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Do ponto de vista do marketing político, o deputado Waldir Delegado Soares, candidato do PR a prefeito de Goiânia, é uma prata a ser trabalhada. Ele tem méritos, como a firmeza na exposição de suas ideias e a rara capacidade de não deixar as pessoas que o ouvem indiferentes. Mas há problemas também.

Ou Waldir Soares está mal orientado, sem controle, ou aceita as orientações daqueles que trabalham em sua equipe. Ressalte-se que Lula da Silva só ganhou eleição para presidente quando decidiu ouvir com atenção as orientações de profissionais de várias áreas, principalmente o marqueteiro Duda Mendonça, que sugeriu um visual mais clean, inclusive com a barba mais bem aparada e ternos sóbrios (os ternos do petista eram amarfanhados; ora parecia que o “defundo” era menor e ora que era maior).

Com quase dois anos na Câmara dos Deputados — já poderia ter apresentado e conseguido a aprovação de projetos para melhorar a segurança pública do país —, e até por sua experiência como delegado, Waldir Soares não tem nada de bobo. Mas, além de dizer coisas que podem torná-lo persona non grata para a classe média, decidiu não participar dos debates, exceto quando Iris Rezende participar. Quer dizer, ele não pauta a si próprio — é pautado pelo candidato Iris Rezende. Teme, na ausência do peemedebista, que o “foto inimigo” se concentre nele — no que, possivelmente, está certo. Mas um candidato precisa enfrentar tudo, sobretudo as críticas, de frente; não pode se esconder de maneira alguma. O delegado é um político presente, firme, que não tergiversa — por isso precisa aparecer.

Candidato oposicionista é o que mais ganha com os debates. O público quer vê-lo e ouvi-lo. Waldir Soares, como os demais candidatos, está sendo observado. Mas, se não aparece, como vai ser avaliado. As pessoas querem saber se tem mesmo preparo para administrar Goiânia. Os debates são oportunidades para que exponha suas projetos para melhor Goiânia. Acrescente-se que o tempo, nesta eleição, é curto e é preciso aproveitar todos os espaços para se comunicar com os eleitores.