Chapa do PL para senador pode ter Gustavo Gayer e Demóstenes Torres

21 junho 2025 às 21h00

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O xodó do bolsonarismo em Brasília tem nome e sobrenome goianos: Demóstenes Torres. Por quê?
Porque, como advogado, Demóstenes Torres — dono de escritório requestado na capital do país —, é um sábio. Quer dizer, um orientador… tanto de políticos quanto de advogados. Não briga, não agride, não levanta a voz. “Porém, quando fala, sua voz inspira nobreza. Sobretudo, certeza do que está falando”, sublinha um bolsonarista. “Demóstenes é quase jurisprudência”, brinca, a sério, um integrante da OAB nacional.
No processo do golpismo, Demóstenes Torres advoga para o almirante Almir Garnier Santos. O ex-comandante da Marinha teria sido um golpista de primeira hora, ao lado ex-presidente Jair Bolsonaro e do general Walter Braga Netto. Formariam o trio parada dura — os três mosqueteiros — do golpismo. Com o general Augusto Heleno como D’Artagnan, o quarto mosqueteiro.
Ao defender o aparentemente indefensável almirante Garnier, Demóstenes o faz com classe, sem excessos, com o máximo de respeito à instituição Supremo Tribunal Federal e seus ministros. Fica-se com a impressão de que é um civilizado — um “sir” — defendendo um bárbaro. Porém, na democracia, todos têm direito de defesa, mesmo os não-inocentes.

Entretanto, há um aspecto que está passando mais ou menos ao largo. Demóstenes Torres tende a ser candidato a senador em Goiás pelo Partido Liberal. Sim, talvez com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, do senador Wilder Morais e do deputado federal Gustavo Gayer.
Ao contrário de outros políticos, Demóstenes Torres não força a barra, principalmente porque nem é filiado ao PL de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto. Mas, como político profissional e homem de ciência, consulta pesquisas com frequência.
As pesquisas sugerem que não é carta fora do baralho. Sabe-se que, no momento, o preferido de Jair Bolsonaro para senador em Goiás não é mais o vereador Major Vitor Hugo — que deverá disputar mandato de deputado federal em 2026 —, e sim o deputado federal Gustavo Gayer.
Em Brasília é assim: do jovem que vigia automóveis na porta do Brasília Shopping ao motorista do senador David Alcolumbre, passando por deputados, senadores e ministros do STJ e do STF, há uma convicção: Gustavo Gayer deve ser condenado pela Justiça, deve ficar inelegível e precisa batalhar muito para não ser preso.
Porém, se todos estiveram errados, e Gustavo Gayer permanecer elegível, para a disputa de 2026, é certo que será um candidato fortíssimo a senador. Então, o deputado e Demóstenes Torres podem ser as duas apostas do PL para senador.
Se candidatos, Gustavo Gayer e Demóstenes Torres vão apoiar quem para governador? O PL tem um pré-candidato a governador. Trata-se do senador Wilder Morais. É o típico pré-candidato stand by. À espera.
Porque, dependendo da aliança nacional do PL, na disputa para presidente da República — que deverá ser com a federação União Brasil de Ronaldo Caiado e ACM Neto e pP de Ciro Nogueira e Arthur Lira —, o quadro de alianças eleitorais deverá mudar em Goiás.
Noutras palavras, a tendência — repita-se: tendência — é que o MDB de Daniel Vilela e o União Brasil de Gracinha Caiado (pré-candidata a senadora) estabeleçam uma aliança político eleitoral com o PL de Wilder Morais e Gustavo Gayer.
O que muda com a composição entre MDB e PL? Não dá para saber, a um ano e três meses das eleições. Há, claro, a possibilidade de uma chapa assim: Daniel Vilela para governador, Gracinha Caiado e Gustavo Gayer para senador e Gustavo Mendanha (ou José Mário Schreiner) na vice.
Como ficará Demóstenes Torres? Tanto poderá ser excluído quanto poderá ser candidato como, por assim dizer, “avulso”. Acrescente-se que o PL pode lançar dois candidatos. Não há empecilho legal. (E.F.B.)