MDB vai expulsar Adib Elias, Paulo do Vale, Renato de Castro, Fausto Mariano e Ernesto Roller
17 fevereiro 2019 às 00h00
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O quinteto está enfraquecido porque Ronaldo Caiado não abriu espaço no primeiro escalão para emedebistas, exceto para Roller, que é seu primo
O Conselho de Ética do MDB deve expulsar Adib Elias, prefeito de Catalão, Paulo do Vale, prefeito de Rio Verde, Renato de Castro, prefeito de Goianésia, Fausto Mariano, prefeito de Turvânia, e Ernesto Roller, ex-prefeito de Formosa. Só há processos de expulsão contra os chamados “cinco mosqueteiros do governador Ronaldo Caiado”. Na campanha de 2018, no lugar de apoiar o candidato a governador do MDB, Daniel Vilela, os cinco políticos decidiram apoiar Ronaldo Caiado, que liderava as pesquisas de intenção de voto. Rigorosamente, traíram o partido — o que não fez o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, que, mesmo tendo simpatia por Ronaldo Caiado, optou por subir no palanque da Daniel Vilela.
Aliados dos cinco mosqueteiros dizem que eles não estão preocupados e vão recorrer. Entretanto, se a votação pela cassação for por maioria absoluta, não terão direito a recurso. É provável que todos, ou pelo menos alguns deles, se filiem ao DEM de Ronaldo Caiado. Consta que pelo menos dois deles, Paulo do Vale e Ernesto Roller, já estariam com a ficha de filiação ao DEM nas suas gavetas — o que não tem confirmação oficial.
As coisas pioraram para os cinco mosqueteiros porque, ao compor sua equipe, o governador Ronaldo Caiado não nomeou nenhum cristão-velho do MDB para cargos de proa (José Essado, ex-prefeito de Inhumas, ganhou um cargo de consolação no segundo escalão). Nomeou apenas Ernesto Roller, que é primo do governador e cristão-novo no MDB. A parte do MDB que estava em dúvida, acreditando que teria força e espaço no governo de Caiado, hoje está contra os cinco mosqueteiros e apoiando, de maneira irrestrita, a reformulação que Daniel Vilela, como presidente, pretende fazer no partido.
O MDB, se fosse um indivíduo, por certo consultaria um psiquiatra para verificar o fato de ter dupla personalidade. Porque uma parte do partido apoia o governo de Ronaldo Caiado — ainda que irritada por ter sido tratada como cidadã de segundo escalão — e uma parte, a maioria, planeja fazer oposição à gestão do líder do Democratas. Há uma aposta de que Ronaldo Caiado fará um governo de contenciosos com funcionários públicos e empresários e, por isso, o MDB aposta que, desde já, é preciso manter Daniel Vilela na oposição para o pleito de 2022, daqui a três anos e sete meses (parece muito, mas não é tanto assim).