Eles dizem que Nailton Oliveira, se eleito, vai jogar para o partido, não para o político “A” ou “B”. Mas há quem avalie que a renovação é Daniel Vilela

[Nailton Oliveira: um peemedebista do interior que não seria provinciano]

Na quarta-feira, 30, o Jornal Opção conversou com cinco políticos do PMDB — dois deles consagrados como “históricos”, mas, como dizem, “quase na ativa”. Quer dizer, não disputam mandatos, mas participam dos pleitos como articuladores. A todos, o repórter fez a mesma pergunta: “Quem é, de fato, o favorito para presidir o Diretório Estadual do PMDB?” Para que expressassem suas opiniões livremente, para não gerar desconforto, o jornal optou, a pedido deles, por não mencionar seus nomes.

O político mais jovem é peremptório: “Se o PMDB estiver pensando no futuro, em termos de reconquistar o governo do Estado, precisa parar de pensar pequeno, de fazer ajeitamentos e de apostar em políticos que não têm voto para presidi-lo”. O que, exatamente, ele quer dizer? “Simples: que o PMDB precisa apostar e fortalecer aquele político que almeja disputar o poder, o governo do Estado em 2018. O nome apropriado é, portanto, o de Daniel Vilela [foto acima]. Elegê-lo agora seria um recado de que o partido quer mesmo se renovar, que não está apenas fazendo discurso”.

Um deputado disse ao Jornal Opção que José Nelto [foto acima] é o nome adequado. “Zé Nelto faz oposição consistente e firme. Ao contrário de outros políticos, que adoram ficar no ‘bem-bom’ de Goiânia ou Brasília, o deputado aprecia viajar pelo interior e dialogar com os líderes e militantes do PMDB. É o nome que pode contribuir para que Daniel Vilela seja candidato a governador em 2018”, frisa.

Os outros três peemedebistas — um jovem e os dois históricos — sugerem que alguns próceres do partido e mesmo a imprensa estão “subestimando” Nailton Oliveira. “Trata-se de um ex-prefeito que presidiu o PMDB e que conhece a política no Estado de Goiás como poucos. Não há um líder municipal que não saiba quem é Nailton e que nunca tenha conversado com ele”, frisa um histórico. “Nailton é um homem do interior, mas não é provinciano.”

O outro histórico corrobora: “Nailton foi presidente e secretário do PMDB. Ele circulou o Estado, durante anos, com Kid Neto [falecido]. É um dos responsáveis, em larga medida, pelo fato de o partido persistir ‘vivo’ depois de tantas derrotas para o governo do Estado. O ex-deputado Sandro Mabel convidou Daniel Vilela e José Nelto para jantar em sua casa, em Goiânia, e não convidou Nailton. O gesto é de uma indelicadeza inaudita. Uma falta de cortesia gratuita. Nailton, no comando do PMDB, seria positivo tanto para Daniel quanto para Zé Nelto, pois os deixariam livres para articular seus projetos políticos”.

O político jovem, próximo de Iris Rezende, concorda com os históricos e argumenta com novos vieses. “De fato, Sandro Mabel foi descortês com Nailton, ao se recusar a convidá-lo. Mas isto não importa, não. O que importa discutir é que, embora sejam grandes companheiros, Daniel Vilela e Zé Nelto, como deputados, não têm tempo para se dedicarem às demandas do PMDB em todo o Estado; vale dizer um Estado gigante. Nailton, pelo contrário, tem tempo para ouvir todo mundo e visitar os peemedebistas durante toda a semana, não apenas aos sábados e domingos, quando, na verdade, as pessoas querem descansar com suas famílias e não serem incomodadas por políticos.”

Para o irista, Daniel Vilela e José Nelto foram eleitos para serem “bons deputados”. “Os dois devem ficar na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa. E não podem usar o PMDB para articular seus projetos políticos pessoais. Não posso garantir que Nailton é o preferido de Iris Rezende, pois nunca ouvi isto dele. O que posso assegurar é que se trata do que tem mais afinidade real com Iris. Acrescento que Nailton fala a linguagem da ‘nação peemedebista’ e do povo goiano.”

Perguntados sobre a possibilidade de Sandro Mabel [foto acima] presidir o PMDB, os cinco concordaram que se trata de um “nome consistente” e que tem “qualidades” para dirigir o partido. Mas todos comentaram que o ex-deputado federal parece mais disposto a levar uma “vida de rico”, com viagens frequentes ao exterior, do que conviver com dirigentes partidários, que, na maioria das vezes, não têm o mesmo nível social. “Mabel tem estatura e é um organizador hábil, mas resta saber se tem mesmo vontade de dirigir o PMDB. Não se dirige um partido a distância — de Paris, de Londres e de Nova York”, afirma o jovem irista.