Diante de um possível impasse com presidente, o governador do estado usou do amplo diálogo com parlamentares para atuar em favor do Regime de Recuperação Fiscal

Trabalhando pelo ingresso de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal, desde o início de 2019, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) chegou a etapa final do processo sofrendo ameaças de revezes do presidente Jair Bolsonaro (PL). Publicamente, em uma de suas lives semanais, foi dado o recado presencial de que a assinatura da homologação da inclusão do Estado no plano poderia esperar um pouco mais.

O governador Ronaldo Caiado, ao mesmo tempo que precisou partir para cima para garantir a assinatura do presidente, não podia se exceder, para não soar desafios ou embate político, diante de uma situação que é determinante para a saúde financeira do Estado e, consequentemente, para futuro dos goianos.

O governador fez o que precisava ser feito. Chamou os parlamentares que representam Goiás no Congresso e conseguiu o apoio para uma interlocução junto ao Palácio do Planalto. Também entraram no circuito nomes de André Mendonça (STF) e Ciro Nogueira (Casa Civil).

Conhecendo o temperamento do presidente Jair Bolsonaro, o governador sabia que que qualquer palavra mal colocada ou frase mal interpretada poderia significar barreiras para o RRF goiano. Até nas costumeiras entrevistas de fim de ano, em que se apresenta balanços da gestão, Ronaldo Caiado foi equilibrado em lidar com o assunto.

O RRF e o impasse junto a Bolsonaro foi resolvido de forma republicana. O assunto ganhou, junto aos deputados e senadores, a importância que merece. E essa visão chegou ao presidente, que recuou e homologou a adesão do Estado ao RRF.

Essa foi uma situação em que o equilíbrio político e a construção de um diálogo amplo ainda funciona no País.