Bastidores
Num jantar na casa do deputado José Nelto, o senador Ronaldo Caiado contou que conseguiu 27 assinaturas — pretende ampliar para 35 — para convocar a CPI do BNDES. Ronaldo Caiado e o procurador da República Helio Telho avaliam que o escândalo financeiro no BNDES — que pode resultar num “Bndesgate” — deve ser tão ou mais explosivo do que o petrolão da Petrobrás. Gigantes da indústria brasileira, políticos e executivos devem ser investigados. Os campeões do BNDES, se a investigação for mesmo a fundo, poderão trocar a série A pela série B do campeonato da corrupção patropi.
Um petista goiano tentou torpedear a indicação de Olavo Noleto para o governo federal. Queria colocar Antônio Gomide em seu lugar. Mas foi avisado, de cara, que o cargo não era de indicação do PT goiano, e sim da presidente Dilma Rousseff.
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Ex-reitor Edward Madureira concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados, mas não venceu | Foto: Divulgação[/caption]
O deputado Humberto Aidar (PT) permanece defendendo a candidatura do ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira (PT) para prefeito de Goiânia.
“Edward Madureira não tem desgaste, atrai o pessoal do meio universitário [que está arredio ao PT], conquista aliados novos, tem votos fora do PT e tem a simpatia dos formadores de opinião”, afirma Aidar.
Segundo Aidar, se tiver apoio sólido e confiável, Edward Madureira será candidato a prefeito. “Se não, poderá ir para o governo federal”, afirma o deputado. Ou, como disse o ex-reitor ao Jornal Opção, pode permanecer na UFG, como professor.
Lídia Mattos, secretária de Administração da Prefeitura de Rio Verde, e Débora Chiogna, chefe da controladoria, estão sendo chamadas por aliados do deputado federal Heuler Cruvinel (PSD) de “Irmãs Galvão”. A mando do prefeito de Rio Verde, Juraci Martins, a dupla está cortando gastos e enxugando as despesas. O grupo de Heuler Cruvinel não aprova as ações das eficientes e íntegras “Irmãs Galvão”.
O empresário Júnior Friboi, que pode ser expulso do PMDB — se depender do irismo —, abriu conversações com o PTB do deputado federal Jovair Arantes.
Na segunda-feira, 6, Friboi e Jovair Arantes devem conversar a respeito de filiação. Se a sequências do diálogo forem positivas, o empresário pode ser candidato a prefeito de Goiânia, em 2016, ou a governador de Goiás, em 2018, pelo PTB.
A Odebrecht, uma das maiores construtoras-empreiteiras do país, demitiu funcionários em Aparecida de Goiânia e Trindade (20 pessoas). É possível que tenha de paralisar pelo menos algumas de suas obras. A Operação Lava Jato desequilibrou as finanças da Odebrecht.
O ex-senador e procurador de justiça Demóstenes Torres disse que as denúncias divulgadas contra o senador Ronaldo Caiado — que teria sido favorecido pelo empresário Carlos Cachoeira — terão desdobramentos. "Fatos concretos", disse. Demóstenes Torres, ao ser localizado pelo Jornal Opção, estava com seu advogado.
O instituto Gerir corrige informação passada ao Jornal Opção por deputados do PMDB, entre eles o deputado estadual José Nelto (PMDB): “Em nota publicada na coluna Bastidores deste impresso, edição de 29 de fevereiro a 4 de abril, o nome do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo 1) foi mencionado equivocadamente. “O texto afirma que houve uma adição no valor do contrato para administração desta unidade de saúde (...valor do contrato da Idtech no Hospital de Urgências de Goiânia dobrou...). Dado este, incorreto. Tal informação refere-se ao Hospital Geral de Goiânia (HGG) este sim, gerido pelo Idtech. “O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo 1) passou a ser administrado pelo Instituto Gerir em maio de 2012. E, desde esta data recebe o mesmo valor por leito, não sendo beneficiado com reajuste.”
Vendedores da Rádio Liberdade dizem que outro comprador ofereceu 1 milhão a mais pela rádio
O PMDB de Iris Rezende estava abandonando o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT. Agora, deve deixar Ronaldo Caiado na chapada.
Pelo visto, os peemedebistas terão de iniciar uma DR com Paulo Garcia e reabilitar a relação com o petismo.
“Se o PPR não quiser bancar a candidatura do radialista Jorge Kajuru a prefeito de Goiânia, o PPL pode lançá-lo”, afirma José Neto. O presidente do PPL é taxativo: “Nenhum partido que quer se fortalecer pode desprezar um candidato de ampla densidade eleitoral como Jorge Kajuru. Os partidos pequenos têm de perceber que precisam investir em candidatos a prefeito e vereador”.
