Pábio Mossoró subestima Lêda Borges e pode correr o risco de perder em Valparaíso
14 março 2024 às 12h42
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Há duas coisas que não se pode fazer em política.
Primeiro, subestimar o adversário. Segundo, superestimar o adversário.
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Subestimar
O risco de subestimar é o político trabalhar menos, acreditando na fraqueza do adversário, e este, trabalhando mais, acabar por ser eleito.
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Superestimar
Ao superestimar o adversário, acreditando é que muito difícil derrotá-lo, costuma-se ficar paralisado. Aí é que se perde mesmo. Em política o medo — com o “apoio” de sua “irmã”, a hesitação — é inimigo da vitória.
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O caso de Valparaíso de Goiás
Neste momento, de acordo com as pesquisas de intenção de voto, a deputada federal Lêda Borges aparece em primeiro lugar. Embora esteja dizendo que apoia um outro candidato, a cidade acredita que, quando chegar o tempo das convenções, a parlamentar aparecerá como candidata.
Lêda Borges é forte. Porque já foi prefeita da cidade. Foi deputada estadual. E é deputada federal. Ou seja, tem recall. Em 2020, perdeu para o prefeito Pábio Mossoró sobretudo porque o subestimou.
Agora, Lêda Borges está agindo como estrategista. Colocou um “laranja” como pré-candidato — e ele pode acabar sendo candidato mesmo, se o grupo quiser entrar na disputa para perder — e, por isso, lhe sobra tempo para articular livremente. É como se estivesse olhando lá do alto, das grimpas, com o distanciamento necessário para, na hora adequada, se posicionar.
Noutras palavras, Lêda Borges parece ter acordado. Se perceber que tem reais chances de ganhar, entra no páreo. Se perceber que não tem, coloca o “laranja”.
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Subestimando Lêda Borges
O prefeito Pábio Mossoró parece que está subestimando Lêda Borges. Porque a derrotou com facilidade em 2020. Por isso, retirou a deputada Zeli Fritsche do páreo e está bancando seu secretário Marcus Vinicius.
Se brincar, Pábio Mossoró corre o mesmo risco de Lêda Borges. Se, em 2020, a deputada subestimou o prefeito, agora é Pábio Mossoró que parece subestimar Lêda Borges.
Pábio Mossoró é habilidoso, está montando uma frente ampla — pacificou as relações com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (assinou o contrato do município com a Saneago) —, mas seu candidato ainda aparece bem distante de Lêda Borges.
Se Marcus Vinicius for eleito prefeito, Pábio Mossoró ganha passaporte para disputar mandato de deputado federal ou estadual. Se perder, o prefeito terá dificuldade no pleito de 2026.
Portanto, vale acordar e não acreditar que Marcus Vinicius será eleito, daqui a seis meses, de maneira automática. Deixar de subestimar Lêda Borges — sem superestimá-la — é o primeiro passo para expulsar o “sono”.