“Celular e tablets tornaram mais tolerável a quarentena porque os jovens têm esse vício do bem. A praga para os adultos é a burocracia, também substituível pela tecnologia”

As drogas e seus efeitos, como a violência urbana, são “o” grande mal das últimas décadas. E a burocracia impede o desenvolvimento. Nestes tempos de quarentena se comprovou, novamente, que os dois problemas se potencializam quando fustigados por um terceiro — no caso, a pandemia provocada pela Covid-19. Uma, digamos, “vacina” contra os dois sofrimentos é a tecnologia, receita o jornalista e advogado Nilson Gomes.

“Para os jovens de classes média e alta, o isolamento social está sendo sentido, mas nem tanto, pois eles têm ao alcance da mão celulares, aparelhos de som, jogos eletrônicos, veem aulas por plataformas avançadas, têm streaming de filmes e jogos. E passam o tempo inteiro usufruindo da tecnologia, com internet bombada”, diz Nilson. “Já o pessoal sem acesso a esses bens no mesmo nível, com pouco crédito no celular e internet ruim, não dispõe das mesmas oportunidades.”

Nilson Gomes: pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo DEM | Foto: Reprodução

O ideal, segundo ele, é o município fornecer “tablets com internet que presta” a todos os estudantes de 6° a 9° ano. O Ensino Médio está sob responsabilidade do Estado. Para as demais faixas etárias, Nilson planeja implantar 10 hubs de inovação (locais com incubadoras e aceleradoras de startups, as empresas de tecnologia, e coworkings, espaços compartilhados para profissionais liberais, além de salões para prática de e-sports e desenvolvedores de games e softwares, os DEVs): “O Paço Municipal será transformado na maior Hub do Brasil”. E onde vai funcionar a prefeitura? “No celular do prefeito. Em vez da burocracia, a tecnologia”.

Sua ideia inclui espalhar 80 coworkings (escritórios compartilhados) por Goiânia inteira, inclusive os Coworkings da Saúde (consultórios compartilhados) e os Coworkings do Conhecimento (espaços para estudos e pesquisas com vídeoaulas, livros e apostilas atualizados para quem vai fazer concursos públicos, Enem e vestibulares).

As medidas, conforme Nilson, ajudariam a combater o outro entrave, a burocracia: “As leis ininteligíveis e a papelada dão lucro aos oportunistas e atrapalham inclusive agora na aquisição dos produtos de combate ao coronavírus”. A solução seria também a tecnologia: “Para estimular o empreendedorismo, é preciso acabar com todo tipo de licenças, alvarás, assinaturas e carimbos para registrar empresa. Basta ao empreendedor avisar à Prefeitura via Whatsapp ou mídias sociais”.

Outros “remédios” contra as drogas, como a cultura, o esporte e o lazer, também são vítimas da burocracia: “Dá pra fazer 2 mil miniquadras de esporte por R$ 4 mil, se for por administração direta. E fazer dos condomínios um laboratório eficiente antidrogas: levar equipamentos e monitores de esportes, colocar aulas de música, dança e literatura”.