José Nelto é peremptório: “Mudo meu nome para Winston Churchill se Júnior Friboi não for expulso do PMDB entre abril e maio”. Friboi estaria se “escondendo” para não ser notificado pela Comissão de Ética do PMDB. “Nós vamos citá-lo por AR. É mais fácil achar uma agulha num palheiro do que Friboi.” Mas Friboi não teria maioria na Executiva do PMDB? “Não tem, não. Na reunião do partido na segunda-feira, 23, com a presença de Iris Rezende, do prefeito Maguito Vilela, de Sandro Mabel, de deputados e vereadores, o nome do empresário nem foi citado.” “Há um consenso, mesmo entre seus aliados, de que Friboi não tem mais condições de ficar no PMDB. Ele quer ser presidente do partido, mas eu digo: não vai ser nem filiado”, sublinha José Nelto.
Vanderlan Cardoso, provável candidato do PSB a prefeito de Goiânia, gostaria de ter o presidente da Agetop, Jayme Rincón, como seu vice. Mas que ninguém fique surpreso se marchar para a disputa com um vice do PPS do deputado Marcos Abrão.
Sem aliança em Goiânia entre PMDB e PT, dificilmente o PT de Rio Verde fechará aliança com o peemedebista Paulo do Vale, possível candidato a prefeito. Paulo do Vale, se estabelecer aliança com os petistas Karlos Cabral, ex-deputado estadual, as vereadores Náudia Faedo e Lúcia Batista e o produtor rural Flávio Faedo, além de Leonardo Veloso, do PRTB, se tornará um candidato temível para o favorito, Heuler Cruvinel, do PSD. Se Karlos Cabral for candidato, dividindo os votos das oposições, a peleja poderá ficar mais fácil para Heuler Cruvinel. Experts em política de Rio Verde sustentam que, por falta de estrutura partidária e financeira, Karlos Cabral não tem condições de enfrentar pesos pesados como Heuler Cruvinel e Paulo de Vale. “Agora, se quiser ajudar, ainda que indiretamente, o candidato do PSD, deve se lançar candidato. O fato é que Karlos não tem chance de ganhar, mas pode ser fundamental para a vitória de Paulo do Vale”, afirma um peemedebista.
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Marcelo Melo e Cristóvão Tormin devem travar o principal duelo na disputa de 2016 | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Pesquisa do instituto Dados Pesquisa e Consultoria revela que, se as eleições para prefeito de Luziânia fossem realizadas agora, o peemedebista Marcelo Melo seria eleito. Pesquisadores, marqueteiros e cientistas políticos admitem que, a 18 meses do pleito do início de outubro de 2016, é cedo para falar em definições, por isso os levantamentos são preliminares, meramente indicativos. São importantes sobretudo para formulação ou correção de rumos. O instituto ouviu 930 pessoas entre 21 e 23 de março deste ano.
Na pesquisa espontânea, Marcelo Melo aparece em primeiro, com 8,16%. O segundo colocado é o Dr. Célio, com 5,91%. Ana Lúcia é citada em 3º lugar, com 2,79%. Télio, em quarto, é mencionado por 1,93%. Didi Viana, o quinto, tem o apoio de 1,50%. Marcos Cunha e o prefeito Cristovão Tormin, dividindo o sexto lugar, aparecem com 1,40%.
A pesquisa estimulada mostra Marcelo Melo em primeiro — com 20,52%. Didi Viana, do PT, é o segundo, com 10,42%. Cristóvão Tormin (PSD) é o terceiro, com 9,13%. O vereador Télio Rodrigues, quarto, tem 7,20%. Nenhum (24,81%) e não sabe (27,93%) somam 52,74%. Um número alto.
O instituto Dados fez duas simulações. Na primeira simulação, Marcelo Melo aparece com 25,13%, Didi Viana com 10,96%, Cristóvão Tormin com 9,56%, nenhum com 27,39% e não sabe com 26,96%.
Na segunda simulação, o número de Marcelo Melo, com a retirada do nome de Didi Viana, sobe para 28,14%. Cristóvão Tormin sobe para 10,53%. Nenhum: 29,54%. Não sabe: 31,79.
A tendência é que, apesar dos índices positivos de Didi Viana, a disputa seja mesmo entre o ex-deputado federal Marcelo Melo e o prefeito Cristóvão Tormin. O primeiro, por sua popularidade e pela história política no município e, até, no Estado. O segundo, pelas estruturas partidária — aliança ampla — e financeira. A rigor, os dados indicam um franco favoritismo de Marcelo Melo.
A pesquisa foi encomendada pela Angus Comunicação e pela Rádio Luziânia FM.

