Delcídio do Amaral arrola FSB Comunicação em escândalo de milhões de reais

12 março 2016 às 23h56
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“Os impostos das transações financeiras para a EMS foram efetivamente pagos pela FSB e por Zilmar Fernandes”, afirma Delcídio do Amaral
É provável que o PT fique na história não como o criador da Bolsa Família, e sim como fundador da Corruptobrás — a estatal da corrupção. A revista “IstoÉ”, baseada nos depoimentos do senador Delcídio do Amaral, do PT do Mato Grosso do Sul, ao Ministério Público Federal, faz novas revelações sobre a extensa rede corrupta, agora envolvendo as obras da usina de Belo Monte. A revista anota: “Segundo o senador, um ‘triunvirato’, formado pelos ex-ministros Erenice Guerra, Antônio Palocci e Silas Rondeau, movimentou cerca de R$ 25 bilhões e desviou pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010 e 2014. Nas duas disputas presidenciais os partidos estavam coligados na chapa liderada por Dilma Rousseff’.
Delcídio do Amaral disse aos procuradores: “A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 1014”.
A reportagem revela também a ação do hoje ministro de Comunicação Social do governo de Dilma Rousseff, Edinho Silva. Ele foi tesoureiro da campanha da petista-chefe em 2014. Segundo a revista, baseada nos depoimentos de Delcídio do Amaral, Edinho Silva “trabalhou para ‘esquentar’ recursos provenientes da indústria farmacêutica usando a contabilidade das campanhas para governador e forjando falsas prestações de serviço. Delcídio afirmou que em 2014, quando disputava o cargo de governador do Mato Grosso do Sul, foi procurado por Edinho, ‘para que pagasse R$ 1 milhão do saldo da dívida de sua campanha, sendo R$ 500 mil devidos à FSB Comunicação, e mais R$ 500 mil à Zilmar Fernandes, através de um laboratório farmacêutico chamado EMS’, revelou o senador”.
Delcídio do Amaral reafirmou: “Os impostos das transações financeiras para a EMS foram efetivamente pagos pela FSB e por Zilmar”. De acordo com a revista, “Delcídio sabe que os impostos das transações financeiras para a EMS foram efetivamente pagos pela FSB e por Zilmar, o que pode ser levantado por intermédio da quebra do sigilo fiscal de ambos”.
Na sua versão, a FSB Comunicação declara que não recebeu recursos da EMS S.A. E “informa que está processando o Diretório Regional de Mato Grosso do Sul do Partido dos Trabalhadores (Processo número 08063942120168120001) para receber os valores devidos por serviços prestados na campanha de 2014”.
A FSB Comunicações atua em várias partes do país, inclusive em Goiás. É uma das mais poderosas empresas de comunicação do Brasil. Presta serviços inclusive para o ex-ministro Antônio Palocci.