Iris Rezende no comando sugere para o eleitorado goiano que o PMDB não aceita renovação
24 outubro 2015 às 15h16
COMPARTILHAR
O ex-prefeito de Goiânia e ex-governador de Goiás Iris Rezende confidenciou a pelo menos três políticos, com e sem mandato, que seu projeto número um não é assumir o comando do PMDB. Porque, se indicado para dirigir o partido, seu projeto número um — disputar a Prefeitura de Goiânia pela quarta vez — ficará comprometido.
Se eleito para presidir o PMDB, Iris Rezende terá de frequentar o interior e, sobretudo, organizar as campanhas dos candidatos a prefeito pelo menos nos principais municípios do Estado. Se fizer isto, sendo cobrado a todo momento pelos líderes interioranos, terá de descuidar de sua própria campanha para prefeito de Goiânia. A saída? Escolher um vice-presidente representativo para, no interior, representá-lo. Funciona? Não. Porque os candidatos vão cobrar a presença não do preposto, e sim do titular, Iris Rezende.
Porém, para evitar a disputa pelo comando do partido, é provável que Iris Rezende aceite dirigi-lo? Pode até aceitar, se o PMDB não sair “fraturado”. O peemedebista-chefe não aceitaria concorrer com nenhum outro nome do partido. Teria de ser ungido por todos. O deputado José Nelto e Nailton Oliveira admitem que apoiam Iris Rezende para comandar a legenda. O deputado Daniel Vilela disse, inicialmente, que iria para a disputa. Mas seu pai, o prefeito de Aparecida de Goiás, Maguito Vilela, por certo o forçaria a apoiar o peemedebista-chefe.
Iris Rezende no comando do partido pode evitar a crise interna? Pode, ao menos circunstancialmente. Mas o recado de que manda tanto para os políticos jovens quanto para os eleitores goianos é um só: a velha cúpula do PMDB não aceita a renovação e os políticos jovens são cordeirinhos e não têm tutano para confrontá-lo. Basta Iris Rezende bater o pé e todos recuam e começam a incensá-lo. Quando cobrarem mudanças — renovação —, alternância de poder, os peemedebistas decerto serão lembrados de que só cobram modificações substanciais na “casa” dos outros.