Fica dado o recado: a chapa de candidatos a senador da base governista — duas vagas estarão em jogo em 2026 (a dos senadores Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso) — não será definida em 2025, só em 2026. Com uma ressalva: uma vaga está definida: a primeira-dama Gracinha Caiado será candidata a senadora. Sem recuo.

Fica o benefício da dúvida: repórteres do Jornal Opção nunca ouviram diretamente do presidente do pP em Goiás, Alexandre Baldy — “o mais chinês dos brasileiros”, como é visto na China comunista (é um paradoxo o ex-deputado, sendo de centro-direita, trabalhar para comunistas) —, que estaria defendendo a tese de que a base governista já definiu seus dois candidatos a senador: Gracinha Caiado e Alexandre Baldy.

Alexandre Baldy: diretor de uma empresa da China comunista | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Mas ouviram, de aliados de pepista-chefe, que o pP opera por uma chapa que inclua apenas dois candidatos a senador, Gracinha Caiado e Alexandre Baldy.

Operar é uma coisa, transformar a operação em realidade é outra coisa.

O quadro real é o seguinte: a base governista vai esperar o PL de Jair Bolsonaro, Wilder Morais, Gustavo Gayer e Major Vitor Higo até a undécima hora.

Gustavo Mendanha, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Se optar por compor chapa com Daniel Vilela e Gracinha Caiado, o PL ficará com a segunda vaga para senador. Os nomes mais cotados são Gustavo Gayer (há quem postule que será cassado ainda em 2025, porque o Supremo Tribunal Federal não costuma decidir em ano eleitoral, ou seja, em 2026) e Major Vitor Hugo.

Então, neste caso, a base governista efetivamente vai apostar em apenas dois candidatos: Gracinha Caiado e o nome do PL.

Wilder Morais e Zacharias Calil: possíveis aliados em 2026 | Fotos: Senado e Câmara dos Deputados

Porém, se o PL goiano não compor a chapa — descumprindo uma determinação de Jair Bolsonaro, que está cada dia mais próximo de Ronaldo Caiado —, aí as candidaturas avulsas voltarão ao palco político.

Há vários outros pré-candidatos a senador: Alexandre Baldy, Gustavo Mendanha (MDB), Jorge Kajuru (PSB), Paulo do Vale (União Brasil), Vanderlan Cardoso (PSD), Zacharias Calil (União Brasil).

Vanderlan Cardoso: o senador reaproximou-se da base governista | Foto: Leoiran/Jornal Opção

Zacharias Calil tem dito aos amigos e aliados não vai disputar mandato de deputado federal em 2026, daqui a um ano e cinco meses. O parlamentar e médico planeja ser candidato a senador, de preferência na base governista. Se não der, pode migrar para a oposição (compondo com Wilder Morais, do PL, ou com Marconi Perillo, do PSDB) ou mesmo disputar como candidato a avulso. Ele tem conversado com o presidente da Assembleia, Bruno Peixoto, do União Brasil, a respeito de uma filiação ao Avante para disputar mandato de senador. O dirigente da Alego, ainda que filiado ao UB, tem articulado a remontagem do Avante em todo o Estado.

Jorge Kajuru: Senado ou Câmara dos Deputados em 2026 | Foto: Reprodução

Embora seja avaliado como o melhor senador de Goiás e um dos melhores do país, Jorge Kajuru pode acabar disputando mandato de deputado federal. Frise-se, porém, que ainda não definiu seu projeto político-eleitoral. Por enquanto, ainda “é” pré-candidato à reeleição.

Cotado para vice de Daniel Vilela, Mendanha tem sido mencionado como possível candidato a senador. Ele costuma dizer aos aliados que, e não for candidato a vice-governador ou a senador, não disputará mandato em 2026. Sua mulher, Mayara Mendanha, se o ex-prefeito de Aparecida ficar fora da disputa, será candidata a deputada federal.

Paulo do Vale: projeto principal é a Câmara dos Deputados | Foto: Divulgação

Paulo do Vale é mais cotado para disputar mandato de deputado federal. Mas é citado também para o Senado e para vice na chapa de Daniel Vilela.

Vanderlan Cardoso está tentando se apresentar como “o” candidato dos prefeitos. Porque, como senador, colaborou com emendas para dezenas de prefeituras. Ele conquistou o apoio do deputado federal José Nelto — por sinal, não são sócios em loteamentos na Grande Goiânia —, do União Brasil. O senador reaproximou-se da base governista.

Numa prova de boa vontade, Vanderlan Cardoso tirou licença de 120 dias e abriu espaço para seu suplente, Pedro Chaves, do MDB, assumir o mandato de senador por 120 dias.

Um dos políticos mais ligados a Daniel Vilela, Pedro Chaves pode ser mantido como suplente de Vanderlan Cardoso em 2026? Há quem aposte que não. Pode ser suplente de Gracinha Caiado ou então do candidato do PL.

Por sinal, o nome realmente do agrado de Jair Bolsonaro para senador em Goiás é mesmo o de Major Vitor Hugo. Pedro Chaves poderia ser o seu suplente. (E.F.B.)