A linguagem do futebol talvez seja útil para entender a pré-campanha para prefeito de Anápolis.

A impressão que se tem é que há um jogador em campo, atuando como goleiro, quarto-zagueiro, volante e atacante. Trata-se de Márcio Corrêa, o pré-candidato do PL a prefeito. O técnico do craque, o ex-presidente Jair Bolsonaro, está entusiasmado com seu pupilo. Porque ele faz sua lição de casa — e joga bem, de maneira criativa.

Noutras palavras, Márcio Corrêa está sempre em movimento, dialogando com os múltiplos setores da sociedade. O postulante do PL não fica parado. Parece onipresente.

À beira do campo há outro craque, Antônio Gomide, o pré-candidato do PT. Mas ele parece relutante em pisar na grama. Faz algum aquecimento, mas movimenta-se pouco. Parecendo fora de forma. Embora seja magro, parece o veterano atacante Walter, mais lembrado pelo peso do que pelo futebol.

Eerizania Freitas tem de lutar para entrar em campo | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

A impressão que se tem é que Antônio Gomide não entra em campo por ter pouco contato com a sociedade de Anápolis. E seu técnico, o presidente Lula da Silva, do PT, parece ter tirado férias. Até agora não apareceu para pôr seu pupilo em forma.

Porém, Antônio Gomide lidera as pesquisas de intenção de voto, o que prova que tem substância político-eleitoral. Mas precisa entrar em campo. Pois Márcio Corrêa está aquecido e já está marcando gols. O primeiro gol foi ter conquistado o apoio de Bolsonaro e do PL. O segundo gol tem a ver com sua rápida ascensão nas pesquisas de intenção de voto. Ele é o segundo colocado que muitos acreditam que, em breve, pode aparecer em primeiro. A expectativa de poder está chegando às suas mãos.

A pré-candidata do Republicanos, Eerizânia Freitas, é uma política simpática, séria e competente. Mas permanece no vestiário. Não se sabe se vai chegar a tempo de entrar em campo. Se chegar na prorrogação, poderá assistir, não da beira de campo, e sim do camarote, a vitória de Antônio Gomide ou de Márcio Corrêa.

Os demais pré-candidatos, até por falta de estrutura, estão na porta do estádio. À espera de o porteiro liberar a catraca. José de Lima e Hélio Lopes, os reservas barrados na entrada do estádio, são gente boa — estilo Dunga —, mas não empolgam a torcida. Não há ninguém nas arquibancadas e nas cadeiras clamando por suas presenças em campo. (E.F.B.)