Bastidores
O pré-candidato do PT a governador de Goiás, Antônio Gomide, está mandando nada enviesado para o peemedebismo, sobretudo: seu alvo não é apenas o governador Marconi Perillo, do PSDB. Possivelmente, ao menos num primeiro momento, talvez no primeiro turno, o alvo será muito mais o PMDB.
O governador Marconi Perillo, do PSDB, o ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide, do PT, e o empresário Vanderlan Cardoso, do PSB, três pré-candidatos a governador de Goiás, não precisarão fazer esforço algum para colher farta documentação sobre os problemas trabalhistas da JBS-Friboi. A internet contém um verdadeiro maná sobre as ações de trabalhadores do grupo dirigido pela família do pré-candidato a governador de Goiás pelo PMDB, Júnior Friboi. Nos debates, Friboi dificilmente vai escapar da armadilha de seus adversários, que certamente perguntarão, de chofre, como vai lidar com o funcionalismo público. Se disser que vai tratá-lo bem, com novos aumentos salariais e planos de cargos e carreira, os adversários certamente vão apresentar o listão das centenas de ações trabalhistas, com valores altos, na casa dos milhões de reais. É possível que os servidores públicos fiquem assustados com o volume de ações trabalhistas e possivelmente farão a pergunta clássica: “Se Friboi não é bom para seus funcionários, por que será bom para nós?” As várias ações trabalhistas contra a JBS sugerem que o funcionalismo público vai observar Friboi com muito interesse.
Pré-candidato do PMDB a governador de Goiás, Júnior Friboi convocou alguns de seus principais aliados e pediu um “voto de silêncio”. Eles estariam falando demais e sem sintonia com as ideias do pré-candidato. “É o Felipão da política de Goiás”, brinca um deputado — numa referência ao técnico da Seleção Brasileira de futebol.
De um deputado do PMDB: “Iris Rezende é o melhor candidato para o PMDB. Mas não é o melhor candidato para os candidatos a deputado federal e a deputado estadual”. Razão: Iris não gera estrutura, especialmente financeira, para os candidatos a deputado.
O pré-candidato a governador de Goiás pelo PT, o dentista Antônio Gomide, disse ao Jornal Opção: “Anote e cobre depois — vou ser candidato a governador de Goiás e vou ser eleito. Quem duvidar disto pode estar cometendo um grande equívoco político”. No interior, o discurso de Gomide é de uma firmeza surpreendente. O PT goiano não quer se tornar uma espécie de refém ou escravo do PMDB. O partido quer manter sua identidade, não quer se tornar uma espécie de agregado político. A tese é aquela de sempre: time que não joga não tem torcida. E o PT não quer ser o Vila Nova (coadjuvante do Goiás e do Atlético) da política.
Estranheza da vida: uma pesquisa mostra que a população de Rio Verde “gosta” do prefeito Juraci Martins (PSD), mas “não aprova” sua administração. Tese sugerida: Juraci foi relativamente bem na gestão anterior, mas está fracassando na atual gestão. Porém, como é bonachão e não é corrupto, não tem rejeição pessoal. A aliados, Juraci diz que “suas” pesquisas lhe são favoráveis. Talvez não estejam sendo feitas em Rio Verde.
Ana Paula, filha de Iris Rezende e de Iris Araújo, garante que não será candidata a prefeita de Senador Canedo... em 2016. A jovem advogada prefere trabalhar nos bastidores como sustentação dos pais. Diplomática e inteligente, é craque na articulação política. E, do ponto de vista administrativo, gere com eficiência o escritório do casal Iris.
“O prefeito de Anápolis, João Gomes (PT), vai de ter rebolar muito para não deixar a peteca cair”, afirma um petista. “Se for mal, prejudica Antônio Gomide, pré-candidato do PT a governador de Goiás, e ajuda o governador Marconi Perillo”, admite um petista. O cartão de visita de Gomide é exatamente Anápolis.
A escolha de Bill O’Dwyer, empresário respeitável, para secretário da Indústria e Comércio sugere que o governador Marconi Perillo vai jogar pesado para obter uma votação expressiva em Anápolis. Bill O’Dwyer, hors concours em Anápolis, consegue agradar desde o grupo dos empresários Marcelo Limírio-Alexandre Baldy ao grupo de Ridoval Chiareloto. E não desagrada o Fórum Empresarial. Embora seja empresário, O’Dwyer nasceu para a diplomacia. Detalhe: o pai de O’Dwyer pai lutou na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) na Força Expedicionária Brasileira (FEB), ao lado dos aliados. Era um militar de grande bravura e foi condecorado.
