Pedro Sales pode ser vice de Daniel Vilela em 2026?

18 dezembro 2022 às 00h08

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Há uma pergunta que os políticos fazem com frequência: por que o governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, valoriza tanto o executivo-advogado Pedro Sales, presidente da Goinfra e, a partir de 2023, secretário de Infraestrutura?
A primeira resposta é simples e precisa: Pedro Sales é um executivo de primeira linha. É daqueles técnicos que sabem retirar as ideias do papel e colocá-las em prática, transformando-as em realizações. Ao mesmo tempo, é um homem público decente e responsável.
A Agetop era vista, pelos políticos e empreiteiros, como uma “central da indecência financeira”, com “doutorado em corrupção” (“lá batia-se carteira e caixa-forte”, afirma um empreiteiro). Sob o comando de Pedro Sales, com o nome de Goinfra, passou a prevalecer a decência e a ética da responsabilidade. As obras ficaram mais baratas e, por incrível que possa parecer, com mais qualidade. Aqueles aditivos milionários, que faziam a festa de empreiteiros (poucos e selecionados, vale ressalvar), desapareceram do mapa.

A segunda resposta não é tão simples, porque o jogo político é sempre imprevisível. Na disputa de 2022, por um certo período, a cúpula do União Brasil discutiu a possibilidade de Pedro Sales disputar mandato de deputado federal. Com o apoio de Ronaldo Caiado e dezenas de prefeitos, que estavam dispostos a subir no seu palanque, o executivo certamente seria eleito
Porém, Ronaldo Caiado decidiu preservá-lo, mantendo-o no governo, com o objetivo de terminar obras em todo o Estado, notadamente de restauro e pavimentação de rodovias. O ambicioso programa de habitação do governo também está sendo operado por Pedro Sales.
Mas qual será o futuro de Pedro Sales, em termos políticos e administrativos? Não se sabe, com exatidão, porque é cedo para discuti-lo. Mas é possível especular sobre um dos caminhos a trilhar.

Em 2026, se Ronaldo Caiado deixar o governo para disputar mandato de presidente da República (primeiro projeto) ou de senador (segundo projeto), Daniel Vilela assumirá o governo, em 4 de abril, num sábado, e será candidato natural à reeleição.
Quem será o seu vice? A tendência — leia de novo: tendência — é que seja um nome indicado pelo União Brasil de Ronaldo Caiado. Qual será o vice? Não se sabe. Mas o governador, presidente do UB, pode bancar Pedro Sales para companheiro de chapa de Daniel Vilela.
E há uma explicação plausível. Em 2030, se tiver sido reeleito em 2026, Daniel Vilela não poderá ser candidato a governador. A tendência é que deixe o governo para disputar mandato de senador ou deputado federal. Aí quem assumirá o governo? Seu vice, que poderá ser Pedro Sales.
Se Pedro Sales assumir o governo, em 6 de outubro de 2026, num sábado, se tornará o candidato natural da base governista à reeleição.
É óbvio que está muito cedo para discutir 2030 e, até mesmo, 2026. Mas o futuro é construído no presente… e parece que Ronaldo Caiado está construindo um futuro para dois políticos: Daniel Vilela, para 2026 — mais factível —, e Pedro Sales, para 2030, uma possibilidade remota, porém igualmente factível.