Bastidores
Relato de um petista: “Eu e um deputado fomos ao apartamento de Iris Rezende. Lá, ouvimos suas histórias, as mesmas de sempre, porém, quando o nome de Marconi Perillo foi citado, ficou com o rosto crispado. Ele nos disse que Mário Covas, que governou São Paulo, orientou o governador goiano para ‘atacá-lo’. O tucano paulista teria dito, na versão do peemedebista-chefe: ‘Pise na cabeça de Iris’”. O Jornal Opção ouviu dois tucanos, ambos bem próximos do governador Marconi Perillo, e nenhum deles confirma a história contada por Iris Rezende aos petistas. “A longevidade política de Iris”, afirma um dos tucanos, “tem a ver com o fato de que o governador decidiu não persegui-lo. Marconi é um político tolerante”.
O governador Marconi Perillo (PSDB) decidiu que vai atrair de dois a três deputados federais para compor seu secretariado — com o objetivo de enviar três suplentes para a Câmara dos Deputados. Os nomes mais cotados são Sandes Júnior (PP), Eurípedes Júnior (Pros) e José Mário Schreiner (PSD). Dos políticos goianos, Eurípedes é hoje o que mantém ligação mais sólida com a presidente Dilma Rousseff — acima do deputado Rubens Otoni (PT). Porque é presidente do Pros, que tem uma base forte de deputados federais. Além de presidir um partido, se assumir mandato de deputado, passa a ter mais força. O que será muito útil para a interlocução de Marconi com Dilma.
A história está bombando em Rio Verde. Uma garota de programa de luxo, quase “socialite”, manteve (ou mantém) um tórrido romance com um político do município. A mulher do político procurou a garota, tida como a mais bela de Rio Verde, e a espancou com extrema violência. A história está abafada. Mas a jovem surrada está disposta a pôr a boca no trombone.

O prefeito de Rio Verde, Juraci Martins, continua insistindo que não brigou com o deputado federal Heuler Cruvinel, ambos do PSD.
Porém, nos bastidores, aliados de Juraci Martins e Heuler Cruvinel confirmam o conflito, mas acrescentam que um precisa do outro para sobreviver politicamente.
O conflito teria acontecido porque, apesar de que Juraci Martins ainda estaria pagando uma dívida da campanha de Heuler Cruvinel de 2010, o deputado teria dito que não obteve uma votação maior em Rio Verde, na disputa de 2014, porque a gestão do prefeito está desgastada.
Mesmo com uma estrutura-monstro, Heuler Cruvinel (PSD) superou Paulo do Vale (PMDB), em Rio Verde, com uma frente bem pequena (menos de 600 votos). Ao ser reeleito, com 90.877 votos, Heuler Cruvinel provou força política e soube espraiar sua votação por outros municípios, para contornar a alta concorrência em seu município-base. Porém, embora tenha sido derrotado, Paulo do Vale conquistou 41.845. Para quem concentrou a campanha mais em Rio Verde, possivelmente para se tornar mais conhecido da população e ficar com a imagem de político mais cristalizada, a votação não pode ser considerada ruim.
As oposições em Rio Verde estão dispostas a se unirem, afirma Leonardo Veloso, líder do PRTB. Divididas, se lançarem três candidatos a prefeito — Paulo do Vale, do PMDB, Karlos Cabral, do PT, e Leonardo Veloso, do PRTB —, Heuler Cruvinel poderá encomendar o terno de posse. O mais provável é que o médico Paulo do Vale, capaz de organizar uma estrutura financeira e partidária mais ampla, será o candidato a prefeito, possivelmente com Karlos Cabral ou Leonardo Veloso como vice.
O candidato do governador Marconi Perillo a prefeito de Goiânia está praticamente definido. Será Jayme Rincon. O vice possivelmente sairá dos quadros do PSD ou do PP. Uma corrente do PSDB vai sugerir o nome de Thiago Albernaz para prefeito de Goiânia. Porém, no caso de chapa pura, o jovem vereador pode ser o vice de Jayme Rincon.
Para o engenheiro agrônomo, que neste ano disputa as eleições para a presidência da autarquia federal, o conselho necessita de “upgrade” e deve ser mais atuante socialmente
O prefeito de Jataí, Humberto Machado, do PMDB, não escondeu de seus aliados: votou mesmo no governador Marconi Perillo (PSDB). Em Iris Rezende (PMDB), teria dito, não votaria nem sob tortura chinesa. Humberto Machado não ficou com nenhum remorso, pois acredita que contribuiu para aposentar Iris Rezende em definitivo.
Há quem aposte que o governador Marconi Perillo (PSDB) e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), vão disputar as duas vagas de senador, em 2018, mas como aliados. Não há um plano traçado. Mas a relacionamento entre o governador e o prefeito é republicano e pode descambar, de administrativo, para político.
Em conversas públicas, e não mais reservadas, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, tem dito com frequência que o PMDB precisa se renovar com urgência, sob pena de sucumbir. Maguito Vilela não é arrogante e é discreto, mas tem sublinhado para os aliados que o PMDB precisa, a partir de agora, caminhar sem Iris Rezende. Este estaria “puxando” o partido para trás e é o principal responsável por suas derrotas.
O deputado estadual Marcos Martins Machado (PSDB) é cotado para o cargo de delegado geral da Polícia Civil de Goiás. É muito difícil o governador Marconi Perillo “puxá-lo” para a Assembleia Legislativa, porque é o quinto suplente. O delegado geral João Carlos Gorski, da área de Inteligência, não gosta de aparecer, mas é competente e íntegro. Mas seu cargo, apesar do caráter técnico, é, acima de tudo, político.
O deputado Major Araújo é um político eficiente, posicionado e crítico. Porém, precisa ter mais cuidado com a defesa radical e cega que faz de policiais militares envolvidos com criminalidade e corrupção. Uma coisa é a defesa corporativa. Outra bem diferente é a defesa, intempestiva, sem examinar os fatos com exatidão. O Major Araújo, político limpo, não pode se sujar com a sujeira dos outros. Todo cuidado, em certos casos, é pouco.
O trabalho do delegado Alexandre Lourenço, na investigação e prisão de policiais envolvidos com traficantes e suspeitos de assassinatos, é sério e equilibrado. O titular da Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), ao menos até agora, tem uma conduta irrepreensível. Vale a pena não desqualificá-lo por interesses políticos, pessoais e corporativos. Cobra-se que a polícia aja. Porém, quando age, sempre aparecem pessoas defendendo os criminosos.
Depois da prisão do serial killer e da desmontagem de um esquema corrupto e assassino na Polícia Militar, o secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, voltou a ficar forte para continuar no cargo.