Bastidores
Na semana passada, um grupo de peemedebistas jovens esteve na redação do Jornal Opção, acompanhando do chefão da juventude do PSDB, o competente diplomático e articulado Rodrigo Zani — cotadíssimo para ser secretário do governo Marconi, se este for eleito — e todos repetem a mesma coisa: Iris Rezende, candidato do PMDB a governador de Goiás, parece desconectado da realidade atual de Goiás. Todos disseram que Iris não é contemporâneo da juventude e vive no passado, nostálgico. No lugar de pedir votos, fica no seu escritório político contando histórias dos mutirões da década de 1960. Quando os jovens se aproximam, e ouvem as mesmas histórias, saem correndo e alguns aproximam-se rapidamente do governador Marconi Perillo. Um filho do ex-senador, Ivan Pimenta Barbosa, apoia o tucano-chefe, por considerá-lo moderno e democrático.
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Tayrone é o homem bomba do PT | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Se o vereador Tayrone di Martino abrir a boca sobre as intimidades da Prefeitura de Goiânia cai a República petista. Ele é o homem bomba do PT goiano.
Um aliado de Tayrone di Martino diz ter ouvido, diretamente do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, que ele não apoiaria, em nenhuma hipótese, Antônio Gomide, do PT, para governador de Goiás.
O tayronista frisa que, desde o início, Paulo Garcia trabalhou, em tempo integral, na campanha de Iris Rezende, para governador, e de Iris Araújo, para deputada federal.
“A baixa votação de Olavo Noleto para deputado federal indica, claramente, que Paulo Garcia não trabalhou por sua eleição”, afirma um aliado do veredor Tayrone di Martino. Petistas garantem que, na hora agá, Paulo Garcia fez uma opção pela campanha de Iris Araújo, a pedido ou ordem de Iris Rezende.
A deputada federal Iris Araújo (PMDB) arranjou tantos culpados para sua derrota na eleição deste ano que, ao final, nem sabe mesmo quem é o culpado, ou culpada, verdadeiro. É provável que, se consultasse um analista, freudiano ou outro, concluísse que só há um ou dois culpados pela derrota: a própria Iris Araújo e, quem sabe, Iris Rezende.
Um grupo de peemedebistas, um deles com mandato, organizou um concorrido churrasco para comemorar a derrota de Iris Araújo para deputada federal. Pintou até um ex-deputado federal — o mais animado da festança. Sobre o churrasco, um peemedebista de proa disse: “Uma pena que não me convidaram. O PMDB comemorou muito mais a derrota de Iris Araújo do que o marconismo”. Iris Araújo estaria anotando, num caderninho pautado, os nomes de alguns rebeldes que compareceram à churrascada. Ela costuma dizer que a vingança é um prato que se come, não frio, mas gelado.
Não procede que o presidente do PMDB, Samuel Belchior, irritado com as críticas da especialista em culinária, tenha comparecido ao churrasco que comemorou a derrota da deputada federal Iris Araújo. Samuel Belchior, mesmo maltratado pelo grupo de Iris Araújo, permanece leal ao casal. Mas o jovem político está contando os minutos para entregar o cargo de presidente e cair fora do PMDB.
Um filho do ex-senador Lázaro Barbosa, Ivan Barbosa, decidiu filiar-se ao PSDB e apoiar o governador Marconi Perillo. “Fico com o moderno e contra o arcaico”, sustenta o filho do líder histórico do PMDB. Lázaro Barbosa tem respeito e admiração pelo governador Marconi Perillo, que percebe como um “realizador”. O ex-senador não critica publicamente Iris Rezende, por ser leal, mas, como é estudioso da história, sabe que o peemedebista se tornou um homem com os pés pesados e enterrado no passado.
Como vingança por Vanderlan Cardoso (PSB) não tê-lo apoiado no segundo turno e ter liberado seus aliados para apoiarem Marconi Perillo, Iris Rezende deve lançar sua filha Ana Paula Rezende para prefeita de Senador Canedo. Dica: como não entende nada de Senador Canedo, portanto não sabe que Vanderlan Cardoso é praticamente um Deus na cidade, Ana Paula vai sair de lá com uma derrota retumbante. Seu marido, o atilado empresário Frederico Peixoto, dono da construtora FGR, certamente não vai deixá-la entrar nesta fria.
