Resultado do julgamento sobre reeleição de Policarpo teve clima e comemoração de final de Copa

18 dezembro 2022 às 00h09

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Sexta-feira, 16 de dezembro de 2022, meia-noite e um minuto. Nos primeiros instantes da madrugada, a defesa e aliados do presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota), já acompanhavam o julgamento, no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF), da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) apresentada pelo Pros que questionava a reeleição do vereador para o comando da Mesa Diretora do Legislativo para o biênio 2023-2024.
Defesa e aliados passaram a noite em claro à espera do voto do relator, ministro Dias Toffoli, que só viria, no entanto, com o nascer do dia. Por volta de 8 horas da manhã, Toffoli abriria o placar favorável a Policarpo com a sentença que se reproduziria nos votos de outros 9 ministros, consolidando a vitória esmagadora pela legitimidade da reeleição: 10 a 1. “Fica mantido o pleito realizado para o biênio 2023/2024 (…). Diante do exposto, voto pelo não conhecimento da presente arguição” e para “reconhecer a legitimidade da eleição da Mesa Diretora realizada em 30/9/2021, para o biênio de 2023/2024”.
O relógio marcava 18h54 quando a reportagem do Jornal Opção publicou, em primeira mão, que o Supremo formara maioria, 6 a 0, para reconhecer a legitimidade da reeleição de Policarpo e dos demais integrantes da mesa diretora da Câmara. “6 a 0. Policarpo rumo ao tri”, disparou, às 19h30, o vereador Kleybe Morais (MDB).
Em mensagem aos vereadores que permaneceram a seu lado – apesar das investidas de um pequeno grupo de integrantes da Casa que se antecipou em direção à formação de uma chapa para enfrentar o grupo do presidente –, Policarpo falou aos vereadores pela primeira vez às 19h36 e agradeceu: “Obrigado a todos que acreditaram na legalidade dos atos praticados pela Mesa”. “Vamos cuidar de Goiânia”, disse.
Dali em diante, com a vitória assegurada, a contagem dos votos dos ministros do STF seguiu em clima de final de Copa do Mundo. “7 a 0”, cravou o vereador Geverson Abel (Avante), que acompanhou e participou de muito perto do trabalho da defesa de Policarpo e se consolidou como um dos aliados de primeiríssima hora do presidente da Casa.
“Queria montar um grupo para disputar (a mesa), mas acho que não vai dar tempo”, ironizou o vereador Cabo Senna (Patriota), numa referência à velocidade com que o Brasil perdeu de 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014. “Chama a gente para um almoço de comemoração. Todos menos alguns”, disse a vereadora Aava Santiago em mensagem a Senna, numa referência aos colegas de plenário que articulavam chapa para disputar a mesa em caso de derrota de Policarpo no STF.
A partir de então, os vereadores aliados se revezaram nos parabéns ao presidente e aos demais integrantes da Mesa pela vitória. Às 20h51, com o placar em 8 a 0, Policarpo emitiu nota à imprensa comemorando o resultado. No texto, o desabafo: “Nesses dois meses entre o ingresso da ADPF e seu julgamento no Supremo, os interessados na Mesa Diretora da Câmara de Goiânia fizeram meu velório e partilharam meu patrimônio políticos quando eu ainda estava na UTI. Na certeza de que seriam maiores do que o Poder Judiciário, não contavam que eu sairia dela”, disse.
Policarpo comemorou o resultado em casa, ao lado da família e de amigos próximos. A noite de sexta seria encerrada com uma enxurrada de mensagens e ligações de servidores, de políticos, líderes classistas, jornalistas e amigos pela vitória. Entre as ligações, a do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), que voluntariamente ingressou, durante o julgamento no STF, com argumentação de defesa da legalidade e da legitimidade da reeleição do presidente da Câmara de Goiânia.