O jogo da política de Rio Verde embaralhou com a “entrada” de Karlos Cabral no jogo. Resta saber se o deputado vai realmente entrar em campo. Há quem acredite que vai

O deputado estadual Karlos Cabral, do PDT, pode ser a grande surpresa política na disputa pela Prefeitura de Rio Verde deste ano.

O quadro do município estava mais ou menos estabilizado, na chamada pré-campanha da pré-campanha, com quatro postulantes: o prefeito Paulo do Vale, do Democratas, Osvaldo Fonseca Júnior, do MDB, Clailton Filho, do PSDB, e Valdemar “Vavá” de Paula, do PT.

Paulo do Vale, por ser considerado gestor eficiente e por ter o controle de uma máquina poderosa — Rio Verde é o município do Sudoeste que mais arrecada —, era considerado o “favorito absoluto”. Pode até continuar sendo “favorito”, mas deixou de ser “favorito absoluto” com a entrada em cena de Karlos Cabral.

Deputado estadual Karlos Cabral: pré-candidato do PDT| Foto: Reprodução

Com discrição, ancorado em pesquisas de intenção de voto, que o mostram muito bem — como principal adversário de Paulo do Vale —, Karlos Cabral começa a colocar seu bloco na rua. Primeiro, ao contrário do que diziam, montou uma chapa de candidatos a vereador. Segundo, articulou nos bastidores, que, até determinado momento, é onde se faz política.

Pesquisas qualitativas mostram que, de fato, Paulo do Vale é considerado um gestor eficiente. Mesmo assim, as qualis revelam um quadro não positivo para o prefeito: o eleitorado quer mudança, aposta no novo. Mas não o novo “destrambelhado”. Quer o novo com experiência, equilíbrio e que mantenha boas relações políticas com o governo do Estado. Karlos Cabral já foi vereador, candidato a prefeito e é deputado estadual. Tem experiência.

Há, porém, uma questão a se discutir. Quando o Jornal Opção abordou políticos de Rio Verde sobre a possibilidade de uma candidatura de Karlos Cabral, todos, e não apenas um, fizeram a mesma pergunta: “Terá o apoio do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira?” O repórter quis saber a razão da pergunta. Todos disseram a mesma: Karlos Cabral está bem nas pesquisas por mérito próprio, mas uma campanha é uma guerra e não se vai para ela sozinho, é preciso ter generais e soldados preparados. Lissaeur Vieira é visto como um grande “general” eleitoral, mais do que um “cabo”. Se bancar Karlos Cabral, o deputado não se tornará, na visão deles, um cavalo paraguaio — daqueles que começam bem e terminam mal. A ressalva é que, no momento, Lissaeur Vieira está se postando ao lado de Paulo do Vale. Frisa-se também que o parlamentar pressionou o prefeito para indicar seu vice, mas o gestor municipal optou por bancar Danilo Pereira, seu ex-chefe de gabinete.

O fato é este: o jogo da política de Rio Verde embaralhou com a “entrada” de Karlos Cabral no jogo. Resta saber se o deputado vai realmente entrar em campo. Há quem acredite que vai. Há quem postule que não. A convenção está batendo à porta.