Os principais líderes estão articulando com o objetivo de eleger prefeitos nas principais cidades para criar uma base forte para 2022

Ronaldo Caiado (DEM), governador, e Alexandre Baldy (PP), ex-ministro: trata-se da possível chapa majoritária do DEM e do PP na eleição de 2022 | Foto: Divulgação

O quadro definitivo de alianças para 2022 vai se definir em 2022 — na marca do pênalti. Se o governo de Ronaldo Caiado, do DEM, for acima da média, o quadro de alianças será um. Se for abaixo da média, será outro. Mas uma coisa é certa: os políticos estão jogando, nos e fora dos bastidores, com o objetivo de criar espaços que possibilitem que disputem a eleição para governador, senador e deputado daqui a dois anos, dez meses e alguns dias. Você leu direito: a eleição de 2022 será disputada daqui a menos de três anos.

No momento, está quase todo mundo conversando, colocando seus blocos nas ruas, sobretudo no interior. A eleição de 2020 — para prefeito e vereador — é o momento em que os grupos políticos tentarão mostrar força. Portanto, partidos estruturados estão buscando apresentar candidatos competitivos — sobretudo nas grandes e médias cidades de Goiás. Todos os políticos realmente competitivos estão de olho em Goiânia (população: 1.516.113 pessoas), Aparecida de Goiânia (população: 578.179 pessoas), Anápolis (população: 386.923 pessoas), Rio Verde (população: 235.647 pessoas), Luziânia (população: 208.299 pessoas), Jataí (população: 100.882 pessoas), Itumbiara (população: 104.742 pessoas), Formosa (população: 121.617 pessoas), Águas Lindas (sua população é crescente. Hoje, 212.440 pessoas, mas o número pode ser mais elevado), Valparaíso (população: 168.468 pessoas), Senador Canedo (população: 115.371 pessoas), Trindade (população: 127.599 pessoas) e Catalão (população: 108.823 pessoas). Mas o número pode ser mais elevado). O mapa da mina da disputa de 2022 começa nos municípios listados e, claro, alguns outros. Goiás tem 246 municípios e 6,9 milhões de habitantes. Nas 13 cidades listadas moram 3.985.103 milhões (quase 4 milhões) de pessoas, ou seja, a maioria dos habitantes do Estado. Daniel Vilela (MDB), Ronaldo Caiado (DEM), Vilmar Rocha (PSD), Jânio Darrot (PSDB), Alexandre Baldy (PP), Vanderlan Cardoso (PP), Flávia Morais (PDT) e Kátia Maria (PT) estão armando suas estruturas em todo o Estado, mas começando pelos 13 municípios — certamente.

Vanderlan Cardoso (PP), senador, e Daniel Vilela (PMDB), ex-deputado federal : eis uma possível chapa majoritária para a disputa eleitoral de 2022 / Fotos: Divulgação

Atualmente, há jogos políticos, e não estabelecimento de alianças definitivas — porque, como se disse acima, não é hora de fixá-las. Mas é possível registrar o que está acontecendo, como estão jogando os principais senhores do xadrez político de Goiás.

Observa-se que, ao mesmo tempo que arma seu time para a disputa de 2020, Daniel Vilela pensa em 2022. O presidente do MDB está articulando em todo o Estado — notadamente nas cidades com maior número de eleitores, como as citadas. Em Aparecida, o MDB montou um frentão para reeleger o prefeito Gustavo Mendanha. Em Anápolis, deverá bancar o vice do petista Antônio Gomide. Em Goiânia o postulante emedebista será o prefeito Iris Rezende ou o ex-governador Maguito Vilela. O prefeito de Valparaíso, Pábio Mossoró, cristão-novo no partido, vai à reeleição. O produtor rural Elder Galdino se apresenta como o fato novo de Catalão. Humberto Machado tende a postular em Jataí.

