Bastidores
De Fernando Henrique Cardoso a José Serra, passando por Geraldo Alckmin, Aécio Neves e Beto Richa, há um consenso: o governador de Goiás, Marconi Perillo, é um dos mais determinados e audazes políticos do PSDB. Ele não se dobra, não teme cara feia de políticos como Lula da Silva, e por isso terá espaço amplo na política nacional.
Detalhe menor, mas relevante: a partir de agora, secretários do governo têm de responder ao governador Marconi Perillo, não aos seus possíveis chefes políticos. Acabou o tempo de, para responder a Marconi, o secretário consultar primeiro seu padrinho político. Agora, se fizer isto, será demitido sem contemplação.
Roberto Balestra, do PP, diz aos seus aliados que vai disputar mandato de senador, em 2018, e que seu sobrinho João Balestra será candidato a deputado federal. Só há um probleminha: se José Eliton for candidato a governador em 2018, o PP não terá dois nomes na chapa majoritária. Aí, mais uma vez, Roberto Balestra dança e, devido à idade, não terá outra oportunidade.
“E se Helio de Sousa for para o Tribunal de Contas dos Municípios?”, pergunta um deputado de segundo mandato. Pois é: o deputado até quer o cargo de conselheiro, mas prefere, no momento, ficar na presidência da Assembleia Legislativa. O cargo de presidente da AL, embora seja transitório, é mais importante do que o de conselheiro do TCM.
O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano, se não disputar mandato de prefeito, será candidato a vereador. Assim como Lívio Luciano. Motivo: Iris Rezende quer uma câmara com mais iristas de carteirinha. Filiados ao PMDB, eles são políticos atentos e modernos, com forte presença na capital. Agenor quer, porém, ser candidato a prefeito.
A cúpula do PSDB nacional pediu informações detalhadas sobre o delegado Waldir Soares, o deputado federal mais bem votado da história de Goiás. De brincadeira, chamam o jovem tucano de Waldirica, numa referência a Tiririca. Tucanos nacionais tendem a avaliar que, se não for bem orientado, Waldir Soares vai se “perder” na Câmara dos Deputados, onde só aparecem os líderes. Se ficar no baixo clero, mesmo apresentando bons projetos — que nunca serão aprovados (há a tese de quase todos os bons projetos já foram apresentados e arquivados; basta consultar os servidores da Casa) —, o delegado-deputado poderá não se eleger nas próximas campanhas. Por isso, o PSDB quer ajudá-lo a preparar um mandato mais produtivo, qualitativo. Waldir Soares, se não entender o que está dito nesta nota, dormirá popular e acordará com a síndrome de Raquel Azeredo e Manoel de Oliveira, que, eleitos com grande votação, foram esquecidos pelos eleitores. A síndrome dos quatro anos de glória passa rapidinho. Manoel de Oliveira voltou agora, devido ao assassinato de seu filho, Valério Luiz, mas tende a não ser eleito na próxima disputa, exceto, claro, se fizer um mandato de qualidade. Seu neto Valério Luiz Filho, jovem e competente, pode ajudá-lo a conectar-se ao mundo moderno e da qualidade verdadeira.
O aumento do IPTU foi derrubado. Como sugeriu que seria impossível gerir a Prefeitura de Goiânia sem um IPTU mais caro, o prefeito Paulo Garcia vai transferir o cargo para o vice-prefeito Agenor Mariano? Não vai, é claro. Ninguém entende — nem petistas — por qual razão o prefeito Paulo Garcia menospreza o vice-prefeito Agenor Mariano. O peemedebista tem servido, nos últimos tempos, unicamente para representá-lo em locais que não quer frequentar. Agenor Mariano nunca é convocado para reuniões importantes e para discutir projetos da prefeitura. Paulo Garcia só se abre de verdade, entre os peemedebistas, com Iris Rezende.
