Kajuru conquista 36 milhões pra municípios de Goiás. Parte vai para tratar pacientes com câncer e diabetes

09 dezembro 2019 às 18h37

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Senador diz que o deputado federal Elias Vaz está na cola de Iris Rezende e lamenta ida da vereadora Cristina Lopes para o PL

O Jornal Opção entrevistou o senador Jorge Kajuru (Cidadania-Goiás) na sexta-feira, 6. Ele afirma que, no momento, tem três preocupações: a saúde, o Brasil e Goiás. Mas, sabe-se, não necessariamente nesta ordem. O mais provável é que a saúde venha em terceiro lugar, quer dizer, em último. Ele está sendo examinado por três médicos, tops em suas especialidades. Os médicos falam em calcificação na região esquerda do cérebro, mas não é um diagnóstico esclarecedor, por isso se submeterá a novos exames, com uma equipe chefiada pelo médico Áureo Ludovico. Em Brasília, é tratado pelo neurocirurgião Mauro Suzuki. Com sua franqueza habitual, o senador disse, de cara: “Estou péssimo”. Tendo ao lado o assessor e amigo Cláudio, ele riu com histórias divertidas tanto de Paulo Francis quanto de Winston Churchill e Bernard Shaw.
Os médicos exigem: “repouso” e “desligue o celular”. Workaholic, mais do que assumido, Kajuru não consegue nem “repousar” nem desligar o celular. As visitas são constantes. Um dos visitantes, o líder do governo no Senado, Eduardo Gomes (MDB-TO), disse: “O presidente Bolsonaro adora você e quer visitá-lo”. Senadores o visitam, sobretudo porque consideram que está contribuindo para melhorar a imagem do Senado. O ministro da Economia ligou e disse: “Kajuru, é o Paulo Guedes”. “Sou amigo de sua família, daí a intimidade, tanto que ele nem disse ‘é o ministro da Economia’.”

Dinheiro para cidades de Goiás
Mesmo tendo de cuidar da saúde, o que não faz com esmero, Kajuru luta para conquistar recursos financeiros para as cidades de Goiás. “Não estou preocupado se o prefeito é meu adversário político ou se não gosta de mim. Penso é nas pessoas, e nem quero saber se são eleitoras. Arranjei 1,5 milhão de reais para a Secretaria da Saúde da Prefeitura de Goiânia. Como se sabe, a secretária Fátima Mrué não gosta de mim. Mas e daí? Afinal, o dinheiro é para beneficiar os goianienses. Não aprecio quem pensa pequeno e sacrifica os indivíduos por causa de política. Coloquei 1,5 milhão de reais para a Prefeitura de Aparecida de Goiânia. E 1,5 milhão para Rio Verde e mais 30 municípios de Goiás. Consegui 36 milhões de reais com os ministros do governo de Jair Bolsonaro. Vale observar que sou um político independente e crítico, quer dizer, não sou contra o governo mas também não faço apologia de suas ideias. Os senadores Vanderlan Cardoso (PP) e Luiz Carlos do Carmo (MDB), mesmo sendo governistas, conseguiram pouco mais do que eu.”

Kajuru conta que conquistou 6 milhões de reais para o centro de tratamento de diabéticos de Goiás e 1 milhão de reais para o Hospital Araújo Jorge. “Para ajudar o hospital que trata pacientes com câncer consegui apoio de um senador de outro Estado. O doutor Cláudio Cabral já está informado.”
Mesmo doente, sob cuidados especiais, Kajuru — considerado “uma força da natureza” por outros senadores — não para. “Fiquei ao telefone, durante horas, conversando com ministros, como Paulo Guedes. Estou sempre buscando recursos para Goiás. Com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, consegui 4 milhões para a saúde em Rio Verde. 2 milhões de reais vão para o Hospital do Câncer e 2 milhões de reais para o centro de tratamento de diabéticos. O Hospital do Câncer já está funcionando. O que vai atender diabéticos começa em fevereiro de 2020.”
“No primeiro ano, se não trabalhasse muito, não conseguiria nada para o meu Estado. Observe que conquistei mais recursos do que o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), um dos mais experimentados do país. Tasso chegou a perguntar: ‘Kajuru, qual é o seu segredo?’ Trabalho de maneira intensa, inclusive nos finais de semana. Às vezes, fico em Brasília, no sábado e no domingo, para entrar em contato com ministros. Converso com eles sempre pedindo para liberar recursos para Goiás. Eles são os liberadores de verbas”, anota Kajuru.

Prisão em segunda instância
O Senado vai aprovar a prisão de condenados pela Justiça em segunda instância? “44 senadores estão abraçados e não mudam de opinião. Eles defendem a prisão em segunda instância. Detalhe: o senador Antônio Anastasia, de Minas Gerais, não assinou o documento de apoio, mas vai votar a favor da prisão. Os senadores deram a palavra que vão votar, na terça-feira, 10, favoravelmente à nossa tese. A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Simone Tebez, merece o aplauso da sociedade, pois é uma mulher guerreira. Ela peitou tudo e marcou a votação na CCJ. É definitivo. Há os que querem levar para o plenário, mas adianto que, mesmo no plenário, a gente pode ganhar. Lá, como se sabe, é preciso de 49 votos para aprovar a medida.”

Elias Vaz disputa em Goiânia
Enquanto articula em Brasília, Kajuru acompanha a política de Goiânia com extrema atenção. “Um amigo de Elias Vaz (PSB) encomendou uma pesquisa — séria — e o resultado é que o deputado federal está em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de Goiânia, atrás tão-somente de Iris Rezende. Ele está a seis pontos do prefeito emedebista. Mas Elias Vaz não está muito preocupado com a sucessão municipal neste momento. Ele quer ser, antes de tudo, um deputado, propositivo. Quer colaborar para o desenvolvimento de Goiás e de sua capital.”
O fato de o PSB ter se afastado do PT, postula Kajuru, “será benéfico para Elias Vaz”. Segundo o senador, Elias Vaz está entre os cinco deputados federais de proa do PSB em Brasília. “Ele tem brilhado ao lado de Alessandro Molon (RJ), Tadeu Alencar (PE), João Campos (PE) e Júlio Delgado (MG). Trata-se do quinteto fantástico da Câmara dos Deputados: atuante, firme e decente.”
Mas Elias Vaz será candidato a prefeito? “Será. Porque as pesquisas são favoráveis à renovação. Elias sabe que o goianiense quer mudança e cobra ideias modernas no paço municipal.”

Maguito Vilela e Iris Rezende
Comentando sobre o MDB, Kajuru diz que “o ex-governador Maguito Vilela, se acredita que Iris Rezende não vai disputar a reeleição para abrir espaço para ele, deixará patente, para usar uma linguagem do esporte, que é ‘juvenil’. Iris Rezende nunca abriu espaço para ninguém e não será agora que vai mudar de ideia e conduta”.

Surpresa de Cristina Lopes
“Tenho o maior respeito pela vereadora Cristina Lopes, ela inclusive me visitou na UTI do hospital [passou uma noite no hospital], quando tive a convulsão. Mas a filiação ao PL da deputada federal Magda Mofatto é uma surpresa para mim. Vou rezar para Cristina, uma pessoa decente, não pegar o ‘vírus’ da Magda. Andar com a turma do Valdemar Costa Neto não ajuda em nada quem quer ser candidata a prefeita de Goiânia”, sublinha Kajuru.