O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) será um dos principais coordenadores da campanha presidencial de Aécio Neves no Centro-Oeste, notadamente em Goiás. O tucano Aécio Neves tem pesquisas que indicam que Caiado é visto como um dos políticos mais éticos do país, não só de Goiás. “Por que Caiado serve para apoiar Aécio Neves, mas não serve para obter o apoio do governador Marconi Perillo para senador?”, pergunta um líder democrata.
O presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, diz que não será vice de Antônio Gomide, pré-candidato a governador de Goiás pelo PT. “Gosto de Gomide, admiro sua disposição política e sua capacidade administrativa, mas faço parte de outro projeto político”, afirma Eduardo Machado. Sondado por Júnior Friboi, que quer bancá-lo para deputado federal, o líder do PHS prefere, por enquanto, apostar na candidatura à reeleição do governador Marconi Perillo e de Vilmar Rocha (PSD), seu amigo, a senador. Mas Eduardo Machado insiste que o PHS só define seu projeto em maio e que está aberto ao diálogo. Uma coisa é certa: o PHS quer ser mais bem tratado pela equipe do governador Marconi.
Está pintando um acordão em Aparecida de Goiânia. O deputado federal Sandro Mabel (PMDB) não vai disputar a reeleição e vai apoiar, em vários municípios, Daniel Vilela (PMDB) para deputado federal. Em troca, se tudo der certo, será o candidato a prefeito de Aparecida, em 2016, apoiado pelo prefeito Maguito Vilela (PMDB), pai de Daniel Vilela. Se eleito em 2016, Mabel vai trabalhar para bancar a candidatura de Maguito Vilela a senador em 2018. Quem dança? Ozair José, que pretende disputar a prefeitura pelo PT. Seu problema é que o eleitor de Aparecida o vê como o “José Macedo (ou o Ademir Menezes) do PT. Ozair, Macedo e Ademir fazem parte de um passado que o eleitor do município parece que não quer mais ver na prefeitura. *Leia mais: Duelo de titãs: o deputado federal João Campos deve enfrentar Sandro Mabel pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia
Aparecida tem o segundo maior eleitorado de Goiás, seu PIB está crescendo e deixou de ser considerado como uma espécie de cidade-dormitório de Goiânia. Resultado: desde a eleição e a reeleição do ex-governador Maguito Vilela (PMDB) para prefeito, em 2008 e 2012, pesos-pesados da política do Estado estão de olho no comando da prefeitura – e já para 2016. O PMDB tende a bancar a candidatura de Sandro Mabel. O deputado deve enfrentar um político que tem prestígio no município – o deputado federal João Campos. O tucano João Campos terá o apoio do governador Marconi Perillo para a disputa. Se Marconi for reeleito, será um apoio decisivo. O tucano pode obter sucesso no município por três motivos básicos. Primeiro, é um político de dimensão estadual, como o prefeito Maguito Vilela e o deputado federal Sandro Mabel. Segundo, é evangélico, e o eleitorado evangélico cresceu e está crescendo em Aparecida. Terceiro, como é delegado de polícia, um de seus temas preferidos é segurança pública. Hoje, (in)segurança pública é um dos problemas que mais preocupam os moradores do município. João Campos, como deputado federal, tem discutindo, com frequência, a questão da segurança pública na Câmara dos Deputados. *Leia mais: Maguito Vilela deve bancar Sandro Mabel para prefeito de Aparecida de Goiânia em 2016
De um candidato a deputado da base do governador Marconi Perillo: “O problema é que muita gente de sua base acredita que, no final, não será candidato à reeleição”. Com a informação na mão, o Jornal Opção ouviu 16 governistas. Todos disseram a mesma coisa: se Marconi Perillo não for candidato, sua base política não faz o próximo governador. Será fragorosamente derrotada. Os governistas sugerem que é preciso observar com atenção as movimentações de Marconi. “São as de um candidato a governador”, frisa um integrante do PSDB.
Um deputado federal é bem explícito: “Pode parecer estranho, mas vou dizer uma coisa heterodoxa — a base marconista ainda não está preparada para perder, porque o sentimento de vingança ainda paira no ar. Para limpar a área, o tucano-chefe precisa ganhar a próxima eleição”. O peemedebismo, sobretudo o irismo, tem “sede” em Marconi, garante o deputado governista.