex-senador Marco Maciel (apelidado de Chile, por ser longilíneo) e o governador Marconi Perillo. Sobretudo, o jovem tucano articula por sua própria conta e risco. Ele tem surpreendido os meios políticos devido à sua desenvoltura ao entabular alianças estratégicas. Em Anápolis, desde já, está formatando uma ampla frente política para que possa se lançar candidato a prefeito, em 2016. Aos poucos, de maneira sensata e com responsabilidade, está criando massa crítica para interpretar as ações do prefeito João Gomes.
Na semana passada, Baldy, mostrando-se atento, prestigiou a solenidade em que o pastor Elismar Veiga, uma referência política (é primeiro suplente de deputado estadual) e religiosa (é líder da Assembleia de Deus) de Anápolis, assumiu a presidência do PHS do município. Não há nada definido, mas Elismar Veiga pode ser o vice de Baldy em 2016.
O petista João Gomes vai enfrentar um político maduro e capaz de articular uma estrutura profissional de campanha. Por sua capacidade de articulação, Baldy é visto como páreo duro de ser batido.
O presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, sintetiza: “Baldy é um avião político dos mais modernos. Ele é um político atentíssimo, é ágil, não é burocrata. Tem um grande futuro e deve ser eleito prefeito de Anápolis e depois poderá alçar voos ainda mais altos”.
Dois peemedebistas conversaram com um repórter do Jornal Opção e fizeram críticas, que chamam de “positivas”, ao deputado federal eleito Daniel Vilela. “Daniel é um garoto de excelente cepa, polido e educado, porém padece do mesmo mal de seu pai, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela: embora seja um pouco mais direto, não articula e parece incapaz de liderar”, afirma o peemedebista mais jovem. “Daniel tem o hábito de ‘aparecer”, de se posicionar de maneira fugaz, e depois ‘desaparece’, como se não precisasse dar continuidade às suas ações. O líder do estilo vaga-lume não funciona. Mas ele é uma liderança emergente, relativamente posicionada”, diz um líder mais experimentado. Daniel, segundo os dois críticos, não procura os descontentes do PMDB para conversar. “Daniel”, insistem, “precisa ser mais presente”. “Parece que Daniel é meio dual — ora parece jovem, ativo; depois, parece velho, inativo, distanciado. Não é fácil entendê-lo. Fica-se com a impressão de que está sempre jogando para a plateia.”
A equipe do governador Marconi Perillo é uma caixa de surpresas. Por isso é preciso apresentar nomes, mesmo numa especulação, com o máximo de cuidado. Porque, fora José Eliton (Desenvolvimento), Ana Carla Abrão Costa (Fazenda) e Lêda Borges (Cidadania), ninguém está definido. A seguir uma listagem básica e especulativa: Comunicação — Carlos Maranhão, Luiz Siqueira, Danin Júnior e João Bosco Bittencourt; Educação — uma educadora de São Paulo (se fosse possível, Marconi indicaria o economista Gustavo Ioschpe), Raquel Teixeira ou Vilmar Rocha; Saneago — José Taveira; Celg — Julinho Vaz (e Orion Andrade numa diretoria); Casa Civil — Henrique Tibúrcio; Cidades — Vilmar Rocha, Sandes Júnior, José Paulo Loureiro ou Roberto (ou João) Balestra. Cultura — Aguinaldo Coelho Caiado; Segurança Pública — Joaquim Mesquita (teria desistido de fazer um curso no exterior e, por isso, deve ser efetivado. Já estaria organizando sua agenda para janeiro, segundo um deputado federal), João Campos ou José Paulo Loureiro; Governo — Eduardo Machado, Vilmar Rocha e Fábio Sousa (sondado, teria dito que prefere ficar em Brasília); Saúde — Leonardo Vilela ou Halim Girade; VLT — Carlos Maranhão; Meio Ambiente — Jaqueline Vieira; Detran — José Paulo Loureiro ou João Furtado; Escritório de Representação de Goiás em Brasília — Simão Cirineu.