Bastidores

Possivelmente para não ver o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, brilhar, o senador Ronaldo Caiado, segundo aliados, disse que não irá à festa de aniversário do colega senador Wilder Morais, presidente do PP em Goiás, no domingo, 26, na Fazenda Toca da Orca, em Santo Antônio de Goiás, entre Goiânia e Nerópolis. Ele foi convidado, assim como a senadora Lúcia Vânia. No ano passado, Ronaldo Caiado foi à festa de Wilder Morais — milionário dono de fazendas, shoppings, empresa de construção, aviões — e, meio sem graça, assistiu Marconi Perillo ser ovacionado por prefeitos e lideranças políticas de todo o Estado.

Segundo um político goiano que transita pelo Palácio do Planalto, os “sismógrafos” políticos do presidente Michel Temer perceberam, com nitidez, que o senador Ronaldo Caiado, do DEM, não se comporta mais de maneira entusiasmada em relação ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Terremoto à vista... O político sublinha que Ronaldo Caiado queria ser ministro da Agricultura, mas, vetado por alguns setores, acabou não nomeado pelo presidente Temer. Ele estaria se sentindo “desprezado”, segundo o ex-parlamentar. Michel Temer sequer teria ouvido Ronaldo Caiado para definir o Ministério da Agricultura. Por isso, o democrata teria “perdido a graça” com o presidente. Mas, claro, não vai romper com o novo governo e, sim, votará pelo impeachment definitivo de Dilma Rousseff.

De um deputado do PMDB: “O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano, e o deputado estadual Bruno Peixoto estão numa briga de foice no escuro pela vice de Iris Rezende”. O problema é que os dois, apesar da guerra, podem estar brigando à toa. O DEM de Ronaldo Caiado começa a reivindicar a vice. O nome mais cotado é o de Joel Santana Braga. O médico Sílvio Fernandes também tem sido citado, mas pode disputar mandato de vereador.

O ex-deputado federal Luiz Bittencourt recebeu pesquisas quantitativas e qualitativas e, após examiná-las cuidadosamente, redobrou o ânimo. Luiz Bittencourt sugere que a sociedade começa a assimilar seu discurso para transformar Goiânia. O pré-candidato a prefeito pelo PTB reafirma disposição de ir até o fim do processo, confiando que irá disputar o segundo turno. Além disso, mantém a decisão de fazer uma campanha diferenciada, sem marqueteiro e gastos excessivos.

O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), diz que Iris Rezende (PMDB) será eleito prefeito da capital por seus próprios méritos, mas também “pelos desacertos da gestão do prefeito Paulo Garcia”, do PT. “Paulo Garcia pode pintar os meios-fios de Goiânia de ouro, mas não vai conseguir recuperar sua imagem e tampouco vai colaborar para eleger sua candidata a prefeita, Adriana Accorsi. Anote e, depois, me cobre. Quem viver, se quiser, verá”, afirma o vice-prefeito. “O petista nunca mais se elegerá prefeito da capital.”

Um integrante do PSB afirma, em off (da fonte), que, se publicamente Vanderlan Cardoso se apresenta animado, nos bastidores, “onde as coisas de fato acontecem”, se diz desestimulado com a campanha para prefeito de Goiânia. O que mais preocupa Vanderlan Cardoso é a questão financeira. Ao mesmo tempo, o pré-candidato do PSB não conseguiu organizar uma aliança política sólida.

“O prefeito de Vianópolis, Issy Quinan (PP), está pensando em pôr um anúncio nos jornais com os seguintes dizeres: ‘Procura-se um candidato a prefeito para me enfrentar’”, afirma um deputado estadual. Com uma aprovação extraordinária — mais de 90% —, Issy Quinan é praticamente um político hors concours. A oposição está tentando pegar a laço alguém para enfrentá-lo. Mas está difícil.

O presidente do PSDB regional, Afrêni Gonçalves, conta como certo a vitória de Valmir Pedro (PSDB) para prefeito de Uruaçu. “Valmir Pedro está fazendo a lição de casa, quer dizer, está organizando uma frente política ampla e mantém diálogo intenso com os eleitores”, afirma Afrêni Gonçalves. O tucano é o único candidato do governador Marconi Perillo no município.

[caption id="attachment_29896" align="aligncenter" width="620"] Henrique Tibúrcio e Marconi | Foto: Leoiran[/caption] O advogado Henrique Tibúrcio, que chegou a ser cotado para assumir o comando da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), assumir a presidência da Goiás Fomento. O governador Marconi Perillo fez questão de dizer que preza e valoriza Henrique Tibúrcio, apontado como “competente”, “ético” e “leal”.

O deputado tucano José Vitti será eleito, no fim deste mês, presidente da Assembleia Legislativa de Goiás. Manoel Oliveira (PSDB) luta, com unhas, dentes e cotoveladas, para ser o vice-presidente da Assembleia Legislativa. Os deputados Talles Barreto e Chiquinho Oliveira, ambos do PSDB, disputam quem será o líder do governo. Barreto largou na frente, mas Oliveira diz que não é cavalo “boliguaio” (mistura de boliviano com paraguaio). Ele tem desgaste.

Deputados e secretários são unânimes: Luiz Siqueira, presidente da Agência de Comunicação do governo de Goiás (Agecom), é diplomático, acessível e divulga as ações públicas com zelo e competência. Há auxiliares de governantes que são problemas, criadores de arestas. Luiz Siqueira, pelo contrário, é visto como o “artífice das soluções”.

Deputados estaduais e federais dizem que Tayrone di Martino (PSDB) deve assumir a Secretaria de Governo como “republicano”. Quer dizer: não deve usar a estrutura da pasta tão-somente para viabilizar sua candidatura a deputado federal. Tayrone frisa que vai atender todo mundo bem. Na Secretaria de Governo, Henrique Tibúrcio pautou-se por uma conduta eminentemente republicana. É o que dizem deputados federais e estaduais.

O prefeito de Porangatu, Eronildo Valadares (PMDB), está acometido pela Síndrome de Estocolmo. Em 2012, a tucana Gláucia Melo perdeu a eleição para prefeita do município, exatamente para Valadares, devido à gestão ruim do então prefeito, José Osvaldo, que era seu “aliado”. Pois, quatro anos depois, esquecido do passado, Eronildo Valadares busca aliança política com José Osvaldo. Se o fizer, o candidato a prefeito pelo PSDB, Pedro Fernandes, poderá encomendar o terno de posse.

Um radialista de Catalão levou uma surra — uma barbaridade — e, depois, uma suposta amante divulgou fotografias suas como veio ao mundo. Sim, tão nu quanto um bebê recém-nascido. Ele estaria de ressaca ou dormindo quando foi fotografado. As fotografias do radialista circularam nas redações de Goiânia, mas felizmente editores e repórteres tiveram o bom senso de não publicá-las. Um jornal do Rio de Janeiro chegou a pedi-las a um jornal de Goiás, mas também desistiu de divulgá-las.

Os advogados do governador de Goiás, Marconi Perillo, ganharam na Justiça ação judicial contra Jorge Kajuru, pré-candidato a vereador na capital. A Justiça obrigou o radialista a retirar de seus perfis, nas redes sociais, gravações de conversas privadas do gestor tucano. Se não exclui-las, Jorge Kajuru terá de pagar pesadas multas e, mesmo, poderá sofrer outras penalidades. Nos últimos anos, quase tudo que Jorge Kajuru ganha, em termos financeiros, é para pagar indenizações, e não apenas em Goiás (Luciana Gimenez já o processou duas vezes).