Vilmar Rocha, presidente do PSD: articulando em Goiânia e em todo o interior do Estado de Goiás| Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O governador Ronaldo Caiado articula, de maneira habilidosa, em todo o Estado. Em Goiânia tanto pode apoiar a reeleição de Iris Rezende quanto lançar um candidato de seu grupo — que pode ser o ex-senador Wilder Morais (Pros) ou o deputado federal Zacharias Calil (DEM). Em Anápolis decidiu-se pelo prefeito Roberto Naves, que deve se filiar ao PP. Álvaro Guimarães (ou Dione Araújo), do DEM, deve postular em Itumbiara. Em Rio Verde, principal cidade do Sudoeste goiano, o líder do Democratas aposta no prefeito Paulo do Vale. Em Catalão, no Sudeste, subirá no palanque de Adib Elias. Em Águas Lindas pode compor com o candidato apoiado pelo prefeito Hildo do Candango. Em Trindade deve ir com o Doutor Antônio  (DEM) ou com George Morais (PDT, marido da deputada federal Flávia Morais. A parlamentar quer banca Cristina Lopes para prefeita de Goiânia). Em Luziânia compôs com o deputado estadual Diego Sorgatto, que, embora filiado ao PSDB, deve migrar para outro partido — talvez o DEM.

Jânio Darrot pode postular o governo pelo PSDB ou compor uma aliança com o MDB do ex-deputado federal Daniel Vilela | Foto: Fábio Costa/Jornal Opção

Alexandre Baldy, com o apoio do deputado federal Adriano do Baldy, está montando estruturas em várias cidades — como Anápolis, onde bancará o prefeito Roberto Naves. Baldy tenta, no momento, atrair o prefeito de Porangatu, Pedro Fernandes (PSDB), para o PP.

Vilmar Rocha (PSD) opera, a partir de uma orientação nacional, particularmente nas cidades com mais de 100 mil habitantes — onde deverá lançar candidatos a prefeito. Em Goiânia banca-se o deputado federal Francisco Júnior (PSD). Em Rio Verde, o candidato será Juraci Martins (PSD). Em Luziânia a aposta é o deputado estadual Wilde Cambão (PSD). Os três são postulantes competitivos.

Flávia Morais, deputada federal: aposta em Goiânia e Trindade | Foto: Jornal Opção

O presidente do PSDB, Jânio Darrot, articula em todo o Estado. Sua missão — inglória — é recuperar a imagem do partido. Depois da prisão de seu principal líder, Marconi Perillo, o partido está com a imagem chamuscada. O partido deve lançar candidatos em Goiânia (Talles Barreto), Jataí (Vinicius Luz), Catalão (Gustavo Sebba), Anápolis (Samuel Gemus), Trindade (Alexandre César ou Gleysson Cabriny).

Jânio Darrot pode ser o candidato do PSDB a governador em 2022. Se não houver composição com o MDB.

O PT concentra suas apostas basicamente em Anápolis, com o deputado estadual Antônio Gomide, em Goiânia, com a deputada estadual Adriana Accorsi.

Kátia Maria: o PT aposta em Anápolis e Goiânia | Foto: Divulgação

Ao mesmo tempo, além de lançar candidatos, os líderes partidários estão formatando alianças, em algumas cidades, tendo em vista a disputa de 2022. Vilmar Rocha quer o apoio de Vanderlan Cardoso para Francisco Júnior e, em troca, sugere que bancará o senador para o governo de Goiás em 2022. A proposta pode levar Vanderlan a trocar o PP pelo PSD.  O partido dirigido por Vilmar Rocha, se confirmada a aliança com o senador, fica forte para 2020 e 2022. Em Rio Verde, o PSD deve operar uma dobradinha com o MDB. O candidato a prefeito deverá ser Juraci Martins, com um vice do MDB. O PSDB decidiu-se pelo apoio ao ex-prefeito.

Noutras palavras, além de Vanderlan Cardoso, outro político está entrando no jogo — Daniel Vilela, do MDB. O que isto sinaliza? Que, em 2022, PSD, MDB, PSDB podem caminhar juntos. O PSB de Lissauer Vieira, presidente da Assembleia Legislativa, e do deputado federal Elias Vaz pode compor tal aliança. “Pode” não significa, necessariamente, que vai.

O governador Ronaldo Caiado está rearticulando a aliança de 2018 e tentando ampliá-la — com a inclusão do PP de Alexandre Baldy (ex-aliado do MDB) e do PTB de Lincoln Tejota, seu vice (o PTB era, antes, aliado do PSDB). A tendência é que, se compor, Baldy dispute mandato de senador em 2022 — ao lado de Ronaldo Caiado. Vale frisar que Ronaldo Caiado atua, de maneira firme, no Entorno de Brasília — antes reduto do PSDB de Marconi Perillo.