A imprensa comeu poeira ao dizer que Henrique Meirelles (PSD) poderia ser vice do pré-candidato a presidente pelo PSDB, Aécio Neves. Porque o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, já havia anunciado apoio à presidente Dilma Rousseff, tida como uma das madrinhas da criação do partido. Agora, supostamente atendendo a um pedido do ex-presidente Lula da Silva – ele foi presidente do Banco Central na sua gestão –, Meirelles desistiu de ser candidato a senador. O motivo é prosaico: Lula acredita que, pela primeira vez em muitos anos, o PT tem chances reais de eleger o governador de São Paulo. Alexandre Padilha, estrela do Lulopetismo – espécie de Rede Solidariedade incrustado no PT –, é o nome apoiado pelo ex-presidente. Como em São Paulo está quase todo mundo meio “sujo”, Padilha, menos conhecido, pode se tornar o fato novo. Ressalve-se que o governador Geraldo Alckmin continua em primeiro, disparado, nas pesquisas de intenção de voto. Mas a campanha ainda não começou. Os números atuais podem muito bem refletir mais “conhecimento” do que qualquer outra.

Meirelles, identificado com o Lulopetismo, embora seja indubitavelmente um homem de mercado, portanto mais liberal impossível, não deve apoiar o candidato do PSDB em São Paulo, Geraldo Alckmin. Kassab tanto pode ser vice de Alckmin quanto pode ser candidato a senador. Mesmo filiado ao PSD, Meirelles tende, discretamente, a apoiar Padilha. Para presidente, apoia, assim como Kassab e parte do PSD, Dilma.