“Uso inteligente das redes sociais pode definir uma eleição”, diz Marcelo Vitorino
23 agosto 2022 às 16h32
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‘Febre’ em 2018 nas campanhas eleitorais, principalmente na candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL), nestas eleições, as redes sociais, por enquanto, não engrenaram entre os candidatos. Nos últimos quatro anos, surgiram outras mídias além do Facebook e WhatsApp. Há quatro anos, essas duas redes sociais foram amplamente utilizadas para engajar o eleitor. Com o surgimento de novas plataformas, cada uma delas limitou a um público específico, condicionando ao consumo de conteúdos e, consequente, a classes sociais.
Marcelo Vitorino, professor e consultor especializado em comunicação, pontua como estão caracterizadas, atualmente, as principais redes sociais. “O Instagram fala com um público adulto, com maior poder aquisitivo, mais metropolitano. O Facebook fala com público mais humilde e mais velho. O Tiktok fala com um público jovem, que quer conteúdos de entretenimento. O Twitter ainda fala com influenciadores e com jornalistas. O YouTube não é uma rede social, mas é a melhor plataforma para hospedar vídeos para todas as idades e regiões”, explica.
O especialista salienta que é necessário cautela em utilizar as redes sociais, uma vez que são plataformas voltadas para conteúdo de entretenimento e de relacionamento entre os usuários. “Não são o melhor meio para levar informação dura, de forma jornalística. Se usar de forma correta, conquistando empatia, cuidando para não cair no ridículo e na armadilha da atenção a qualquer preço, é um meio muito bom para estreitar relacionamento com eleitores, o que pode render espaço para conversão em votos, dado que os eleitores buscam alguém com valores similares”, aconselha.
Vitorino exemplifica erros cometidos por candidatos que buscam engajamento a partir de outras pessoas, que já tem um círculo formado de seguidores, muitos deles conquistados de maneira ‘orgânica’, quando não há pagamento para impulsionar conteúdo e ser visto por mais usuários de determinada rede social. Para resolver isso, ele sugere o impulsionamento nas redes sociais. “A rede reflete quem você é. Sendo assim, se você tem uma personalidade mais polêmica, terá engajamento. Se não tiver, terá que impulsionar”, indica.
Com tantas redes sociais e com a delimitação de alguns delas, como do compartilhamento do WhatsApp para poucos contatos, o consultor de comunicação destaca como é feito o trabalho que pode resultar em uma vitória eleitoral, apesar da particularidade das redes sociais. “O tráfego orgânico é para pessoas físicas. Não para campanhas profissionais. Para elas precisamos fazer impulsionamento. Só com ele conseguimos entregar conteúdo específicos para públicos específicos e fugir das bolhas ideológicas. O impulsionamento é uma parte importante da estratégia. O uso inteligente pode definir uma eleição”, conclui.
O Jornal Opção mapeou o perfis dos principais candidatos ao Governo de Goiás e ao Senado no Twitter e Instagram, redes sociais consideradas propagadoras de informações até para a imprensa. O governador Ronaldo Caiado (UB) lidera com 531,2 mil e 489 mil seguidores, respectivamente. Entre os senadores, o deputado federal Delegado Waldir Soares (UB) é disparado no Instagram, com 170 mil seguidores.
Confira o rankting dos candidatos no Twitter e Instagram
Governador
Ronaldo Caiado (UB)
Twitter- 531,2 mil Seguidores
Instagram – 489 mil seguidores
Deputado Major Vitor Hugo (PL)
Twitter – 375,5 mil Seguidores
Instagram – 237 mil seguidores
Gustavo Mendanha (Patriota)
Twitter – 8.537 Seguidores
Instagram – 189 mil seguidores
Senadores
Delegado Waldir Soares (UB)
Twitter – 38 seguidores
Instagram – 170 mil seguidores
Alexandre Baldy (pP)
Twitter – 6.643 seguidores
Instagram – 131 mil seguidores
Marconi Perillo (PSDB)
Twitter – 160 mil seguidores
Instagram – 67,8 mil seguidores
Wilder Morais (PL)
Twitter – 12,1 mil seguidores
Instagram – 56,1 seguidores
Deputado federal João Campos (Republicanos)
Twitter – 8.243 seguidores
Instagram – 25.1 mil seguidores