Com 100 dias de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou nesta segunda-feira, 10, uma coletiva de imprensa sobre o balanço do mandato até o momento. Em seu pronunciamento, durante a abertura da reunião ministerial, o governante anunciou investimentos em diversas áreas, incluindo saúde e educação. Também discursaram no evento o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). 

“O Brasil voltou a olhar para o futuro”, apontou o presidente da República. “Olhar para o futuro significa investir em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, conectividade, expansão do pré-sal, geração, além de transmissão de energia solar e eólica, entre outras iniciativas que irão colocar outra vez o Brasil no rumo do desenvolvimento. Mas significa, antes de tudo, olhar para as pessoas”, acrescentou. 

Segundo Lula, de janeiro a março deste ano, o governo empenhou R$ 3,3 bilhões, contra R$ 892 milhões empenhados pelo governo de Jair Bolsonaro nos três primeiros meses do ano passado.

Em pouco mais de dois meses, no campo da economia, a gestão de Lula reajustou o salário mínimo de R$ 1.032 para R$ 1.320, a partir de maio. Além de ter retomado parcialmente a tributação federal envolvendo os combustíveis, após um embate entre a própria base. Mas, ainda busca aprovação no Congresso Nacional para o novo arcabouço fiscal para substituir o atual teto de gastos e se prepara para o próximo desafio: a reforma tributária.

Já nas questões consideradas sociais, o atual mandato retomou o programa Bolsa Família, que havia sido alterado para Auxílio-Brasil durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente também anunciou a volta de programas como Mais Médicos – agora chamado Mais Médicos para o Brasil, com expectativa de 15 mil vagas sendo abertas em 2023 –, Minha Casa, Minha Vida e Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

Desafios

Só que Lula não passou os 100 dias sem passar dificuldades. Logo no início do mandato, houve invasões às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. Fora a crise envolvendo os povos indígenas Yanomami, em Roraima.

A gestão também teve situações polêmicas, como as irregularidades do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), ou o envolvimento de Daniela do Waguinho (União Brasil), titular da pasta do Turismo, com milicianos em sua campanha eleitoral. Ou, ainda, falas a respeito da guerra entre Rússia e Ucrânia, que foram criticadas por autoridades internacionais, incluindo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.