Alexandre Baldy, Lissauer Vieira e Wilder Morais planejam disputar o governo do Estado em 2026. O rival deles pode ser Daniel Vilela, Perillo e Vanderlan

Alexandre Baldy: presidente do pP em Goiás | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Observadores atentos da política em Goiás sugerem que não deixa de ser “estranho” que a disputa para senador esteja sendo mais acirrada do que para governador do Estado. E apesar de que só está em jogo uma vaga — a senador Luiz Carlos do Carmo, do PSC. Por que, afinal, a elite política do Estado está se engalfinhando na disputa pelo Senado?

Entre os principais candidatos, em ordem alfabética, estão: Alexandre Baldy, do pP, Delegado Waldir Soares, do União Brasil, Denise Carvalho, do PC do B (apoiada pelo PT), João Campos, do Republicanos, Lissauer Vieira, do PSD, Luiz Carlos do Carmo, do PSC, e Wilder Morais, do PL.

Lissauer Vieira, presidente da Assembleia Legislativa | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

No momento, quando se retira o nome do ex-governador Marconi Perillo, do PSDB, o favorito para a disputa é o deputado federal Delegado Waldir.

Mas, repetindo, por que a disputa é tão acirrada, sobretudo na base do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil?

Há vários motivos. Vale apontar alguns. Primeiro, porque o cargo de senador representa um poder imenso. Segundo, é um mandato tranquilo de oito anos. Terceiro, e mais importante, aquele que for eleito se cacifa para a disputa do governo em 2026. Se perder a eleição, continuará senador.

Wilder Morais: empresário e ex-senador | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Dos citados, pelo menos três têm pretensões de disputar o governo em 2026: Baldy, Lissauer e Wilder.

O vice de Ronaldo Caiado é Daniel Vilela, presidente do MDB. Se o chefe do Executivo for reeleito, Vilela assume o governo em abril de 2026 e se tornará candidato, praticamente automático, à reeleição. Caiado irá, possivelmente, a senador.

Daniel Vilela: presidente do MDB | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Há de se notar que há um contencioso político entre o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, e Daniel Vilela. Não se trata, a rigor, de um problema pessoal, e sim de uma questão política. Lissauer planeja ser candidato a senador e, se eleito, disputar o governo em 2026. Ou seja, vai esbarrar exatamente no emedebista. Portanto, eles estão “jogando” no presente, como aliados-rivais, porque já estão pensando no pleito seguinte.

Percebendo que uma vitória de Caiado em 2022 abre uma avenida na política de Goiás — uma espécie de novo ciclo, “zerando” a política do Estado —, Baldy trabalha para ser postulante ao governo em 2026. Para tanto precisa ser eleito senador ou pelo menos ser um dos mais votados, o que contribuirá para consolidar uma estrutura político-eleitoral para o próximo pleito.

Gustavo Mendanha
Gustavo Mendanha: ex-prefeito de Aparecida de Goiânia l Foto: Reprodução

Wilder também joga em 2022 pensando em 2026. As chances de Major Vitor Hugo ser eleito governador são mínimas, porém, se Wilder for eleito senador, estará cacifado para a disputa do governo em 2026.

João Campos não fala em disputar o governo, mas, se for eleito senador, pode se sentir cacifado para a disputa.

Portanto, é o pleito de 2026 que radicalizou a disputa para senador. Vários políticos estão de olho na próxima disputa para o governo.

Vanderlan Cardoso: senador pelo PSD | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
Vanderlan Cardoso, Marconi Perillo e Mendanha

Além de Baldy, Lissauer e Wilder, há mais três nomes que planejam disputar o governo em 2026.

Marconi Perillo tem dito a aliados que planeja disputar o governo em 2022 mais com o objetivo de firmar seu nome, mantendo-o em evidência, para a disputa de 2026. Na política, parece acreditar, é preciso se mostrar presente em todos os pleitos. É óbvio, porém, que também está jogando para 2022, porque quem disputa pleitos sempre quer ser eleito.

Em 2026, Perillo não terá pela frente um gigante político, como Ronaldo Caiado, e sim um político em formação, Daniel Vilela. O marconismo acredita que se trata de um “peso-leve”. Poderá vencê-lo? O tucanato acredita que sim.

Marconi Perillo: ex-governador de Goiás l Foto: Reprodução

Vanderlan Cardoso (PSD) tem sugerido que não vai disputar a Prefeitura de Goiânia em 2024. Mas há quem acredite que será candidato. Se não for, ficará evidenciado que se resguardará para o pleito de governador, em 2026. Aliados do senador postulam que, sem Ronaldo Caiado no páreo, suas chances para o governo são as melhores possíveis. Fala-se, entre os vanderlanistas, que o pleito de 2026 terá três candidatos consistentes: Daniel Vilela, se estiver no governo, Perillo e Vanderlan.

Se o presidente Jair Bolsonaro (PL) for reeleito, Vanderlan certamente vai trabalhar para criar uma imensa máquina político-eleitoral em Goiás, com o objetivo, é claro, de disputar o governo. Fala-se, inclusive, que o senador, passada a eleição deste ano, migrará para o PL. Já estaria negociado. Comenta-se que não há mais ambiente para o político de Senador Canedo no partido de Vilmar Rocha, o PSD.

Gustavo Mendanha, ganhando ou perdendo em 2022, certamente vai tentar ser candidato a governador em 2026.