Candidaturas de Edna Aparecida e Diego Sorgatto podem eleger Wilde Cambão em Luziânia
19 abril 2020 às 00h00
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Os postulantes do DEM e do Podemos podem dividir a própria base — o que beneficiaria o candidato do PSD
Luziânia apresenta, no momento, quatro pré-candidatos a prefeito: Edna Aparecida (Podemos), prefeita interina; Wilde Cambão (PSD), deputado estadual; Eládio Carneiro (PSL), advogado; e Diego Sorgatto (DEM), deputado estadual.
Os quatro políticos são consistentes e respeitados no município. Edna Aparecida é a vice-prefeita, mas, com o afastamento do prefeito Cristóvão Tormin — suspeito de assédio sexual —, assumiu a prefeitura e, ao adotar medidas anticorrupção e de reorganização da máquina pública, se tornou uma forte pré-candidata a prefeita. O deputado José Nelto (Podemos) afirma que ela será candidata a prefeita.
Eládio Carneiro, com discurso afiado, também sugere que não sai do páreo. O grupo de Wilde Cambão gostaria de tê-lo na vice, mas não há nada acertado.
Com o apoio do ex-deputado federal Marcelo Melo (DEM) e do deputado federal Célio Silveira (há determinadas arestas, mas a aliança parece firmada), Diego Sorgatto está ampliando sua frente política. Ele é o candidato do governador Ronaldo Caiado — que, muito bem avaliado, será um poderoso “general” eleitoral em outubro ou dezembro de 2020. Há, com Diego Sorgatto — assim como com Eládio Carneiro e Edna Aparecida —, a expectativa de renovação. Porque, se Wilde Cambão for eleito, praticamente Luziânia estará dando um terceiro mandato a Cristóvão Tormin. Pelo seu estilo ameno, Wilde Cambão certamente permitirá que o prefeito afastado participe, ainda que indiretamente, de sua gestão.
Há, por fim, uma questão que Edna Aparecida e Diego Sorgatto não estão considerando ou não querem considerar. Quatro candidaturas, e fortes, servem muito mais a Wilde Cambão — que tem uma base eleitoral enraizada — do que a Diego Sorgatto, Edna Aparecida e Eládio Carneiro. Os três pré-candidatos podem servir de cabos eleitorais indiretos para o candidato de Cristóvão Tormin.
Edna Aparecida, se for candidata, desidrata Diego Sorgatto. Já o deputado desidrata a prefeita interina. Eládio Carneiro pode colher os votos dos descontentes com todos. Mas, no final, o grande beneficiado pode ser Wilde Cambão, que, se receber 35% dos votos, tende a ser eleito. Não há segundo turno na cidade.
O que “determina” a lógica? Diego Sorgatto, se quer mesmo ser eleito, precisa convencer Edna Aparecida a apoiá-lo. Ou Edna Aparecida precisa convencer Diego Sorgatto a apoiá-la. Porque, se permanecer na prefeitura até outubro — há quem aposte que Cristóvão Tormin ainda volta ao poder —, dificilmente a líder do Podemos em Luziânia vai deixar de disputar o pleito. E depois? Os dois, se perderem, deveriam comprar o terno da posse de Wilde Cambão e chorar por mais quatro anos as desventuras de não compreenderem a dinâmica e a necessidade de alianças políticas. Quem quer tudo, às vezes, não ganha nada e perde tudo.