PMDB perde cinco eleições e continua tão velho quanto era em 1998

05 janeiro 2016 às 08h58

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O partido permanece sem formuladores e estrategistas políticos e repete discursos sem apresentar alternativas factíveis que possam convencer os eleitores
Em termos de governo de Estado, o PMDB perdeu cinco eleições seguidas para a aliança PSDB-PP em Goiás. Os motivos principais são a falta de sintonia com as ruas, a falta de percepção de que Goiás se modernizou e as críticas estreitas àquilo que os governos tucanos fizeram. A crítica peemedebista está sempre a um ou dois passos atrasados em relação ao que se fez. A crítica não é, portanto, precisa e perceptiva e os eleitores percebem isto com extrema facilidade.
No lugar de apresentar ideias — consubstanciadas em propostas e projetos — para contrapor ao projeto dominante, e que possibilitaria aos eleitores fazer uma comparação independente, o PMDB insiste tão-somente com a crítica negativa, não alternativa. Faz a oposição pela oposição, sem um pensamento estratégico definido. As pílulas que serão veiculadas no rádio e na tevê neste mês, no horário gratuito do TRE, vão se concentrar em ataques diretos ao governo do tucano Marconi Perillo. A crítica é sempre válida, pois contribui para a sociedade avançar, mas o que os eleitores cobram mesmo é uma alternativa factível, não meramente politiqueira.
Se continuar com o mesmo discurso, repetindo o que não funciona desde 1998, o PMDB de Iris Rezende (na foto acima, ao lado de Ronaldo Caiado) e Daniel Vilela tende a perder mais uma eleição em 2018. Pode-se dizer que, em linhas gerais, o PMDB de 2016 tem a cara do PMDB de 1998. A cara do perdedor nato, do velho, do ranço político. Por quê? Porque não entende nem o político nem o gestor Marconi Perillo e mesmo a expansão econômica do Estado ocorrida na última década e meia. Em suma, o que o PMDB diz não é o que os eleitores pensam — ao menos de 1998 a 2014, como comprovam os resultados das urnas. O partido não lidera, está sempre aquém do que pensa a sociedade.