Definição dos primeiros nomes que serão ouvidos pela CEI da Comurg será na sexta-feira
15 março 2023 às 18h40
COMPARTILHAR
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Comurg – que iniciou seus trabalhos na tarde desta quarta-feira, 15, na Câmara Municipal, com a eleição do presidente, vice e relator – deve adotar um tom moderado. Na próxima sexta-feira, 17, já está marcada a próxima reunião e será quando, a portas fechadas, os vereadores irão definir quais os primeiros nomes que serão ouvidos.
“Não esperem do relator politizar essa comissão. O relatório será baseado na verdade e não em fatos políticos”, antecipou o relator da CEI, Thialu Guiotti (Avante). “Vamos fazer um trabalho técnico”, completou o vice-presidente Welton Lemos (Podemos). “O preceito desta comissão é a ampla defesa e a busca pela verdade”, arrematou o presidente da comissão Ronilson Reis (PMB).
Fontes ligadas à Câmara confirmaram ao Jornal Opção que a CEI deve seguir pelo caminho do meio e evitar grandes ataques à Prefeitura. A ideia, segundo interlocutores do legislativo, é não pessoalizar o debate nem focar no prefeito Rogério Cruz (Republicanos).
A CEI da Comurg tem prazo estipulado de duração de 120 dias, podendo ser prorrogado por igual período. As reuniões serão todas as segundas e sextas, sempre às 15 horas, na Sala de Comissões da Câmara. Nos próximos dias, técnicos do Tribunal de Contas do Município (TCM) serão solicitados para ajudar nos trabalhos.
Em nota, a Comurg afirmou estar “preparada para cooperar com a CEI” e disse que “as portas estarão abertas para conclusão do caso o mais rápido possível”.
Agilidade e tom moderado marcaram primeira reunião da CEI
Ainda faltavam dois minutos para as 15 horas – horário que estava marcada a primeira reunião da CEI da Comurg – para que o vereador Ronilson Reis abrisse os trabalhos na Sala das Comissões na Câmara e, em menos de 20 minutos, ele já tinha sido eleito presidente da comissão.
Também concorreu à vaga de presidente o vereador Pedro Azulão Jr. (PSB), que perdeu para Ronilson por 5 votos a 2. O vereador Henrique Alves, presidente metropolitano do MDB, apoiou a candidatura de Pedro e se candidatou à vaga de vice, mas perdeu pelo mesmo placar para Welton Lemos. Nos bastidores da Câmara, comenta-se que Pedro e Henrique poderiam ser os candidatos do Paço. Thialu Guitti ganhou a relatoria por unanimidade.
Todos os seis vereadores que já tinham sido confirmados como titulares da comissão estavam presentes. Entre os suplentes, apenas Willian Veloso (PL) marcou presença e votou porque, pelo regimento interno da Câmara, em caso de vacância, o suplente tem direito ao voto. Os suplentes Lucas Kitão (PSD) e Denício Trindade (MDB) justificaram a ausência.
A vaga do bloco Liberdade, tecnicamente, ainda estava vaga porque o grupo da base da Prefeitura demorou a se decidir e o nome do vereador Isaías Ribeiro (Republicanos) – que estava presente na reunião e ainda não podia votar – não tinha sido publicado no Diário Oficial do Município (a previsão é que até a próxima reunião esse trâmite burocrático já esteja resolvido).
Interlocutores do executivo e legislativo municipal disseram ao Jornal Opção que o secretário de governo da Prefeitura de Goiânia, Jovair Arantes, interveio e bateu o martelo no nome de Isaías, ganhando a disputa interna entre os vereadores do Republicanos com Sabrina Garcez e Leo José.
Pedro Azulão Jr. acredita que a CEI deve dar uma resposta pra sociedade. “Se tiver erro, tem que responsabilizar quem cometeu. Não tem como ainda julgar nada. Vamos debruçar em cima da documentação”, prometeu.
Segundo Thialu, as 23 assinaturas de parlamentares que possibilitaram a criação da CEI (pelo regimento, doze já eram suficientes) foram colhidas no calor da emoção por conta de situações que causaram insatisfação, apesar da gravidade das denúncias contra a Comurg.
O presidente da Câmara, Romário Policarpo (Patriota), esteve presente na reunião, mas só chegou depois que todos os nomes já tinham sido eleitos.