Aparecida de Goiânia tem o segundo maior eleitorado de Goiás. Só perde para Goiânia. Anápolis tem o terceiro maior eleitorado do Estado — superando Rio Verde, Luziânia e Águas Lindas.

Na disputa para as prefeituras de Aparecida de Goiânia e Anápolis saíram melhor aqueles políticos que apostaram na renovação.

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O Professor que foi reprovado pelos eleitores

O PL buscou um candidato tradicional, Professor Alcides Ribeiro Filho. Por seu turno, este procurou o apoio do prefeito Vilmar Mariano, ex-MDB.

O PL e Professor Alcides erraram duplamente. O PL porque lançou um candidato com vários “problemas” — há denúncias para todos os “gostos” quando se fala do deputado e empresário.

Então, Professor Alcides, conhecido como “cavalo boliguaio”, saiu na frente, mas desidratou durante a campanha. Acabou indo para o segundo turno, em segundo lugar, bem longe do primeiro colocado, Leandro Vilela, do MDB, que quase foi eleito no primeiro turno.

Professor Alcides e Vilmar Mariano: dois líderes da vanguarda do atraso | Foto: Divulgação

A cúpula do PL — leia-se Wilder Morais, um amador que surfa na onda bolsonarista (sem ser bolsonarista) — equivocou-se ao não apostar na renovação. Optou pelo candidato que tem muito dinheiro… e dançou.

Ao lutar para conquistar o apoio do prefeito Vilmar Mariano, o Professor Alcides demonstrou não ter habilidades adequadas para uma disputa majoritária.

Primeiro a chegar atrasado, típico líder da vanguarda do atraso, Vilmar Mariano faz uma administração mal avaliada pelos moradores de Aparecida. É considerado um dos piores prefeitos da história de Aparecida. O gestor municipal deixou a campanha de Professor Alcides mais “pesada”.

Para piorar o quadro, Professor Alcides trouxe o desgastado Ademir Menezes, do PL, para o centro de sua campanha. O vice do candidato do PL é o ex-deputado Max Menezes, filho do ex-prefeito Ademir Menezes.

Avaliando que o Professor Alcides não fez o dever de casa, os eleitores lhe deram bomba. No primeiro e no segundo turno (considerando com as pesquisas de intenção de voto de vários institutos). Duas reprovações.

Se o PL apostou no “velho” — e não se está falando em idade —, o MDB apostou no novo, ou seja, em Leandro Vilela.

Sobrinho de Maguito Vilela — o político que modernizou Aparecida de Goiânia — e primo do vice-governador Daniel Vilela, Leandro Vilela fez uma campanha moderna e se apresentou como a renovação. O que mais atraiu os eleitores talvez tenha sido a sua proposta de retomada do desenvolvimento do município. Se avançou com Maguito Vilela e Gustavo Mendanha, Aparecida recuou com Vilmar Mariano, o sargento eleitoral de Professor Alcides. E poderia recuar ainda mais com Professor Alcides, o “novo” Vilmar Mariano.

Entre a renovação verdadeira, Leandro Vilela — aquele que terá apoio estadual e nacional (Professor Alcides se coloca como “inimigo” do presidente Lula da Silva e do governador Ronaldo Caiado) —, e o recuo histórico, Professor Alcides e Vilmar Mariano, os eleitores perceberam com muita clareza os movimentos de renovação da história. Por isso, optaram por Leandro Vilela, que, além de gestor e político articulado e agregador, é um homem decente, sério, de passado e presente limpos.

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Eleitores deram nota vermelha para candidato do PT

O PT de Anápolis não se renova. Em quase todas as eleições para prefeito, parece só ter um candidato — o deputado estadual Antônio Gomide.

Antônio Gomide: o político que barra a renovação do PT em Anápolis | Foto: Divulgação

Como Antônio Gomide aparece em primeiro lugar, em praticamente todas as eleições, o PT aposta na não-renovação, sempre bancando-o para prefeito.

O vereador Marcos Carvalho, a ex-vereadora Professora Geli, o deputado federal Rubens Otoni e o vereador eleito Jules Rimet? Nem pensar. A hora e vez são sempre do indefectível Antônio Gomide.

Na verdade, Antônio Gomide é um candidato a ser derrotado. Mas, para quem não aprecia avaliar com cuidado o quadro político, não parece.

Mas é um candidato ruim? Não é. Mas não representa a renovação. É mais do mesmo.

Se o PT não renovou, acreditando no tradicional, o PL soube se renovar ao buscar um candidato jovem e bem-sucedido fora da política. Trata-se de Márcio Corrêa, que era filiado ao MDB e é ligado tanto ao senador Wilder Morais quanto ao vice-governador Daniel Vilela.

Jovem, bem apessoado, com ideias arejadas, Márcio Corrêa despertou o interesse dos eleitores de Anápolis — que o perceberam como símbolo da renovação de que o município tanto precisa.

Desde o início, e sem contemporizações, Márcio Corrêa se afastou do prefeito Roberto Naves (Republicanos) — que enfrenta um desgaste impressionante. Isto lhe rendeu o aplauso dos anapolinos. Os eleitores não apreciam políticos, sobretudo candidatos, que fazem todos os tipos de acertos e composições.

Ao se manter firme na oposição tanto à gestão do prefeito e à sua candidata, Eerizânia Freitas (União Brasil), quanto ao candidato do PT, Márcio Corrêa conquistou o cérebro e o coração dos eleitores.

Então, mesmo antes da oposição e dando credibilidade às pesquisas, pode-se concluir: Aparecida se renovou com Leandro Vilela e Anápolis se renovou com Márcio Corrêa. E talvez tenham “aposentado” Professor Alcides e Antônio Gomide. (E.F.B.)