Cristóvão Tormin e Célio Silveira fumam o cachimbo da paz. Para ajudar na reeleição de Marconi Perillo

18 maio 2014 às 11h07
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O prefeito e o ex-prefeito de Luziânia eram adversários ferrenhos, mas decidiram irmanar-se para a construção de palanques únicos para o tucano-chefe no entorno de Brasília
Tucanos e pessedistas, podem convidar o prefeito de Luziânia, Cristóvão Tormin (PSD), e o pré-candidato a deputado federal Célio Silveira (PSDB), ex-prefeito do município, para aquela picanha superesperta da Churrascaria Porcão, em Brasília. Pode sair sangue, mas agora será apenas da picanha, se estiver mal passada. Tormin e Célio fumaram o cachimbo da paz e agora podem comer a “picanha do sucesso”. O motivo: a reeleição do governador Marconi Perillo. Eles disseram que vão trabalhar como leões novos na campanha do tucano-chefe. Suspeitava-se que, por debaixo dos panos, Tormin havia feito um acordo com o pré-candidato a governador pelo PMDB, Júnior Friboi, por intermédio do pré-candidato a deputado federal Marcelo Melo. Se havia, o acordo foi desfeito, embora se saiba que Tormin é mesmo muito ligado a Melo, tanto política quanto pessoalmente. Pode até apoiar Melo, com alguma estrutura, mas não subirá no seu palanque e no palanque de Friboi. Tormin agora assumiu-se como 100% Marconi (antes era 51% Marconi e 49% meio indefinido).
No encontro da base aliada em Luziânia, no entorno de Brasília, ocorreu a primeira grande mobilização política dos partidos da base governista da qual o governador Marconi Perillo participou diretamente, sem ser representando por José Eliton ou Vilmar Rocha. No seu discurso, considerado um dos mais afiados, Marconi comemorou a celebração da paz entre Tormin e Célio. O encontro teve uma participação tão grande, e com discursos tão intensos e otimistas, que, mesmo políticos bem realistas, brincavam: “Já está parecendo a quarta posse”.
Num discurso firme e cortante, Célio admitiu o “problema” com Tormin, mas sugeriu que, em prol da reeleição do tucano-chefe, se fizesse a paz – costurada, momentos anos, por Marconi (antes da visita a Luziânia, este telefonou para o prefeito e perguntou, diretamente, se ele ia ao encontro da base aliada). Célio, tucano do Entorno do DF, que também está montando uma superestrutura fora da região, com foco em Jaraguá e Morrinhos, frisou que a reeleição de Marconi está acima de questiúnculas pessoais e que é muito mais importante do que sua eleição para deputado federal. Ele disse que quer e vai caminhar lado a lado com o prefeito.
Tormin, que é sempre apontado como potencial aliado de Friboi e Marcelo Melo, avaliou como positiva a proposição de Célio. O prefeito disse que, a partir de agora, será “carne, unha e cutícula” com Célio na defesa da reeleição do tucano-chefe.
A reconciliação entre o prefeito e o ex-prefeito repercutiu tão positivamente para a base aliada que, de algum modo, ofuscou a presença de Marconi no encontro. O tucano-chefe, por sua vez, saudou a reconciliação como uma espécie de amuleto da sorte de sua pré-campanha eleitoral. O governador falou do que fez para o Entorno e criticou as oposições, que, na sua opinião, “falam muito e fizeram e fazem pouco pelo Entorno”.