Articulação política do governo quer virar página da eleição na Assembleia, construindo pontes para o consenso e provando que o resultado não foi tão ruim assim

O governador e o novo presidente da Assembleia falam em manter relações harmônicas | Foto: Reprodução

Política sem pragmatismo é apenas filosofia diletante. Por isso, os operadores políticos do Governo Caiado já tratam da eleição de Lissauer Vieira (PSB) a presidente da Assembleia Legislativa como folhinha virada no calendário, prontos para discutir caminhos a partir dessa nova realidade.

O primeiro objetivo dessa nova fase tem um escopo um tanto subjetivo, que é transparecer ao meio político que o fracasso da candidatura de Álvaro Guimarães (DEM) não foi necessariamente uma derrota política para o governo. Sobretudo, afastar esse resultado da responsabilidade pessoal do governador.

Há argumentos para justificar essa leitura, apesar de todo o esforço despendido por Caiado, desde o final do ano passado, para bancar o candidato com quem firmou um compromisso pessoal. O governador honrou sua palavra até o momento em que a realidade da articulação independente na Assembleia enterrou definitivamente suas pretensões.

Contudo, desde este momento, Caiado e seus operadores assimilaram rapidamente os novos termos da situação e passaram agir pragmaticamente. A primeira providência foi abrir diálogo com o novo presidente. Esse canal já estaria aberto e o discurso já é o de construção de pontes.

A informação é do secretário de Governo, Ernesto Roller, que poderá ter nova chance para interagir com a Casa. Segundo ele, as duas partes estão plenamente abertas ao diálogo, pois sabem que o mais importante é que todos trabalhem juntos “para recolocar Goiás nos trilhos”.

Confirmando a tese de que o governo tentará amenizar o estigma de derrota no plano inicial, Roller diz também que é errada a leitura de que Caiado saiu derrotado da eleição na Assembleia. E completa: O partido do governador tem dois membros da mesa (Dr. Antônio, na vice-presidência, e Iso Moreira como quarto secretário).

Para encerrar o assunto, ele ainda cita o próprio Lissauer Vieira, que foi eleito em defesa da autonomia e independência da Casa, mas também prometendo relação harmônica com o Executivo.