Há quem acredite que o deputado estadual Joaquim de Castro vai disputar a Prefeitura de Jussara, em 2016, com o objetivo de derrotar a prefeita Tatiana de Castro, uma aliada de Júnior Friboi. Há pouco, Joaquim de Castro, com sua habilidade habitual, liderou o grupo que conseguiu eleger o presidente da Câmara Municipal de Jussara, Juraci da Ambulância, do PHS de Eduardo Machado. Ele vai dirigir o Legislativo com o apoio dos vereadores Márcio do Zila (PMDB), Ademilson Parente (PMN), Deusdete Barbosa (PSDB), Neto Mototáxi (PT do B) e Ricardo Nascimento (PMDB). Articulado, Joaquim de Castro foi responsável pela grande votação (3.502) de Virmondes Cruvinel em Jussara. Já a prefeita Tatiana de Castro, embora seja uma pessoa íntegra, parece que não tem vocação política e administrativa. Sua gestão não vai bem.
Parte do PT de Anápolis acredita que o prefeito João Gomes (PT) só tem chance de ganhar se o ex-prefeito Antônio Gomide empenhar-se, em 2016, vinte e quatro horas por dia em sua campanha. Petistas sugerem que Gomide dispute mandato de vereador. O joãogomismo teme a força da estrutura e a juventude de Alexandre Baldy, do PSDB.
Está mais do que decidido. Depois de pesquisas que mostram que o deputado estadual eleito Ernesto Roller seria eleito prefeito de Formosa, com pelo menos 60% dos votos, o conselheiro Sebastião “Caroço” Monteiro decidiu apressar sua aposentadoria. Ele deve deixar o TCM entre 2015 e o início de 2016. Caroço perdoa qualquer coisa, mas não se perdoaria se não tentasse impedir que Ernesto Roller se torne prefeito de Formosa. Eles são inimigos juramentos. Aos amigos, Caroço costuma dizer que ama odiar Roller.
É consenso que o vice-prefeito João Carlos Fachinello, do PSDB, não é páreo para Daniel do Sindicato na disputa pela Prefeitura de Cristalina. Ele seria impopular. O diferencial de João Fachinello é o apoio do prefeito Luiz Carlos Attié — que, apesar de fraco e desgastado, controla a máquina — e do endinheirado (mas imaturo) deputado estadual eleito Diego Sorgatto (PSD). Mas, como não mora no município, há uma certa rejeição a Sorgatto.
Geraldo Messias, tido como uma força da natureza, vai mesmo enfrentar o prefeito de Águas Lindas, em 2016. Hildo do Candango não vai mal, faz uma gestão de alguns méritos, porém, como há muitas coisas por fazer no município, é possível que a população decida trocá-lo. Seu candidato a deputado estadual obteve uma votação vergonhosa. Geraldo Messias, com uma estrutura mais compacta, recebeu uma votação bem maior. Hildo do Candango vai enfrentar uma pedreira, porque Geraldo Messias é popular.

[caption id="attachment_24096" align="alignleft" width="300"] Waldir Soares foi o deputado federal mais votado em Goiás | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Pesquisas estão mostrando que o delegado Waldir Soares, eleito deputado federal pelo PSDB, é forte como candidato a prefeito de Goiânia e de Aparecida de Goiânia. Dos nomes governistas, é o único que se aproxima — e, eventualmente, supera — de Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PSB). “Não há nada definido sobre disputar em Aparecida”, disse o tucano ao Jornal Opção.
De um petista experimentado: “O PMDB, se não tiver o apoio da estrutura comandada pelo prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, terá de adotar o lema de ‘caixão e vela preta’ na eleição de 2016”. Portanto, rompimento entre o PMDB e Paulo Garcia, se ocorrer, só mesmo a partir de maio ou junho de 2016, quando as eleições estiverem bem próximas.
José Mário Schreiner, do PSD, pode dizer adeus à Câmara dos Deputados. Apesar do apoio da futura ministra da Agricultura, Kátia Abreu, o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg) saiu das graças do governador Marconi Perillo. Além de criticar taxas da Agrodefesa, José Mário Schreiner não aprova e critica a extinção da Secretaria da Agricultura.