O irismo continua insistindo que Ronaldo Caiado joga para a mídia quando diz que está empenhado na campanha de Iris Rezende para governador. Pergunta de um irista: “Retirando os salamaleques e frases de efeito, típicos de Caiado, quais são os líderes importantes do DEM que estão na campanha de Iris Rezende? Cadê os prefeitos do DEM na campanha do nosso candidato?” O irista afirma que respeita Caiado, mas que o senador eleito está jogando para a plateia. “O fato verdadeiro é que Iris ajudou Caiado, por exemplo em Goiânia, e o deputado não ajuda o nosso candidato no Estado.”
Vários líderes do DEM afiançam que, eleito Ronaldo Caiado para Senador, não têm mais qualquer compromisso com o parlamentar. Agora, vão se concentrar, em tempo integral, na campanha do governador Marconi Perillo. Eles não querem saber nem mesmo de ouvir o nome de Iris Rezende. Eles dizem que ajudaram a eleger Caiado, mesmo a contragosto, e agora só pensam em derrotar aquele que chamam de “pré-coronel” Iris Rezende.
Ao permanecer neutro no segundo turno, Vanderlan Cardoso provou que não recebe ordens nem de Jorcelino Braga, um de seus principais conselheiros, nem do deputado Ronaldo Caiado. É mesmo independente. É o recado que quer passar para o eleitorado. Não aceita cabresto dos líderes regionais. Vanderlan Cardoso provou que não é um político teleguiado e, ao mesmo tempo, é democrata, pois liberou seus aliados para apoiarem quem eles quiserem. 99,9% dos aliados do ex-prefeito de Senador Canedo já estão na campanha de Marconi Perillo. Um vanderlanista avalia que, quanto mais fraco Iris Rezende sair desta eleição, melhor para Vanderlan Cardoso, que planeja disputar a Prefeitura de Goiânia.
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Sandes Júnior, suplente a deputado federal | Foto: Divulgação[/caption]
O governador Marconi Perillo disse, com todas as letras, que o deputado federal Sandes Júnior (PP), que ficou como primeiro suplente na eleição deste ano, não vai ficar um minuto fora da Câmara dos Deputados. Claro que se ele for reeleito para o governo.
O tucano-chefe tem afirmado que, além de leal, Sandes Júnior é um dos políticos mais municipalistas de Goiás.
Na semana passada, Iris Rezende confidenciou um aliado, amigo do peito, que, se for derrotado para o governo de Goiás, deverá ser candidato a prefeito de Goiânia. Por dois motivos. Primeiro, avalia que, se não tiver mandato em 2016, vai perder o controle do PMDB para Júnior Friboi. Segundo, acredita que, se não disputar, o PSDB do governador ganha a Prefeitura de Goiânia e as oposições vão chegar mais enfraquecidas no pleito de 2018. O argumento de Iris está prontinho para 2016: “As bases me convocaram e eu não tenho como não disputar”.
Dois deputados federais devem ser convocados para secretarias importantes do governo de Marconi Perillo, se este for reeleito. Um deles pode ser Marcos Abrão, cotado, ao lado de José Paulo Loureiro, o golden boy do marconismo, para a Secretaria da Fazenda ou para a Secretaria de Planejamento. A ressalva é que o PPS nacional conta com o deputado goiano para se fortalecer em Brasília. Alexandre Baldy (PSDB), embora queira passar pela experiência do Parlamento, pode ser convocado para uma secretaria com o objetivo de alavancar sua candidatura a prefeito de Anápolis. Há, porém, uma vantagem: os recursos do Orçamento da União podem ser liberados pelos titulares do cargo. No período de votar as emendas eles assumem e, depois, saem de novo.
Ao ser eleito com mais de 30 mil votos, Adib Elias provou que não está morto politicamente e que será um adversário temerário para o prefeito de Catalão, Jardel Sebba, na eleição de 2016. O problema-chave de Adib Elias é que é previsível e, assim, fácil de combater. Ele não é uma toupeira, mas às vezes age como se fosse. Seu estilo “trator” está superado.
