Empresa que vendeu blindados para a PRF sob Bolsonaro tem movimentações atípicas, diz Coaf
01 agosto 2023 às 09h05
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O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) detectou transações financeiras suspeitas da empresa “Combat Armor Defense do Brasil”, fornecedora de veículos blindados para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi relatada pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
As aquisições realizadas durante a gestão de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por suspeitas de fraudes em licitação. Durante o período de 2020 a 2022, a PRF pagou pelo menos R$ 30 milhões à Combat Armor para blindar veículos e fabricar blindados.
O relatório do Coaf, que agora está em posse da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) desde 8 de janeiro, revela que a Combat Armor tem realizado transações incompatíveis com sua capacidade econômica, recebendo valores que são imediatamente debitados de suas contas.
Quando foi instalada no Brasil em 2019, a Combat Armor tinha um faturamento médio mensal de R$ 58,5 mil, segundo o Coaf. No entanto, entre junho de 2021 e abril de 2022, a empresa recebeu R$ 4,8 milhões, sendo mais de R$ 3 milhões provenientes de pagamentos feitos pela PRF e R$ 1,7 milhão do Governo do Rio de Janeiro.
Durante esse mesmo período, foram debitados da conta da empresa R$ 4,7 milhões, que foram direcionados a outras empresas e contas da própria Combat Armor. Já entre abril de 2022 e junho do mesmo ano, os créditos recebidos em conta totalizaram R$ 18,6 milhões.
Silvinei Vasques foi questionado sobre sua relação com a empresa em seu depoimento à CPMI de 8 de janeiro. Ele, que é bolsonarista, admitiu ter pedido emprego à Combat Armor depois de ter deixado o comando da corporação, mas negou ter sido contratado.