Se Bruno Peixoto for eleito prefeito, Wilde Cambão deve disputar presidência da Alego
24 dezembro 2023 às 00h05
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O presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, do União Brasil, deve ser candidato a prefeito de Goiânia, em 2024, daqui a nove meses.
Se for eleito, terá, naturalmente, de deixar o mandato de deputado estadual e, portanto, a presidência da Assembleia Legislativa de Goiás.
Como se sabe, como uma espécie de força da natureza, Bruno Peixoto é um gigante em campanhas eleitorais. Não à toa foi o mais votado para deputado estadual, na disputa de 2022, obtendo mais votos do que alguns deputados federais eleitos, como Daniel Agrobom (PL), Jeferson Rodrigues (Republicanos), Ismael Alexandrino (PSD) e Lêda Borges (PSDB).
Portanto, que ninguém se surpreenda se Bruno Peixoto for eleito — superando tanto Vanderlan Cardoso, do PSD, quanto Adriana Accorsi, do PT. Porque trata-se de um político que agrega e mantém contatos constantes com políticos e com representantes da sociedade civil.
Uma vitória de Bruno Peixoto vai provocar nova eleição para presidente da Assembleia Legislativa. No momento, há dois políticos sendo discutidos — Talles Barreto (União Brasil), de 53 anos, e Wilde Cambão (Wilde Lopes Roriz, do PSD), de 56 anos.
Para boa parte dos deputados, quando perdeu a liderança do governo para Wilde Cambão, Talles Barreto mostrou fraqueza. E, se não servia para ser líder do governo, por que servirá para ser presidente da Assembleia Legislativa? Esta é a pergunta que todos os parlamentares fazem. E eles sabem, claro, a resposta.
Por que a resistência a Talles Barreto? Porque era dos mais importantes próceres do marconismo — inclusive com críticas pesadas a aliados do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil. Hoje é aliado, mas fica sempre a dúvida: e se tiver poder?
Na liderança do governo, Wilde Cambão contribuiu para a aprovação de projetos complexos da gestão estadual, mas sem agredir deputados da oposição. Pelo contrário, manteve a relação diplomática em todos os momentos, inclusive nos mais críticos.
Dado seu caráter diplomático, de uma calma sem limites, Wilde Cambão se dá bem com todos os deputados — inclusive com aqueles das oposições que adotam discursos mais radicais. O parlamentar entende que, na democracia, é um direito dos opositores se apresentarem de maneira firme, até contundente. Como dizia um político, as oposições, quando sábias e propositivas, também governam, ou seja, influenciam os governos.
No estilo de Bruno Peixoto, Wilde Cambão é um político que cumpre os compromissos firmados. Ele entende que a função de um presidente da Assembleia é defender os interesses da sociedade e também os próprios deputados, inclusive na sua liberdade de discordar e opinar. “Cambão é um político do diálogo”, afirmam vários de seus pares. “É um democrata na teoria e na prática”, acrescentam.
Wilde Cambão é um dos políticos mais próximos tanto de Ronaldo Caiado quanto da primeira-dama Gracinha Caiado (que deve ser candidata a senadora, em 2026, com o apoio do deputado). Na base governista é apontado como um político “leal” e atento a tudo o que ocorre na Assembleia Legislativa. “Ele sabe das coisas. É um craque”, resume um palaciano. (E.F.B.)