Que o PSDB vai ter candidato a prefeito de Goiânia, é fato. Os dois nomes mais ventilados são o da vereadora, Aava Santiago, e o do jornalista Matheus Ribeiro. No entanto, entre os postulantes, o tucanato goianiense tende a preferir o segundo. O principal motivo seria que a reeleição de Aava na Câmara é vista como certa entre os tucanos e o partido não quer abrir mão da cadeira que possui hoje no parlamento municipal.

A vereadora, inclusive, se reuniu com o ex-governador Marconi Perillo, que preside o PSDB em Goiás, na última semana. “Ele deixou claro que vamos ter um candidato forte e viável”, comentou Aava. E ela concorda que o partido precisa participar da corrida eleitoral para se posicionar, com conteúdo e discurso. “Só não ganha eleição quem não disputa”, acrescentou o presidente o PSDB Jovem em Goiás, Rodrigo Rizzo.

Rodrigo é um entusiasta do nome de Matheus para uma candidatura tucana a prefeito de Goiânia. “A Aava é uma vereadora brilhante e o PSDB precisa que ela continue na Câmara defendendo as pautas dela e as do partido”, explicou. Uma pesquisa interna encomendada pela legenda teria mostrado que a vereadora tem grande chance de ser reeleita.

Nos bastidores, tucanos comentam que Marconi teria preferência pelo nome de Matheus e torná-lo prefeito seria sua aposta da vez. Apesar disso, a relação do ex-governador com a vereadora é respeitosa e cordial e o tucano dá a ela a liberdade que ela reivindica para tocar suas pautas, principalmente nas questões de gênero.

A própria Aava também vê o jornalista como uma boa opção na disputa pela Prefeitura. “O Matheus é um excelente nome. É eleitoralmente viável, tem um perfil interessante, e o principal: não representa uma oligarquia política”, comentou. “Mas não retiro meu nome do jogo. Ainda estou no páreo”, ponderou a vereadora.

A vereadora lamentou que a eleição de Goiânia esteja pautada pelos herdeiros políticos. “Isso é muito ruim, mas não é um demérito deles individualmente. O problema é que temos famílias tratando a política como se fosse testamentária, como se passasse de pai pra filho. Isso aprofunda abismos”, pontuou. De fato, o cardápio eleitoral de Goiânia está recheado de filhos de políticos, tanto na direita quanto na esquerda. “Mas nosso povo não é herdeiro”, criticou.

Ao lembrar do legado do ex-prefeito tucano de Goiânia Nion Albernaz, Rodrigo Rizzo disse acreditar no futuro do PSDB em Goiás. “O partido está mais plural, tem buscado novos nomes, novas ideias e novas propostas”, afirmou. E Aava é um bom exemplo disso. À primeira vista, ela não teria um perfil de tucana com pautas geralmente mais comuns em partidos localizados politicamente mais à esquerda.

Apesar da possibilidade de ser preterida na disputa pelo Paço, Aava reforçou que a chance de trocar de partido é nula, apesar dos inúmeros convites. E o que a segura no PSDB é o compromisso com as mulheres. “O partido se comprometeu a ter uma chapa paritária nas próximas eleições, com 50% de candidaturas femininas”, declarou. (E.L.J.)