Como se sabe, em Anápolis — município que tem o terceiro maior eleitorado de Goiás e é um dos mais importantes em termos de história política —, a disputa pela prefeitura circunscreve-se, a quatro dias das eleições, a dois candidatos — Márcio Corrêa, do PL, e Antônio Gomide, do PT.

Eerizânia Freitas, do União Brasil, José de Lima, do PMB, e Hélio da Apae Lopes, do PSDB, disputam, no máximo, o terceiro lugar. É quase outra eleição — desmotivada. Mas, naturalmente, nenhum deles quer ficar em último lugar.

Grande parte dos eleitores começou a definir o voto agora, a poucos dias das eleições. E, ao saírem da indecisão — ou, na verdade, observação detida dos candidatos —, colocaram Márcio Corrêa em primeiro lugar, puxando Antônio Gomide, até há pouco favorito, para o segundo lugar.

A tendência, pelos números atuais das pesquisas de intenção de voto, é que se terá segundo turno, exatamente entre Márcio Corrêa e Antônio Gomide. Com uma mudança no quadro: o postulante do PL passou a ser o favorito. Porque o candidato do PT está caindo naquele momento em que não se pode cair — a reta final, a que define a real expectativa de poder. Houve uma virada e, quando ela ocorre em cima da hora, é muito difícil de ser revertida.

Finalmente, há outro aspecto a ser considerado. Como perceberam que os demais candidatos não têm chance alguma, há a tendência de parte substancial do eleitorado deles optar pelo voto útil. Ocorre mais ou menos assim, para citar um exemplo: parte dos eleitores de Eerizânia Freitas não vota em Antônio Gomide, porque ele é do PT, ou seja, de esquerda, mas pode votar em Márcio Corrêa.

No caso de uma migração em massa dos votos de Eerizânia Freitas para Márcio Corrêa — o voto útil —, a tendência é que o postulante do PL seja eleito no primeiro turno. E, claro, eleitores tanto de José de Lima quanto de Hélio da Apae também podem migrar, em parte, para Márcio Corrêa. Mas dificilmente migrarão para Antônio Gomide. (E.F.B.)