O centro tem vários pré-candidatos e enfrenta o problema de que Lula da Silva e Jair Bolsonaro deslancharam e estão polarizando

Faustão e Luciano Huck: o novo Faustão, a partir de 2022 | Foto: Reprodução

Por que o centro não cresce nas pesquisas de intenção de votos? Primeiro, porque a direita, como o presidente Jair Bolsonaro, e a esquerda, com o ex-presidente Lula da Silva, são fortes e polarizam. Segundo, há um excesso de candidatos de centro, como João Doria, Tasso Jereissati, Eduardo Leite, Ciro Gomes, Luciano Huck, João Amoêdo, Rodrigo Pacheco, além de um nome de centro-direita, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

Ciro Gomes: pode ser a aposta de centro | Foto: Jornal Opção

O quadro começa a mudar, pois João Amoêdo, do partido Novo, já desistiu da disputa e, mais relevante, Luciano Huck renovou seu contrato com a TV Globo, vai substituir Faustão na programação de domingo, a partir de 2022, e desistiu, em definitivo, da disputa presidencial do próximo ano.

No programa “Conversa com Bial”, Luciano Huck disse: “Acho bom eu deixar a fotografia bem clara e ser o mais franco e o mais sincero possível: eu nunca me lancei candidato a nada, não estaria aposentado [a candidatura] nada porque nunca me lancei. Acredito muito na força da TV aberta num país como o Brasil, um país continental onde a TV ainda é o que mais nos conecta”. Trata-se de uma boa desculpa, ainda que não necessariamente verdadeira, pois o apresentador da Globo esteve com vários políticos, inclusive Fernando Henrique Cardoso, pedindo apoio para ser candidato. Há quem sugira que, como Lula da Silva e Bolsonaro deslancharam, deixando os postulantes de centro para trás, Huck acabou por desistir da disputa e optou por renovar o contrato com a Globo, praticamente dobrando seu faturamento mensal.

João Doria, Eduardo Leite e Tasso Jereissati: o PSDB precisa descer do muro e definir um candidato | Foto: Reprodução

Sem Amoêdo e Huck, e possivelmente sem Sergio Moro e Rodrigo Pacheco (cotado para ser vice de Bolsonaro), o centro fica apenas com João Doria, Tasso Jereissati, Eduardo Leite e Ciro Gomes. Ainda assim, são vários nomes. A tendência é que, ao final do processo, fiquem apenas João Doria (ou Tasso Jereissati) e Ciro Gomes — o que pode levá-los a melhor seus índices. Uma saída é o centro se unir com Ciro Gomes, mas há quem o considere como radical, o que dificulta uma alinça.