A pesquisa de intenção de voto feita pelo Opção Pesquisas — divulgada na quarta-feira, 18 — mostra o candidato do União Brasil, o ex-deputado federal Sandro Mabel, em primeiro lugar — com 25,7%%. A seguir, em segundo lugar, Adriana Accorsi, do PT, aparece com 22,4%. Tecnicamente, estão empatados. Vanderlan Cardoso, do PSD, é o terceiro colocado —  com 20,3%. O senador está empatado com a deputada federal, mas figura atrás 5,4 pontos do líder, ou seja, fora da margem de erro.

Uma segunda informação relevante é que o postulante do UB lidera também no levamento espontâneo, com 16,2%, seguido de Adriana Accorsi (14,1%) e Vanderlan Cardoso (11,6%).

Há duas informações cruciais que devem ser retiradas dos dados.

Primeiro (e óbvio), Sandro Mabel aparece em primeiro lugar — firmando uma posição e criando nova expectativa de poder, já que a virada ocorreu há 19 dias do pleito.

Segundo, dado o crescimento de uma pesquisa para a outra — de 20,6% para 25,7% —, fica evidente que Sandro Mabel já descolou do candidato do PSD, Vanderlan Cardoso, deixando-o bem atrás, ou seja, 5,4 pontos atrás; portanto, fora da margem de erro (de 4 pontos percentuais). Adriana Accorsi aparece colada no postulante do UB, mas em segundo lugar. A tendência é que a petista opere, a partir de agora, não necessariamente para passar o candidato apoiado pelo governador Ronaldo Caiado, e sim para deixar o postulante do Partido Social Democrático para trás — colaborando para sua desidratação. Seu objetivo será, por certo, garantir espaço no segundo turno.

A pesquisa, com Sandro Mabel em primeiro lugar — e é o fato básico do levantamento —, sugere outras coisas. Diz-se sugere porque são interpretações derivadas da pesquisa, mas que não estão, naturalmente, explícitas no levantamento.

1

 Força do grupo político e de Ronaldo Caiado

Primeiro, candidato sem grupo, numa disputa complexa como a da Prefeitura de Goiânia — a rigor, a capital é um micro Estado e seu prefeito, se acertar a mão como gestor, é uma espécie de micro-governador —, vira queixada em caçada de onças pintadas.

Vanderlan Cardoso não tem grupo e nem partido (parte substancial do PSD apoia Sandro Mabel). Qual é o líder de peso do Estado e de Goiânia que serve de pilastra para a candidatura do senador? Não tem nenhum. O postulante do PSD não é, a rigor, fraco. É forte. Mas, como se não ganha uma eleição em Goiânia sozinho, está sendo desidratado dia a dia. Corre risco de ser superado por Fred Rodrigues, do PL.

Sandro Mabel conta com um grupo poderoso e bem-organizado. Por sinal, o grupo está fazendo a diferença (são centenas de candidatos a vereador ecoando seu nome nos quatro cantos da cidade). Assim como o apoio do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, contribuiu para a mudança do quadro eleitoral, levando o candidato do UB a saltar de terceiro para primeiro lugar.

Se ganhar o pleito, a vitória será de Sandro Mabel, é claro. Mas também será de um grupo político e, também, do governador Ronaldo Caiado — político que tem quebrado paradigmas. O líder do União Brasil foi eleito e reeleito governador no primeiro turno e agora tem chance de eleger Sandro Mabel prefeito de Goiânia. Marconi Perillo (PSDB) foi governador por quatro mandatos e nunca conseguiu eleger o prefeito da capital.

2

Acerto na escolha de um gestor que é político

Às vezes, para entender os fatos, é preciso recuar um pouco, em busca de uma perspectiva mais ampla e distanciada. Ronaldo Caiado é um político e um homem de ciência — formado em Medicina pela prestigiosa Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especializado na França do cientista Pasteur e do escritor Proust. Por ser um indivíduo com formação científica sólida, uma espécie de polímata, sabe a importância do planejamento nas ações de governo e nas ações políticas. Por isso, quando começou a procurar um candidato a prefeito de Goiânia, encomendou uma pesquisa qualitativa sólida.

O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade), deixou cristalizar a imagem de que não é gestor e que a capital está no piloto automático — governando-se quase sozinha, funcionando graças aos seus competentes funcionários públicos. Como se não tivesse prefeito. Na verdade, o integrante do Solidariedade (partido que, extraoficialmente, apoia a candidatura de Sandro Mabel) não é tão ruim assim, mas, com uma comunicação e um marketing de segunda linha, permitiu que se firmasse a imagem de que é um administrador de segunda categoria.

Com Goiânia “sem” administrador, com lixo nas ruas e corrupção sem o mínimo de controle — e não se está sugerindo que Rogério Cruz enfiou a mão em dinheiro público —, além de uma relação complicada com alguns vereadores (que parecem atuar como primeiros-ministros), a pesquisa qualitativa mostrou que os eleitores goianienses queriam e querem, acima de tudo, o retorno de um gestor, com o estilo de Iris Rezende e mais inovador.

Perspicaz, Ronaldo Caiado percebeu que a pesquisa dizia mais: os eleitores queriam, sim, um gestor. Mas não um gestor qualquer. Eles exigem um gestor que tenha experiência política e, por isso, saiba transitar com desenvoltura em Brasília, em Goiás, em Goiânia e se relacione de maneira republicana com a Câmara Municipal.

De início, pensou-se em Jânio Darrot, que é gestor e político. Porém, o ex-prefeito de Trindade não se firmou. Então, num realismo absoluto, Ronaldo Caiado buscou Sandro Mabel para ser o candidato do União Brasil.

Por que Sandro Mabel? Porque é gestor, com imenso sucesso na iniciativa privada, e também é um político com experiência tanto municipal quanto estadual e federal. Foi deputado federal, várias vezes, e por isso transita com excelência por Brasília. Os eleitores percebem isto: Sandro Mabel, com tanto apoio e sem restrições, poderá viabilizar a capital, tornando-a uma cidade mais agradável para se viver.

Escolhido o candidato, Sandro Mabel, Ronaldo Caiado começou a operar a montagem de um amplo grupo político, atraindo tanto líderes — como o vice-governador Daniel Vilela (MDB), o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (União Brasil), o presidente da Câmara Municipal, Romário Policarpo (PRD), ex-senador Luiz Carlos do Carmo (Podemos), Adriano do Baldy, do pP, entre outros — e vários partidos políticos.

Ter o apoio de Ronaldo Caiado — o governador da segurança, da educação, da saúde e do social — já era um diferencial. Mas a montagem de um poderoso exército eleitoral fez e está fazendo a diferença. Sandro Mabel tem um grupo que trabalha com e para ele — dando-lhe mais substância eleitoral, ou seja, entrada em toda a sociedade. (Euler de França Belém)