Terrivelmente evangélico, André Mendonça estaria com um pé no STF. Falta um empurrãozinho. Cotação de Humberto Martins subiu 

Consta que, apesar de discreto — exceto quanto à aquisição de bens suntuosos, como a mansão de Brasília, no valor de 6 milhões de reais —, o senador Flávio Bolsonaro é o “primeiro-ministro” da família do presidente Jair Bolsonaro. Isto quer dizer que o jovem político tem força, mais até do que o deputado federal Eduardo Bolsonaro, uma espécie de porta-voz do radicalismo familiar. Mestre da “infantaria verbal”, Carluxo Bolsonaro seria (ele nega) o mestre da destilação de ódio nos gabinetes digitais.

Se Eduardo Bolsonaro fala muito, sobretudo sobre a “beleza” da ditadura, se Carluxo age nas sombras, Flávio seria o homem do diálogo, dos bastidores. No Senado é visto como relativamente afável e agregador. Por isso há quem aposte, até por ser senador, que já teria convencido o pai a indicar o ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça, para a vaga do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal.

Flávio Bolsonaro, Jair Bolsonaro e Humberto Martins | Fotos: Reproduções

A revista “Veja” sustenta que Flávio Bolsonaro trabalha por Humberto Martins. Mas acrescenta: “A vaga do decano Marco Aurélio Mello tem no chefe da AGU, André Mendonça, o candidato favorito. Mendonça é o nome defendido inclusive pela primeira-dama Michelle Bolsonaro. Nada impede, porém, que os filhos do presidente, como Flávio, tenham seus nomes. Outro que corre por fora com alguns apoios no bolsonarismo é Augusto Aras”.

Tudo que indica que o próximo ministro do STF não será escolhido por ter expertise na área jurídica, e sim por ser amigo da família Bolsonaro. Não se está sugerindo, porém, que André Mendonça e Humberto Martins não têm competência. Pelo contrário, são aptos. Humberto Martins, por ser do STJ, é altamente profissional.