Paradoxos da vida e da política: o vice-governador de Goiás, o talentoso advogado José Eliton — sócio de um dos mais movimentados escritórios de advocacia do Estado, ao lado do advogado Danilo de Freitas —, tem maior cotação como candidato a governador do que como vice. Parece estranho, e é, mas pode ser esclarecido.

Se o governador Marconi Perillo for candidato à reeleição, a tendência é que busque uma chapa majoritária mais competitiva, e por isso tentará puxar o deputado federal Ronaldo Caiado para uma composição. O líder do DEM iria a senador — diga-se que o projeto do DEM nacional para Caiado é exatamente este e numa composição com o PSDB — e o deputado federal Vilmar Rocha, do PSD, iria a vice. Há pelo menos três motivos. Primeiro, Caiado, com sua imagem ética e por ser um deputado atuante, com longa história política, agrega mais votos e apoios para Marconi. Segundo, Vilmar é presidente do PSD, uma legenda que tem mais tempo de televisão do que o PP, partido que é dirigido por José Eliton. Terceiro, Vilmar, por sua história política, com vários mandatos legislativos, tem mais presença política no Estado.

No entanto, se no dia 4 de abril, Marconi deixar o governo para disputar mandato de deputado federal ou senador, José Eliton se torna, no dia 5, candidato a governador. Chefiando a máquina do Estado, num momento em que há dinheiro para investimentos, ninguém conseguirá retirar o advogado do páreo. “Ele será o novo Alcides Rodrigues”, frisa um tucano.

Portanto, é possível dizer que José Eliton é mais forte para o governo do que para a vice. Assim, convém não subestimar o poder de fogo do presidente do PP.